segunda-feira, 30 de abril de 2012

As consequências de uma decisão equivocada...


O racha na 'oposição ao governo do PP':  equívoco, amadorismo ou traição?

Os lamentáveis acontecimentos que se verificaram e que culminaram na desastrada reunião de quinta-feira passada em Santiago, quando  foi 'ungido' como pré-candidato  do  semi-extinto 'frentão'  (que estava sendo gestado pelos partidos de oposição ao governo do PP) o nome do vereador Everaldo Gavioli, do PDT (com apoio do PMDB, PSDB e PTB), levantam a indagação se o que ocorreu mesmo foi excesso de amadorismo,  enorme equívoco político, golpe premeditado... ou foi  'traição', como denunciou, indignado, o vereador Bianchini. Ou todas  as  coisas juntas. 

Dentre a série de trapalhadas realizadas  (para satisfação dos governistas locais) está o fato de que   a escolha entre os nomes dos vereadores Bianchini e Gavioli (que acabou ocorrendo) sequer constava na pauta pré-estabelecida da fatídica reunião de cúpula dos partidos. 

Uma trapalhada gera outra, e assim, sucessivamente.  Como a disputa que se estabeleceu (ensejada pelo PMDB) entre Gavioli e Bianchini não estava na pauta e o PT já  tinha anteriormente, em reunião do seu Diretório Municipal (instância maior do partido no município), aprovado o lançamento do ex-vereador Antônio Bueno como seu pré-candidato ao Executivo, o representante do PT (Luiz Rodrigues) acabou abstendo-se de votar. 

Aliás,  pelo que sabemos, as executivas dos partidos oposicionistas também não tinham definido previamente suas posições em relação à uma possível  votação - que acabou ocorrendo de afogadilho - entre Gavioli e Bianchini.  O resultado da  inoportuna votação, conforme foi divulgado,  foi de 4 a 3  para Gavioli, com  uma abstenção (do representante do PT que, como colocamos acima, absteve-se  por entender não estar mandatado para votar um tema que não tinha sido discutido pelo partido e que sequer constava da pauta da reunião). 

Daí que, sem um acúmulo de discussão nas bases partidárias e sem constar - repetimos -  da pauta  da desastrada reunião,  a Ata da reunião anterior -  surpreendentemente  - foi rasgada e encaminhou-se a votação entre os nomes dos dois vereadores... e o resultado foi esse que sabemos.  

Tal decisão equivocada (registre-se: nada contra o nome do vereador Gavioli, mas sim ao fato de  colocar-se artificialmente em votação, nesse momento,  um ponto  que, além de polêmico, estava fora de pauta) só poderia gerar, na 'oposição',  a crise que explodiu em seu colo e que aí está escancarada. 

Está mais do que claro que essa decisão de cúpula  carece de legitimidade e precisa ser urgentemente revisada. Caso contrário,  a oposição  poderá, ao fim e ao cabo, ir fracionada para o pleito de outubro, 'sonho de consumo' do prefeito Ruivo e de seu partido, o PP, que  tudo fará para tentar perpetuar-se à testa do Executivo Municipal.  

Revisar já essa decisão, zerar - ou, usando a 'linguagem' da blogosfera, 'deletar' -   os equívocos da última quinta-feira  e retomar as conversações, de forma desarmada e responsável. Essa é a saída, agora. Porque, se assim não for,  senhores(as) da 'oposição',  depois não adiantará chorar 'o leite derramado'. (por Júlio Garcia, especial para O Boqueirão)

(12,34 h)  - Atualizada às 21,38 h

Democracia participativa em debate


Governo do RS discute novos modelos de democracia na sede da Comissão Europeia

A cidade onde nasceu o 15M, movimento de contestação popular e democrática, também chamado de movimento dos indignados, deflagrado em 15 de maio de 2011, será agora sede do Seminário Internacional Crise da Representação e Desafios da Democracia no século XXI. O evento acontece nos dias 4 e 5 de maio na sede da Comissão Europeia, em Madri, numa realização conjunta entre Governo do Estado do Rio Grande do Sul e a Fundação Alternativas, da Espanha.

