Presidente Lula empossou ex-presidenta da sigla como articuladora política e realocou Alexandre Padilha na Saúde.
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No
discurso de posse como presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Hugo
Motta evocou nada menos que 14 vezes o nome de Ulysses Guimarães.
Engana-se, no entanto, quem interpreta tal evocação como sinal de compromisso fervoroso do herdeiro de Cunha e Lira com a democracia e com a convivência republicana entre os poderes. E, tampouco, como sinal de compromisso com a decência pública. (...)
*CLIQUE AQUI para ler na íntegra a postagem de Jeferson Miola (via Viomundo e Blog do Júlio Garcia)
Por Júlio Garcia**
*TRUMP E A FÚRIA DOS PARASITAS - Pela relevância, compartilho desta feita mais um importante artigo assinado pelo conceituado economista e mestre em linguística Jair de Souza, do RJ (via Brasil247). Leiam a seguir:
“Com a posse de Donald Trump no comando do império estadunidense pudemos constatar que, entremesclado com seus vários arroubos neocolonialistas, imperialistas e racistas, ficou evidente sua imensa fúria contra aqueles que propõem que o dólar deixe de desempenhar o papel de moeda base para o comércio internacional.
Entretanto, por mais que nos seja desagradável a ideia, somos forçados a admitir que, do ponto de vista do recém-empossado presidente, assim como dos que compartilham de seus interesses, há fundadas razões que justificam esse posicionamento.
É que Trump sabe muito bem que não há nenhuma, repetindo com ênfase para que não reste dúvidas, NENHUMA possibilidade de que os Estados Unidos mantenham sua hegemonia no mundo sem contar com a possibilidade de ter sua própria moeda funcionando como meio de pagamento aceito e válido de maneira generalizada.
Assim, para sua própria sobrevivência como capitães indiscutidos no campo geopolítico do imperialismo, é imprescindível que o dólar siga operando como essa varinha mágica que consegue transferir ao resto do mundo todos os gigantescos custos incorridos pelo império para salvaguardar seu poderio e comando.
Sem dispor desta fabulosa ferramenta, os Estados Unidos teriam que voltar a depender de seus próprios esforços produtivos para alcançar êxito na arena internacional. Como já nos aventuramos a mencionar em outras oportunidades, em termos de eficiência netamente econômica, os Estados Unidos já foram superados com larga margem por outras potências. Em comparação com a agilidade e eficiência da República Popular da China, por exemplo, a máquina produtiva dos Estados Unidos se assemelha a uma carroça puxada por cavalos capengas.
Mas, na atualidade, há dois pontos que servem de sustentáculos para a permanência dos Estados Unidos como a potência que dá as cartas na definição dos destinos da humanidade:— sua esmagadora hegemonia em termos militares, com mais de 900 bases espalhadas pelos pontos mais estratégicos de todos os continentes; e — amplíssimo controle dos meios de comunicação, o que lhes permite travar guerras informacionais (ou melhor, desinformacionais) para fazer valer o peso de seus interesses.
No entanto, os dois pontos cruciais acima referidos só podem subsistir em função de um terceiro: a possibilidade de que sua própria moeda sirva como instrumento geral para a consecução das transações econômicas realizadas entre as diferentes nações do planeta. Em consequência, é este último ponto que atua como o baluarte na defesa da supremacia estadunidense em relação a todos os demais países do mundo, a despeito de seu enorme PARASITISMO. Por isso, é inteiramente compreensível que Donald Trump se revolte contra os que ousam tocar no assunto da desdolarização da economia mundial.
Ele sabe muito bem que isto equivaleria a um chute na canela do imperialismo, uma inviabilização da sustentação financeira de toda a aparelhagem que dá aos Estados Unidos o poderio de amedrontar a seus adversários e até mesmo a seus aliados, de maneira a fazer prevalecer sempre o que mais lhes convém.
Portanto, não há motivos para não concordar com a conclusão de que Trump está certo em seu diagnóstico sobre a ameaça que paira sobre os Estados Unidos quando se insinua a necessidade de eliminar o dólar como moeda básica do comércio internacional. Para ele e para todos os que defendem a manutenção da exploração imperialista, a verdade não poderia ser mais cristalina. Agora, nossas palavras contrárias à continuidade desta aberração devem ser direcionadas ao restante do mundo, ou seja, à grande maioria da humanidade.
