sábado, 31 de agosto de 2013

'A política não pode ser assim!'




Porto Alegre/RS - Jornal do Comércio - No ano em que completa 50 anos de trajetória política, o deputado e presidente estadual do PT, Raul Pont, vai deixar a disputa por cargos públicos. Em dezembro de 2014, após concluir o terceiro mandato consecutivo na Assembleia Legislativa, um dos fundadores do partido no Estado deixa o gabinete parlamentar, mas garante que permanece fazendo “ainda mais” política.

Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, Pont afirma que, além de abrir espaço para a renovação da sigla, sua saída tem como principal motivação a desilusão com o atual sistema político eleitoral. O presidente estadual do PT classifica o sistema como “antidemocrático e cooptador de partidos e parlamentares” e defende a realização de uma reforma política. Pont também avalia que muitas práticas partidárias - que considera equivocadas - são fruto desse sistema e diz que, caso o PT esteja “irremediavelmente e majoritariamente comprometido (com essa lógica)”, pretende “fazer política em outro lugar ou fundar outro partido”.

O petista também avalia as alianças da sigla para a corrida ao Palácio Piratini, defende a manutenção da política de alianças e o governo de Tarso Genro (PT). O deputado estadual rebate ainda as críticas ao endividamento do Estado, especialmente as feitas pela ex-governadora Yeda Crusius (PSDB), antecessora de Tarso. “Dona Yeda que me perdoe, mas ela não venha ditar regras, porque o governo dela foi um desastre, sob todos os aspectos.”

-Leia a entrevista - na íntegra - Clicando Aqui

Truculência na capital: BM faz uso de bombas contra indígenas que acampavam em frente ao Piratini


Porto Alegre/RS - Sul21 - A ocupação de grupos indígenas e quilombolas na Praça da Matriz, iniciada na quinta-feira (29), terminou em meio a confusão e violência em Porto Alegre. Por volta das 15h30 de sexta-feira (30), após um grupo de pessoas se aproximar do Palácio Piratini, bombas foram lançadas pela Tropa de Choque da Brigada Militar.

A intervenção teria ocorrido após a aproximação de um pequeno grupo de manifestantes revoltados com o não cumprimento de uma garantia do governo gaúcho. Representantes do governo haviam prometido encaminhar um ofício com as medidas que seriam tomadas para a demarcação de terras indígenas e quilombolas no RS, o que não havia ocorrido até aquele momento. 

O grupo, de cerca de dez a quinze pessoas, derrubou parte da grade que cercava a entrada principal do Palácio Piratini. Em seguida, a BM fez uso de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral – segundo testemunhas, balas de borracha também teriam sido disparadas. Por parte dos manifestantes, lanças e pedras foram arremessadas contra a polícia em meio à confusão. (...)

Clique Aqui para continuar lendo.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

CUT: 30 Anos de Lutas e Conquistas!


*A Central Única dos Trabalhadores - CUT - está hoje comemorando 30 anos (foi fundada em 28 de Agosto de 1983, em São Bernardo do Campo/SP).


O que é a CUT

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) é uma organização sindical brasileira de massas, em nível máximo, de caráter classista, autônomo e democrático, cujo compromisso é a defesa dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora.

Baseada em princípios de igualdade e solidariedade, seus objetivos são organizar, representar sindicalmente e dirigir a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, do setor público e privado, ativos e inativos, por melhores condições de vida e de trabalho e por uma sociedade justa e democrática.

Presente em todos os ramos de atividade econômica do país, a CUT se consolida como a maior central sindical do Brasil, da América Latina e a 5ª maior do mundo, com 3. 806 entidades filiadas, 7.847.077 trabalhadoras e trabalhadores associados e 23.981.044 trabalhadoras e trabalhadores na base.

Desde sua fundação, a CUT tem atuação fundamental na disputa da hegemonia e nas transformações ocorridas no cenário político, econômico e social ao longo da história brasileira, latino-americana e mundial. Os avanços obtidos na proposta de um Sistema Democrático de Relações de Trabalho e a eleição de um operário à presidência da República em 2002, são fortes exemplos dessas mudanças e resultados diretos das ações da CUT em sua luta incansável pela garantia e ampliação de direitos da classe trabalhadora.

Princípios
A CUT defende a liberdade e autonomia sindical com o compromisso e o entendimento de que os trabalhadores têm o direito de decidir livremente sobre suas formas de organização, filiação e sustentação financeira, com total independência frente ao Estado, governos, patronato, partidos e agrupamentos políticos, credos e instituições religiosas e a quaisquer organismos de caráter programático ou institucional.

Para a Central, as lutas da classe trabalhadora são sustentadas pela unidade a partir da vontade e da consciência política dos trabalhadores. 

Estrutura
A CUT se organiza em dois níveis:

Organização Horizontal:
Além da estrutura nacional, a CUT está organizada em todos os 26 estados e no Distrito Federal: CUTs estaduais.

Organização Vertical:
Organizações sindicais de base e entidades sindicais por ramo de atividade econômica: sindicatos, federações e confederações.

A Central também conta com organismos para o desenvolvimento de políticas específicas e assessoria: Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS), Instituto Observatório Social (IOS), Instituto Nacional de Saúde no Trabalho (INST), além de sete Escolas Sindicais e uma Escola de Turismo e Hotelaria. 