O encontro é realizado um ano depois de os espanhóis tomarem as ruas pedindo uma democracia mais participativa, em manifestações que foram precedidas por movimentos semelhantes em outras partes do mundo, como a Primavera Árabe e o Occupy WallStreet. Aproveitar as experiências de participação cidadã tanto do Brasil como de outras nações para refletir sobre alguns dos principais desafios da democracia no século XXI está entre as propostas do seminário.

Entendendo que temas que tratam da crise da representação, da 'multidão' na nova cena pública global e das experiências para uma nova democracia precisam ser analisados e incorporados por comunidades e governos, foram chamados ao debate especialistas, ativistas, estudiosos e representantes de governos e sindicatos de países como França, Itália, Portugal, Alemanha, Estados Unidos, México, Brasil e Espanha.

Entre os nomes confirmados, além do governador Tarso Genro, estão os do ex-presidente de Portugal Mário Soares, do jurista espanhol Antonio Baylos, o estudioso italiano Giovanni Allegretti e os ativistas que integram o movimento 15M Javier Toret e Raúl Sanches.

Programação  
Na programação do seminário haverá espaço para a comparação dos movimentos político-sociais e sindicais na Europa e na América Latina e para a apresentação do Sistema de Participação Popular e Cidadã do Rio Grande do Sul, cujas base e essência são do Orçamento Participativo, programa reconhecido internacionalmente. O sistema estadual envolve diversos órgãos de governo na criação de um conjunto de ferramentas para a participação cidadã, tornando a gestão estadual mais aberta e democrática.

No segundo dia do evento, grupos de trabalho coordenados pelo Gabinete Digital, Secretaria Estadual de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã (Seplag) e Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-RS) discutirão Democracia Digital, Orçamento Participativo e Conselhos de Desenvolvimento com especialistas de diversos países. O objetivo desses grupos é confrontar experiências práticas na esfera pública interconectada. As arquiteturas de escolha e as metodologias usadas para a constituição das consultas públicas terão atenção especial.

O seminário tem o apoio do Santander e colaboração de diversas entidades internacionais, como a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), a Universidad Alcalá de Henares, da Espanha, a Fundação Getúlio Vargas e o Banco Mundial. As inscrições são gratuitas e o seminário será transmitido pelo site madri.gabinetedigital.rs.gov.br. Também haverá cobertura pelo twitter @gabinetedigital.

Serviço
O que: Seminário Internacional Crise da Representação e Desafios da Democracia no século XXI
Quando: 4 e 5 de maio de 2012
Onde: sede da Comissão Europeia, em Madri, na Espanha
Realização: Governo do Estado do RS, através do Gabinete Digital, Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) e Conselho de Desevolvimento; e Fundación Alternativas, da Espanha
Mais informações: madri.gabinetedigital.rs.gov.br
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Foto: Manifestação dos 'Indignados' (Espanha) 
Texto: Thais Rucker e Marcelo Nepomuceno
Edição: Redação/Secom  - Fonte: Portal do Gov. do RS - Edição final deste blog

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O Tempo não Pára - V (final)


Dos prognósticos que fazíamos na última postagem da série 'O Tempo não Pára' sobre as alternativas para as 'oposições' ao governo do PP de Santiago nestas eleições, um deles colocava a possibilidade de não sair o 'frentão' e, então,  ocorrer a alternativa dois. Sabíamos, naquele momento,  da enorme resistência do PMDB, principalmente, de  concordar em abrir mão da cabeça-de-chapa oposicionista ao Executivo Municipal para alguém que não rezasse pela sua cartilha  e nem se submetesse aos seus caprichos.  Escrevemos então:   " (...) 2- Não sai a Frente  (pelo menos nesse formato mais amplo)  mas o  PT coliga-se com  o PPL,  lançando Bianchini e Bueno, enquanto  o PSDB e o PMDB  também lançam suas candidaturas para a chapa majoritária...".  Dizíamos também: "Esse é o cenário possível que temos no momento. Mas, sabe-se, a 'política é dinâmica' e outras surpresas também não estão descartadas..."

