quinta-feira, 30 de abril de 2015

Viva o Dia Internacional dos Trabalhadores!



*Em Porto Alegre/RS o Ato Político será realizado no Gasômetro (centro histórico), com início às 14 horas. Caravanas do todo o Rio Grande estão se direcionando para a capital dos gaúchos. O Editor deste blog, com certeza (juntamente com os companheiros do DAP** do PT, demais sindicalistas e militantes sociais), também se fará presente. À luta! (JG)

**Diálogo e Ação Petista

terça-feira, 28 de abril de 2015

1º DE MAIO NÃO É DIA DE FESTAS: É DIA DE LUTA!


1º de Maio – DIA DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA!
Mobilização Geral  Nacional 
Ato Político
Local: Usina do Gasômetro/ Porto Alegre
Horário: 14 horas

O momento é de mobilização permanente, de ocupação das ruas, de dar visibilidade as nossas pautas, de mais democracia, de Reforma Política e de denunciar o desmonte do mundo do trabalho com a aprovação do Projeto de Lei nº 4330, e de não permitir o avanço conservador do Congresso com a tentativa de aprovação da Maioridade Penal, mudanças no Estatuto do Desarmamento e reformas do projeto do Pré-Sal.

Neste sentido, o PT junto com os movimentos sociais e sindical prepara um grande 1º de Maio – DIA DO TRABALHADOR (A).

Para isso, reuniu representantes de 13 municípios da região metropolitana, e reforça no interior do Estado, o contato com prefeitos, vices, vereadores e lideranças partidárias para organizar o ato político do dia 1º de Maio, DIA DO TRABALHADOR (A), chamado para a Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, envolvendo suas forças políticas e militante neste calendário de lutas que une a classe trabalhadora.

Leia Resolução na íntegra:
O MOMENTO É DE MOBILIZAÇÃO PERMANENTE EM DEFESA DA DEMOCRACIA, DO DESENVOLVIMENTO E DOS DIREITOS
 O atual momento político brasileiro revela, de forma preocupante, o ascenso da criminalização da política e dos movimentos sociais, do ódio e do preconceito de classe. É a expressão mais clara da luta de classes que opõe os interesses dos ricos aos avanços sociais promovidos pelo Governo Federal ao longo dos últimos 12 anos. Entre esses avanços, além das políticas sociais que, por exemplo segundo a ONU, tiraram o Brasil do mapa da fome, está o mais forte processo de investigação da corrupção, jamais vista na história de nosso país.
Em face a esses acontecimentos, o PT/RS, mais uma vez, repudia manifestações que defendem um golpe a um Governo legitimamente eleito RATIFICA os encaminhamentos já aprovados pelo Diretório Estadual do PT/RS, contra os intensivos ataques conservadores que vem sofrendo por parte da direita reacionária e golpista do País e que se faz representar no Congresso Nacional.
Diante dessa realidade, o momento é de mobilização permanente, ocupando as ruas das nossas cidades para, com muita visibilidade, denunciar que está em curso o desmonte do mundo do trabalho no Brasil com a aprovação do Projeto de Lei nº 4330 que autoriza empresas, públicas e privadas, a instituírem a terceirização. Além do forte ataque aos direitos sociais e trabalhistas, outras pautas conservadoras estão em discussão no Congresso Nacional e precisam, da mesma forma, de nossa mobilização contrária, como a MAIORIDADE PENAL e as mudanças no ESTATUTO DO DESARMAMENTO.
É incompreensível e extemporâneo, querer antecipar a pauta das ELEIÇÕES MUNICIPAIS de 2016.
Conforme o art. 139 do Estatuto Partidário, a abertura do período eleitoral para indicação de candidaturas majoritárias e proporcionais deve respeitar o calendário estabelecido pelo Diretório Nacional, o que não foi feito ainda.
Assim, neste momento, é absolutamente necessário dirigirmos todas as nossas energias para responder aos desafios da conjuntura estadual e nacional!
COMISSÃO EXECUTIVA ESTADUAL
Porto Alegre, 13 de abril de 2015.
*Com o http://portal.ptrs.org.br/

domingo, 26 de abril de 2015

Canto dos Livres




*Cenair Maicá - Canto dos Livres (clique no vídeo acima p/escutar)

**CLIQUE AQUI para escutar (e assistir) um grande Show histórico com Cenair, Chaloy e Jaime Caetano Braum.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Contribuição do DAP ao 5º Congresso do PT



                          'AGIR COMO O PT AGIA!'


