sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

A venda da Oi e os oligopólios

 


Por Paulo Kliass*

A possível anulação da venda da empresa de telefonia móvel do grupo Oi para suas concorrentes ganha as manchetes dos jornais e os destaques nos grandes meios de comunicação. Na verdade, trata-se de mais um escandaloso capítulo de um tema recorrente nas decisões assumidas por diversas instâncias do Estado brasileiro ao longo das últimas décadas. Normalmente, são processos envolvendo cifras bilionárias e que necessitam de concordância da parte de órgãos públicos encarregados pela regulamentação de setores estratégicos de nossa economia e também da sua aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). 

O modelo das agências reguladoras em nosso País ganhou força e se generalizou durante o governo Fernando Henrique Cardoso, em substituição ao arranjo que envolvia a presença de empresas estatais na produção de bens e na prestação de serviços públicos. A privatização do sistema de telecomunicações, por exemplo, previu a transferência do patrimônio das sociedades de economia mista e das empresas públicas do setor para arranjos financeiros organizados pelo capital privado. Além da generosidade nos valores dos leilões de venda e nas modalidades oferecidas aos grupos que participaram da negociata, o modelo incluiu a criação da ANATEL como órgão regulador do setor. 

A privatização de parcela considerável do sistema de geração e distribuição de energia elétrica também recebeu tratamento similar. As empresas estatais foram transferidas ao capital privado em condições extremamente vantajosas e houve a constituição da ANEEL na condição de agência reguladora do setor. O ramo petrolífero também conheceu a entrada facilitada de agentes privados na extração, produção e refino do óleo, além das tentativas sistemáticas de privatização de empresas subsidiárias do grupo Petrobrás. Para dar conta da função reguladora na área do petróleo, foi estabelecida a ANP. Para além destes setores mais relevantes, o modelo das agências ampliou-se com aprovação de leis para o estabelecimento de ANVISA, ANS, ANTAQ, ANTT, ANAC, ANA, entre outras. 

Privatização e agências reguladoras. 

Ora, um dos argumentos para a implantação de tal modelo regulatório era a necessidade de constituir uma nova estrutura do Estado para contrabalançar o enorme poder que os oligopólios privados passariam a deter nos diferentes ramos de serviços públicos oferecidos. Trata-se aqui de assegurar preços justos, qualidade dos programas oferecidos, exigência de portabilidade e outros aspectos associados à defesa dos interesses do chamado “lado mais fraco” na relação com os grandes conglomerados. 

Porém, a experiência verificada ao longo de mais de duas décadas de vigência do modelo aponta para a consolidação de um sistema de captura das direções das agências por parte dos próprios oligopólios que elas, na verdade, deveriam regular e fiscalizar. Tudo se passa como se os dirigentes nomeados para ocuparem os cargos mais importantes nos referidos órgãos passassem a defender os interesses das empresas reguladas, em detrimento da missão constitucional de defesa da maioria da população. Esta é apenas uma das muitas razões para explicar o que tem levado à aprovação sistemática pelas agências de medidas e resoluções que atentam contra as necessidades de indivíduos, famílias e empresas. Estas dezenas de milhões de “agentes econômicos”, como gostam de chamá-los os financistas, sentem-se absolutamente impotentes em sua luta contra os abusos e desmandos das gigantescas empresas, que atuam como se não houvesse nenhum tipo de limitação às suas atividades ilegais e antiéticas. Na verdade, elas contam com a conivência dos órgãos reguladores para perpetuarem suas práticas delituosas. 

Os absurdos cotidianamente apontados e relatados vão desde a anuência do Banco Central para com os “spreads” elevadíssimos praticados pelas instituições financeiras até a aprovação de reajustes exagerados nas tarifas da energia elétrica, passando pela criminosa política de preços nos derivados de petróleo ou pela cara de paisagem da agência de águas no que se refere ao abuso das empresas no uso de rios, lagos e fontes de água. Na maioria dos casos, as direções das agências reguladoras tendem a vestir o uniforme das empresas do setor e tornam-se cúmplices de procedimentos ilegais contra a população. 

