quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

O fim do ano de 2021: fez escuro mas eu canto

                              


                              Foto: Luiza Castro/Sul21

Por Roger Flores Ceccon* 

O fim é sempre uma utopia, mas 2021 chegou ao seu final. Oxalá. Um longo e trágico ano. Quem diria? Mais de 600 mil famílias em luto. Por uma doença prevenível. Pandemia. Caos. A fome voltou com tudo, a miséria também. O Bolsa Família acabou e ossos são vendidos no supermercado à preço de farinha. O gás está mais de cem. Preço do custo. A Bahia, meu bem, está debaixo d’água, e a vacina é desacreditada com desdém. O presidente está em férias. Amém. E o rei está nú. 

2021 foi uma odisseia no espaço, trocadilho ao incrível filme de Stanley Kubrik. Odisseia como referência à uma longa perambulação marcada por eventos imprevistos. No nosso caso, totalmente imprevistos. Previsto era apenas a forma como reagiríamos à crise que se instalou. Era a crônica da morte anunciada. A bizarrice venceu. E deu no que deu. Rastejamos nessa perambulação. Humilhados. De máscara e álcool gel. Sem eira e nem beira. Peregrinamos sem saber onde íamos, enquanto outros morriam. Por falta de ar, entubados. Festas aconteciam. Enterros também – sem velórios. Milhares. Os militares comiam filé. Alguns enriqueciam. Nem máscara vestiam. E nós fomos para o espaço. 

Chega ao fim um ano que jamais terá fim. E nem deve. É preciso lembrar. Cultivar a memória do vivido, do sofrido. A memória das pessoas que partiram. Precisamos lamentar as nossas dores, lamber as nossas feridas. Sempre. Só assim não repetiremos a barbárie. Não temos nada a comemorar. Foi o ano que jamais devia ter existido. 

No ano que chega ao fim, jogamos xadrez com a morte. Como no filme sueco O sétimo selo, de Ingmar Bergman. No longa-metragem, um cavaleiro retorna das Cruzadas e encontra sua terra devastada pela peste negra. Sua fé em Deus é abalada e, enquanto reflete sobre o significado da vida, a Morte surge para levá-lo, pois chegou a sua hora. Para ganhar tempo, o cavaleiro a convida para um jogo de xadrez que decidirá se ele parte com ela ou não. Tudo depende da sua vitória. A Morte aceita o desafio, já que nunca perde. Na vida real, apostamos alto com a Morte. Muito alto. E perdemos. Perdemos vidas.

Um novo ano se aproxima. Tímido. Lento. Nebuloso. Mas traz impulso. Traz sonhos. Entusiasmos. Traz novas utopias. É ano decisivo. Eleitoral. Que estejamos juntos. Cada vez mais juntos. E vivos. Porque fez escuro mas eu canto, porque o amanhã vai chegar.

*Roger Flores Ceccon é professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - Fonte: Sul21 

No lugar dos médicos cubanos, o nada

 


Por Fernando Brito*

Não é o Gramma, jornal cubano quem publica, é o conservadoríssimo Estadão quem revela que, três anos, quase, depois da extinção de fato (de direito, o programa permanece, capengando), o fim do Mais Médicos deixou 3.390 vagas de sem preenchimento em todo o país, sobretudo nas periferias das grandes cidades e nas regiões remotas do interior. 

São os lugares onde muitos dos médicos brasileiros não querem trabalhar, com uma bolsa que – à época, não sei como está hoje – de R$ 12 mil e mais um abono para moradia e gratificação de acesso difícil. Até 2019, segundo o jornal, mais de mil médicos brasileiros (que sempre tiveram prioridade na contratação) desistiram de suas vagas. 

O ódio ideológico aos médicos cubanos os fez irem embora, mas o tal “Médicos pelo Brasil”, com que o então ministro Luiz Henrique Mandetta anunciou que iria substituí-los, até agora, não saiu do papel: o “novo programa de atenção básica em saúde de Bolsonaro, foi lançado em 2019, mas atravessou inoperante a pandemia da covid-19”, diz o Estadão.

Pudera, pois está sob o comando de Mayra Pinheiro – uma das médicas que foi hostilizar os cubanos em sua chegada ao Brasil. Conhecida como “Capitã Cloroquina”, só com a proximidade das eleições, publicou editais para preenchimento das vagas.