Dito e feito. Lamentavelmente, segundo  foi divulgado, a surpresa  - ou nem tanto - (mas que não estava descartada)  ocorreu na tarde de ontem, quando representantes  de quatro partidos 'oposicionistas' (PMDB, PSDB, PDT e PTB), descumprindo acordo previamente estabelecido com o PT, PPL,  PSD e PPS,  resolveram alijar da disputa eleitoral justamente o nome daquele que seria o melhor, o mais preparado, o mais popular  e  representativo candidato que suas  hostes estavam apresentando para se contrapor ao continuismo do PP,  ou seja, o vereador Miguel Bianchini, do Partido Pátria Livre, o PPL.  Lamentável também a postura do PDT, que deixou-se seduzir pela cantilena  de sereia peemedebista. Mas, enfim...

Mas,  então, a pergunta que não quer calar: como tudo aquilo que estava sendo discutido há vários meses, acordado e assinado foi, não mais que de repente, ignorado, tripudiado, jogado na 'lata do lixo' da política local? 

É o próprio vereador Bianchini quem  nos informa em seu blog como se deu o recuo em relação ao que já tinha sido acordado e a estranha e equivocada decisão tomada ontem pelos quatro representantes dos partidos oposicionistas que se julgam os 'donos da verdade' em Santiago: "Os partidos de oposição, não suportando mais as protelações do PMDB, decidiram escolher os candidatos da majoritária. Fui escolhido pela ampla maioria para ser o candidato a Prefeito e foi dado um prazo para o PMDB apresentar um vice para compor a chapa da oposição. Tudo registrado em ATA. Neste período afloraram sentimentos de supostos líderes do PMDB em repulsa a minha conduta quando ainda no PP. Sob alegação de manter a unidade partidária, a ATA foi rasgada e nova decisão foi tomada, à revelia dos possíveis candidatos."  (...) "Depois de uma longa “lua de mel” das oposições, uma grave crise foi instaurada e ela é muito boa para que um futuro projeto para Santiago não carregue nas costas o que não deve."

Miguel Bianchini deixou também bem claro os motivos do boicote à que foi submetido. Vejam alguns dos motivos por ele elencados: "Por bater muito no PMDB defendendo a administração Chicão. Por bater muito no PSDB defendendo a sucessão do Ruivo e atacando o Governo Yeda. Por não aceitar negociações fora da mesa dos partidos da oposição, na reta final da última reunião. Por afirmar que não concorreria de companheiro de chapa de determinado político. Paguei um preço. (...) Pelo encaminhamento das negociações,  comecei a ficar assustado e preocupado com uma possível dificuldade de governabilidade futura. Este tormento terminou ontem. O desfecho foi muito bom para mim e saiu muito barato, pelo menos entrei e sai com a cara limpa mais uma vez."  (Blogue 'Está morto quem não Peleia').

Agora, com esse novo cenário que se descortina em Santiago (que não era o desejado, mas que, paradoxalmente,  também pode trazer outros elementos de caráter positivo - ou  trunfos -,  uma vez que o leque de partidos  agora é menor mas mais identificado política e ideologicamente), uma verdadeira Frente Popular e Democrática pode  ser forjada, transforando o 'limão em limonada'. Cabe agora ao PT, PPL, PSD e outros setores que querem uma mudança real no município - à exemplo do que temos visto no Estado e no País -, de forma decidida, mas fraterna, unitária e responsável, fazerem a devida avaliação do novo quadro que se abriu  e articularem-se sem mais entraves,  amarras e vacilações que o agrupamento  heterogêneo do extinto 'frentão' representava. E, para capitanear esse processo e concorrer ao Executivo Municipal em outubro próximo, não temos dúvidas de que  dispomos de  duas alternativas do melhor quilate, pois  tanto o companheiro Miguel Bianchini quanto o companheiro Antônio Bueno podem representar a contento a  verdadeira alternativa oposicionista que Santiago precisa e merece.