Somos nós os que nos devemos convencer de que não é possível haver justiça e harmonia enquanto persistir este inaceitável mecanismo de transferir para as costas dos espoliados todas as gigantescas despesas em que o imperialismo incorre para manter em funcionamento a máquina-de-morte e opressão construída com o objetivo de impor seus desígnios sobre todos os demais povos da Terra.”
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**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, ecologista, 'poeta bissexto', articulista e midioativista. Foi um dos fundadores do PT e da CUT (Nacional e Estadual). Integrou a primeira direção da 1ª Zonal do PT de Porto Alegre e o Diretório Estadual do PT/RS. Também foi Secretário Geral do PT de Canoas/RS, assim como fundador e Presidente do PT de Santiago/RS.
-Coluna originalmente publicada no Jornal A Folha (em 31/01/2025), do qual é Colunista (circula em Santiago/RS e Região). --Charge acima via BdF
Por Júlio Garcia**
*"NÃO FOI POUCA COISA' - Compartilho, pela relevância (e identificação com o conteúdo), esse importante artigo (cujo título abre esta Coluna), assinado pelo colega advogado Marco Túlio de Rose:
"A conquista de Fernanda Torres tem um grande significado artístico. Para ela, que venceu uma disputa contra Angelina Jolie, Kate Winsle, Nicole Kidman e Tilda Swinton, o que antecipadamente parecia tarefa apenas para a Mulher Maravilha.
Para o Cinema Brasileiro que está mais que na hora de receber a merecida atenção dos exibidores, do público e do Estado, esse em desagravo à orda constitutiva do governo anterior, que mentirosamente o anatematizou como integrado por um grupo de aproveitadores dos cofres públicos.
Mas, acima de tudo, o reconhecimento internacional do filme de W. Sales tem um maior significado para uma nova geração que foi e é bombardeada, por uma mistificação do período ditatorial como uma época boa, nem tão ditatorial assim.
O filme e a soberana atuação de Fernanda começam a repor a verdade no lugar. Não foi boa, pois em troca de um ilusório período de prosperidade para alguns, muitos foram presos, torturados e mortos, uma geração viu castrado seu direito de manifestação política e a censura impedia que se visse até espetáculos de balê. Foi um tempo de trevas que infelizmente se viu ameaçado de ser reproduzido por um governante macabro que cuspiu no retrato de Rubens Paiva e fez profissão pública de louvor a um dos maiores torturadores do período ditatorial.
O filme que deu o prêmio a Fernanda repõe as coisas no lugar, demonstrando a podridão de um regime que invade sem autorização um lar, sequestra e mata um dos seus integrantes e ainda coloca numa prisão incomunicável outra integrante da família, família esta que apenas não se desintegrou pela resiliência de Eunice que personificou as verdadeiras “chefes de família” deste País que são suas mulheres.
A família de Rubem, Eunice e Marcelo sempre foi uma das famílias mais queridas deste País sobrevivente. A sua representação na tela pelas duas Fernandas tem um simbolismo muito especial. Pois os Torres Montenegro, não esquecendo Fernando, sempre estiveram, com serenidade e sem ódio, mas com firmeza, do lado dos que lutam pela beleza, justiça e verdade na sociedade brasileira.
Ver isto ser reconhecido internacionalmente é vitória brasileira do tamanho de um Povo!"
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**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, ecologista, 'poeta bissexto', articulista e midioativista. Foi um dos fundadores do PT e da CUT (Nacional e Estadual). Integrou a primeira direção da 1ª Zonal do PT de Porto Alegre e o Diretório Estadual do PT/RS. Também foi Secretário Geral do PT de Canoas/RS, assim como fundador e Presidente do PT de Santiago/RS. -Coluna originalmente publicada no Jornal A Folha (em 24/01/2025), do qual é Colunista (circula em Santiago/RS e Região).
Fotos: Tuane Fernandes,
Bruna Piazzi e Pedro Muniz/Mídia Ninja
Por Jair de Souza*
Por mais que se procure dizer que não, as questões de caráter econômico sempre foram, são e continuarão sendo o fator determinante para impulsar mudanças estruturais em uma sociedade ou, por outro lado, para justificar os esforços no sentido de manutenção do status quo.