CADE: conivência com os oligopólios. 

Mas no caso da venda da Oi surge em cena outro órgão público igualmente dominado pelo capital privado. Trata-se do CADE, que teoricamente existe para zelar pela vigência da concorrência e evitar a ação de cartéis em nossa sociedade. O órgão existe desde 1962 e sofreu diversas mudanças institucionais desde então. A mais recente ocorreu em 2012, quando da aprovação das novas regras de defesa da concorrência, a Lei nº 12.529/2011. De acordo com os dispositivos da legislação atual, o CADE deve instruir os processos administrativos de apuração de infrações à ordem econômica, assim como os processos de análise de atos de concentração de poder econômico. Dentre tais funções está presente também a exigência de submissão prévia ao conselho de todas as fusões e aquisições de empresas que possam ter efeitos anticompetitivos. 

O histórico de decisões do CADE em casos bastante polêmicos, para dizer o mínimo, é longa. Relembremos aqui apenas alguns dos mais gritantes. O órgão deu o aval para a compra da Garoto pela Nestlé, em decisão que favoreceu de forma significativa a concentração de poder econômico no ramo de chocolate e alimentos correlatos. O mesmo Conselho apresentou o seu acordo para as sucessivas fusões no ramo das bebidas (Brahma, Antarctica, Imbev e atual Ambev), onde é flagrante o poder quase monopolista desse grande conglomerado privado, que se formou com o equivocado apoio do poder público. O CADE também sancionou o processo de venda da Embraer para multinacional da aviação, Boeing, em clara manifestação contra os interesses nacionais em um setor igualmente estratégico e sensível de nossa economia. 

Venda da Oi: negociata entre parceiras. 

No caso das telecomunicações também existe um histórico de decisões equivocadas. O Conselho aprovou fusões de empresas que permitiram o aumento do grau de concentração e reduziram a possibilidade de concorrência, além de ter sido conivente com aquisições cruzadas de telefonia móvel e telefonia fixa, impedidas pela legislação. Assim, o caso atual pleito da Oi é apenas mais um dos inúmeros dossiês que atentam contra os interesses da maioria dos usuários do sistema de comunicações na condição de clientes dos grandes oligopólios. 

Como é sabido, atualmente existem apenas 4 grandes operadoras de telefonia móvel autorizadas a atuar em território nacional. Apesar de tal configuração já caracterizar uma enorme concentração de poder econômico e um flagrante desrespeito às chamadas “regras de mercado”, está em operação uma tentativa de venda do poder acionário de uma delas para suas outras 3 concorrentes. Uma loucura! A Oi quer vender seu capital para ser dividido entre Claro, Vivo e Tim. O resultado será uma concentração de poder ainda mais acentuada no ramo da telefonia. 

Apesar de ser claramente escandalosa, a operação recebeu uma “anuência prévia” por parte do órgão regulador do setor. Ou seja, a ANATEL autorizou a compra em caráter preliminar, como costuma fazer, para logo depois na sequência ratificar a decisão. Ocorre que a decisão também precisa ser aprovada pelo CADE, em razão dos mais do que evidentes impactos negativos em termos da concorrência no setor. No entanto, o assunto saiu dos corredores sombrios do poder e ganhou as páginas dos jornais. A gota d’água parece ter sido a apresentação de um recurso junto ao Conselho, solicitando que seja anulada a autorização prévia concedida pela ANATEL. 

É possível que desta vez os limites do princípio da razoabilidade também tenham sido ultrapassados e os órgãos públicos envolvidos na questão sejam obrigados a dar uma resposta diferente daquelas que costumeiramente vêm oferecendo nesse tipo de processo. Em geral, os palcos de tais decisões estão fora dos holofotes da grande imprensa e da curiosidade da população. A ver se no presente caso da Oi, a justiça e o interesse público sejam impostos ao desejo ganancioso do lucro dos conglomerados privados. 

*Paulo Kliass é doutor em economia e membro da carreira de Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental do governo federal.