Claro que sob os aplausos do Conselho Nacional de Cloroquina, digo, Medicina.

*Fernando Brito é jornalista e blogueiro, Editor do Blog Tijolaço (fonte desta postagem)

Coluna Crítica & Autocrítica - nº 204


Por Júlio Garcia**

*Depois de vários anos de retrocessos golpistas que trouxeram (des)governos autoritários, anti povo e servis ao império norte-americano (especialmente), parece que ‘novos ventos’ de mudanças reais começam a soprar na América Latina, a nossa ‘Pátria Grande’.  Após as recentes vitórias de partidos democráticos, de esquerda e/ou progressistas em Honduras, na Argentina, no México, na Nicarágua, na Bolívia, Peru e no Equador – e enquanto Venezuela e Cuba resistem bravamente  às provocações e boicotes dos EUA e seus aliados -, agora foi o povo chileno  (há que se destacar a pujante participação dos estudantes, da juventude) que acabou de dar uma forte demonstração de que o neoliberalismo e os retrocessos que o mesmo traz pode ser derrotado. Fundamental para a vitória, registre-se, foi a participação corajosa e politizada do ‘povo unido’, como foi o chileno que elegeu o jovem Boric (foto) à presidência do país, deflagrando domingo passado uma acachapante derrota ao representante da extrema-direita daquele país. “Que vivam os estudantes, que viva a Democracia! O Povo, unido, jamais será vencido!”

...

*Enquanto isso, aqui no Brasil, já não bastasse a epidemia do Covid 19 (que já resultou em mais de 620 mil vidas perdidas), o desemprego campeia, o patrimônio do povo brasileiro (como o Pré-Sal, a Eletrobrás, a Petrobrás...)  é vendido ‘na bacia das almas’... e a maioria do povo passa fome. Tudo capitaneado pelo desgoverno genocida de Bolsonaro, seus generais, banqueiros, latifundiários e alguns grandes empresários, com a ‘ajuda’ também de ‘pastores/bispos’ espertos (para dizer o mínimo) que preferem ganhar dinheiro fácil, geralmente surrupiado dos seus crentes ... ao invés de seguirem os verdadeiros ensinamentos de Jesus Cristo (que também seria por eles classificado como ‘petista’ e/ou  ‘comunista’, caso hoje aqui vivesse).  Então, convenhamos, já passou da hora de dar um basta nisso tudo... 

...

*2022 já está batendo à nossa porta. Esperamos que, agora, nosso país também retome a marcha interrompida em 2016 com o golpe contra a Presidenta Dilma e siga na mesma linha apontada vitoriosamente pelo povo chileno, como vimos acima, elegendo Lula Presidente... para mudar de verdade... e ‘Sem Medo de Ser Feliz’! Felizmente, pelo que temos assistido (e acompanhado inclusive nas pesquisas realizadas por institutos dos matizes mais variados), o povo brasileiro – em várias manifestações pelo ‘Fora Bolsonaro’ e nas pesquisas citadas - também já demonstrou que tomou a decisão de derrotar o neoliberalismo, a ultradireita, o fascismo e seus representantes e apoiadores (escancarados ou envergonhados). 

Por fim, desejamos/esperamos que, no ano vindouro,  assim como o brasileiro, também o povo gaúcho – e, mais adiante, o santiaguense e os de outras cidades da nossa Região, hoje dominadas política/economicamente pelos setores da direita reacionária, bolsonaristas e/ou  neoliberais – faça sua parte e contribua para retomarmos nossa caminhada ... ‘do lado certo da História’! -Um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo para Todos(as)! #Alutasegue! 

... 

**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, dirigente político (PT) e Midioativista. Foi um dos fundadores do PT e da CUT. - Publicado originalmente no Jornal A Folha (do qual é Colunista), edição 821,  em 23/12/2021. -Foto: Prensa Latina.

-Via Blog do Júlio Garcia

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Natal Sem Fome do MST doará 700 toneladas de alimentos para famílias vulneráveis

Além dos alimentos distribuídos em cestas, serão doadas marmitas e ceias populares para cerca de 30 mil pessoas em todas as grandes regiões do país

       Arrumação das cestas no Rio de Janeiro. Foto: Pablo Vergara.