Espera-se que agora  - com essa nova composição democrática-progressista  com um viés predominante de esquerda (PT, PPL, PSD, PPS) que se desenha na agora chamada "3ª Via"  - , avance  também a construção de um verdadeiro Programa de Governo de caráter popular, democrático  e participativo que, com a composição anterior do 'frentão' - mesmo vitoriosa - dificilmente seria implementado em Santiago. 

Por fim, como dissemos anteriormente, não podemos perder mais tempo. Sabe-se que o partido que está no governo (PP) é um 'osso duro de roer', detém, usa e abusa da 'máquina' pública, mas não é imbatível. Pelo contrário,  está sofrendo um grande processo de desgastes,  passou (e passa) por 'rachas' internos e sofreu  também grandes baixas  em seus quadros nos últimos meses.  Seu governo também não vai nada bem, deixando muito a desejar em inúmeras frentes. (Parentese: não tenho nada pessoal contra o prefeito Ruivo e demais integrantes  do governo,  pelo contrário; nossas diferenças residem - sobretudo - na esfera  política/ideológica/administrativa). Talvez, pois,  o 'cavalo  oposicionista' esteja passando 'encilhado', é só uma questão de coragem e competência para, na hora e momento certo,  saber 'montá-lo'. 

Então, companheiros, 'ao trabalho'!  Está na hora de 'fazer-se do limão, limonada'!  Alternância já! Quem não pode perder - por caprichos, miopia política, rancores, teimosia  ou preciosismos  de  alguns que se julgam 'iluminados' -, ao fim e ao cabo, é o Povo santiaguense!  (por Júlio Garcia, especial para 'O Boqueirão')

(17,23 h)

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Vergonha!

 

Conheça os 17 deputados gaúchos que votaram a favor da destruição do meio ambiente

 Marco Aurélio Weissheimer*  escreve:

Dezessete deputados federais do Rio Grande do Sul participaram ontem da vergonhosa aprovação de mudanças irresponsáveis no Código Florestal. Todas as mudanças obedecem a uma mesma lógica: a primazia de interesses econômicos sobre princípios básicos de preservação ambiental. Com argumentos tacanhos que têm em comum uma abissal ignorância e desprezo sobre questões ambientais e uma concepção utilitarista da natureza, esses deputados deram sua contribuição para o agravamento de diversos problemas ambientais (e sociais) no Brasil. Saiba quais são algumas das mudanças aprovadas pelos deputados ligados à bancada do agronegócio, lembrando que a dívida dos proprietários rurais que descumpriram a legislação atual alcança hoje cerca de R$ 30 milhões:

- Anistia a produtores que desmataram florestas nas proximidades de rios. A medida beneficia os proprietários de terra que desmataram os 30 m das Áreas de Preservação Permanente (APPs) nas margens de rios de até 10 m de largura, segundo as normas estabelecidas em 1989. Eles ficam liberados da obrigação de recuperar totalmente a área degradada. Terão de replantar apenas 15 metros.

- Liberação das Áreas de Preservação Permanente em topos de morros para exploração.

- Fim da obrigação de divulgar na internet os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), registro dos imóveis rurais que facilita o monitoramento das produções agropecuárias e a fiscalização de desmatamentos.

- Os estados da Amazônia Legal com mais de 65% do território ocupado por unidades de conservação pública ou terras indígenas poderão diminuir a reserva legal em propriedades em até 50%.

- Áreas ilegalmente desmatadas há mais de uma década, mas hoje com florestas em recuperação serão automaticamente consideradas como produtivas e, assim, poderão ser legalmente desmatadas.

- Retirou-se o conceito de área abandonada, prejudicando a possibilidade de reforma agrária, pois já não haverá terras subutilizadas por especuladores, mas apenas áreas “em descanso”.