-Fonte: Carta Maior


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Comitê Suprapartidário em apoio a Lula é lançado no RS

Iniciativa reuniu em Alegrete parlamentares e filiados de partidos de diferentes campos ideológicos


Deputados petistas avaliaram a iniciativa como um momento histórico no esforço pela unidade em torno do nome do ex-presidente. Foto: Guto Gutierres

O primeiro Comitê Suprapartidário no Brasil em apoio a candidatura de Lula à Presidência da República já no primeiro turno foi lançado neste sábado (19), em Alegrete. A atividade ocorreu na Câmara Municipal da cidade e contou com a participação de representantes do PT, PCdoB, PSB, PDT, PP, Republicanos, PV e MDB. O Comitê Suprapartidário de Apoio a Lula abrange toda a região da Fronteira Oeste e tem como coordenador o prefeito de Barra do Quaraí, Maher Jaber Mahmud (PDT).

“O lançamento deste Comitê representa um movimento histórico, já que é o primeiro no Brasil em prol da candidatura do companheiro Lula. Esse movimento dá dimensão das iniciativas que serão tomadas a partir de agora em defesa da unidade de um projeto nacional visando o fortalecimento da democracia, da cidadania e dos direitos daqueles que mais precisam. É hora de todos os democratas se unirem em defesa da democracia e contra o governo fascista de Bolsonaro” afirmou o deputado federal Paulo Pimenta, presidente estadual do PT no Rio Grande do Sul.

“Será um exemplo para outros municípios em todo o País. É hora de unir diferentes para construirmos um futuro melhor para o Brasil”, defendeu o deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT), um dos articuladores da iniciativa ao lado de Pimenta. Na opinião dos deputados petistas, trata-se de um momento histórico que sinaliza o esforço pela unidade do campo progressista.

Além de filiados dos vários partidos, participaram do ato os vereadores de Rosário do Sul, Rogério Ustra (MDB), Professor Alessandro (PDT) e Jeferson Ortiz (PP), o vereador Éden Caldas (PT), de Manoel Viana, e os vereadores Fábio Bocão (PP) e Anilton Oliveira (PT), ambos do Alegrete, além do prefeito de Quaraí e coordenador do Comitê, Maher Jaber Mahmud (PDT).

*Fonte: Sul21

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Precisamos agir diante de mais uma estiagem que assola o Rio Grande do Sul

A vulnerabilidade dos agricultores gaúchos se deve também aos processos de produção baseados em monoculturas

      Seca no RS. Foto: Luiz Carlos Pilz/Arquivo pessoal

Por Jairo Bolter (*) 

A estiagem que se alastra por todas as Regiões do Estado deixa um rastro de preocupação, incerteza, angústia e medo. 

Nos últimos trinta anos ocorreram mudanças significativas nos processos produtivos, que deixaram os agricultores e as regiões à mercê de um sistema de produção caro e de alto risco. Os custos de produção, cada vez mais elevados, centrados em insumos externos as propriedades deixaram os agricultores mais vulneráveis. A maior parte destes não dispõe de sementes para o próximo plantio, por exemplo. 

A vulnerabilidade dos agricultores gaúchos se deve também aos processos de produção baseados em monoculturas. A diversificação da produção deixou de existir na maioria das propriedades rurais. A produção de monoculturas fez com que propriedades inteiras fossem literalmente modificadas, em prol do um único sistema de produção, geralmente baseado em grãos. Neste processo, banhados, vargens e vertentes por algum tempo se tornaram desnecessárias nas propriedades. Em prol de um melhor aproveitamento das áreas, movimentações suicidas foram sendo implementadas por alguns agricultores, financiados pelo Estado por meio das políticas de crédito rural. 

Os processos produtivos predominantes fizeram com que ocorresse ao longo dos anos uma compactação natural dos solos. Segundo alguns pesquisadores, nossa maior caixa de água. Solos compactados, banhados, vertentes e vargens secas, restam-nos os rios e lagos, que atualmente agonizam diante do assoreamento. Sem uma estrutura hídrica adequada as águas praticamente sumiram das propriedades. 