Porém, via de regra, tão somente as classes dominantes e seus representantes teóricos demonstram ter plena consciência disto.
As classes subjugadas, pelo contrário, costumam carecer de plena compreensão das causas reais de seu estado de penúria e suas dificuldades para levar adiante uma vida digna.
E o grande confronto que as forças populares devem travar para almejar ter êxito em sua luta por efetivar transformações nas bases de um sistema como o capitalista está relacionado com o enigma de como coadunar os embates diretamente relacionados com pautas de cunho socioeconômico com aquelas de outra índole, com as quais os exploradores tratam de manipular os subjugados.
Todo revolucionário com um mínimo de embasamento teórico tem plena consciência de que as tais pautas ditas morais são meras enganações, que visam ludibriar as massas populares. Mas, deveríamos por isso fugir das mesmas e centrar fogo tão somente naquilo que consideramos representar as questões que, de verdade, merecem ser debatidas?
Bem, se isto fosse algo que dependesse tão somente de nossa própria escolha, não teria nenhuma relutância em responder afirmativamente.
No entanto, por mais que nos desagrade, aqueles que detêm a hegemonia econômica de nosso país sabem muito bem manipular com os preconceitos enraizados na mente de nossa gente mais espoliada.
Por isso, seu objetivo nunca vai ser deixar que nosso povo possa debater e decidir sobre se lhe é mais ou menos conveniente que os níveis salariais sejam elevados, que o atendimento médico público seja ampliado e melhorado, que as escolas funcionem verdadeiramente como entes formadores de uma cultura liberadora, e outros temas na mesma linha.
É evidente que para os grandes banqueiros, para os rentistas especuladores em geral, para os senhores do grande capital agroexportador, para os comandantes das empresas-igrejas que trabalham para a prosperidade e o domínio de seus próprios donos, para essa gente toda é muito mais conveniente que as massas populares se digladiem e se matem em função de um imaginário kit-gay, ou de um hipotético banheiro unissex, ou seja, que empreguem suas energias, e descarreguem toda sua bronca internalizada contra esse tipo de coisas.
O que lhes é absolutamente inadmissível é que essa fúria e essa frustração sejam direcionadas contra pontos que ameacem afetar o que é de mais sagrado para nossas classes dominantes: sua riqueza e o poder e privilégios dela advindos.
A pergunta que nos acomete de imediato é: como lidar com tal situação em que impera a desinformação e a falta de consciência. Por mais banal que venha a soar, a resposta é direta: levar informação e dotar de consciência a nossas massas populares.
Agora, a maneira de efetivar esta tarefa aparentemente tão simples é o que vem a ser, de fato, a questão crucial. Sua consecução exige e depende de um sentido de luta imbuído de muita paciência, dedicação e persistência, para realizar a única coisa que ao longo do tempo vem demonstrando ser um remédio quase que milagroso para dotar as massas de consciência política: dedicar-se de verdade ao trabalho de base.
Lamentavelmente, nos últimos anos, aquilo que era uma consagrada tradição das forças de esquerda, passou a ser muito mais uma característica da extrema direita de cunho nazifascista.
E antes de avançar na explicação, é preciso que deixemos sempre evidente que, em política, o termo “esquerda” se relaciona com os interesses das maiorias trabalhadoras, ao passo que “direita” tem a ver com os das classes dominantes. Estes são e sempre foram os significados histórico-etimológicos destas expressões.
A partir da chegada de Lula ao governo em 2003, o PT e muitas outras organizações políticas da base popular se afastaram do contato diuturno com as maiorias populares em seus locais de moradia e trabalho para se dedicarem com mais prioridade à luta institucional.
Porém, como no universo político não há vácuo de longa duração, os espaços abandonados foram rapidamente ocupados por outras forças de sinal inverso.
Foi assim que a extrema direita mais fascista e reacionária imaginável passou a fazer parte do cotidiano de nossas populações mais carentes através de igrejas-empresas de orientação neopentecostal que se autodenominam cristãs.
Com a experiência de mais de três dezenas de anos no trabalho educacional junto a comunidades de nossas periferias, sinto-me impelido a dizer que sem o trabalho de base realizado pelas igrejas-empresas neopentecostais o fascismo brasileiro jamais teria significado nada que pudesse representar um sério risco de completa fascistização de nosso país.