Histórico

A CUT - Central Única dos Trabalhadores – foi fundada em 28 de agosto de 1983, na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, durante o 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT). Naquele momento, mais de cinco mil homens e mulheres, vindos de todas as regiões do país, lotavam o galpão da extinta companhia cinematográfica Vera Cruz e imprimiam um capítulo importante da história.

Tempos Difíceis
De 1964 a 1985 perdurava no Brasil o regime militar, caracterizado pela falta de democracia, supressão dos direitos constitucionais, perseguição política, repressão, censura e tortura. Porém, no final da década de 1970 e meados dos anos 1980 inicia-se no país um amplo processo de reestruturação da sociedade. Este período registra, ao mesmo tempo, o enfraquecimento da ditadura e a reorganização de inúmeros setores da sociedade civil, que voltam aos poucos a se expressar e a se manifestar publicamente, dando início ao processo de redemocratização.

Surge a CUT
Neste cenário de profundas transformações políticas, econômicas e culturais, protagonizadas essencialmente pelos movimentos sociais, surge o chamado “novo sindicalismo”, a partir da retomada do processo de mobilização da classe trabalhadora. Estas lutas, lideradas pelas direções sindicais contrárias ao sindicalismo oficial corporativo, há muito estagnado, deram origem à Central Única dos Trabalhadores, resultado da luta de décadas de trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade pela criação de uma entidade única que os representasse.

O nascimento da CUT como organização sindical brasileira representa mais do que um instrumento de luta e de representação real da classe trabalhadora, um desafio de dar um caráter permanente à presença organizada de trabalhadores e trabalhadoras na política nacional.

Compromissos
O fortalecimento da democracia, o desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho são marcos estratégicos da CUT. A luta pela universalização dos direitos, bandeira histórica, é cotidianamente reafirmada com a participação ativa da Central na construção de políticas públicas e afirmativas de vários setores e segmentos da sociedade, com destaque para mulheres, juventude, pessoas com deficiência física, saúde, combate à discriminação racial, idosos, entre outras. Estas ações têm garantido e ampliado a participação da CUT em conselhos, mesas de negociação e fóruns públicos, espaços que tem ocupado com contribuições decisivas.

No campo da solidariedade internacional, a CUT tem trabalhado no desenvolvimento de estratégias conjuntas para o enfrentamento de políticas neoliberais - de privatização, de concentração de capital e altos lucros - que ferem a soberania nacional e proliferam práticas especulativas, resultando na precarização das condições e relações de trabalho.

Na área do desenvolvimento solidário, as ações da CUT visam promover a inclusão social, por meio de novos referenciais de geração de trabalho e renda, e de alternativas de desenvolvimento. 

Esses processos são articulados à formação e capacitação a partir da concepção de Educação Integral e seu papel emancipador, conceito defendido pela Central.


Nota: O Editor deste Blog tem imenso orgulho de ter modestamente contribuído com a fundação da CUT, tendo participado como delegado de base (Sindicato dos Gráficos do RS) do histórico Congresso que decidiu por sua fundação, em 28 agosto de 1983, na cidade de São Bernardo do Campo/SP. 

- Viva a CUT! Viva a Classe Trabalhadora - do Brasil e do Mundo! (Júlio Garcia)

terça-feira, 27 de agosto de 2013

O custo das LOMBADAS em Santiago/RS: um verdadeiro ESCÂNDALO!


'Para este ano (2014) estão empenhados para Eliseu Kopp & Cia Ltda a importância de R$ 436.800,00'

O vereador Miguel Bianchini (PPL) denuncia em seu Blog: "A administração municipal de Santiago, irredutível a colocação de quebras-molas,  tomou a decisão de colocar 01 lombada eletrônica em cada uma das duas principais avenidas de acesso, os quais não cobrem  suas extenções e outras duas lombadas no interior do perímetro urbano, sendo uma, a da Rua Tito Becon, colocada entre duas sinaleiras, servindo apenas  de ônus financeiro ao Município de Santiago.

Qual o custo destas instalações?

No ano de 2009 a Prefeitura Municipal pagou a Eliseu Kopp &Cia Ltda a importância de R$ 105.558,76 (cento e cinco mil quinhentos e cinqüenta e oito reais e setenta e seis centavos);

No ano de 2010:  R$ 96.898,75 (noventa e seis mil oitocentos e noventa e oito reais e setenta e cinco centavos);

No ano de 2011:  R$ 96.056,24 (noventa e seis mil cinqüenta e seis reais e vinte e quatro centavos);

No ano de 2012:  114.628,01 (cento e quatorze mil seiscentos e vinte e oito reais e um centavo);

Totalizaram as 04 lombadas eletrônicas:  R$ 413.1451,714 (quatrocentos e treze mil cento e quarenta e cinco reais e setenta e um centavos).

Para este ano (2014) estão empenhados para Eliseu Kopp & Cia Ltda a importância de R$ 436.800,00 (quatrocentos e trinta e seis e oitocentos reais), correspondentes a 22 medidores de velocidade ( instalados em lombadas eletrônicas) e 4 equipamentos fixos.

Lembrando que uma lombada eletrônica pode  ter mais de um medidor de velocidade, exemplo: Na Avenida Alceu Carvalho as duas lombadas eletrônicas possuem, juntas, 04 medidores de velocidade; assim como a sinaleira inteligente possui 04 equipamentos fixos para registro de infrações.