No atual sistema de produção os agricultores precisam garantir praticamente tudo às plantas: sementes; adubos e fertilizantes; fungicidas e inseticidas; herbicidas; e água. Sim. Agora o discurso é: “sobreviverá quem conseguir irrigar as plantações, como se existisse água disponível e acessível para todos os agricultores e suas plantações”. Esse processo além de caro é muito arriscado e não é sustentável ao longo prazo. 

O que fazer diante dessa situação? Não resta dúvida que precisamos novamente socorrer os agricultores, mas não devemos socorrê-los paliativamente, para o bem da humanidade. Aqueles agricultores que não querem ter compromisso com o futuro, com os processos de produções mais sustentáveis, que não agridem tanto a natureza, os solos, os animais, a água e o ar, não merecem nossa atenção, tão pouco a nossa ajuda. 

O socorro público deve ter comprometimento social, ambiental, cultural e econômico. Os governos precisam encontrar meios para auxiliar os agricultores que tem compromisso e querem “produzir melhor”. Para esses são necessários investimentos e ações de curto, médio e longo prazo. 

No curto prazo é necessário criar um auxílio emergencial para os agricultores sobreviverem neste período. Em médio prazo precisamos organizar um Fundo de Investimento Agrícola e Agrário (Nacional e Estadual), que será inflado com recursos em anos de boa produção e produtividade e servirão para salvaguardar os agricultores em momentos adversos. Além disso, precisamos investir em estruturas de captação e armazenamento de água, como cisternas e micro reservatórios nas propriedades rurais. 

Por fim, não menos importante, em um período de longo prazo precisamos investir em educação e ciência, para encontrarmos meios de produção mais sustentáveis, tais como os bioinsumos. Recursos públicos devem ser injetados nas Escolas, nas Universidades, nos Institutos e nas Instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural, que atuam nas regiões rurais, para que essas conectem suas ações aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentáveis, os ODS. Por meio de estudos e pesquisas podemos fortalecer a indústria nacional limpa diminuindo assim a nossa dependência de insumos importados, que aumentam os custos de produção e os preços dos produtos, prejudicando agricultores e consumidores. 

Enfim, parafraseando Hobsbawm: “estamos na Era dos Eventos Extremos”. Precisamos, em conjunto, encontrar meios viáveis para sairmos desta situação. Estiagens, incêndios, enchentes, desmoronamentos, temperaturas de deserto, cuja frequência e intensidade são cada vez maiores, são decorrentes das mudanças climáticas e sim são respostas as nossas ações. Como destaca o Professor da UFRGS, Sergio Schneider: “não precisamos produzir mais. Precisamos produzir melhor”. 

O Estado, não deve e não pode mais concentrar suas ações no financiamento da agricultura predatória, irresponsável e sem compromisso com a vida e as gerações futuras. Ainda temos tempo, mas precisamos urgentemente girar a chave e dar um basta nessa situação. 

(*) Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Fonte: Sul21

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

'Mesa Cultural' homenageia o poeta Oracy Dornelles - Hoje, no Gibão Café PUB

 

Santiago/RS - 'Hoje a noite será de homenagem ao "Seu Oracy", que na verdade é o "Nosso Oracy", o "Ôra" da Terra dos Poetas, das esculturas, das micro pinturas, das caricaturas, das páginas impossíveis, dos altos decibéis de música clássica e de tantas artes.


A parceria entre o GIBÃO e a Casa do Poeta de Santiago é uma forma de manter vivo o legado de tantos homens e mulheres , que com seus talentos e produções, tornaram a nossa cidade na Terra dos Poetas do Rio Grande do Sul. O que para mim é a mais preciosa identidade que uma cidade pode ter, sabendo nós, do verdadeiro ofício da literatura, do poeta e da poesia na vida.' (Por Rodrigo Neres no facebook)


*TODOS(AS,ES) LÁ!!!

domingo, 13 de fevereiro de 2022

MANIFIESTO - Victor Jara


 

Manifesto


Não canto por cantar

Nem por ter boa voz

Canto porque o violão

Tem sentido e razão

 

