Por Júlio Garcia**
*ELEIÇÕES NOS EUA – ‘Trump venceu. E agora, José, para onde?’ – A seguir, transcrevo extratos do artigo de Valter Pomar, historiador e dirigente nacional do PT, publicado originalmente no site Brasil247, onde pode ser lido na íntegra:
“Se não houver nenhuma surpresa, no dia 20 de janeiro de 2025 Trump voltará a presidir os Estados Unidos. Detalhe: o candidato do Partido Republicano conseguiu maioria de votos no Colégio Eleitoral e, também, conseguiu maioria entre os eleitores. O que explica este resultado? O que mudará na política externa e interna dos Estados Unidos? O que farão aqueles que equipararam Trump, não apenas com o fascismo, mas também com o nazismo? O que devemos fazer nós, na América Latina e Caribe, especialmente no Brasil?
Nas próximas horas, dias e semanas, muita gente vai queimar os neurônios tentando responder estas e outras questões. A seguir, algumas opiniões. Primeiro: fenômenos complexos geralmente não têm uma única causa. Mas tudo indica que a vitória de Trump, inclusive com maioria de votos populares, está relacionada com a situação econômica dos Estados Unidos.
Alguém poderia dizer: mas os índices econômicos dos EUA são positivos (como os do Brasil, acrescentaria alguém da Fazenda brasileira)! Sim, isto é verdade.
Mas, como no Brasil, o julgamento popular não coincide com os índices. Além disso, e muito mais importante, o que está em jogo não é apenas a situação econômica no sentido estrito do termo; o que está em jogo é algo mais profundo, a saber, o lugar dos Estados Unidos no mundo. (...) Em algumas questões, significará mais do mesmo ou uma radicalização do que já está acontecendo. Noutras questões, teremos novidades. A esse respeito, recomendo ler o seguinte artigo: ‘Kamala e Trump são opostos?Três exemplos mostram que nem tanto’
Mas, seja lá o que Trump efetivamente venha a fazer, o impacto político imediato será o envalentonamento da extrema-direita mundo afora e a decorrente polarização. Um verdadeiro inferno para os que têm medo da polarização. Mas como a polarização existe, gostemos ou não, temos que nos preparar para vencer.
Para alguns isso exige "ir para o centro", ou seja, aprofundar as alianças entre a esquerda e a direita gourmet. Acontece que uma fórmula aparentada com esta foi derrotada nas eleições estadunidenses. O "social liberalismo democrático" é incapaz de vencer a extrema-direita. Claro, os caminhos alternativos - por exemplo, "ir para a esquerda" - não são nada fáceis.
Mas é o que temos, se não quisermos que se repita aqui o que acabou de acontecer na gringolândia. Trata-se de tomar medidas mais profundas e velozes para garantir nossa soberania econômica, o que entre outras coisas exige deixar de lado as limitações do Calabouço Fiscal.
Trata-se de tomar medidas urgentes para reconstruir a integração regional, o que entre outras coisas exige voltar a manter boas relações com o governo da Venezuela.
Trata-se de aprofundar as relações com os BRICS, o que entre outras coisas significa estabelecer um acordo de alto nível entre a China e o Brasil, na recente visita que Xi Jinping fará ao Brasil. Trata-se, enfim, de voltar a pensar a longo prazo. ” (...)
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**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, ecologista, 'poeta bissexto', articulista e midioativista. Foi um dos fundadores do PT e da CUT (Nacional e Estadual). Integrou a primeira direção da 1ª Zonal do PT de Porto Alegre e o Diretório Estadual do PT/RS. Também foi Secretário Geral do PT de Canoas/RS, assim como fundador e Presidente do PT de Santiago/RS. -Coluna originalmente publicada no Jornal A Folha (em 08/11/2024), do qual é Colunista (circula em Santiago/RS e Região).