segunda-feira, 30 de setembro de 2024

"O PT precisa de renovação ideológica – e não propriamente etária" (Breno Altman)

Jornalista aborda os desafios da nova geração do Partido dos Trabalhadores e questiona sua capacidade de manter a densidade ideológica do partido

   (Foto: ABR | Brasil247)

 

247* – Em entrevista ao Bom Dia 247, o jornalista e analista político Breno Altman, editor do Opera Mundi, trouxe à tona um dos temas centrais para o futuro do Partido dos Trabalhadores (PT): a necessidade de renovação. Porém, Altman destacou que essa renovação não deve ser meramente etária, mas, acima de tudo, ideológica. A análise foi baseada em reflexões feitas pelo ex-ministro José Dirceu em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, onde ele abordou as principais questões internas do partido, como a sucessão de suas lideranças históricas. 

“Renovação no PT não é apenas uma questão de idade. É, sobretudo, política e ideológica”, afirmou Altman, destacando a preocupação de Dirceu com a capacidade da nova geração do partido de manter a densidade ideológica que marcou os fundadores do PT, como Lula, José Genoino e Rui Falcão. Para Altman, a principal questão é se os novos quadros serão capazes de sustentar o projeto político que deu origem ao partido, mantendo a conexão com as classes populares e com uma visão crítica do capitalismo. 

A geração histórica do PT, formada por líderes que se destacaram na resistência à ditadura militar e nas grandes lutas sindicais, foi responsável por dar ao partido uma forte base ideológica. No entanto, Altman enfatizou que a renovação que se avizinha traz dúvidas. “A nova geração que irá emergir no PT nos próximos anos possui tanto a força social e eleitoral quanto a densidade política e ideológica da geração anterior? Dirceu expressou algum receio a esse respeito, e com razão”, comentou o jornalista. 

Essa preocupação se reflete em um momento delicado para o partido, em que sua liderança mais expressiva, o presidente Lula, ainda ocupa um espaço central na política nacional. Dirceu, segundo Altman, deixou claro que, enquanto Lula tiver saúde e disposição, ele será o candidato do partido, apontando para a dificuldade de criar novas lideranças com o mesmo peso histórico. “O PT enfrenta um grande desafio: reposicionar-se no novo cenário nacional e internacional sem perder sua identidade de esquerda”, afirmo Aultman. 

A renovação dentro do PT, para Altman, não pode se resumir à substituição de figuras mais antigas por nomes jovens. Ele destacou que a densidade política do partido sempre foi uma de suas características marcantes, e essa herança precisa ser preservada. "A renovação do PT precisa ser capaz de reposicionar o partido no atual cenário, sem abrir mão de sua base ideológica, que é o que lhe confere legitimidade", explicou. 

A análise de Altman também destacou que o futuro do PT está intimamente ligado à sua capacidade de se manter relevante em um cenário político marcado pela ascensão da direita e extrema-direita. Para ele, uma renovação bem-sucedida deve garantir que o partido continue sendo uma força política de oposição ao neoliberalismo e ao imperialismo, mantendo sua identidade de esquerda clara e forte. 

Por fim, Altman concluiu sua análise ressaltando que o caminho da renovação no PT passa por um compromisso com a profundidade ideológica que sempre caracterizou o partido. "O grande desafio do PT não é apenas político, mas também ideológico. A nova geração que surgir deve ser capaz de preservar e ampliar esse legado", finalizou.

*Com o Blog do Júlio Garcia - Via Brasil247

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

PROJETO 'PÁTRIA GRANDE DO SUL'*


*Importante acordo entre o MST e o governo da Venezuela para produzir alimentos (assista acima). -Via TVTNews


quinta-feira, 26 de setembro de 2024

UMA OUTRA SANTIAGO É POSSÍVEL? (Poema)

 


 

Uma outra Santiago é possível? 

 

Uma outra cidade é possível? 

(Só depende de nós!) 

... 

"Que seja fraterna 

    despreconceituosa 

com crianças bem nutridas 

     sem latifúndios 

          sem opressão 

              sem exclusões 

& sem males!" 

... 