Tem coração de terra

E asas de pombinha

É como água benta

Cruza glórias e tristezas

 

Aqui se encaixou meu canto

Como dissera violeta

Violão trabalhador

Com cheiro de primavera

 

Que não é violão de ricos

Ou qualquer coisa parecida

Meu canto é dos andaimes

Para alcançar as estrelas


Pois o canto tem sentido

Quando palpita nas veias

De quem morrerá cantando

As verdades verdadeiras


Não as lisonjeiras "baratas"

Nem as famas estrangeiras

Mas sim uma canção popular

Até o fundo da terra

 

Aqui onde chega tudo

E onde tudo começa

Canto que foi valente

Sempre será canção nova

sábado, 12 de fevereiro de 2022

PARTIDO VERDE ANUNCIA APOIO À PRÉ-CANDIDATURA DE EDEGAR PRETTO (PT) AO GOVERNO DO RS

    Foto: Deputado Edegar Pretto com os ex-governadores Olívio Dutra e Tarso Genro

PV é a primeira sigla a formalizar apoio ao petista na disputa ao Piratini 

O Partido Verde do Rio Grande do Sul anunciou nesta sexta-feira (11) que apoia a pré-candidatura do deputado Edegar Pretto ao governo gaúcho. O PV é a primeira sigla a oficializar apoio ao petista na disputa ao Piratini. O ato de formalização ocorreu no Hotel Embaixador, no Centro de Porto Alegre. 

Desde que foi escolhido pelo Partido dos Trabalhadores, em setembro do ano passado, para concorrer às eleições ao governo do Estado, Edegar Pretto vem conversando com representantes de diversos setores e líderes de partidos. O objetivo é formar uma frente ampla, que fortaleça o campo progressista a fim de chegar ao segundo turno e vencer as eleições, além de proporcionar o maior palanque eleitoral para Lula no estado. 

Conforme Pretto, o apoio do PV é um gesto com significado especial, principalmente pelos desafios que os partidos do campo democrático têm pela frente. Segundo ele, o anúncio mostra que os diálogos estabelecidos pelo PT até agora estão trazendo resultados positivos. 

“O meu nome foi apresentado pelos ex-governadores Olívio Dutra e Tarso Genro, pelo senador Paulo Paim, pela unanimidade das bancadas estadual e federal do nosso partido. E toda a nossa militância teve a oportunidade de dar a sua palavra, porque nós exercitamos a democracia internamente à exaustão. Isso nos deu ainda mais reconhecimento para buscarmos apoios e alianças com outros partidos, que têm filosofia semelhante a nossa, como é o caso do PV”, pontuou Pretto. 

Para o presidente do PV no estado, Márcio Souza, a antecipação do apoio ocorre, em especial, pelo momento muito duro em que o país vive, o que reforça a necessidade da união de forças e da participação popular. Souza destaca que Pretto representa o projeto de sociedade que o PV defende e, sobretudo, areja a política na medida em que recoloca a pauta social como prioridade do debate estadual. 

“Entre todas possibilidades que se apresentam, precisamos trazer para nosso estado um projeto de esperança. É preciso retomarmos o iluminismo diante das trevas. E para isso, não há ninguém que represente melhor essa síntese do que Edegar Pretto”, afirmou Souza. 

O ex-governador Olívio Dutra manifestou a intenção de que esta união se estenda para além da eleição. “É importante que esse apoio perdure para a execução do trabalho. Precisamos eleger Lula, e que ele tenha condição de governar. O companheiro Edegar Pretto tem compromisso com um projeto que representa milhares de homens e mulheres que sonham com a reconstrução do nosso estado e país”, ressaltou. 

O PV, que completou 36 anos de fundação, já anunciou em nível nacional o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A sigla também apoia a criação de federação partidária com o PSB, PCdoB e PT. No estado, os dois partidos já estiveram unidos em outras circunstâncias pelo fato de convergirem em diversas pautas, entre elas a defesa do meio ambiente, da democracia e o combate à desigualdade social. Esta é a terceira vez que a sigla apoia um pré-candidato do PT já no primeiro turno para a eleição majoritária no RS. 