Militantes do DAP no grande Ato do dia 15/04/2015 em SP

Ato do DAP em São Paulo - SP - Maio/2014
Mesa do Ato do DAP em São Paulo/SP - Maio/2014

Mesa do Encontro Nacional do DAP  em Brasília/DF - Dez/2014




Ato do DAP em Brasília/DF

CLIQUE AQUI  para ler na íntegra a contribuição do Diálogo e Ação Petista ao 5º Congresso do PT (via Blog do Júlio Garcia).

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Eles devolveram o sentido de ir às ruas no 1º de Maio






A PL das terceirizações pretende acabar de vez com a agenda do desenvolvimento para jogar o país na lógica global do neoliberalismo espoliativo

Por Saul Leblon*


A sofreguidão conservadora cometeu um erro do qual talvez não consiga mais se redimir. Ou pelo menos não tão cedo, nem  tão facilmente.

Vitoriosa ou derrotada, carregará na testa para sempre a marca de ferro com as iniciais do seu dono: ‘Fiesp’.

Em ordem unida, a bancada dos patrões –inclua-se o tucanato e respectivas subespécies do mesmo ninho ideológico--  abraçou uma bandeira que empresta incandescente transparência às reais intenções por trás da cruzada moralista catalisada pela Lava Jato.

A terceirização total da força de trabalho no país  – doa a quem doer, como parece ser a determinação do adido patronal no Legislativo, Eduardo Cunha--  carrega  abrangência e letalidade suficientes para expor a matriz dos interesses que hoje fustigam o governo, sangram o PT, asfixiam a Petrobrás e não hesitam em quebrar o Brasil.

Com tal radicalidade, a PL 4330 ressuscitou algo que parecia ter se perdido  na imparcial conduta do juiz Moro no combate à corrupção: a luta de classes.

Borrada igualmente fica a narrativa  que equipara a encruzilhada do desenvolvimento brasileiro a uma monocausal paralisia sanável com água, sabão,  arrocho e fim do governo do PT.

Nenhuma faxina restauradora terá o efeito desejado, porém, ressalva o jogral conservador, se a viga mestra do edifício econômico não for recolocada no devido lugar: ‘é preciso derrubar o custo Brasil’, cortando a  mãe de todos os despropósitos, o custo do trabalho.

Esse é o  pulo do gato do país de Getúlio Vargas para o de Aécio, Skaf & Cunha e assemelhados.

A isso se propõe a PL 4330, ao autorizar o desmonte da CLT em todos os setores, para todas as funções laborais, em plena retração do emprego e da economia brasileira.

O ímpeto conservador quebrou o cristal do combate entre puros e sujos ao fazer aflorar a pertinência da luta dos trabalhadores e de suas organizações contra a pantagruélica bocarra dos detentores da riqueza.

Foi esse discernimento perigoso que escapou da garrafa para as ruas de todo o país na semana passada, em manifestações de dezenas de milhares de pessoas em 23 estados contra a terceirização.

A evidência prática do que é capaz uma frente ampla motivada e mobilizada –neste caso em pouquíssimos dias e com o boicote sabido do dispositivo conservador--  gerou efeitos igualmente pedagógicos.

Informe-se para os devidos fins: a rua funciona.

Lula sabe disso. Mas o cerco dos punhos de renda ao seu redor insiste em sombrear seu discernimento.

Desta vez não deu.

Em questão de horas, a bancada dos patrões recuou. 

Depois de votar maciçamente pela implosão dos direitos trabalhistas, o Congresso adiou o escrutínio das emendas finais à PL 4330 para a próxima quarta-feira, 22/04.

Não sem defecções.

Metade da bancada do PSDB hesita agora em expor seu rosto e seu nome na  votação final.

A rua funciona.                                                                                                                                                                                                                                        
Essa  lição tem um valor inestimável nos dias que correm.

Em primeiro lugar, para tirar o campo progressista do atoleiro das elucubrações existenciais e focar no que importa.

O que importa, insista-se contra o enfado dos punhos de renda, é construir nas ruas a frente ampla progressista que pode representar os intereses majoritários da sociedade no enfrentamento da ofensiva das elites.

O conservadorismo brasileiro, guardadas as devidas proporções, resolveu reeditar aqui o 1984 inglês.

Como se sabe, o 1984 inglês passou à convenção dos valores mercadistas como o ano em que o neoliberalismo veio à luz, graças à derrota sangrenta imposta por Margareth Tatcher a uma greve de mineiros de carvão que durou um ano.