Durante a campanha Natal Sem Fome do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) serão distribuídas mais de 700 toneladas de alimentos vindos em sua maioria de assentamentos, acampamentos e cooperativas da Reforma Agrária Popular, arrecadados com o apoio das campanhas promovidas pelo Movimento em conjunto a uma rede de solidariedade para beneficiar famílias vulneráveis, em situação de fome e insegurança alimentar nas periferias urbanas e rurais do Brasil.

Além dos alimentos distribuídos em cestas, serão doadas marmitas e ceias populares para cerca de 30 mil pessoas em todas as grandes regiões do país. Parte das doações já foram distribuídas e continuarão sendo entregues até o próximo dia 6 de janeiro, período em que se encerra a edição natalina da campanha do MST: Cultivando Solidariedade para Alimentar o Povo, que faz parte da contribuição do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na atuação de um pacto da classe trabalhadora contra a fome e em denúncia à volta deste grave problema social que assola o país. 

“O MST vê a solidariedade como um princípio indispensável para nossa organização popular de luta pela terra e Reforma Agrária. Então, nesse sentido, a solidariedade para nós é tida como uma virtude e sobretudo como um princípio indispensável. E é nesse sentido que nós queremos atuar, trabalhar, desenvolver essa campanha do Natal Sem Fome, realizando na prática esse princípio do MST que é a solidariedade de classe”, explica a dirigente nacional do MST no Rio de Janeiro, Marina dos Santos. 

Segundo Marina, esta também é uma forma de levar aos trabalhadores e trabalhadoras urbanas o resultado do processo de luta do MST pela Reforma Agrária Popular, que se inicia na ocupação do latifúndio improdutivo, até a conquista do assentamento com a formação de comunidades rurais, com a produção de alimentos, construção de agroindústrias, escolas, postos de saúde, cultura e lazer para uma vida digna no campo. 

“Essa campanha é muito importante pra nós, porque estamos levando pros trabalhadores urbanos a produção, o produto dos trabalhadores do campo, que tem a terra hoje como fruto da luta, da organização e da pressão ao Estado para construir os assentamentos, que hoje estão à disposição para produzir comida, produzir alimentos saudáveis. São esses os alimentos que nós vamos oferecer no Natal Sem Fome, de forma solidária”, afirmou a dirigente. 

David Zamory, da direção estadual do MST em São Paulo, salienta que as doações solidárias contra a fome não resolverão por si só este problema social, pois é preciso que haja vontade e gestão política capaz de reverter tal realidade, mas que essas ações emergenciais se somam a uma resposta do Movimento e da classe trabalhadora organizada em um pacto nacional contra a fome. 

“Nesse momento de pandemia, muitas empresas, bancos e até setores do agronegócio têm financiado ações desse tipo, numa intenção de se promover às custas dos mais vulneráveis. Grandes grupos que investem na monocultura para exportação com uso extensivo de agrotóxicos, muitos deles grilando terras públicas, inclusive, aderiram a essas práticas nesse período. Nosso esforço é justamente demonstrar que só através da solidariedade de classe entre os trabalhadores do campo e os trabalhadores da cidade, com a perspectiva de construção de uma Reforma Agrária Popular, é que essa situação muda de fato”, pontua Zamory. 

A campanha vem sendo construída em conjunto à diversos movimentos sociais, estudantis, sindicatos, entidades religiosas, entre outros, além de contar com o apoio de artistas, educadoras/es, influencers, amigas e amigos do MST. As doações estão sendo distribuídas em periferias urbanas e rurais, comunidades indígenas e para a população em situação de rua. 

Qualquer pessoa pode contribuir com a campanha. A depender das arrecadações, o Movimento pode chegar a doar até mil toneladas de alimentos até 6 de janeiro de 2022. A arrecadação de doações de apoiadoras/es tem sido feita por meio da coleta de alimentos não perecíveis, entregues nas lojas da Rede de Armazéns do Campo do MST, entre outros locais disponíveis nas grandes regiões do país. Já as doações em aportes financeiros podem ser feitas a partir de qualquer valor via PIX: campanha@institutocultivar.org.br

*Fonte: Sul21

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

É hoje: "Feminismo: Uma luta de Todas e Todos!" (Direto do GIBÃO Café PUB - Santiago/RS)

 

Convite: Venha tomar um chopp no último Boteco Político desta temporada!!!

