terça-feira, 30 de maio de 2023

Presidente da CPI do MST, Zucco recebeu R$ 60 mil de sócio de homem que teve fazenda ocupada

José Renan Toniazzo, dono da Fazenda Palermo, tem negócios com Celso Rigo, financiador do deputado bolsonarista

 


O Brasil de Fato* já mostrou que o deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos), que propôs e preside a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) no Congresso, recebeu dinheiro para financiamento de campanha do empresário Celso Rigo, proprietário da marca de arroz Prato Fino. As relações entre eles, porém, podem ir além. Um dos principais sócios de Rigo, José Renan Toniazzo, é proprietário de área que já foi ocupada pelo MST.  

Conhecida como Fazenda Palermo, a área fica no município gaúcho de São Borja e está em disputa desde 2001, quando foi declarada de interesse social para desapropriação pelo governo do Rio Grande do Sul, na época chefiado por Olívio Dutra (PT). 

A fazenda foi ocupada por diversas vezes pelo movimento. Três dessas ocupações aconteceram no ano de 2006. Há registro de ocupações também em 2011 e 2013, sempre na intenção de pressionar o governo e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a assentar famílias de trabalhadores rurais. 

A fazenda foi adquirida por Toniazzo para criação de cabeças de gado. Em 2011, enquanto solicitava à Justiça a reintegração de posse (que viria a acontecer), ele afirmou que cerca de 2 mil cabeças eram criadas no local. 

Bem mais antiga é a parceria entre Toniazzo e Celso Rigo, pessoa física que mais doou para a campanha de Zucco nas últimas eleições, quando ele se tornou o deputado federal mais votado do Rio Grande do Sul (o montante doado foi de R$ 60 mil). Eles trabalham juntos desde 1975. 

Reportagem do jornal Zero Hora que contou de maneira lúdica a vida de Rigo citou episódio daquele ano, quando ele convidou Toniazzo para ser seu sócio na Pirahy Alimentos, empresa que hoje produz o arroz Prato Fino. "Na época, eu ainda não tinha 18 anos e o Celso pediu liberação a meus pais para que pudesse trabalhar", contou Toniazzo ao jornal, que não deixou claras as origens da parceria. 

Outro lado 

O Brasil de Fato acionou a assessoria de imprensa do deputado Tenente Coronel Zucco para comentar as relações com José Renan Toniazzo. Segundo a assessoria, o deputado informou que não conhece o empresário José Renan Toniazzo. 

"O deputado não é um parlamentar com origem no agronegócio. Foi o mais votado em 2018 para deputado estadual e o mais votado para deputado federal em 2022 pelo voto de opinião. Recebeu recursos de médicos, empresários, de diversos setores. E tudo devidamente registrado na Justiça Eleitoral. Somente isso", complementou a assessoria de Zucco em comunicado por escrito. 

*Edição: Nicolau Soares - Fonte: BrasildeFato

domingo, 28 de maio de 2023

segunda-feira, 22 de maio de 2023

LIVRO 'ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA' SERÁ LANÇADO ESTA SEMANA EM PORTO ALEGRE/RS

 


"Imprensa brasileira se avacalhou por completo na cobertura da participação de Lula no G7"

 


O jornalista José Reinaldo Carvalho, editor internacional do Brasil 247, não poupou críticas à cobertura da imprensa brasileira sobre a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na cúpula do G7 realizada em Hiroshima. Em suas declarações ao programa Bom Dia 247, Zé Reinaldo expressou seu descontentamento, alegando que a mídia local "se avacalhou por completo". Segundo ele, a imprensa distorceu os fatos, forneceu informações imprecisas e retratou a cúpula com um viés extremo. (...)

*CLIQUE AQUI para ler na íntegra (via 247)

quarta-feira, 17 de maio de 2023

PERDEU - TSE cassa o mandato de Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato

Decisão indeferiu o registro da candidatura; decisão deve ser cumprida imediatamente

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferiu nesta quinta-feira (16) o registro de candidatura do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Para os ministros, Deltan pediu exoneração do cargo de procurador para evitar uma punição administrativa, que poderia torná-lo inelegível.