CUSTO ALTÍSSIMO PARA POUCOS BENEFÍCIOS. Imaginem se a administração municipal investisse a  importância de R$ 436.800,00 ( quatrocentos e trinta e seis e oitocentos reais, correspondentes ao empenhado no ano de 2O13 à Kopp,  em melhorias das avenidas, com instalação e redutores de velocidade, sonorizadores, faixas de segurança e sinalização. Não tenho dúvidas  que a segurança passaria a para outra realidade.

Estou investigando estes contratos com a KOPP e já posso afirmar que  ferem os princípios administrativos da MORALIDADE e da EFICIÊNCIA."

Fonte:  http://miguelbianchini.blogspot.com.br/      --   Edição deste Blog

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Ministro Mantega nega previsão de aumento de combustíveis



São Paulo – Agência Brasil - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou hoje (26) que haja previsão de aumento dos combustíveis vendidos pela Petrobras. Segundo ele, não há alta prevista e a inflação está sob controle.

“A dona de casa pode ficar tranquila que [a inflação] está sob controle. Não permitiremos que haja grandes repasses [de preços] ou que haja contágio da questão cambial na inflação. Não é certo que a Petrobras tenha aumento. Não sei quem falou isso, não há decisão nenhuma a esse respeito, portanto, não há aumento previsto”, disse o ministro, após encontro com líderes empresariais.

Quanto ao preço do dólar, Mantega ressaltou que, diferentemente do que ocorreu no ano passado, quando o governo tomou medidas para elevar o valor da moeda estrangeira, no momento, o mercado é que está sendo responsável pela desvalorização do real.

No entanto, destacou Mantega, caso o momento de alta do dólar perdure por muito tempo, o governo poderá agir nas tarifas de importação. “Temos de ver primeiro a duração [da alta do dólar]. Pode durar um tempo curto e acabar. Se durar um tempo mais longo, veremos o que tem de ser feito. Por exemplo, redução de tarifa de importação de produtos, de modo a contrabalançar a elevação. Isso será feito”, afirmou.

*Por Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil  -   Edição: Nádia Franco Edição final deste blog
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domingo, 25 de agosto de 2013

Médicos cubanos: “Nossa motivação é a solidariedade”



Corem diante desta negra, doutores! Ela tem o que os senhores perderam

“Somos médicos por vocação, não nos interessa um salário, fazemos por amor”, afirmou Nelson Rodrigues, 45.

“Nossa motivação é a solidariedade”, assegurou Milagros Cardenas Lopes, 61.

“Viemos para ajudar, colaborar, complementar com os médicos brasileiros”, destacou Cardenas em resposta à suspeita de trabalho escravo. “O salário é suficiente”, complementou Natasha Romero Sanches, 44.

Poucas frases, mas que soam  como se estivessem sendo ditas por seres de outro planeta no Brasil que vivemos.

O que disseram os primeiros médicos cubanos do  grupo que vem para servir onde médicos brasileiros não querem ir deveria fazer certos dirigentes da medicina brasileira reduzirem à pequenez de seus sentimentos e à brutalidade de suas vidas, de onde se foi, há muito tempo, qualquer amor à igualdade essencial entre todos os seres humanos.

Porque gente que não se emociona com o sofrimento e a carência de seus semelhantes, gente que se formou, muitas vezes, em escolas de medicina pagas com o imposto que brasileiros miseráveis recolheram sobre sua farinha, seu feijão, sua rala ração, gente que já viu seus concidadãos madrugando em filas, no sereno, para obter um simples atendimento, gente assim    não é civilizada, não importa quão bem tratadas sejam suas unhas, penteados os seus cabelos e reluzentes seus carros.

Perto desta negra aí da foto, que para vocês só poderia servir para lavar suas roupas e pajear seus ricos filhinhos, criados para herdar o “negócio” dos pais, vocês nao passam de selvagens, de brutos.

Vocês podem saber quais são as mais recentes drogas, aprendidas nos congressos em locais turísticos, custeados por laboratórios que lhes dão as migalhas do lucro bilionário que têm ao vender remédios. Vocês podem conhecer o último e caro exame de medicina nuclear disponível na praça a quem pode pagar. Vocês podem ser ricos, ou acharem que são, porque de verdade não passam de uma subnobreza deplorável, que acha o máximo ir a Miami.

Mas vocês são lixo perto dessa negra, a Doutora – sim, Doutora, negra, negrinha assim!- Natasha é, eu lhes garanto.

Sabem por que? Por que ela é capaz de achar que o que faz é mais importante do que aquilo que ganha, desde que isso seja o suficiente para viver com dignidade material. Porque a dignidade moral ela a tem, em quantidade suficiente para saber que é uma médica, por cem, mil ou um milhão de dólares.

Isso, doutores, os senhores já perderam. E talvez nunca mais voltem a ter, porque isso não se compra, não se vende, não se aluga, como muitos dos senhores, para manter o status de pertenceram ao corpo clínico de um hospital, fazem com seus colegas, para que deem o plantão em seus lugares.

Os senhores não são capazes de fazer um milésimo do que ela faz pelos seres humanos, desembarcando sob sua hostilidade num país estrangeiro, para tratar de gente pobre que os senhores não se dispõem a cuidar nem querem deixar que se cuide.