O sindicato era um símbolo da luta operária europeia tendo sido o principal responsável pela conquista de uma avançada legislação de direitos trabalhistas ainda no século XIX.

A primeira ministra conservadora tinha opinião formada sobre isso.

“Maggie’ encarava o poder mineiro como a antessala do comunismo.

Via na sua tenacidade um inibidor da liberdade dos mercados, que onerava os custos de produção, alimentava a inflação, corroía a competitividade da economia inglesa nos mercados mundiais.

Soa familiar?

Exatamente.

Para esmagar os mineiros, a primeira-ministra, cuja morte em abril de 2013 inspirou um animado carnaval fora de época nas ruas da Inglaterra, não poupou truculência e contou com a solidariedade de classe.

Reagan forneceu carvão a baixo custo à amiga ‘Maggie’  para que seu governo pudesse atravessar o inverno rigoroso da velha Albion, sem ceder aos trabalhadores.

Vitoriosa, Tatcher aproveitou o refluxo do movimento operário para completar o serviço.

Uma legislação restritiva imobilizou os sindicatos.

A mudança na correlação de forças pavimentou a desregulação e a privatização da economia inglesa, consolidando-se então as bases do que ficaria conhecido como a hegemonia neoliberal no planeta.

O triunfo, porém,  não teria sido tão retumbante  – pelo menos não a ponto de oferecer uma nova síntese capitalista--  sem a rendição do Partido Trabalhista, de Neal Kinnock.

Objetivamente, os trabalhistas –a social democracia inglesa-- deixaram os mineiros sem retaguarda política ao aderir aos albores do neoliberalismo.

Anos mais tarde, ao fazer um balanço do seu ciclo, Tatcher mostrou-se reconhecida. Ao ser indagada  sobre qual teria sido a sua principal obra, respondeu com um sorriso mordaz: ‘Tony Blair’.

O desafio da frente ampla progressista é não permitir que 2015 seja o 1984 brasileiro.

Não é pouco o que está em jogo.

A PL 4330 não é um embate pontual.

Trata-se de uma chave-mestra.

Com ela pretende-se  arrombar a agenda do desenvolvimento para, de uma forma definitiva, enquadrá-lo na lógica global do neoliberalismo espoliativo.

A exemplo do que se passou sob Tatcher, a desregulação do mercado de trabalho brasileiro não apenas favorece essa mutação.

Ela torna essa travessia funcional; estruturalmente compulsória.

Ao desativar o potencial ordenador que a pujança do mercado de massa brasileiro exerce nas balizas do desenvolvimento, abrem-se as portas para uma mexicanização da economia.

Mão de obra barata e pobreza sem fim; abertura comercial desenfreada e desmonte de políticas soberanas de desenvolvimento.

Nem Brics, nem pré-sal, nem integração latino-americana.

Maquiladoras, Alca, desigualdade, gangues, anomia.

Revogada a estaca estruturante deixada por Vargas –que redundou no sindicalismo metalúrgico do ABC e num Presidente operário até hoje não digeridos pelas ‘classes produtivas’ (sic)  tudo o mais escorre  com a água do banho.

Políticas sociais, previdência universal, valorização do salário mínimo, SUS etc

Não há tempo para ingenuidade.

A velocidade espantosa com que as coisas se dão exige respostas de uma prontidão engajada e corajosa.

Há apenas dois anos, o país discutia o ‘apagão’ de mão de obra e a frontera do pleno emprego.

Em 29/04/2013, uma reportagem de ‘O Globo’  tinha como título: ‘’Dificuldade para contratar, a maior queixa das empresas’. O texto exprimia a insatisfação empresarial com uma taxa de desemprego que escavava o seu ponto mais baixo em uma década.

‘O apagão, antes concentrado em cargos mais qualificados, começa também a chegar a outros setores, como construção civil e comércio’, lamentava a reportagem.

Derrubar as pilastras do pleno emprego e de seus desaforos intrínsecos  – salários reais em alta, benefícios maiores, sindicatos fortes e empregados altivos — é a obra demolidora a que se atira diuturnamente o mutirão do arrocho desde então.

É essa a filiação da A PL 4330.

Trata-se de uma marretada de classe; uma margareth tatcher na forma de lei.

Para demolir ao mesmo tempo dois inconvenientes: o custo do trabalho e o poder político do trabalhador.

A ambição não é nova.

Em 2001, uma legislação equivalente foi aprovada na Câmara Federal, presidida então pelo tucano Aécio Neves.