Uma Santiago 

     democrática 

          solidária 

participativa/inclusiva 

       "sem crianças pedintes 

                  sem enjeitados sociais 

nem trogloditas rurais 

         & urbanos..." 

... 

Não a atual alienada Santiago 

dominada/manipulada 

  - ainda! - 

por uma 'casta' 

    & uma mídia 

        mercenária.

 

Não a cidade 

elitista/conservadora/deseducadora 

e, sobretudo, alienada 

     & egoísta 

      do pão & circo 

         do futebol (e só!!!)... 

Das 'panelinhas' 

   & aparências 

          sociais... 

Das premiações $$$ 

  & louvações 

    aos de sempre... 

... 

Uma outra Santiago é possível? 

-Claro que sim! 

-Se tivermos atitude, posição 

    (& tesão) 

            de ousar... 

                   & do Povo, escutar 

                             o rouco, martelante 

                                      & contínuo 

                                             clamor 

                                                       da voz! 

                                 E (re)agir! 

(Só depende de nós...). 

--- 

*Poema que integra o meu novo livro 'Cara & Coragem II - Poemas Reunidos', a ser lançado na próxima Feira do Livro de Santiago/RS. (Júlio C. S. Garcia)

sábado, 21 de setembro de 2024

Queimadas e incêndios florestais: 99% são provocados por humanos

Uma parte ínfima dos incêndios florestais e queimadas que se proliferam pelo país é iniciada por causas naturais.

“De todos os incêndios que acontecem no Brasil, cerca de 1% é originado por raio. Todos os outros 99% são de ação humana”. Foto: Mayangdi Inzaulgarat

Apenas uma parte ínfima dos incêndios florestais e queimadas que se proliferam pelo país é iniciada por causas naturais. A constatação é da doutora em geociências Renata Libonati, coordenadora do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

“De todos os incêndios que acontecem no Brasil, cerca de 1% é originado por raio. Todos os outros 99% são de ação humana”, afirma. 

A pesquisadora é responsável pelo sistema Alarmes, um monitoramento diário por meio de imagens de satélite e emissão de alertas sobre presença de fogo na vegetação. Ao relacionar os dados com a proibição vigente de colocar fogo em vegetação, ela afirma que “todos esses incêndios, mesmo que não tenham sido intencionais, são de alguma forma criminosos”, disse em entrevista à Agência Brasil. 

Queimadas pelo país

Com base em dados que ficam disponíveis a cada 24h, a professora constata que “a situação é muito crítica” nos três biomas analisados, sendo a pior já registrada na Amazônia. Em relação ao Cerrado e o Pantanal, ela ressalta que a presença das chamas está “muito próxima do máximo histórico”. 

Renata Libonati associa o fogo que consome vegetação em diversas regiões brasileiras a atividades econômicas. “A ocorrência dos incêndios no Brasil está intimamente relacionada ao uso da terra”. 

Com o olhar de quem acompanha cada vez mais eventos climáticos extremos, a pesquisadora percebe um ultimato: “Nosso estilo de vida atual é incompatível com o bem-estar da nossa sociedade no futuro”.

*Via Redação TVTNews

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

SANTIAGO/RS: DIA 6 DE OUTUBRO COMEÇAREMOS A ESCREVER "UMA NOVA HISTÓRIA!" - SÓ DEPENDE DE VOCÊ! VOTE PT, VOTE 13!!!

 

JOSI PREFEITA - LIA VICE-PREFEITA - PT

CANDIDATOS/AS À VEREANÇA PELO PT DE SANTIAGO/RS

*DIA 6 DE OUTUBRO VOTE PARA MUDAR DE VERDADE! PARA PREFEITA, VICE E VEREADOR(A), VOTE PT 

- VOTE 13!!

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

UMA ELEIÇÃO INESQUECÍVEL (Miguel Rossetto)

Esta é uma eleição que tem a alma da mudança. Que pode marcar a reconquista da cidadania nas nossas cidades e prefeituras 

 

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

Por Miguel Rossetto (*) 

Para muita gente, a eleição marcante foi a primeira eleição presidencial depois da ditadura. Lula e Collor eletrizaram o país em uma disputa palmo a palmo, uma disputa de dois projetos opostos de país. Collor venceu, sofreu o primeiro impeachment do Brasil e o resto é história. 