O ato de anúncio do apoio do PV foi restrito devido à pandemia, reunindo um pequeno grupo de militantes e dirigentes dos dois partidos. Entre os presentes, estiveram a vice-presidente do PT-RS, Juçara Dutra; o líder da bancada do PT na Assembleia, deputado Pepe Vargas; e vereadores do PT de Porto Alegre e PV de Canoas. O presidente nacional do PV, José Luiz Penna, participou de forma virtual. Em sua mensagem, reforçou que o Brasil precisa de um projeto que faça a população esquecer os piores momentos que a atual política representa. “Não basta ganhar as eleições. É preciso devolver para as catacumbas da história tudo que representa o governo Bolsonaro. Estaremos juntos neste projeto de federação, que é uma grande possibilidade de luta pela democracia”, ressaltou. 

Lideranças manifestaram concordância 

Outras lideranças que participaram do ato fizeram questão de falar da importância dessa união e do alinhamento de pautas, entre elas, a ambiental. Para a vice-presidente do PT, Juçara Dutra, as duas siglas têm uma identidade, não apenas pela conjuntura atual, mas por lutas de anos anteriores por direitos coletivos, em especial pela preservação do meio ambiente e pelo futuro da humanidade. “Para termos força partidária, precisamos de identidade programática. O apoio do PV demonstra essa afinidade e valorização de programas que reforcem a atuação dos partidos. O tamanho dos partidos está na intenção de mudar de fato os rumos da sociedade.” 

Pepe Vargas, que é líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa, salientou que quem compreende que o desenvolvimento precisa servir para justiça social, precisa se unir para derrotar esse obscurantismo que o estado e o país vivem. “No RS, temos uma propaganda do governo que vai ao contrário do ele que mostra. Temos um governo que está destruindo o Estado, e coloca para nós o desafio de reconstruir o nosso Rio Grande e nosso Brasil”, observou. 

*Via https://ptrs.org.br/ - Edição final deste Blog. Foto: ZH

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

GIBÃO CAFÉ PUB

 


O GIBÃO Café Pub, no Espaço Strazzabosco, fica localizado na Rua Osvaldo Aranha, 469, em Santiago/RS. 

Está atendendo  também por tele entrega. 

 Fone/Whats 99615-5635

https://www.gibaocafepub.com.br/

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Deputada Federal Maria do Rosário, do PT/RS, convoca:

"Está aberto o ano legislativo de 2022. Vamos juntos e juntas resistir ao último ano de governo deste fascista, e construir o caminho para um Brasil melhor em 2023!" 

CLIQUE AQUI para assistir ao vídeo da brava companheira Deputada Federal Maria do Rosário, do PT/RS (via facebook)


'Em uma sociedade democrática, não é possível admitir que a violência seja utilizada como forma de prestígio a agressores e assediadores'

  


NOTA DE REPÚDIO

O Coletivo Sobre Elas, a União Brasileira de Mulheres – núcleo Santiago (UBM-Santiago), o núcleo do Instituto Pensamentos e Ações para Defesa da Democracia - IPAD da cidade de Santiago, repudiam a omissão institucionalizada do Poder Público municipal e da imprensa local nos atos de violência doméstica e contra a mulher que ocorrem em nossa cidade.

A omissão verificada e a premiação de agressores revelam o crescente desprestígio dos valores humanitários que inspiram nossa Constituição Federal, valores esses que são fiadores da convivência civilizada e principalmente do respeito à vida da mulher.

Em uma sociedade democrática, não é possível admitir que a violência seja utilizada como forma de prestígio a agressores e assediadores.

Os episódios de violência cometidos contra as mulheres, a omissão verificada em determinados casos, o apoio e justificativa para o uso da violência contra a mulher, minimizam os danos graves que causam na vida das vítimas e representam o autoritarismo e a sobrevivência do machismo, que são uma doença em nossa sociedade.

É triste e repulsivo ver agressores e assediadores serem laureados e terem suas atitudes convalidadas por quem deveria educar e combater toda forma de violência contra a mulher.