Para finalizar com chave de ouro a 1° Temporada do Boteco Político te convidamos para tomar um chopp junto com a gente, nesta quinta-feira, às 20h 30min, no Gibão Café Pub. O programa vai ser transmitido ao vivo diretamente do local e você que for até lá vai poder participar e interagir conosco ao vivo!!!

Vamos aproveitar essa oportunidade para debater e entender um pouco mais sobre o Feminismo e porque ele é, e deve ser, uma luta de todos nós. E para esse papo tão importante vamos receber a Psicóloga Eduarda Nascimento. Vai ser top!!!

Você não pode perder. Te esperamos lá!!

 *Via https://www.facebook.com/botecopolitico

Sob críticas de ‘divisão da categoria’ e ‘traição’, Assembleia aprova reajuste dos professores

Proposta reajusta em 32% o salário-base dos professores, mas grande parte da categoria receberá percentuais menores

    Professores viraram as costas para o plenário durante a sessão para demonstrar as                discordâncias com a proposta | Foto: Luiza Castro/Sul21

Porto Alegre/RS - A Assembleia Legislativa aprovou na tarde desta quarta-feira (22), por 38 a favor e 2 contra, a proposta do governo Eduardo Leite (PSDB) de reajuste para os professores estaduais, que estavam há sete anos com salários congelados. O reajuste tem o objetivo de adequar o salário dos professores gaúchos ao Piso Nacional do Magistério, que será reajustado em 2022 em 32%, mas esse percentual será concedido apenas ao salário inicial da carreira, com a grande maioria dos professores recebendo percentuais menores. A expectativa era de que a oposição, composta por PT, PDT e PSOL, poderia votar a favor da proposta, mas os parlamentares decidiram se abster da votação em razão de divergências com o projeto. 

Com as galerias da Assembleia cheias de educadores, a sessão foi marcada por muitos gritos, vaias e protestos de insatisfação de professores e representantes da categoria. Em mais de uma ocasião, o presidente da Casa, deputado Gabriel Souza (MDB), optou por suspender os debates. (...)

*Leia a postagem, na íntegra, clicando AQUI (via Sul21)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Fernando Morais: “Não basta eleger Lula. É preciso ter uma bancada que o ajude a governar”

Uma conversa com o autor de Olga, Chatô, Os Últimos Soldados da Guerra Fria e, agora, da biografia de Lula




Após nove livros, quatro deles adaptados para o cinema, o mineiro de Mariana, Fernando Morais, 75 anos, está lançando o primeiro volume da biografia de Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda carregando as sequelas da covid-19 - que o fez abandonar um velho companheiro de todos os momentos e de todas as fotos, o charuto - Morais discorre aqui sobre, claro, Lula, e também sobre Michel Temer, Alberto Fernández, Roberto Requião, Julian Assange e a conversão do seu antigo partido, o MDB, em uma “máquina de ganhar dinheiro”. E adianta uma história que vai estar no segundo volume da jornada de vida do metalúrgico que virou presidente. O cenário da entrevista não podia ser melhor, o Memorial Luiz Carlos Prestes, em Porto Alegre (RS). (...)

Confira a íntegra da entrevista ao Brasil de Fato CLICANDO AQUI.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Em Santiago/RS, faça seu Happy no GIBÃO CAFÉ PUB! (Chopp em dobro e muito mais!!!)

 

 

O GIBÃO Café Pub, no Espaço Strazzabosco, fica localizado na Rua Osvaldo Aranha, 469, em Santiago/RS. O Espaço Strazzabosco trata-se de um ambiente multicultural muito interessante e agradável.  