Antes que a medida chega-se ao Senado, porém,  Lula chegou ao poder.

Arquivou-se por 14 anos o assalto à carteira do trabalho.

A vulnerabilidade atual  do PT, associada à transição de ciclo econômico que estreitou a margem de manobra do governo, reabriu a ‘cunha’ para ombrear o país ao mundo e colocar de joelhos o trabalho assalariado.

Lênin classificava esse tipo de ofensiva como ‘formas científicas de extrair o suor’.

Assim como a reengenharia dos anos 80, o downsizing  da década seguinte, o assalto ao suor do povo brasileiro agora é vendido à opinião púbica como um poderoso impulso ao crescimento e à criação de vagas.

Se a experiência precedente servir de parâmetro não há razões para tanto otimismo.

Como diz o editorial de Carta Maior no Especial sobre os Brics (leia nesta pág) :

‘A  devastação do mundo do trabalho pelo desemprego e a supressão de direitos é a tônica do nosso tempo. É como se uma  gigantesca  engrenagem cuidasse de tomar de volta tudo aquilo que transgrediu os limites da democracia política formal em direção  a uma verdadeira democracia econômica e social.

Instala-se em seu lugar um paradigma de eficiência feito de desigualdade ascendente.

A política contribuiu de maneira inestimável para o modo como essa lógica se impôs.

Erros e derrotas acumulados pela esquerda mundial desde os anos 70, sobretudo a colonização de seu arcabouço programático pelos valores e interditos neoliberais – de que tanto se orgulha Tatcher--  alargaram os vertedouros de uma dominância financeira cuja presença tornou-se ubíqua em todas as esferas da vida humana.

A queda do Muro de Berlim, em  1989, consagraria aquilo que os mais apressados se atreveram a denominar de ‘fim da historia’. Não era. Mas os sinais vitais nunca se mostraram tão frágeis para inaugurar um novo ciclo.

Não por acaso, ao sobrevir o colapso neoliberal em 2008 configurou-se ineditamente uma ruptura capitalista desprovida de força social capaz de transformá-la em mudança de época.

O que se paga agora em perdas e danos sociais é a fatura desse vazio’.

Para clarear as coisas: não foi a crise atual que gerou o arrocho e a pobreza em desfile no planeta.

Foi a precarização do trabalho irradiada desde meados dos anos 80, bem como a implosão das fronteiras nacionais do desenvolvimento –sobretudo com o advento das cadeias globais na indústria-- que conduziram ao desfecho explosivo da crise de 2008.

Para quem cogita que a PL 4330 possa conter uma semente de mostarda de modernidade e de capacidade de regeneração do crescimento e do emprego brasileiro , vale lembrar:

Reagan em 1981, antes até de Tatcher, impôs um derrota  simbólica esmagadora à greve  dos controladores de vôo norte-americanos. A partir daí, desencadeou um devastador  sucateamento laboral nos EUA.

Fatos:

-desde 2000, a classe média americana munida de diploma universitário  não tem aumento real  de poder de compra;

-mais de 46 milhões de norte-americanos vivem agora na pobreza, constituindo-se na taxa mais elevada dos últimos 17 anos: 15,1% ;

-em termos absolutos, o contingente atual de pobres dos EUA é o maior desde que Census Bureau começou a elaborar as estatísticas há 52 anos.;

-os EUA gastam atualmente US$ 80 bi  por ano com ajuda alimentar - o dobro do valor registrado há cinco anos;

- desde os anos 80, a dependência de ajuda para alimentação cresce mais entre os trabalhadores com alguma formação universitária --  sinal de que sob a égide  dos mercados desregulados, a  ex- classe média afluente não consegue sobreviver sem ajuda estatal;

- cerca  de 28% por cento das famílias que recebem vale-refeição são chefiadas por uma pessoa com alguma formação universitária;

- hoje o food stamps atende  1 em cada sete norte- americanos;

- de  2000 a 2011 , salários baixos e desigualdade  foram responsáveis por 13% da expansão do programa – contra  3,5%  entre 1980 e 2000;

- pesquisas relativas ao período de 1979 e 2005 (ciclo neoliberal anterior à crise) revelam que 90% dos lares norte-americanos viram sua renda cair nesse período; apenas 1% das famílias ascendeu à faixa superior a meio milhão de dólares;

- 21% dos menores norte-americanos vivem em condições de pobreza atualmente.

O quadro acima não é genuíno.