Frisamos que a imprensa tem o dever de noticiar todo e qualquer agressor de mulheres e o Poder Público tem o dever moral de não admitir homens que praticam esses crimes.

Uma sociedade que mascara hipocritamente fatos como esses,  perdem qualquer moral, passando a ser alvo de toda e qualquer desconfiança.

É com desprezo e com discurso de impaciência e intolerância que deixamos claro o quanto a covardia, a estupidez e os impulsos primitivos tornam doentia a sociedade que vivemos, e revelam como as diferentes formas de violência contra as mulheres são aceitas, vilipendiando os direitos das mulheres, incitando a violência e evocando o machismo que ataca as mulheres de modo cruel e extremamente agressivo.

Naturalizar, omitir e coroar o comportamento agressivo do homem é ser cúmplice da violência, é praticar o crime de incitação à violência contra as mulheres.

Dessa forma, manifestamos nosso total repúdio a qualquer manifestação de violência contra as mulheres, bem como a toda e qualquer incitação que venha a tolerá-las, incentivá-las ou relativizá-las.

Essa violência é diária e sentida por muitas de nós, silenciada e mascarada pelo Estado e “invisível” aos olhos da sociedade.

Para que a violência contra as mulheres tenha fim, é necessário enfrentar os valores e ideias que ainda naturalizam este tipo de violência e que tentam justificá-la e banalizá-la.

Ademais, a perversidade com que o patriarcado atua, faz inclusive com que até outras mulheres culpabilizem a vítima, e trabalhem em prol desse sistema opressivo.

BASTA DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER! Não reproduza o machismo, não ecoe o patriarcado, não dissemine a opressão, e principalmente não enalteça o agressor.

Por fim, fica o nosso questionamento: o que o Poder Público municipal está fazendo com relação e educação ao combate a violência contra a mulher? Quais são as políticas públicas afirmativas para trabalhar a violência contra as mulheres?

...

*Via Face

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Coluna Crítica & Autocrítica - nº 206

 


Por Júlio Garcia**

*A Coluna traz hoje, para conhecimento e reflexão dos(as)  prezados(as) leitores(as), algumas informações (não raro omitidas pela maioria da midia conservadora e patronal) sobre alguns dos inúmeros  prejuizos  que a dita "reforma trabalhista" trouxe para  os trabalhadores brasileiros,  sobretudo destacando o desemprego e a precariedade no trabalho. Leiam a seguir: 

1 - O TRABALHADOR PAGOU O PATO 

O golpe de 2016 interrompeu um período de ganhos salariais e de respeito aos direitos trabalhistas. A reforma alterou mais de 100 artigos da CLT prometendo trazer 6 milhões de novos empregos. Os direitos se fo​ram, os empregos jamais vieram. 

2 - DESEMPREGO 

Após 6 anos, a reforma trabalhista deixou um rastro de 13,5 milhões de desempregados, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).

O número pode chegar a 14 milhões em 2022, segundo projeções da Organização Mundial do Trabalho (OIT). Além disso, 5,1 milhões de pessoas já até perderam a esperança e nem procuram mais emprego, os chamados desalentados. 

3 - SAI A CARTEIRA, ENTRA O BICO 

A reforma abriu espaço para os subempregos e o aumento da exploração. Hoje temos 38 milhões de informais, a grande maioria sem nenhum direito e superexplorados. 

4 - MAPA DA FOME 

O rendimento médio mensal da população cai e chega a R$ 2.213 em 2020, o menor patamar desde 2012, segundo o Pnad. Além disso, o Brasil volta ao mapa da fome e a insegurança alimentar atinge 7,5 milhões de pessoas, de acordo com a FAO. 

5 – RICOS ENCHERAM O BOLSO 

A reforma trabalhista é boa para alguns poucos. Com a mão de obra mais barata e sem direitos, o patrimônio dos bilionários brasileiros aumentou cerca de R$ 177 bilhões só durante a pandemia, segundo o Relatório da Riqueza Global, do banco Credit Suisse. Já os mais pobres vão levar pelo menos 14 anos para conseguir repor as perdas decorrentes do impacto econômico da covid-19, mostra o relatório “O Vírus da Desigualdade”, divulgado pela Oxfam na abertura do Fórum Econômico Mundial realizado em Davos, na Suíça. 