Os senhores não gritaram, não xingaram nem ameaçaram com polícia aos Roger Abdelmassih, o estuprador, nem contra o infeliz que extorquiu R$ 1.200 para fazer o parto de uma adolescente pobre, nem contra os doutores dos dedos de silicone, nem contra os espertalhões da maternidade paulista cuja única atividade era bater o ponto.

Eles não os ameaçaram, ameaçaram apenas aos pobres do Brasil.

Estes aí, sim, estes os ameaçam. Ameaçam a aceitação do que vocês se tornaram, porque deixaram que a aspiração normal e justa de receber por seu trabalho se tornasse maior do que a finalidade deste próprio trabalho, porque o trabalho é um bem social e coletivo, ou então vira mero negócio mercantil.

É isto que estes médicos cubanos representam de ameaça: ao colocar o egoísmo, o consumismo, o mercantilismo reduzidos ao seu tamanho, a algo que não é e nem pode ser o tamanho da civilização humana.

Aliás, é isso que Cuba, há quase 55 anos, representa.

Um país minúsculo, cheio de carências, que é capaz de dar a mão dos médicos a este gigante brasileiro.

E daí que eles exportem médicos como fonte de receita? Nós não exportamos nossos meninos para jogar futebol? O que deu mais trabalho, mais investimento, o que agregou mais valor a um país: escolas de medicina ou esteiras rolantes para exportar seus minérios?

É por isso que o velhíssimo Fidel Castro encarna muito mais a  juventude que estes yuppiescoxinhas, cuja vida sem causa  cabe toda dentro de um cartão de crédito.

Eu agradeço à Doutora Natasha.

Ela me lembrou, singelamente, que coração é algo muito maior  do que aquele volume que aparece, sombrio, nas tantas ressonâncias, tomografias e cateterismos porque passei nos últimos meses.

Ele é o centro do progresso humano, mais do que o cérebro, porque é ele quem dá o norte, o sentido, o rumo dos pensamentos e da vida.

Porque, do contrário, o saber vira arrogância e os sentimentos, indiferença.

E o coração, como na música de Mercedes Sosa, una mala palabra. (Por Fernando Brito)

*Via Tijolaço  http://tijolaco.com.br     -  Grifos deste Blog

sábado, 24 de agosto de 2013

'Quero defender o PT, assim como os governo Tarso e Dilma, de coração puro e de mente aberta'



Santiago/RS - A seguir, transcrevemos trechos da entrevista concedida pelo companheiro Jorge Camargo (foto), candidato a Presidente do PT de Santiago nas eleições internas (PED) de novembro próximo, ao blog do Dr. Júlio Prates

"Quero concorrer a presidência do PT com o intuito único de acrescentar, somar e jamais dividir; entendo que a troca de idéias é salutar e minha posição é de profundo respeito pelos companheiros e companheiras de outras chapas. Sou avesso a baixarias, apenas farei uma campanha propositiva, sem agredir a ninguém, até porque somos todos amigos e companheiros dentro do Partido. Terminada a eleição, ganhe quem ganhar, estaremos todos juntos, de mãos dadas, lutando pelo sonho de uma cidade melhor, a exemplo do que fizemos em nosso Estado e país".

"O PT local está fortalecido, o Bueno revelou-se um bom candidato e temos potencial para crescer e até ganharmos a Prefeitura. Eu defendo que trabalhemos desde agora, politizando o debate, formando novos quadros para a intervenção política, preparando lideranças comunitárias, retomando e buscando uma inserção do PT nos bairros e associações, inclusive, preparando uma boa nominata para vereadores em 2016. Nossos dois vereadores, Iara e Marion, já fazem um bom trabalho que está demarcando posições, mas isso precisa ser ampliado e inclusive estabelecida uma maior sintonia entre a bancada e o partido".

"Eu sou um homem maduro, vivo do meu trabalho, sou apicultor, tenho uma filha formada, bióloga, minha origem é popular, sou um trabalhador, quero fortalecer meu partido, não busco cargos e nem empregos, entendo que estou numa fase de minha vida que posso doar-me pela construção de ampliação desse sonho maravilhoso que é o PT, quero defender o governo Tarso, o governo Dilma de coração puro, de mente aberta e apenas por acreditar nos ideais do Partido dos Trabalhadores e se os companheiros me derem essa chance de eu presidir o partido vou ser um diferencial de trabalho e dedicação".  

Novo embate CPERS x Governo do RS

Azevedo salientou que as direções são responsáveis
por manter abertas as escolas

Governo alerta que escolas devem abrir mesmo com a decisão de greve

Porto Alegre/RS - Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (23), em Porto Alegre, o secretário de Estado da Educação, Jose Clovis de Azevedo, informou que diante da decisão de greve, por parte do CPERS, estão em suspenso todos os avanços propostos pelo Governo como, por exemplo, as promoções de 2003-2012; o abono de faltas relativo às atividades sindicais entre 2008-2010 e a inclusão de servidores que atuam em escolas, no plano de carreira.