Um quarto de todos os lares da Inglaterra e País de Gales, cerca de 20 milhões de pessoas, vive em estado de pobreza atualmente, num sólido legado de sucessivos governos neoliberais, desde Tatcher, passando por Blair até chegar a Cameron;

-relatório recente da OCDE - não propriamente uma trincheira progressista -- indica que a renda média de 10% das pessoas mais ricas nos países desenvolvidos  é nove vezes superior à renda media dos 10% mais pobres.

Foi sobre essa base social esfacelada pela precarização e a transferências de empregos e empresas às 'oficinas asiáticas', que se instalou o colapso neoliberal.

Ao incentivar o consumo dos sem renda com uma oferta desmedida de crédito, a especulação financeira desencadeou a espiral que levaria às subprimes.

O resto é sabido.

Ao contrário do que afirma o trio Cunha, Skaf & Aécio, portanto, o desmonte do mundo do trabalho não apenas se revela uma resposta inadequada à superação da crise e à criação de vagas , como se destaca entre os fatores que desencadearam o seu colapso nas nações ricas.

Estamos falando de economias cuja participação do trabalho na renda nacional  –embora declinante— ainda é bem superior à brasileira, que recuou de mais de 56% nos anos 50,  para um patamar inferior a 40% ao final do governo FHC.

Embora tenha  retomado  a curva ascendente no ciclo do PT, persiste ainda muito distante do pico registrado há mais de meio século.

É sob esse pano de fundo que a PL 4330 evidencia seu impulso regressivo, capaz de arrastar diferentes elos e dinâmicas da luta pelo desenvolvimento no século XXI.

Esse risco gigantesco, paradoxalmente, encerra também o poder de desencadear o seu antídoto.

Qual?

A energia coletiva hoje desperdiçada em descrença individual, prostração solitária, perplexidade imobilizante, sectarismo ideológico e uma incontável constelação de pequenas reuniões em casas de amigos, em foruns sindicais, em debates universitarios e conversas avulsas de brasileiras e brasileiros  inconformados com o assalto conservador em marcha no país.

As manifestações do último dia 15 podem ter sido a primeira trinca nesse dique de perplexidade em direção a uma frente ampla da revolta  com o desassombro, da esperança com o engajamento coletivo.

A petulância conservadora chegou a tal ponto no Brasil que o presidente da Câmara marcou a nova votação do PL 4330 para a semana anterior ao 1º de Maio.

Chegou  a tal ponto que devolveu o sentido de ir às ruas  neste dia 1º de Maio de 2015. 

A ver.

*Jornalista - Fonte: Carta Maior

terça-feira, 21 de abril de 2015

1º DE MAIO NÃO É DIA DE FESTAS: É DIA DE LUTAS E REFLEXÕES!



CLIQUE AQUI para ler (sítio do jornal 'O Trabalho').

*Para acessar o sítio da CUT Nacional, CLIQUE AQUI

domingo, 19 de abril de 2015

Roberto Amaral: “República é governada por aliança de Globo, Cunha, Moro e Mendes”



Roberto Amaral: “República é governada por aliança de Globo, Cunha, Moro e Mendes”


*Por Igor Felippe/ @igorfelippes

Roberto Amaral gosta quando é chamado de cientista social e autor do livro “Socialismo: vida. morte ressurreição”, em parceria com Antônio Hoauiss. No entanto, sua carreira vai para além do muro das universidades.

Um dos quadros mais preparados e comprometidos do velho PSB, foi ministro da Ciência e Tecnologia no governo Lula. Com a morte do líder do partido, Eduardo Campos, no meio da disputa presidencial em 2014, virou presidente do PSB e renunciou quando o partido aderiu à candidatura de Aécio Neves, no segundo turno da disputa.

Amaral está acompanhando a conjuntura política e tem produzido muitos artigos, publicados em seu blog na internet. Nesta entrevista exclusiva, ele apresenta sua análise da crise que o país atravessa. Leia abaixo.

Impasse institucional

Para além da crise do governo Dilma, caminha-se para um impasse institucional açulado pelo avanço político e eleitoral de forças assumidamente de direita, aliadas a setores irresponsáveis do capitalismo moderno, usando e sendo usados pelo que há de mais atrasado na política brasileira: o fisiologismo, o fundamentalismo religioso, a corrupção, o sentimento antipopular, antinacional. Esse ajuntamento está sendo coordenado política e ideologicamente pela grande imprensa brasileira, que desempenha, hoje, entre nós, o mesmo papel desestabilizador — da economia, da política e do governo — levado a cabo em 1954 e nos idos de 1963/64, com as consequência sabidas para o povo brasileiro.