Ouso dizer que a versão do fascismo predominante por aqui, o bolsonarismo, seria nada mais do que uma mera peculiaridade, de patetas e para patetas, se não fosse pelo trabalho de base empreendido pelas células orgânicas do verdadeiro partido do fascismo em nosso país.
Tradicionalmente, por aqui e por todo lado, era a Igreja Católica a principal responsável por levar adiante este trabalho político de domesticação das massas populares em favor dos interesses das classes dominantes.
Foi assim até a entrada em cena dos adeptos da Teologia da Libertação, que decidiram tomar as lições dos Evangelhos e fazê-las coincidir com as aspirações de solidariedade e amparo aos mais necessitados com as quais a figura de Jesus sempre foi vista e sentida pelo conjunto de nossa população.
Como é sobejamente sabido, essa ousadia não foi tolerada por muito tempo. Uma das primeiras medidas tomadas por Carol Woytila ao assumir o papado foi exterminar da Igreja Católica a Teologia da Libertação.
Assim, com a severa perseguição desatada contra essa corrente popular do catolicismo e com a ausência da militância política de esquerda, as massas de nossas periferias ficaram inteiramente à mercê da nova ferramenta que o grande capital havia engendrado para salvaguardar seus interesses, em outras palavras, entramos na era da hegemonia das igrejas neopentecostais junto aos mais necessitados de nossos compatriotas.
É claro que enfrentamos também o flagelo das redes digitais e seus algoritmos pró-grande capital, mas, para se impor, estes também dependem muito do trabalho político efetivo executado pelos agentes do neopentecostalismo junto as bases populares.
É no contato pessoal com os agentes neopentecostais a serviço do grande capital que boa parte de nosso povo se deixa levar por aquelas campanhas de desinformação e deturpação disseminadas pelas redes digitais. Assim, ao neutralizar ou reduzir o peso da influência neopentecostal, em consequência, o poder de convencimento das mentiras espalhadas pelas redes também sofreria um baque significativo.
O recente caso da monstruosa campanha desatada para desgastar Lula e seu governo com o invento da iminente taxação do pix pode servir como ilustração da importância de estar junto das massas e poder dialogar com elas a todo momento.
Tratava-se de uma portaria que atingiria única e exclusivamente a bandidagem que opera atividades criminosas e recorre ao pix como forma de evitar rastreamento de seus crimes.
Havia uma ameaça real aos interesses econômicos das máfias envolvidas. Por isso, elas se puseram em movimento e lançaram uma campanha insidiosa a respeito da questão.
A boataria infernal e criminosa só ganhou terreno porque as forças ligadas ao governo de Lula não estavam no seio do povo no momento em que as mentiras começaram a circular.
Porém, por sua vez, os agentes das igrejas-empresa neopentecostais, sim, estavam, e referendavam os conteúdos falsos disseminados. Ao ordenar a retirada da portaria sobre a questão, o governo acabou dando ares de verdade às monstruosas invenções direitistas.
Infelizmente, o excelente vídeo da deputada Erika Hilton, que desmontava a farsa por completo, só apareceu depois que os estragos já haviam sido causados.
Se a militância de esquerda não tivesse quase que desaparecido das bases, a boataria não teria ganhado tal proporção, assim como as respostas do tipo Erika Hilton teriam surgido de imediato e de várias fontes.
Fazendo uma síntese do que estamos tentando elucidar, os partidos de esquerda, suas organizações e seus militantes precisam voltar a estar participando do dia a dia da luta de nosso povo.
Esta é a simples receita que pode vir a ser decisiva para que consigamos avançar no rumo da construção de uma sociedade mais justa e solidária. E isto significa que nossas prioridades devem ser exatamente as questões socioeconômicas que tornam essa melhoria possível.
Mas, não adianta conseguir os ganhos e transpassá-los ao povo. É de fundamental importância que o povo sinta e compreenda que estas conquistas dependem e só podem ser alcançadas com seu engajamento ativo nas lutas pelas mesmas.
Isto quer dizer que o povo precisa ser educado politicamente e, para tal, nossa presença junto a ele no trabalho de base é INDISPENSÁVEL.
*Jair de Souza é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ - Fonte: Viomundo