Na prática, isso significa a cassação do mandato. Os votos recebidos por Dallagnol serão destinados ao partido.

Durante sua argumentação, o relator do processo no TSE, ministro Benedito Gonçalves, afirmoou que os elementos demonstravam clara intenção de Dallagnol de fugir de uma punição administrativa. "Referida manobra impediu que os 15 procedimentos administrativos em trâmite no CNMP em seu desfavor viessem a gerar processos administrativos disciplinares, que poderiam ensejar pena de aposentadoria compulsória ou perda do cargo."

Todos os ministros votaram com o relator.

A decisão será cumprida imediatamente, sem necessidade de publicação da sentença. Deltan, que atuou como procurador da Operação Lava Jato, pode apresentar recurso ao próprio TSE e ao Supremo Tribunal Federal (STF), já fora do mandato.

O pedido de cassação foi apresentado pela federação PT-PCdoB-PV e pelo PMN. O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) não aceitou o pedido, mas os partidos recorreram ao TSE.

Os partidos defendiam que Dallagnol deveria ser inelegível por conta de condenação do Tribunal de Contas da União (TCU) por gastos com diárias e passagens de outros procuradores da Lava Jato e por ter pedido exoneração do Ministério Público Federal para evitar 15 procedimentos administrativos no Conselho Nacional do Ministério Público, que poderiam levar a penas como aposentadoria compulsória ou demissão.

Dallagnol foi eleito pelo Paraná com 344 mil votos.

*Edição: Thalita Pires - Fonte: Redação do Brasil de Fato

sábado, 13 de maio de 2023

Samba do Sul: Sujeitos da música popular de Porto Alegre/RS

 


Série especial em vídeos contas as histórias de pessoas que marcaram e que constroem a cena sambista da Capital gaúcha. (...)

CLIQUE AQUI para ler (e assistir) - via Sul21

sexta-feira, 5 de maio de 2023

DEMOCRACIA - Disputa sobre PL das Fake News e CPI do MST são aguçamento da luta de classes no Brasil

Podcast Três por Quatro começa a terceira temporada com temas quentes do noticiário político brasileiro

A convidada Flávia Lefèvre, o comentarista João Pedro Stédile e os apresentadores Nara Lacerda e Igor Carvalho, no primeiro episódio do Três por Quatro - Vitor Shimura

Brasil de Fato - Por Letycia Holanda* - “O Brasil vive um período intenso da luta de classes”, afirma João Pedro Stédile, liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em participação no episódio de estreia da terceira temporada do podcast Três por Quatro, produzido pela Brasil de Fato. 

Na visão de Stédile, o tema está presente em diversas frentes da política brasileira. E isso não é diferente com o Projeto de Lei (PL) 2630/2020, ou PL da Regulação das Redes, que, segundo ele, surge como “um componente em defesa da democracia e do anti-imperialismo”. 

Popularmente conhecido como PL das Fake News, o projeto voltou a esquentar a discussão sobre a democratização das redes no Congresso Nacional. O texto institui a “Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet", e prevê medidas de combate à disseminação de conteúdo falso nas redes sociais. 

Stédile denuncia o caráter imperialista que tomou a discussão: “Como os EUA, nas novas ofensivas políticas e militares para manter seus interesses imperialistas, usam as bigtechs no mundo inteiro, sobretudo para derrotar nas campanhas eleitorais possíveis inimigos. Quem está por trás desses deputados direitistas é a máquina do império. E nós aprovarmos uma lei brasileira é fundamental para democracia do nosso país e para a nossa saúde mental”. 

O projeto está travado na Câmara dos Deputados desde 2020 e, mesmo que brevemente, voltou a ser pautado na última terça-feira (2) pelos parlamentares. O relator do texto, Orlando Silva (PCdoB), pediu o adiamento da votação, entendendo que não havia votos suficientes para aprovar a matéria. Em plenário, Orlando Silva afirmou que o adiamento se dá pela necessidade de produzir o melhor texto possível.