Desestabilização

A rigor, a última eleição presidencial só se encerrou em 2014 do ponto de vista jurídico. Politicamente, ela prossegue, sem intervalo, sem descanso. No Brasil inauguramos o ´terceiro turno`, com o objetivo claro e assumido de desestabilizar o governo recém-eleito, o que equivale a tentativa de invalidar o pronunciamento eleitoral. Esse processo antidemocrático e antirepublicano observa etapas cuidadosamente planejadas: primeiro, fase vencida, a tentativa de deslegitimar o mandato com o especioso pedido de recontagem dos votos, a seguir a tentativa de impedimento (fase atual). Se desta não se saírem vitoriosas, as forças da reação intentarão impedir o governo Dilma. Ela fica, jungida.

Fragilizar a economia nacional

A terceira fase é a desconstituição da Petrobrás (a destruição da empresa nacional ligada à indústria do petróleo, a revisão do sistema de partilha para entregar o pré-sal às companhias estrangeiras), a desestabilização do BRICS, a destruição do MERCOSUL e a retomada da Alca e, ao fim e ao cabo, o retorno da subserviência na política internacional. Houve, sim, muita bandalheira na Petrobrás, derivada do concluiu entre empresários e executivos desonestos. No entanto, fica claro que a campanha de imprensa é uma cortina de fumaça do grande objetivo: desconstituir a empresa e fragilizar a economia nacional. O desnudamento está explícito no jornal Valor de 27 de fevereiro passado. Diz-se ali: segundo cálculos do Bank of America Merrill Liynch (BofA), a Petrobras “precisa vender US$ 20 bilhões em ativos” e cortar substancialmente seus investimentos em pelo menos US$ 25 bilhões”.

Sangrar ou derrubar o governo?

A direita trabalha com as duas hipóteses, e começa pelo mais barato: a sangria sob controle na sequência que enunciei na resposta anterior. Do meu ponto de vista, o golpe já foi dado, e seu dia inaugural foi a eleição do sr. Eduardo Cunha para a presidência da Câmara dos Deputados, representando as forças nacionais do atraso e as forças internacionais que não admitem a hipótese de nosso desenvolvimento soberano (principalmente ajudando a América do Sul a seguir o mesmo caminho de independência e defesa prioritária de seus interesses nacionais e dos interesses de seus povos).

Ofensiva continental

A ação desestabilizadora começou na Venezuela, foi repelida no Equador e na Bolívia, se instalou na Argentina e agora está em curso em nossa casa. Desse projeto, Eduardo Cunha é servidor habilitado, competente e já anunciou ao que veio: nada de progresso legislativo e sim revisão dos avanços. Nada de reforma politica democrática, mas sim abertura para a ação corruptora do capital privado, do empresariado rentista e financeiro, cujos interesses ele muito bem representa. Não sem razão, no vestibular de sua campanha para a presidência da Câmara, o deputado Cunha se apressou em estabelecer acordo com o sistema Globo, anunciado publicamente pelo grande jornal, de impedir a tramitação de qualquer iniciativa que vise ao controle social das empresas de comunicação eletrônica, na contra-mão do que determina a Constituição.

Aliança do poder

A República, hoje, é governada por uma aliança informal constituída pelos meios de comunicação de massa liderado pelo sistema Globo, por uma Câmara dos Deputados conservadora e chantagista, por um Ministério Público e uma Polícia Federal e segmentos do Judiciário que exorbitam de suas competências. O autoritarismo da ‘República de Curitiba’ é bem representados no Rio de Janeiro por esse Flávio Roberto de Souza, ainda juiz da 3ª vara federal criminal do Rio de Janeiro que se permite usufruir os bens de luxo apreendidos judicialmente por ele mesmo. Hoje, qualquer juiz, mesmo qualquer ministro do STF, antes de prolatar uma sentença ou relatar um processo, ou votar num colegiado, consulta, não mais os autos, não mais sua formação jurídica, não mais sua consciência; ele se pergunta como seu julgamento será recebido pela grande imprensa.

Enfraquecimento do governo

Deve-se não necessariamente nessa ordem: aos erros coletivos do PT e aos erros individuais de importantes lideranças suas; à natural fadiga de material após 12 anos de governo; à crise internacional; à crise econômica nacional; à crise hídrica (da qual pode resultar a crise de fornecimento de energia) e, na base de tudo, à coalizão partidária, uma verdadeira mixórdia, montada para dar sustentação (que sustentação?) ao governo a partir de negociações pouco republicanas. [Ou, como diria Chico Buarque, "tenebrosas transações"...]