Está atendendo  também por tele entrega. Fone/Whats 99615-5635 

**Promoção: Happy Hour - De terça à sexta, das 17,30h às 20,00h, CHOPP EM DOBRO!!! 

https://www.gibaocafepub.com.br/

Conferência Estadual do PT confirma Edegar Pretto como pré-candidato ao Governo do RS

 

 Deputado Edegar Pretto disse que a candidatura ao Piratini é a maior missão da sua vida.     Foto: Brayan Martins


Porto Alegre/RS - A Conferência Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) realizada neste sábado (18) oficializou a pré-candidatura do deputado estadual Edegar Pretto ao Governo do Estado em 2022. A candidatura do parlamentar havia sido confirmada em setembro, e o evento deste final de semana marcou o início dos diálogos para a formalização do Programa de Governo para a disputa das eleições do Rio Grande do Sul.

“Não vamos tolerar a fome, num estado que produz tanto. Nós vamos reconstruir esse Rio Grande com um potente programa de ajuda, de políticas públicas específicas para os setores produtivos”, declarou Pretto no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre.

A partir de agora, a intenção do pré-candidato é planejar uma segunda etapa da pré-candidatura, priorizando as assembleias populares em todas as regiões do estado. O objetivo será debater propostas e realizar diagnósticos a respeito do que o partido e a sociedade consideram fundamentais para o desenvolvimento do RS, com foco em temas sociais, econômicos, entre outros.

“Esta é a maior missão da minha vida e o tamanho da minha responsabilidade é imenso. Eu estou com a coragem de um leão. Estarei ao lado do presidente Lula e não nos faltará esforço e energia para formar uma frente ampla”, disse Pretto, lembrando da força do partido que integra desde o início da sua vida política.

“Vocês são a extensão das raízes profundas que faz brotar a resistência do maior partido de esquerda da América Latina. Se aqui estou, é porque tenho o apoio das nossas bancadas, lideranças, dirigentes e militantes. Minha homenagem e gratidão a todas as correntes do PT”, ressaltou o pré-candidato, cercado pelo presidente do PT RS, Paulo Pimenta, o ex-governador Tarso Genro, deputados estaduais e federais, prefeitos, lideranças do partido, de sindicatos e movimentos sociais.

O ex-governador Tarso Genro falou da trajetória de luta política, da retidão de caráter e do desempenho de Edegar Pretto como parlamentar, que agora tem um novo e importante papel. “Ele vem a ocupar esse lugar central na liderança política do nosso partido, do nosso estado e de uma grande frente contra o fascismo, e para auxiliar Lula a retomar a ofensiva democrática e popular em todo país”, afirmou. Disse ainda que, ao ver o auditório lotado durante a conferência, lembrou de momentos históricos e ímpares, das conquistas de décadas do PT, no legislativo e no executivo. “Este é um momento épico do nosso partido.”

O ex-governador Olívio Dutra e o senador Paulo Paim não participaram presencialmente, mas enviaram vídeos saudando os participantes e falando do momento político e desafiador que o estado e o país vivem. Olívio destacou a importância da conferência para a ratificação da pré-candidatura de Edegar Pretto e disse que o PT tem um novo desafio.

“Na história do nosso partido, nós estamos desafiados a levar essa boa luta. O PT não se curva e não foge de nenhum debate, todos eles importam ao povo brasileiro e a cada um de nós. Enquanto houver uma injustiça a uma pessoa ou a um grupo, a uma etnia nesse país de desigualdades, nós estaremos combatendo”, enfatizou.

“Essa, com certeza, será a eleição mais importante das nossas vidas. Estaremos juntos na caminhada para termos Lula no Palácio do Planalto em Brasília e Edegar Pretto no Piratini, em janeiro de 2023”, afirmou Paim.

O presidente do PT RS reforçou que Edegar Pretto tem agora a tarefa de construir um palanque forte para o ex-presidente Lula no RS, e coordenar o debate sobre o Programa de Governo para o Piratini. Entre as prioridades, segundo Paulo Pimenta, está o combate à fome e à miséria por meio de uma política de distribuição de renda, com geração de empregos e oportunidades, e enfrentamento de problemas estruturais, como a injustiça e a desigualdade.

“Nosso governo é um governo que olha para o Rio Grande do Sul e para o Brasil como um todo, mas tem um olhar especial para aqueles que mais precisam. Essa é uma marca dos governos do PT e, com certeza, será uma marca do Programa de Governo do Edegar e do presidente Lula”, analisou.