Azevedo também enfatizou que as declarações do sindicato de que o Governo do Estado não respondeu à pauta do CPERS não são verdadeiras. O documento entregue à direção do sindicato, no dia 15 de agosto de 2013, respondeu detalhadamente a cada um dos 27 itens apresentados. Na reunião ocorrida no dia 19, com o pedido de maior objetividade às respostas, o secretário, propôs outra audiência de negociação com a presença, inclusive, de secretários de outras pastas já que a pauta extrapola questões da educação.

Além disso, ressaltou que as direções escolares são responsáveis por manter as escolas abertas e pelo registro fidedigno da presença ou da ausência ao trabalho de professores e funcionários, conforme a legislação vigente. "A deflagração de uma greve, neste momento, significa um rompimento unilateral nas negociações", disse.

A secretária-adjunta, Maria Eulalia Nascimento, afirmou que os pais devem procurar as direções escolares e pedir aos professores que mantenham as aulas. "Diante de tantos avanços na Educação no governo Tarso Genro, os pais podem tensionar os professores a não adesão à greve e propor o diálogo, uma mesa de negociação como a Secretaria da Educação já propôs ao sindicato", disse.

Texto: Assessoria de Imprensa Seduc  - Foto: Alina Souza/Especial Palácio Piratini

Edição: Redação Secom (51) 3210.4305  -  Grifos deste blog

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Os cubanos vêm aí!



Caluda! Os cubanos vêm aí

Por Luciano Martins Costa*

Os jornais foram surpreendidos pela decisão do governo de importar de Cuba 4 mil médicos para ocupar postos em lugares críticos, onde não há serviço público ou particular de saúde.

Os primeiros 400 deverão chegar já na próxima semana e serão enviados para cidades ou bairros que não despertaram interesse de profissionais brasileiros ou do exterior na primeira fase das inscrições no programa Mais Médicos, 84% dos quais no Norte e Nordeste.

O noticiário dá conta de que, ao todo, 3511 municípios se inscreveram no programa, o que revela uma demanda de 15460 vagas.

Apenas 15% desse total havia sido completado até quarta-feira (21).

Cada médico contratado custará aos cofres públicos R$ 10 mil de salários mensais, mais os custos da mudança e pagamento de moradia e alimentação.

O convênio que permitirá a contratação de médicos cubanos foi feito pelo governo brasileiro com a Organização Pan-americana de Saúde, que tem um acordo com governos de vários países, inclusive Cuba, para atender casos de emergência e carência crítica.

Os jornais desta quinta-feira (22) explicam que 84% dos profissionais que virão de Cuba têm mais de 16 anos de experiência, 30% são pós-graduados, muitos trabalharam em países onde se fala a língua portuguesa, principalmente na África, e  todos são especialistas em saúde da família.

Ainda assim, dirigentes de entidades médicas do Brasil fazem declarações à imprensa condenando a iniciativa.

Representantes do Conselho Federal de Medicina e da Associação Médica Brasileira dão a volta nas informações oficiais sobre o convênio firmado com a OPAS e declaram que o programa é apenas uma jogada eleitoral.

Um desses dirigentes chegou a afirmar que o contrato para trazer médicos cubanos tem "características de trabalho escravo".

No extremo do destempero, o presidente do Conselho Federal de Medicina opinou que a iniciativa do governo "poderá causar um genocídio".

Como se pode observar, um diploma de médico, uma carreira bem sucedida e o acesso a um importante posto de representação profissional não asseguram clareza de raciocínio e honestidade intelectual, e dirigentes das principais entidades médicas do País podem resvalar rapidamente para um discurso irracional e preconceituoso quando os interesses corporativos falam mais alto do que a função social supostamente inerente à sua atividade.

Orgulho e preconceito

Mas há muito mais por trás dessa discussão.

Nas redes sociais e nas correntes de mensagens que se seguem a cada novo movimento do governo nessa área, na tentativa de suprir a carência de médicos fora dos grandes centros, proliferam manifestações exageradas como a do presidente do Conselho Federal de Medicina.

Na opinião de alguns de seus seguidores, o governo brasileiro não estaria  apenas "promovendo um genocídio", mas articulando um exército de cubanos para levar o comunismo aos rincões do Brasil, onde supostamente vivem cidadãos mais simplórios e, portanto, vulneráveis à pregação ideológica.

Uma leitura transversal de tais manifestações demonstra o nível de estupidez que a radicalidade política pode provocar, até mesmo entre indivíduos cujo nível de educação formal supõe alguma racionalidade.

Ao atacar o programa brasileiro, essas entidades atingem diretamente um dos projetos mais bem sucedidos da ONU, que, através de suas entidades de saúde, promove assistência em lugares remotos por todo o mundo e reduz os danos de conflitos e desastres naturais.

A imprensa tem que cumprir, pelo menos formalmente, seu papel de ouvir os diversos lados de uma questão.

Essa é a justificativa para os leitores de jornais serem apresentados a destemperos desse tipo.

No entanto, também é papel dos jornalistas pontuar eventualmente os casos em que o debate resvala para fora do razoável.

Uma das alternativas seria mostrar o trabalho feito por médicos engajados em programas desse tipo pelo mundo afora.

Mas a imprensa só enxerga, por exemplo, ações de entidades como o Médicos sem Fronteiras, e parece desconhecer as missões humanitárias da ONU.

Talvez essa visão seja ainda um resíduo do preconceito com políticas que a imprensa costumava chamar de "terceiro-mundistas".