Os 17 parlamentares gaúchos que votaram a favor dessas medidas são:

Onyx Lorenzoni (DEM)
Giovani Cherini (PDT)
Alceu Moreira (PMDB)
Darcísio Perondi (PMDB)
Eliseu Padilha (PMDB)
Osmar Terra (PMDB)
Afonso Hann (PP)
Jeronimo Goergen (PP)
Luiz Carlos Heinze (PP)
Renato Molling (PP)
Wilson Covatti (PP)
Alexandre Roso (PSB)
Danrlei de Deus (PSD)
Nelson Marchezan Jr. (PSDB)
Ronaldo Nogueira (PTB)
Sérgio Moraes (PTB)
Assis Melo (PCdoB)

*Jornalista, editor do blog RS Urgente  (fonte desta postagem) e da  Ag. Carta Maior.

(Hora desta postagem: 19,01 h)

Código Florestal: vitória de Pirro


A vitória de Pirro dos ruralistas na aprovação do Código Florestal

É de Pirro a tão badalada e comemorada vitória dos ruralistas na aprovação do novo Código Florestal na última votação da matéria ontem na Câmara dos Deputados. A presidenta Dilma Rousseff já deixou claro - alertou de forma precisa e antecipadamente - que vetará as mudanças que o relator peemedebista, deputado Paulo Piau (PMDB-MG) introduziu em seu substitutivo ao texto anteriormente aprovado na Câmara e depois no Senado - nesta Casa, mediante acordo.

A chefe do governo terá de vetá-lo porque os dispositivos adicionados representam um grave retrocesso em relação ao projeto aprovado por acordo da maioria dos partidos no Senado, e até ao que passou na primeira votação da Câmara. Aliás, a forma como tramitou este código em cada etapa revela bem a diferença de posição política e votação hoje entre o Senado Federal e a Câmara dos Deputados.

Enquanto o partido do relator, deputado deputado Piau votou em massa no susbstitutivo elaborado por ele, o PT sustentou massivamente a posição da presidenta da República em torno do texto aprovado pelo Senado. Nosso partido deu uma demonstração de coesão e unidade com aquilo que era a expectativa da sociedade: um projeto, um novo código sem anistia e com recomposição das matas ciliares e áreas desmatadas.

Sociedade não esperava um Código como o aprovado


Muito menos a sociedade esperava um projeto como o aprovado, com dupla anistia, isentando os devastadores do pagamento das multas e da reposição das matas ciliares e desmatadas.

Mas, na verdade e ao contrário do que passa a mídia à opinião pública, a votação na Câmara, ontem, não expressa uma divisão entre governo e oposição já que a questão ambiental e particularmente o Código Florestal divide de  alto a baixo a maioria dos partidos uma vez que reflete interesses dos ruralistas e do agronegócio.

Assim, ruralistas e senhores do agronegócio obtiveram uma vitória de Pirro, como se diz de vitórias a tão alto preço e luta, mas que são, no fundo acarretadoras de prejuízos irreparáveis, como foi a do inspirador da expressão, o rei Pirro, do Épiro, sobre os romanos na Batalha de Heracleia. (por José Dirceu)

*Via www.zedirceu.com.br  - Edição deste blog.
(12,31 h)

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O Tempo não Pára - IV

 
Em recente postagem intitulada 'O Tempo não Pára - III', abordávamos a necessidade dos setores oposicionistas locais, integrados pelos partidos  não alinhados com o  governo do PP e  que se dispõem a construir uma Frente Popular e Democrática  - ou algo similar -, ultimarem as 'negociações', definirem o Programa  de Governo que será oferecido à consideração dos eleitores e chancelarem os candidatos majoritários que terão a responsabilidade de representá-los em outubro próximo. Isso tudo com a brevidade possível, pois já estamos adentrando em maio.

Dizíamos na oportunidade que " Em Santiago, a definição do quadro político/eleitoral  deste ano (sobretudo em relação à composição da chapa majoritária  nas hostes oposicionistas)  está  prestes a  ter um desfecho.  Fontes confiáveis informam que, especialmente nos últimos dias -  graças a  prolongada indefinição da direção do  PMDB local - crescem as apostas de que a formatação da Frente Popular e Democrática (possível nome da chapa de oposição ao governo do PP ) será composta pelo  PT, PPL, PDT, PSD e PTB. Incerta ainda e não sabida, portanto  (se  continuar nessa indefinição e não surgirem fatos novos),  a posição que o PMDB e  o PSDB irão tomar no pleito que se avizinha, assim como quem vai  compor como candidato a  vice-prefeito na chapa situacionista que deverá ser encabeçada pelo prefeito Ruivo (PP), que tentará a reeleição. Tal decisão, sabe-se, não será pacífica. (...)"