Dispersão no Congresso

Por ausência de estratégia de governo, por ausência de uma estratégia política dela resultante e dela servidora. Pelas políticas pontuais, priorizando iniciativas táticas fora de um conjunto planejado de ação. Mas também pelo autismo do PT, por uma certa ausência de humildade e pela incapacidade de fazer autocrítica.

Protestos da direita

A ocupação das ruas pela direita é o outro lado da ausência das forças de esquerda e progressistas. Onde elas estão? Onde estão nossas lideranças sindicais e estudantis? Onde estão os partidos que controlam os gabinetes da Esplanada dos Ministérios? É necessário ocupar os espaços que a esquerda está deixando vazios, fazer o discurso que a nação aguarda, já inquieta.

Fonte: http://www.revistaforum.com.br/

sábado, 18 de abril de 2015

POR QUE OS ATAQUES AO PT ?



  
A repetição de um velho expediente da direita e de seu braço na mídia 

Por Ignacio Godinho Delgado*1

Em 1945 o então Partido Comunista do Brasil (PCB) surpreendeu a todos, alcançando cerca de 10% dos votos nas eleições presidenciais e elegendo 14 deputados e 2 senadores. Habilitava-se assim a canalizar na cena política e partidária o movimento operário e parcelas expressivas da classe média e do “eleitorado popular” brasileiro. Em 1947, teve seu registro cassado, em deliberação no congresso em que não faltou o empenho do Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB, criado por Getúlio Vargas exatamente para disputar o eleitorado popular urbano.

O mesmo PTB, entre 1945 e 1964, assumiria de forma cada vez mais expressiva o papel de canalização do eleitorado popular urbano, especialmente as parcelas integrantes do mercado formal de trabalho e o movimento sindical. Com crescimento expressivo em todo o período, segundo pesquisa IBOPE não divulgada à época, em março de 1964, às vésperas do golpe militar, assistia-se a uma afirmação ainda mais contundente do PTB, com o favoritismo de João Goulart nas eleições presidenciais de 1965, caso não houvesse restrições legais à sua candidatura2. O golpe de 1964 e, depois, o Ato Institucional Nº 2, que criou o bipartidarismo, interromperam esta trajetória.

Mais à frente, em 1978, a afirmação eleitoral do MDB levou o regime militar a redesenhar o sistema partidário de modo a fugir da armadilha do bipartidarismo, que tornava toda eleição plebiscitária. Registre-se, contudo, que o MDB não foi proscrito, sendo substituído pelo PMDB, não conseguindo firmar-se como uma alternativa capaz de canalizar a participação do eleitorado popular na cena política brasileira. Faltava-lhe a raiz sindical e a identidade trabalhista.

O PT acabou por firmar-se como herdeiro inesperado da tradição trabalhista, embora nascido com uma postura crítica em relação ao PTB e ao PCB. Na década de 1990, diante dos descalabros provocados pelas políticas neoliberais, com seu rosário de desnacionalização, regressão social e perda da capacidade governativa do Estado, reconciliou-se com a herança nacionalista de Vargas. No governo, preservando o controle da inflação e incorporando os segmentos mais pobres da população à política social, através de medidas como o Bolsa Família, forjou uma vigorosa parceria entre os trabalhadores do mercado formal e os demais segmentos do “eleitorado popular” brasileiro.

Por isto o PT é objeto de combate sem tréguas da mídia e da direita. Tal como se fizera com o PTB, o que se quer é, mais uma vez, estigmatizar as forças políticas que conseguiram dar expressão ao eleitorado popular. Se este se comporta com um padrão que Fábio Wanderley Reis denominou a “síndrome do Flamengo”, identificando de forma elementar os polos do universo político entre o “povo” e a “elite”, no caso do PTB e do PT tal inclinação afinou-se resolutamente com a identidade trabalhista3. Na medida em que esta passa a abarcar também os setores populares dissociados do mercado formal e do universo sindical, as possibilidades de êxito eleitoral da direita restringem-se enormemente.