Foram convidados para a conferência partidos do campo progressista, como PCdoB, PSB, PDT, PSOL e PV. Segundo os petistas, a convergência entre as siglas de esquerda é fundamental para possibilitar o debate de ideias para o enfrentamento à maior crise sanitária, social e econômica desta geração, vivida no país. Nesse sentido, o presidente estadual do PCdoB, Juliano Rosso, defendeu a construção de um amplo movimento.

“Precisamos construir uma unidade do nosso campo político para irmos ao segundo turno e ganharmos. Nomes, programa e projetos nós temos”, avaliou. Já o presidente estadual do PSB, Mário Bruck, afirmou que mais do que nunca é necessário que as forças progressistas encontrem os caminhos para a convergência para combater o autoritarismo que tem causado tanto mal ao povo brasileiro. “Temos que ter a capacidade e a grandeza de enxergar o que nos une. O RS precisa das forças progressistas que têm comprometimento com a sociedade gaúcha.” 

*Fonte Sul21 – via Blog doJúlio Garcia

domingo, 19 de dezembro de 2021

Coluna Crítica & Autocrítica - nº 203


 

*‘O mundo civilizado escolheu Lula’ – Pela relevância, socializo com os(as) prezados(as) leitores este revelador artigo do companheiro Aloizio Mercadante (economista, professor licenciado da PUC-SP e Unicamp, ex-Deputado Federal e Senador pelo PT/SP, Ministro Chefe da Casa Civil, Ministro da Educação e Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação nos governos Lula e Dilma). Foi postado originalmente no site Brasil 247. Leia e tire suas conclusões.

“A passagem do ex-presidente Lula pela Argentina marca um ato histórico para a América Latina. O grito de guerra "Eeeee vamos a volver, a volver a volver. Vamos a volver!", entoado por 250 mil pessoas que tomaram conta da Plaza de Mayo, na última sexta-feira (10), expressa a força de um movimento que vem tomando conta de todo o mundo civilizado, que é a importância da liderança de Lula para o Brasil, para América Latina, para o planeta e para o futuro da humanidade.

A dimensão histórica desse ato, com a presença do ex-presidente Pepe Mujica, da ex-presidenta Cristina Kirchner e do presidente Alberto Fernández, remete ao legado dos governos progressistas na América Latina. Transcende ao tempo em que o nosso continente viveu o melhor momento de sua história, com respeito à soberania e à autodeterminação dos povos, mas também com integração regional e econômica e atuação em bloco na defesa de temas comuns para os nossos povos. O meu sentimento, que é a impressão de alguém que acompanhou de perto essa passagem de Lula pela Argentina, mas que também viu ele ser recebido pelas principais lideranças da Europa, como o presidente francês Emmanuel Macron, pelo chanceler alemão Olaf Scholz e pelo presidente Pedro Sánchez, é de que há convergência sobre a necessidade de um novo modelo de governança global. E, neste caso, Lula tem, reconhecidamente, um papel fundamental para reposicionar a relação do Brasil e da América Latina com outras nações em outro patamar.

O primeiro grande tema que está na agenda do Concerto das Nações é a emergência climática, a redução da emissão de gases do efeito estufa e a preservação do meio ambiente, temas debatidos a fundo na COP26. O avanço nessa questão envolve as negociações sobre um fundo de 100 bilhões de dólares, prometidos pelas nações mais ricas para ajudar países em desenvolvimento contra o aquecimento global.

Outro tema de relevância é a transição digital, em um cenário no qual 90% das informações do mundo estão nos Estados Unidos e na China, e os desafios do impacto dessa mudança no mundo do trabalho. A falta de uma regulação global e o uso, especialmente pela extrema direita, de estratégias de disseminação em massa de campanhas do ódio e de fake news têm gerado instabilidade nas democracias em todo o mundo.

Além disso, se coloca na agenda das nações a pauta do enfrentamento da desigualdade e de concentração de renda. Os 10% mais ricos possuem 76% do patrimônio do planeta. Esse número dá a medida do quanto o capitalismo financeirizado chegou ao limite e de que é preciso a implementação de novos modelos de desenvolvimento. O avanço de todo o planeta nessas agendas depende desse novo modelo de governança global que mencionamos e o mundo civilizado e democrático escolheu Lula como um dos líderes globais desse processo, o que aumenta ainda mais a responsabilidade sobre o nosso projeto. Lula é a única liderança brasileira recebida por chefes de estado, como o presidente Macron, e aclamado pela militância, como ocorreu na Plaza de Mayo, apesar de toda a divergência histórica entre Brasil e Argentina antes da chegada dos governos progressistas nesses países.