A advogada Flávia Lefèvre, especialista em telecomunicações, direito do consumidor e direitos digitais, explica que a disputa em torno do PL 2630 é travada entre o Governo Federal e as bigTechs, como a Google, a Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp), o Twitter e o TikTok. 

“O que essa lei pretende é estabelecer transparência e equilíbrio na relação entre quem usa os serviços prestados na internet. Porque a gente tem que lembrar que essas empresas são prestadoras de serviço. Empresas, que na maioria delas, as mais poderosas, hoje são estadunidenses, ligadas a interesses muito claros, bastante afinados com a direita e com a ultradireita.  Portanto, a gente precisa sim entender como funcionam os sistemas algorítmicos de moderação de conteúdos utilizados por essas empresas”, avalia Flávia, que lembrou do monopólio virtual das bigtechs, que controlam sozinhas o fluxo de informação de mais de 2,7 bilhões de usuários no planeta. 

O Três por Quatro recebeu também o deputado federal, João Daniel (PT), que confirmou a presença de lobistas das grandes plataformas em todos os cantos do Congresso Nacional, para tentar influenciar a votação do texto. 

“Todos os gabinetes, todos os plenários e em todos corredores da Câmara e do Senado lotados. Eu, inclusive, em cada esquina eu conversava e perguntava: quanto vocês estão ganhando para fazer esse papel aqui dentro do Congresso, com cartazes, faixas e manifestação? Uma coisa absurda. Mas como sempre, quando é para ter algo que importante para a sociedade, a direita brasileira e os setores conservadores que também ganharam a eleição, eu noto esse peso”, afirma o parlamentar. 

O programa também abordou a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, com a alegação de investigar as ocupações de terra pelo movimento, bem como seus objetivos e fontes de financiamento. 

“Eles tomam várias medidas para atender o interesse do capital”, comenta João Pedro Stédile. A liderança sem-terra lembrou das recentes notícias envolvendo denúncias de trabalho escravo, crimes ambientais e denúncias envolvendo agrotóxicos. “Eles vieram para o ataque, para esconder os crimes do latifúndio”, afirma. 

"Essa oligarquia nojenta, elas têm o direito da propriedade como absoluto e só pra eles. Como se rasgasse a Constituição, porque a constituição é clara, todos os brasileiros têm direito à propriedade, seja de uma casa, de um carro ou de terra”, complementa. 

João Daniel afirma que “é uma ofensiva para que o governo recue para não implementar as políticas, e tentar que o MST não tenha grandes avanços”, e ainda defende a democratização das terras no campo e na cidade: “Terra é o grande tema do capital internacional na busca por mais lucro”, avalia o deputado. 

Como já é tradição do podcast Três por Quatro, ao fim de cada transmissão, o time que está no ar compartilha sugestões culturais com a audiência. 

O podcast é apresentado por Nara Lacerda e Igor Carvalho. Novos episódios são lançados toda sexta-feira, pela manhã. 

*Edição: Rodrigo Gomes - BrasildeFato

quarta-feira, 3 de maio de 2023

PF faz operação de busca e apreensão na casa de Bolsonaro e prende o coronel Mauro Cid

Operação da Polícia Federal também prendeu Max Guilherme, ex-assessor de Jair Bolsonaro


A casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos alvos da operação que a Polícia Federal (PF) realiza na manhã desta quarta-feira (3), no bairro Jardim Botânico, em Brasília (DF). A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e cumpre 16 mandados de busca e apreensão, em Brasília e no Rio de Janeiro. 

Além disso, a operação da PF também cumpre mandados de prisão preventiva contra dois ex-assessores de Bolsonaro: o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-sargento do Bope Max Guilherme. (...)

CLIQUE AQUI para ler a íntegra da postagem do BrasildeFato.