O jogo da direita sempre foi, desde a UDN, entupir o debate político com denúncias de corrupção, para ocultar o conteúdo antipopular e antinacional de seu projeto. É indispensável apurar qualquer denúncia de corrupção, julgar quem for acusado e punir os culpados, o que aliás tem sido feito com uma intensidade nunca antes existente no Brasil, a partir da ascensão de Lula ao governo, em virtude da criação de instrumentos como o Portal da Transparência, da Controladoria Geral da União, bem como do fortalecimento das ações e da autonomia da Polícia Federal e do Ministério Público. Contudo, se a preocupação real da direita e da mídia fosse realmente a corrupção, para ficarmos nos casos recentes, a Lista do HSBC e a Operação Zelotes (que alcançam nomes de peso da mídia e da direita), deveriam receber na imprensa um peso igual ou maior que a Operação Lava Jato, baseada em delações premiadas e seletivamente divulgada, para atingir apenas o PT, embora alcance quase todo o espectro partidário brasileiro. Acontece – -  almeja a mídia e direita – que a Operação Lava Jato pode ter como subprodutos o enfraquecimento da Petrobrás, a dissolução do regime de partilha na exploração do Pré-Sal e o comprometimento da força eleitoral do PT. Setores mais retrógrados, com forte viés fascista, falam até em cassar o registro do partido.

Nada de novo: trata-se de embaralhar o jogo e diluir a identidade alcançada pelo eleitorado popular na cena política brasileira, com o propósito de alcançar na marra o que não se consegue nas urnas.

1 - *Professor de História e Ciência Política na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia-Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED). Doutorou-se em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1999, e foi Visiting Senior Fellow na London School of Economics and Political Science (LSE), entre 2011 e 2012.

2 – Sobre o crescimento do PTB no período e a pesquisa IBOPE, ver LAVAREDA, A. (1991) A Democracia nas Urnas. Rio de Janeiro: Rio Fundo Ed. / IUPERJ. O dado sobre a intenção de votos em Goulart, na mesma pesquisa, aparece em MAGALHÃES, M. (2015) “Pesquisa Ibope de março de 1964 mostra que Jango mantinha alta popularidade”. UOL. Blog do Mário Magalhães. Disponível em http://blogdomariomagalhaes.blogosfera.uol.com.br/2014/03/27/ibope-de-marco-de-1964-mostra-que-joao-goulart-mantinha-alta-popularidade/ Acesso em 15/04/2015.

3 – REIS, F. W. (2000) “Identidade, Política e Teoria da Escolha Racional”. In Reis, F.W Mercado e Utopia. São Paulo: Edusp, pp. 63-82. 

Fonte: Blog Conversa Afiada www.conversaafiada.com.br

sexta-feira, 17 de abril de 2015

#ExplicaMoroPorqueSoPT




“Explica, Moro. Por que só PT?”

Nas redes sociais, internautas lançam campanha para questionar os pesos e as medidas utilizadas pelo juiz Sérgio Moro, que mandou prender o tesoureiro do PT enquanto diversos outros nomes de outros partidos citados em delações continuam soltos; hashtag #ExplicaMoroPorqueSoPT ficou em primeiro lugar nos Trending Topics do Twitter

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quinta-feira, 16 de abril de 2015

RÁDIO CUT, onde a Classe Trabalhadora tem Voz!




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NOTA OFICIAL DO PT: 'Sob a égide do Estado Democrático de Direito, prevalece o princípio fundamental de que todos são inocentes até prova em contrário'




O Partido dos Trabalhadores manifesta-se a respeito da desnecessária detenção, na data de hoje (15/04), do Secretário de Finanças e Planejamento, João Vaccari Neto, nos seguintes termos:

1 – A detenção de João Vaccari Neto é injustificada visto que, desde o início das investigações, ele sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento que lhe fosse solicitado. Convocado, prestou depoimento na Delegacia da Polícia Federal de São Paulo, em 5 de fevereiro desse ano. Além disso, na CPI da Petrobras, respondeu a todas as questões formuladas pelos parlamentares.

2 – Reafirmamos nossa confiança na inocência de João Vaccari Neto, não só pela sua conduta à frente da Secretaria Nacional de Finanças e Planejamento, mas também porque, sob a égide do Estado Democrático de Direito, prevalece o princípio fundamental de que todos são inocentes até prova em contrário.

3 – Os advogados que cuidam da defesa de João Vaccari Neto estão apresentando um pedido de habeas corpus para que sua liberdade ocorra no prazo mais curto possível.

4 – Informamos ainda que, por questões de ordem práticas e legais, João Vaccari Neto solicitou seu afastamento da Secretaria de Finanças e Planejamento do PT.

5 – O Partido dos Trabalhadores expressa sua solidariedade a João Vaccari Neto e sua família, confiando que a verdade prevalecerá no final.

Rui Falcão
Presidente Nacional do PT