Inesquecível foi a eleição de Olívio Dutra governador, da qual participei como vice-governador, contra a rica e poderosa candidatura de Britto. Antônio Britto tinha privatizado empresas públicas, duplicado a dívida gaúcha e antecipava a onda neoliberal selvagem que se seguiria. 

Também foi uma eleição cabeça a cabeça, só resolvida no segundo turno, com consequências expressivas para o estado. Fizemos um governo vibrante que inauguraria políticas públicas que seriam o embrião de inúmeros programas do governo Lula, como o seguro agrícola, o Bolsa Família, a expansão das universidades e muito mais. 

Para uma geração mais jovem, a eleição inesquecível pode ter sido a última eleição presidencial, em que Lula encerra de forma dramática um período de obscurantismo, tristeza e ódio condensado na figura de Jair Bolsonaro. 

Várias outras disputas capturaram o coração e a mente dos brasileiros e brasileiras. Todas têm em comum o fato te terem em disputa projetos claros e distintos para o país, estados ou cidades. Mas se pararmos para pensar, todas as eleições são igualmente decisivas. Porque nos definimos em cada uma delas. Em cada voto decidimos o país que queremos ter, os parlamentos que vão nos representar, as cidades que iremos viver. 

Neste ano, vamos ter de novo eleições municipais e nelas vão estar presentes as opções que já disputamos nacionalmente: ganância ou solidariedade, egoísmo ou bem comum, negócios ou serviço público. 

Nos últimos anos, o espírito negacionista, mesquinho e autoritário invadiu a gestão dos nossos municípios transformando cada espaço da nossa vida em comum em um local para o lucro e os negócios dos amigos de quem governa. É a especulação imobiliária que destrói os planos diretores, o meio ambiente e a organização das cidades abrindo espaço para tragédias como as enchentes deste ano, a venda sem critérios ou limites das empresas públicas, a privatização de serviços essenciais como saúde e educação gerando escândalos de gestão generalizados. Para estes governantes, tudo na cidade são negócios, nada é o bem público. 

Esta é uma eleição que tem a alma da mudança. Que pode marcar a reconquista da cidadania nas nossas cidades e prefeituras. E é para isto que queremos te convidar. Quer mudar o mundo? Muda a tua cidade! 

Cantemos de novo para nossa cidade o que já cantamos com alegria e entusiasmo; uma cidade parece pequena, se comparada a um país, mas é na minha, na sua cidade que se começa a ser feliz. Vamos transformar esta eleição num momento memorável. Daqueles que vamos olhar para trás e dizer: este foi um momento inesquecível. Aqui começamos a mudança. 

(*) Miguel Rossetto foi vice-governador do RS e ministro nos governos Lula e Dilma e é líder da Bancada do PT na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul 

-Fonte: Sul21 

**Nota: Este Editor também teve o privilégio - e a honra! - de integrar (primeiramente na Casa Civil, juntamente com o companheiro Flávio Koutzii e, após, na Secretaria Especial do Interior - SEI, com o companheiro Dirceu Lopes) o governo liderado pelo companheiro governador Olívio Dutra, que contou com o companheiro Miguel Rossetto como vice-governador (de1999-2002). Depois, tive também a honra de integrar o primeiro e o início do segundo governo liderados pelo Presidente Lula (2003/2008). Essas foram, literalmente, "eleições inesquecíveis". (Júlio C. S. Garcia).

**Via Blog do Júlio Garcia

sábado, 14 de setembro de 2024

DEPUTADO ESTADUAL LEONEL RADDE (PT/RS) & 'CARAVANA ANTIFASCISTA' PERCORRENDO O RS

 


*Hoje, às 10,30 h, o Deputado Estadual Leonel Radde estará em Santiago/RS, na Sede Municipal do PT (Travessa Jaime Pinto esquina Rua Benjamin Constant - Centro). 

-Todxs lá!!!  