Por outro lado, as reações corporativistas dos médicos brasileiros revelam que o País formou uma geração de profissionais aos quais falta a mais básica consciência social.

A falta de educação cívica não poupa os bem nascidos ou bem sucedidos, que certamente se orgulham de suas carreiras, e os embates provocados pelas entidades médicas nas redes sociais mostram como se pode ir do orgulho ao preconceito em poucos caracteres.

*Via http://www.observatoriodaimprensa.com.br    Edição e grifos deste blog

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Os desafios do PT numa nova concepção de frente


Por Tarso Genro (*)

No momento que o PT discute o seu futuro e de certa forma os demais partidos do campo da esquerda discutem-no também – tanto em relação ao processo eleitoral do ano próximo, como em relação às estratégias para o próximo período – quero sugerir que o meu partido faça o seu debate de uma forma não tradicional. Não agende o seu discurso a partir de temas relacionados exclusivamente às divergências internas que nos preocupam, mas também – e principalmente – a partir da composição de um bloco de forças econômicas e políticas que podem apoiar uma nova fase do processo da “revolução democrática”, em curso no país: os trabalhadores, os setores médios democráticos, os assalariados em geral, a juventude progressista, os homens e mulheres trabalhadores do campo e os setores empresariais, para os quais o aumento de renda dos mais pobres e as encomendas e investimentos do Estado significam incremento na sua atividade comercial a industrial.

Qualifico como “revolução democrática” o processo concreto em que -independentemente da nossa vontade ou vocação política – não está em jogo a propriedade dos meios de produção, mas o seu desenvolvimento para maximizar renda e emprego. Não está em jogo a destruição do Estado, mas a sua reforma democrática no sentido de combinar democracia direta com a representação política, para a funcionalidade da representação da Constituição de 88; não está em jogo qualquer “expropriação” de meios de comunicação, mas a sua democratização e utilidade social; não está em jogo a possibilidade de “golpes” de força contra a Constituição de 88, mas a sua degradação progressiva, pela captura das instâncias da política pela força normativa do capital financeiro, que degrada aquela esfera e a utilidade dos partidos.

Sustento, portanto: o que está em jogo no país é a hegemonia sobre o projeto democrático moderno, cujo reflexo na estrutura de classes da sociedade e no comportamento dos agentes políticos – dentro do Estado e fora dele – é que vai determinar o fundamentos do nosso futuro: o futuro próximo, que refere aos níveis de coesão social e de igualdades -desigualdades, sociais e regionais; e o futuro mais remoto, que refere ao tipo de sociedade pós–capitalista e pós-socialismo real, que iremos construir.

Não está em jogo, finalmente, uma ruptura forçada do sistema político, mas a possibilidade da sua reforma, cuja negação, aliás, pode nos levar a uma situação-limite, com a convocação de uma nova Assembleia Nacional Constituinte. Esta questão da reforma política é, assim, tanto uma questão de “forma” (reforma feita com maior ou menor participação popular), como de “conteúdo” (reforma que será esvaziada no sistema atual dominado pelas forças conservadoras). É para estes desafios que precisamos nos preparar, em conjunto com as demais forças de esquerda e progressistas do país, que estão “espalhadas” de maneira não uniforme em diversos partidos políticos.

É o desafio que nos impele a retomarmos a condição de “partido de movimento” e “de governo”, localizando as alianças – tanto no Estado como na sociedade civil – a partir das demandas que já estão nas ruas e que os governantes locais e regionais não tem meios para solucioná-las de maneira adequada. As demandas mais sentidas dos trabalhadores e da juventude são as vinculadas principalmente ao transporte coletivo nas grandes regiões metropolitanas, à saúde, à educação pública de qualidade e às tarefas da reforma agrária, através de um programa para zerar os acampamentos dos “sem terra” e desenvolver uma política audaz de qualificação da produção e da distribuição da agricultura familiar-cooperada, em todo o país.

Os dez anos dos governos Lula e Dilma estão promovendo um ascenso de massas a um consumo digno que não tem paralelo na história do país. Milhões de crianças deixaram de morrer de fome, milhões de trabalhadores passaram a viver melhor, milhões de agricultores melhoraram muito a sua vida, milhões de famílias pobres passaram a ter filhos na universidade e passaram a ter moradias minimamente dignas. Estes fatos históricos, na verdade, só não comovem a alta classe média de direita e a pequena burguesia radicalizada no economicismo.

São dois grupos sociais que não levam em consideração – nas suas estratégias anti-Lula e anti-PT – o que é uma família não ter condições de dar alimento para a suas crianças, pela manhã, e sabê-las dormindo com fome, depois, nas longas noites da miséria. Este “concreto” de “muitas determinações” na esfera da política, é que lhes isola nas lutas de “categoriais”, sem qualquer vínculo com o povo real: tanto o tucanato da classe média alta, como as lideranças esquerdistas, por motivos diferentes, ficarão com escassa influência no próximo período de luta eleitoral, se não apresentarem alternativas concretas e reais para responder ainda mais profundamente a estas necessidades do cotidiano.