6 - ESPANHA, NOSSO "MODELO" 

A reforma trabalhista da Espanha de 2012 inspirou a reforma feita no Brasil cinco anos depois. Deu tão errado por lá que o governo anunciou a revogação neste ano. 

7 - A RECONSTRUÇÃO 

O Ex-Presidente Lula chama a atenção para a revisão da Espanha e qual deve ser o foco brasileiro: "A reconstrução do Brasil precisa começar pelo mais básico: garantir que todas as pessoas possam comer, tenham direito a estudar e trabalhar em paz”, escreveu no Twitter. (informações oriundas de  pesquisas recentes - via Instituto Lula)....

**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, dirigente político (PT) e Midioativista. Foi um dos fundadores do PT e da CUT. - Publicado originalmente no Jornal A Folha (do qual é Colunista), edição 823,  em 21/01/2022. 

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Valdeci Oliveira (PT) toma posse como presidente da Assembleia Legislativa do RS

Em discurso de posse, Valdeci defendeu o diálogo e a construção de consensos para enfrentamentos de temas como a estiagem


O deputado estadual Valdeci Oliveira (PT) tomou posse nesta segunda-feira (31) como novo presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Em seu discurso de posse, que foi acompanhado pelo governador Eduardo Leite (PSDB) e pelos ex-governadores Olívio Dutra (PT) e Germano Rigotto (MDB), Valdeci defendeu a ampliação do diálogo para a construção de consensos políticos e fez defesa radical da democracia, de ações de combate à estiagem, à fome e fortalecimento da saúde pública no cenário pós-pandemia. 

“Desde já, quero convidar todas as instituições, movimentos e organizações do Estado para, juntos, prepararmos um mutirão solidário de proteção contra a fome no RS”, disse Valdeci, lembrando há mais de um milhão e meio de pessoas que ficaram desassistidas, que perderam o auxílio emergencial de um ano para outro, sem que a economia tenha se recuperado completamente. 

Valdeci defendeu que, por ser de um partido de oposição ao atual governo estadual, sua gestão será marcada pelo diálogo e por uma postura republicana e colaborativa. “A divergência ideológica nunca foi empecilho para se construir pontes e buscar consensos”, disse. 

O novo presidente da AL disse ainda que trabalhará para interiorizar o parlamento gaúcho e levá-lo “onde for preciso estar, da forma que for possível ser feita, mas sempre com o mesmo compromisso que é o de integrar ainda mais a Assembleia no cotidiano das gaúchas e gaúchos”. 

Valdeci também chamou a atenção para a necessidade do parlamento enfrentar o problema da estiagem e ajudar a amenizar os reflexos da falta de chuva. “A estiagem é uma tarefa inadiável. Mais do que política de governo é preciso ter uma política de estado”, afirmou. 

A pauta da estiagem foi o tema da sua primeira audiência oficial enquanto chefe do legislativo, quando se reuniu no final da tarde com as principais entidades vinculadas aos pequenos agricultores do Estado. 

Por fim, ele ainda ponderou que, mesmo como presidente da Casa, não deixará de seguir lutando pelas pautas do seu mandato, como a instituição de uma política estadual de renda básica e a implementação do teste do pezinho ampliado, que aumenta de 6 para mais de 50 as doenças a serem detectadas e é direcionado aos recém-nascidos. 

Valdeci assume a presidência da Assembleia no último ano da 55ª Legislatura, num acordo chamado de “gestão compartilhada” e que vigora desde 2007, onde as quatro maiores bancadas ocupam o posto, de forma rotativa, a cada ano. Em 2019 o cargo foi ocupado por Luiz Augusto Lara (PTB), Ernani Polo (PP) em 2020 e Gabriel Souza (MDB) em 2021.

*Fonte: Sul21