Bom, tomamos conhecimento  hoje (lendo a postagem do amigo vereador Bianchini, do Partido Pátria Livre, o PPL)   que  amanhã, quinta-feira, deverá ser o dia 'D'  para a definição dos rumos da oposição ao governo municipal integrado exclusivamente pelo Partido Progressista (PP). 

Existem, ao nosso ver,  de forma bem suscinta, três alternativas para 'as oposições'  definitem suas 'táticas' à nível municipal -  cujo desfecho, tudo indica, repetimos,  poderá amanhã ocorrer: 

1- É batido o martelo e a  Frente Popular e Democrática se consolida  oficialmente com a participação do  PT, PPL, PDT, PMDB, PSD e PTB apresentando a candidatura do vereador Miguel  Bianchini para Prefeito, tendo por vice o ex-vereador Antônio Bueno (PT) ou  um(a) representante do PMDB (nesse caso, o PSDB e o PPS apoiariam informalmente a Frente, uma vez que tanto o PT quanto o PSDB , PPS e DEM  já definiram nacionalmente que não deverão  compor coligações nestas eleições devido às diferenças políticas de abrangência nacional, principalmente);   

2- Não sai a Frente  (pelo menos nesse formato mais amplo)  mas o  PT coliga-se com  o PPL,  lançando Bianchini e Bueno, enquanto  o PSDB e o PMDB  também lançam suas candidaturas para a chapa majoritária; 

3- A Frente Popular e Democrática  é lançada com o PPL, PT, PDT  e PTB (partidos que integram a base dos governos Tarso e Dilma), com o apoio do PSD,   apresentando as candidaturas de BIANCHINI e BUENO para Prefeito e Vice, respectivamente, devendo o PMDB e  PSDB também lançarem suas candidaturas para enfrentarem a chapa continuista que será definida pelo PP, que apresentará  provavelmente a candidatura de Julio Ruivo à reeleição,  com o vice ainda a definir. 

Esse é o cenário possível que temos no momento. Mas, sabe-se, a 'política é dinâmica' e outras surpresas também não estão descartadas...

Então,   na sexta-feira pela manhã  é bem provável que tenhamos  um quadro mais definido de como deverá ocorrer o embate político deste ano em Santiago. O resto ... bom, o resto é  chute ou  especulação.  (por Júlio Garcia, especial para 'O Boqueirão').

(12,25 h)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O debate sobre o Programa de Governo do PT nas Eleições

Seminário Nacional: O Programa de Governo do PT nas Eleições 2012

Em pauta os desafios do Modo Petista de Governar

A Comissão de Acompanhamento das Eleições 2012, constituída pelo Diretório Nacional do PT, prepara a realização de um seminário nacional sobre os programas de Governo do PT, a ser apresentado à população nas eleições municipais.

O Seminário tem o objetivo de dialogar com os nomes petistas que estarão na disputa eleitoral para as prefeituras. Os petistas terão a oportunidade de debater sobre a atualidade do Modo Petista de Governar e dialogar sobre a incorporação de experiências recentes dos governos locais. Segundo a organização, serão estabelecidos os novos desafios para as administrações municipais, principalmente diante dos atuais cenários do país e do mundo, assim como das necessidades criadas pelo novo patamar de desenvolvimento vivido pelo Brasil a partir de 2003. 