Mas a questão, para nós, é outra. É que estes avanços não bastam. E, mais ainda – como diria Drummond – “meu nome é tumulto e escreve-se na pedra”: se não avançarmos haverá retrocesso nestas políticas minimamente decentes de distribuição de renda e qualidade de vida. Aquilo que Lula chama de “elites” – e com isso sempre irrita a direita mais conservadora – já está à espreita para buscar novas alternativas, que sensibilizem a sociedade com apoio da “grande mídia”. Ela faz este trabalho, em nome de uma “moralidade”, especialmente seletiva para proteger os seus aliados, combinada com a defesa da “contenção das despesas públicas” e com a propaganda da “desconfiança” dos agentes econômicos na economia, numa verdadeira cruzada pelo retrocesso.

Penso que, atualmente, a matriz material de todas as disputas de importância no cenário nacional, é a mesma do cenário global: como refinanciar o Estado, para dar curso ao poder “de fato”, que o sistema financeiro global exerce sobre todas as instituições do Estado (de parte dos controladores do capital financeiro); e, de outro lado, como refinanciar o Estado para fazê-lo mais Estado Público e menos Estado Administrador da dívida pública (de parte da esquerda que aceita governar dentro da democracia). Este conflito tem muitas peculiaridades, determinações locais e nacionais, mas é da sua resolução que as forças políticas em conflito sairão, mais ou menos fortes, para os embates do próximo ciclo democrático.

Compor um programa, para a próximo período, para fazer este refinanciamento, que tenha, ao mesmo tempo, apelo político de massas e capacidade de implementação com fortes laços na esquerda política do país -chamando para a Coalizão o centro progressista e democrático- é a grande tarefa que deve refletir no processo eleitoral de 2014. Um novo CPMF para a Saúde e o Transporte, um Imposto sobre as grandes fortunas, fortes políticas de subsídio à inovação e às novas tecnologias, um amplo Sistema de Participação Cidadã, na produção de políticas públicas, são alguns dos itens que a esquerda democrática deveria oferecer à candidata que pode nos unir a uma ampla maioria popular, para governar por mais quatro anos com autenticidade e estabilidade.

(*) Governador do Rio Grande do Sul 

**via http://rsurgente.opsblog.org/  Foto: Tarso em Santiago/RS - 2010 - (Arquivo do Blog)

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Leudo Costa rompe com o PSDB e vai para o PMDB


O advogado e jornalista Leudo Irajá Costa (a direita na foto) anunciou ontem em seu Facebook sua filiação no PMDB. Leudo é santiaguense mas reside há quase 4 décadas em Porto Alegre. Na segunda metade  do ano passado ele esboçou um retorno a Santiago, tendo inclusive tido uma rápida e conturbada passagem (como diretor e radialista) pela Rádio Verdes Pampas, da qual foi desligado no final do ano

Em sua trajetória política, Leudo já esteve filiado na ARENA (época do bipartidarismo, quando esta sigla era alinhada com a ditadura militar e o MDB fazia o papel de  'oposição consentida'); em 1992 filiou-se ao PSDB, de onde saiu agora para adentrar no PMDB gaúcho. 

Segundo especulações oriundas dos meios políticos - e que apareceram na blogosfera - , é possível que Leudo venha a disputar o mandato de deputado estadual por sua nova agremiação partidária nas eleições do próximo ano.

Foto: Edson Brum, João Alberto Machado,  Rospide Neto e Leudo Costa (créditos: Leudo Costa, via facebook)

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

'Mensalão': Por que bonzinhos querem acabar logo com o show?


O jogo feio dos bonzinhos

por Paulo Moreira Leite*

Quando faltam 48 horas para o reinício do julgamento do mensalão, interrompido de forma abrupta por Joaquim Barbosa na quinta-feira da semana passada, é bom ir à substância das coisas.

Ao interromper o julgamento, Joaquim impediu o ministro Ricardo Lewandovski de expor seu ponto de vista sobre um recurso do deputado Bispo Rodrigues.

Condenado pela nova lei anticorrupção, Rodrigues quer que sua pena seja definida pela legislação em vigor no momento em que os fatos ocorreram, e não pela legislação posterior, que agravou as condenações. É um recurso simples, com fundamento em regras tradicionais do Direito, e tem muito fundamento lógico.

O mesmo princípio aplica-se a qualquer cidadão obrigado a prestar contas a Justiça, mesmo que envolva delitos mais leves, como o do estudante apanhado com um cigarro de maconha na mochila.

É claro que o tribunal precisa realizar este debate. A fase atual, de recursos declaratórios, destina-se exatamente a sanar dúvidas e contradições dos acórdãos.

E se alguém não enxerga uma contradição tão elementar como condenar uma pessoa com base numa lei que não estava em vigor no dia em que o crime foi cometido deveria voltar ao primeiro ano de Direito, certo?

O problema é que todos sabem do que estamos falando. A truculência de Joaquim, expressa uma questão de natureza muito mais grave, que vai além das boas maneiras e da cortesia. Coloca em risco o direito dos condenados a apresentar recursos, o que, afinal, é um direito assegurado pela legislação. É disso que estamos falando.

Nenhum ministro, nem o presidente do STF, pode tratar os direitos dos réus como aquilo que ele gostaria que fossem.

A Constituição não é aquilo que o Supremo diz que ela é mas aquilo que o povo, através de seus representantes eleitos, diz que é.