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Pimenta anuncia fim do Ministério da Reconstrução e explica entrega de moradias para atingidos pela enchente

Balanço aponta que governo federal destinou R$ 98,7 bilhões para o Rio Grande do Sul após o desastre climático de maio

Foto: Henrique Raynal / Casa Civil

Por Bettina Gehn*

Com o fim da validade da Medida Provisória que criou o Ministério da Reconstrução do RS, a pasta ganhará status de secretaria extraordinária e deve funcionar até dezembro, vinculada à Casa Civil. Paulo Pimenta deixa o cargo. Para apresentar um balanço das ações coordenadas pelo ministério até aqui, o ministro esteve em Porto Alegre nesta quarta-feira (11) acompanhado de Rui Costa (Casa Civil), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Jader Filho (Cidades) e do governador Eduardo Leite. A reunião contou com deputados estaduais e federais, além de prefeitos de cidades atingidas pela enchente de maio e do presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Marcelo Arruda. 

O balanço apontou que foram destinados R$ 98,7 bilhões para o Rio Grande do Sul no âmbito de ações pós-enchentes, dos quais quais R$ 17,5 bilhões são recursos de prorrogação e antecipação (R$ 15,04 bilhões já pagos) e R$ 81,2 bilhões são novos. Dos recursos novos, R$ 56,7 bilhões foram disponibilizados como linhas de crédito (R$ 14,4 bilhões já contratados) e R$ 24,5 bilhões são oriundos do o Orçamento Geral da União, dos quais R$ 12,9 bilhões já foram pagos. 

“Conseguimos fazer uma coisa que muita gente não acreditava. Chegamos a imaginar que o Rio Grande do Sul poderia perder 25% da sua arrecadação de ICMS. E nós, no mês de julho, fomos a indústria que mais cresceu”, comemorou o ministro Pimenta ao declarar que mais de R$ 25 bilhões foram investidos na economia do Estado nos últimos 90 dias. 

Foi anunciado um fundo de R$ 6,5 bilhões para obras de diques, sistemas de proteção e demais estudos. O valor deve ser disponibilizado até o final de 2024. “Nós vamos transferir todo o montante não executado até dezembro deste ano para um fundo na Caixa ou no BNDES para dar continuidade às ações não concluídas no Rio Grande do Sul”, disse Rui Costa. 

Com a transformação do Ministério em secretaria extraordinária, Pimenta retorna para a Secretaria de Comunicação Social (Secom) e a estrutura passar a ser comandada por Maneco Hassen, que ocupava o cargo de secretário de comunicação institucional na Secom. 

Habitação

Diante da tragédia, o programa Minha Casa, Minha Vida ganhou as modalidades Rural e Calamidade no Rio Grande do Sul. Pela primeira vez, o programa adquiriu imóveis já prontos. De acordo com o governo federal, 1,8 mil unidades habitacionais já tiveram a contratação autorizada, totalizando R$ 328,9 milhões em contratos. O tempo de entrega das primeiras unidades depende do envio de propostas por parte dos municípios. 

As famílias também têm a opção de fazer a compra assistida, modalidade em que procuram um imóvel por conta própria e contam com subsídio do governo para adquiri-lo. 

“Nós chegamos a 773 famílias que estão aptas para que a gente possa apresentar a elas esse leque de opções”, afirmou o ministro Jader. “Apenas em Montenegro, o número de imóveis disponíveis é inferior à quantidade de famílias que perderam suas casas”, ressaltou. Nesse caso, o governo está disponibilizando imóveis em outras cidades, como Gravataí, para escolha das famílias. 

O número total de imóveis prontos já disponíveis – 5 mil – ultrapassa o de famílias aptas a recebê-los, mas a maioria das pessoas atingidas está optando por buscar um imóvel por conta própria, através da compra assistida. 

“Agora, nós temos 5 mil unidades habitacionais disponíveis e nós não temos cadastros de pessoas para todas elas. A rigor, hoje está sobrando imóvel e está faltando pessoas, porque as pessoas preferem fazer a compra assistida. Mas vai ter um limite, um tempo para a pessoa procurar isso, porque nós temos que contratar as casas para serem construídas”, afirmou o ministro Rui Costa. 

Nos municípios menores, a construção das unidades habitacionais será feita pelas próprias prefeituras. Entre eles, 75 já apresentaram planos de trabalho. “Cada município que tem demanda, e essa demanda for comprovada, ele terá oportunidade de cadastrar o projeto, que será analisado pelo Ministério das Cidades e pela Caixa Econômica Federal”, explicou Pimenta. 