Por isso, Lula é a ponte para a construção de um mundo mais generoso, mais solidário, mais comprometido com os valores dos direitos humanos, da cidadania e da preservação do meio ambiente, com mais justiça social e com uma cultura de paz. Como disseram nossos irmãos argentinos, em um grito que estará para sempre em meu coração: “Vamos a volver!”

...

**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, dirigente político (PT) e Midioativista. Foi um dos fundadores do PT e da CUT. - Publicado originalmente no Jornal A Folha (do qual é Colunista), edição 820,  em 17/12/2021. -Foto: Revista Fórum.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Poema

 


Se apenas nos restar, ao fim da tarde...

'Valeu a pena? Tudo vale a pena/ Se a alma não é pequena./Quem quer passar além do Bojador/Tem que passar além da dor.' (Fernando  Pessoa)

Se apenas nos restar, ao final da tarde

uma tênue lembrança de um tempo mágico

& agitado

em que sonhávamos acordados

& o sonho era possível e necessário

e obreiramente buscávamos edificá-lo...


E era um tempo de trevas e de glórias

anos anos anos de chumbo, nebulosos

em que com nossos corpos franzinos

escalávamos escarpas de montanhas

e transpúnhamos solenemente os mais íngremes

obstáculos

& correntezas letais

carregando desafiadoramente a bandeira da rebeldia

     & da fraternidade

         da utopia ... & da esperança


Companheira

se ao final da jornada

sobrar mais prantos que alegrias

e apenas nosso cão estiver conosco

festejando (entre nosso olhar cúmplice

     & solidário)

e um ou dois amigos/companheiros, raros, que restaram

para charlarmos entre um e outro mate

ao fim de uma tarde invernal

onde nossas relembranças & recuerdos

& angústias pautam os assuntos


Mesmo assim, companheira,

com essas verdades metálicas e abrasivas

nos corroendo por dentro

mordendo nossas entranhas &

corações

terá valido a pena

    por que fizemos o que tinha que ser feito

     por que era preciso andar pra frente

     por que não se podia jamais retroceder


Se o tempo de hoje é diferente

daquele quando nos chamávamos camaradas

e oferecíamos, nas avenidas infestadas

de truculência policial  & contrapondo-se à eles

nossos peitos desnudos mas repletos

de desprendimento & coragem juvenil


E confundíamos nossas vidas, nossos sonhos

E éramos solidários na fome e no combate

& multiplicávamos o pão a energia

       & a esperança...


Se apenas nos restar uma lembrança

desses tempos gloriosos e obscuros

Mesmo assim, companheira


Terá valido a pena

por que fizemos o que tinha que ser feito

        por que era preciso andar pra frente

        por que não se podia jamais retroceder


Se, então, no ocaso dos nossos dias, for essa a realidade,

companheira,

ainda assim terá valido a pena

pois teremos deixado  sementes plantadas

(e sabemos que Gaya,  fértil, fará a sua parte

nosso modesto testamento

para os que vierem depois)

   -por que (ainda) é preciso andar pra frente

   -por que não se pode mais retroceder


Se, profunda lástima,  ausentarem-se os amigos mais fraternos

e os camaradas nos virarem as costas

     & se o Partido (?!) frustrar os lutadores

     & equivocadamente recuar de sua missão

      & a palavra solidariedade for sepultada

           nas covas do egoísmo, do oportunismo

                    & da traição


Se for somente isso o que nos restar, ao fim da tarde

Mesmo assim, não capitularemos

não entregaremos nossas armas, companheira:


-Por que é preciso - sempre-  andar pra frente

     por que é preciso - sempre - acreditar

     que, afinal, apesar das intempéries, dos tormentos

           é possível (Fênix)...  vencer...


-Por que  -  ao fim e ao cabo - a luta, a vida ... vale a pena!

           E por que não se pode, jamais,  retroceder!


                                (Júlio Garcia - Canoas/RS - 2009)


segunda-feira, 6 de dezembro de 2021