Alguns temas irão balizar os debates, tais como, - quais são os desafios das cidades brasileiras no momento atual de um Brasil que se desenvolve e se fortalece economicamente? Como superar os gargalos urbanos acumulados ao longo do tempo, que transformam nossas cidades em palcos de violência, tráfico, trânsito caótico, sistema de transporte de massa e atenção à Saúde Pública deficientes; quais as novas formas e avanços na participação popular e na democracia local; quais as formas mais eficientes e atualizadas de comunicação com a população, dentre outros. Os municípios têm um papel específico no Projeto de desenvolvimento Nacional? O PT tem uma agenda chamada municipalista? Qual é esta agenda hoje? Qual a centralidade do Programa de Governo nas eleições municipais? Como desenvolver e debater o Programa na Campanha Eleitoral? Há inovações nas administrações Petistas no último período que se incorporam positivamente ao Modo Petista de governar?

Estas são questões a serem debatidas e respondidas no Seminário do Programa de Governo para as eleições 2012, o Modo Petista de Governar

Estão sendo convidados membros do DN, Dirigentes Estaduais do PT (no mínimo Presidente, Secretários de Comunicação, Formação, Organização e Assuntos Institucionais), presidentes dos Diretórios Municipais e candidatos/as a prefeito e vice dos 118 municípios com mais de 150.000 eleitores; assim como os responsáveis pelo Programa de Governo nesses municípios.


História

O PT vai entrar na 7ª geração nas prefeituras. Desde 1982, quando elegeu dois prefeitos, passando pelas primeiras eleições em 1985 nas capitais (depois de anos de interventores durante a ditadura), mas principalmente a partir de 1988 o PT passou a figurar como um Partido de bons governos municipais, administrando cidades grandes, médias e pequenas, implantando o Modo Petista de Governar.

De lá pra cá, o PT cresceu, governou também Estados e iniciou uma grande mudança no Brasil, com a vitória de Lula à Presidência da República em 2002. O Brasil passou a viver outro modelo de desenvolvimento, centrado na distribuição da renda e inclusão social, criação de empregos e forte ênfase na educação e na sustentabilidade econômica, social e ambiental. Criou, no âmbito federal, a Secretaria de Assuntos Federativos, a SAF, que coordena as ações federais junto as administrações municipais e faz a interlocução com a agenda dos municípios brasileiros. Muitos avanços foram obtidos nesta área, o que fortaleceu o pacto federativo e constituiu atores permanentes no diálogo pela implementação de políticas públicas nacionais, que na prática, se concretizam com a participação dos governos locais.

O Seminário será realizado nos dias 16 e 17 de maio em Porto Alegre, antecedendo reunião do Diretório Nacional que ocorre dia 18 também em Porto Alegre.
O evento tem apoio da Fundação Perseu Abramo, Escola Nacional de Formação, Secretarias Setoriais Nacionais, Secretaria Nacional de Movimentos Populares, e Diretório Regional do Rio Grande do Sul e Diretório Municipal de Porto Alegre.

CLIQUE AQUI  para ver a programação completa, via http://www.pt.org.br/

Mídia


Pesquisa Datafolha: um roteiro para a própria mídia se olhar no espelho

A mídia devia transformar em bíblia, no objeto de sua mais profunda reflexão no momento, a pesquisa Datafolha divulgada neste fim de semana (domingo). O levantamento indica que sobem continuamente o otimismo dos brasileiros em relação à economia e o apoio e aprovação populares que dão à presidenta Dilma Rousseff.

O levantamento, aliás, mostra mais um recorde batido pelo governo da presidenta: ele tem a aprovação de 64% da população, a mais alta taxa de apoio e aprovação populares obtida por um presidente com 15 meses de mandato na história da República. Só 5% da população consideram seu governo ruim ou péssimo.

E mais: a chefe do governo se elegeu dia 31 de outubro de 2010, no 2º turno, com 56,05 dos votos, contra os 43,95% obtidos pelo adversários tucano José Serra. Pois bem, se o 2º turno fosse agora ela simplesmente teria 69% contra 21% da candidatura serrista.

Brasileiros querem a continuidade do PT no Planalto depois de 2014

É por isso que insisto: a pesquisa devia e precisa se converter em um roteiro para a própria mídia se olhar no espelho. O Brasil que ela - toda, não só a Folha - retrata em suas páginas e noticiários não existe para a maioria do país, para a nação e o povo otimistas com o futuro, esperançosos com os dias que vivemos.