Em agosto, 253 unidades habitacionais foram entregues em quatro empreendimentos (Morada da Fé, Dois Irmãos, COOHAGIG e Orquídea Libertária). Ao todo, os empreendimentos totalizam 1.290 unidades habitacionais, que serão entregues até o fim do ano. 

Na mesma oportunidade, o governo assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público para que alguns reparos nas residências pudessem ser dispensados em um primeiro momento. “Não é que nós não vamos fazer esses reparos, essas obras que precisarem ser feitas nos condomínios. O que nós pedimos ao MP é que os apartamentos que estivessem prontos e habitáveis, faltando um calçamento, que isso pudesse ser finalizado posteriormente. Porque melhor do que estar morando num abrigo é estar morando na sua casa”, explicou o ministro Jader. 

As famílias têm ainda a possibilidade de usarem o próprio terreno para construir novas moradias, com aporte financeiro do governo, na condição de que as próximas obras de segurança contra enchentes passem a garantir a proteção do local.

*Via Sul21

terça-feira, 10 de setembro de 2024

A FARSA DO 7 DE SETEMBRO E O MITO DO GRITO DO IPIRANGA

 

À esquerda, a imagem inventada do Grito de Ipiranga, de 7 de setembro de 1822, e que nunca houve. À direita, trecho do Hino da Independência de 16 de agosto de 1822, de Evaristo Veiga. Nesta data, a independência do Brasil já tinha sido proclamada

Por João Batista Damasceno*, em Resistência Lírica

O professor Nireu Cavalcanti fez notável trabalho sobre a lenda que os brasileiros comemoram, tal como se fosse fato histórico. Trata-se do Grito do Ipiranga em 7 de setembro de 1822.

Documentos da época demonstram que os fatos, ocorrências concretas no mundo natural, se deram em outros tempos e lugares, com pessoas diversas que não os falsificadores da história.

Nireu é arquiteto, historiador, artista plástico, ex-diretor da Faculdade de Arquitetura da UFF e uma das maiores autoridades da história do Rio de Janeiro.

É o autor do clássico, “O Rio de Janeiro setecentista: A vida e a construção da cidade, da invasão francesa até a chegada da corte”.

Artigo da jornalista Anabela Paiva diz que ele trabalhou “com a obsessão de um Sherlock Holmes”, “empreendeu diligências em busca de documentos” e “embrenhou-se em arquivos”.

Assim sempre o faz – mediante análise de fontes primárias – desmistificando eventos fantasiosos, tais como o lugar do enforcamento de Tiradentes e o tal do Grito do Ipiranga.

O professor Nireu demonstra que José Bonifácio de Andrada, com seus irmãos e grupo de apoiadores, atuou contra o grupo fluminense, “os verdadeiros autores do convencimento do Príncipe Regente, a proclamar a independência do Brasil”.

A independência foi estabelecida em documento oficial, no dia 1º de agosto de 1822, intitulado “Manifesto de S. A. R. o Príncipe Regente Constitucional e Defensor Perpétuo do Reino do Brasil”.

Os documentos primários que comprovam as efetivas ocorrências não podem ser aqui listados, por falta de espaço.

Mas disponibilizo o estudo do professor Nireu Cavalcanti e imagem dos documentos no blog Resistência Lírica. Todas as expressões com aspas, neste texto, são oriundas do trabalho dele.

Desde 1820 os liberais portugueses se agitavam. Em 1821 D. João VI, que viera para o Brasil em 1808, retornou a Portugal.

Coube a um personagem esquecido nos livros de história, José Clemente Pereira, tentar convencer as Cortes Portuguesas a não intimidar os brasilienses e até propôs que Brasil e Portugal fossem constituídos como dois reinos, sob um mesmo rei, sediado no Rio de Janeiro.

A intransigência dos portugueses, que exigiam a volta de D. Pedro, teve como resposta o Dia do Fico, em 9 de janeiro de 1822.

A publicação das cartas originais de D. Pedro I, pelo Museu Imperial de Petrópolis, nos permite reconstituir o período.