Tem gente que diz que Joaquim e Lewandovski tiveram um “atrito” na quinta-feira. Que vergonha. O presidente do STF tomou a palavra de um ministro que tinha todo direito de exercê-la. Lewandovski reagiu com a dignidade que a situação impunha. Que “atrito” é este?

Outro truque é falar que há uma “divergência” de opinião entre os ministros. É inacreditável. Os fatos ocorreram numa data e a nova lei estava em vigor em outra. Cadê a “divergência”?

Procurando livrar a cara de Joaquim, o último recurso de nossos conservadores é sugerir que ele peça desculpas a Lewandovski pelas palavras grosseiras que empregou na quinta-feira. Que bonito.

Compreende-se a origem de uma sugestão tão cavalheiresca. Gratificados pelos serviços políticos prestados por Joaquim Barbosa no julgamento, nossos conservadores querem lhe dar uma saída honrosa, inofensiva e fútil.

Topam fingir que assistimos a um incidente semelhante a um esbarrão numa escada no metrô, por exemplo. Ou à milésima reação “intempestiva”, “descontrolada”, do presidente do Supremo. Desculpas, desculpas. É, a palavra é mesmo apropriada.

Nossos cavalheiros dizem que estão em desacordo com a forma, um pouco grosseira demais, digamos assim. Querem esconder que apoiam o conteúdo. O problema, porém, é de conteúdo.

Recusar o debate sobre embargos declaratórios implica em atropelar direitos assegurados em lei. Não é um problema de boas maneiras. Nem de psicologia. Nem de saber se Joaquim força uma crise diante das câmaras de TV para renunciar ao cargo e lançar-se candidato a presidência. Vai ser escandaloso se isso acontecer, é claro. Mas é uma especulação.

É um problema de natureza política.

O erro consiste em bloquear um debate sobre erros e contradições dos acórdãos. Joaquim intimida dissidentes e discordantes. Interrompe o julgamento quando lhe convém.

E isso não é aceitável.

Este é o direito ameaçado por suas atitudes. Não é um problema pessoal entre dois ministros.

Depois de cobrir o julgamento como um espetáculo, sem o mais leve espírito crítico tão presente em seus editoriais, nossos meios de comunicação estão unidos a Joaquim Barbosa no esforço para acabar o show de qualquer maneira.

Com graus variados de sutileza, a postura de muitos observadores é de chantagem em torno de um novo fantasma, o 7 de setembro.

Perguntam: como “a rua,” “o monstro”, vai reagir, se até lá ninguém tiver sido preso?

Em vez de assumir seu papel social com dignidade e explicar por que nem sempre a Justiça anda nos prazos de uma novela de TV ou no CSI, pretende-se fazer o contrário: subordinar o mundo e os direitos das pessoas às regras da sociedade de espetáculo.

Estas regras, como se sabe, consistem em mostrar que tudo muda para que nada mude.

Depois de seguir o mandamento de Rudolf Hearst, inescrupuloso magnata da imprensa norte-americana, para quem ninguém perderia dinheiro investindo na “pouca inteligência do leitor,” usa-se a “pouca inteligência do leitor” para justificar uma política sem escrúpulos.

E aí chegamos ao verdadeiro problema.

O espetáculo não foi tão bom como nossos críticos querem nos fazer acreditar.

A contradição absurda entre datas, que chegou a consumir longos debates durante o julgamento, o que torna o tema ainda mais espantoso, é o primeiro ponto que precisa ser colocado em pauta. E é muito maior do que você pode imaginar.

Os grandes troféus do julgamento, José Dirceu, José Genoíno e Delubio Soares também foram prejudicados por essa falha “técnica”, digamos assim. Olhe, então, o tamanho do estrago que esse debate pode produzir – só no capitulo “datas.”

Será por isso que querem acabar logo com o show?

Sem dúvida. Há muito mais a ser debatido. E aí não vamos imbecilizar o diálogo. É claro que os condenados querem expor seu ponto de vista e provar suas teses, aproveitando cada brecha, cada pequeno respiro, que a legislação oferece. Isso não quer dizer que eles não tenham argumentos reais que devam ser considerados.

Essa atitude não transforma seu esforço em malandragem – embora a cobertura tendenciosa, facciosa, dos meios de comunicação, como definiu mestre Janio de Freitas, destine-se a sugerir que toda visão discordante contenha elementos de desonestidade.

Não é Fla x Flu. É Flu x Flu. Ou Fla x Fla.

Os condenados precisam de tempo, que não tiveram na primeira fase do julgamento.

A leitura de muitas alegações sugere que não tivemos um julgamento de verdade em 2012. Não se considerou os argumentos da outra parte, nem se deu a atenção devida a contradições entre as acusações e as provas. Estamos falando do direito de pessoas, não de personagens de um programa de TV. Estamos falando da liberdade individual – um bem que não pode ser tratado com pressa nem com desprezo, vamos combinar.

Para quem está impaciente, fazendo a chantagem da rua, do monstro, não custa lembrar que não se teve a mesma impaciência com o propinoduto tucano, que começou a ser denunciado em 1998 e teve seu primeiro indiciamento há apenas quinze dias…Isso mesmo: há quinze dias.

Mesmo assim, já tem gente reclamando contra o uso da teoria do domínio do fato contra o PSDB.

Curioso, não?

*Jornalista - Via Viomundo   http://www.viomundo.com.br