Igualmente, a análise de jornais da época, nos mostra que o Manifesto do Príncipe Regente, proclamando a Independência do Brasil, ocorreu em 1 de agosto de 1822.

O manifesto conclama “a união e apoio dos ‘Ilustres Baianos’, ‘Valentes Mineiros’ e ‘habitantes do Ceará, Maranhão, do Riquíssimo Pará’ para assinarem o ‘ato da nossa Emancipação’.”

Em 6 de agosto, D. Pedro I mandou carta aos representantes das “Nações Amigas” comunicando a independência e em 16 de agosto foi publicado o “Hymno Constitucional Brasilience”, do jornalista Evaristo da Veiga, que cantamos até hoje como Hino da Independência.

D. Pedro foi para a Província de São Paulo no dia 14 de agosto e voltou para o Rio em 14 de setembro. O dia a dia da viagem está registrado em documentos. Não há referência ao Grito do Ipiranga.

Em 23 de maio ocorreram distúrbios causados por opositores dos Irmãos Andrada. D. Pedro fora a Santos apaziguar tais conflitos.

Em 7 de setembro, passou perto da cidade São Paulo, sem nela entrar. Na mesma data o Ministro Especial Luiz de Saldanha da Gama instaurou um inquérito para apurar as ocorrências de 23 de maio.

Em 8 de setembro D. Pedro remeteu um manifesto “aos Honrados Paulistanos”.

De posse deste manifesto é que os Irmãos Andrada inventaram a ocorrência da véspera, ampliando demonstração de poder e prestígio, embora fundado em falsidade da história.

O manifesto de 8 de setembro era uma carta aos paulistanos e não aos Irmãos Andrada e nada continha sobre o tal grito às margens do Riacho Ipiranga.

“Se tivesse havido o ‘Grito de Independência do Brasil’ naquela Província, em 7 de setembro, o Príncipe Regente iria proclamá-la na cidade de São Paulo, na Câmara de Vereadores, ou no principal logradouro da cidade, cercado de autoridades e da imensidão do Povo”, disse Nireu.

Em 30 de outubro os líderes fluminenses contrários ao agora ministro José Bonifácio, foram presos e acusados de participar de distúrbios, com fundamento em fake news e lawfare.

Os fluminenses, verdadeiros autores da articulação da independência, foram “acusados de anarquistas, republicanos, e de planejarem tomar o poder”.

Foi em 4 de setembro de 1823, em sessão da Assembleia Constituinte que se propôs a oficialização do 7 de setembro como Dia da Independência do Brasil, registando a fake News dos golpistas da Família Andrada como história.

Em 1824 um padre e deputado, que era amigo e parente de José Bonifácio de Andrada, indicou o lugar do Grito do Ipiranga. Quem duvida das palavras de um religioso?

O irmão da Marquesa de Santos, amante de D. Pedro I, em 1864, confirmou o grito do “cunhado”.

A independência de um país não se faz com bravata no meio do mato por um patriota perante subalternos.

Tampouco aos gritos à margem de um riacho, enquanto se higieniza de uma diarreia; é trabalho cotidiano de todos os nacionalistas.

...

*João Batista Damasceno é professor e doutor em Ciência Política.

**Publicado originariamente no jornal O DIA, em 07 de setembro de 2024, pag. 12.

-Fonte: https://www.viomundo.com.br/

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

ADVOGADOS ASSOCIADOS - SANTIAGO-RS

 


*Advocacia em geral. Temos também parceria com colegas de várias áreas do Direito, de Santiago e do RS. 

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-Consulta somente com hora marcada.

domingo, 1 de setembro de 2024

SANTIAGO/RS: DIA 6 DE OUTUBRO COMEÇAREMOS A ESCREVER "UMA NOVA HISTÓRIA!" - SÓ DEPENDE DE VOCÊ! VOTE PT, VOTE 13!!!

 

   JOSI PREFEITA - LIA VICE-PREFEITA - PT

 CANDIDATOS/AS À VEREANÇA PELO PT DE SANTIAGO/RS

*DIA 6 DE OUTUBRO VOTE PARA MUDAR DE VERDADE! PARA PREFEITA, VICE E VEREADOR(A), VOTE PT - VOTE 13!!!