Os brasileiros, deixa claro a pesquisa, apoiam tanto a presidenta Dilma quanto o ex-presidente Lula, como atestam os itens em que eles são perguntados sobre a próxima eleição presidencial. Em outras palavras, o que a população quis dizer é que quer a continuidade da gestão petista depois de 2014. Chega a 89% o percentual dos que querem que o PT fique no Palácio do Planalto - 32% com a presidenta Dilma e 57% com o ex-presidente Lula, apesar da campanha diária e permanente da mídia contra este e seu partido, o PT.

A mídia só tem a perder nos próximos anos. Mas, mesmo assim, pelo andar da carruagem, não quer ver. Continua solidária com praticas jornalísticas de determinadas publicações e veículos, dentre estas, Veja à frente. Se bem que a revista há muito deixou de fazer jornalismo transformando-se em mera transmissora de mensagens panfletárias da extrema direita.

Não condenam jornalismo feito de braços dados com o ilícito

Continua, na medida em que não dá uma palavra a respeito - nem fala, nem publica - recusa-se a condenar o jornalismo de braços dados com o ilícito na busca de noticias. Exemplo mais clamoroso disso é ela se negar a noticiar os fatos que se passaram na busca de informações não apenas para atingir ministros e políticos mas, o mais grave, para proteger determinados negócios escusos e ilegais, cujo nome verdadeiro é corrupção.

Mas, os veículos da mídia, em grande parte - eu diria em sua maioria - querem a impunidade para os aliados ainda que concorrentes, mas negam a justiça para os adversários. (por José Dirceu) 

Fonte: www.zedirceu.com.br
(12,28 h)

Convite


*Hoje, 20 h, em Porto Alegre/RS.

domingo, 22 de abril de 2012

'Enquanto os cães ladram...'


 

 

POLÍTICA - "Enquanto os cães ladram, a caravana passa".

(Do Blog de um Sem-Mídia) - Gosto sempre de citar esta frase do Ibrahim Sued toda vez que sai uma pesquisa do DataFolha.

Se a oposição, (a política e a midiática) não mudar seu discurso e continuar brigando com os fatos, o cenário abaixo lhe será sempre desfavorável para alegria de nós petistas. (...)
CLIQUE AQUI para conferir a postagem sobre a última pesquisa Datafolha, oriunda do ótimo 'Blog de um Sem-Mídia'

sábado, 21 de abril de 2012

Capa da Veja

 
 
 
 
"A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular."
- prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard
 

Zé Serra, Banco Econômico, julgamento...

Julgamento de José Serra está na fila antes do caso ‘mensalão’

Da Redação*

Apesar de as expectativas estarem voltadas a celeridade no julgamento do caso ‘mensalão’ , prometido para breve pelo novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Britto, outros processos de escândalos de corrupção seguem arquivados.  Entre eles, o processo que se arrasta desde 2003 e envolve o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB) em um desvio de recursos do Banco Econômico.

Em termos de réus ilustres supera o chamado “mensalão”, e em termos de valores também. O rombo no Banco Econômico, socorrido com R$ 3 bilhões no âmbito do PROER, quando Serra era ministro do planejamento envolve praticamente toda a equipe econômica do governo FHC. Estão entre os envolvidos, o ex-ministro Pedro Malan, ex-ministro e banqueiro Ângelo Calmon de Sá e os ex-presidentes do Banco Central Gustavo Loyola e Gustavo Franco.

A juíza Daniele Maranhão Costa, da 5ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, acatou a denúncia apontando dano ao erário, enriquecimento ilícito e violação aos princípios administrativos no caso.


Informações da Rede Brasil Atual

*Sul21

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O Tempo Não Pára - III


Em Santiago, a definição do quadro político/eleitoral  deste ano (sobretudo em relação à composição da chapa majoritária  nas hostes oposicionistas)  está  prestes a  ter um desfecho.  Fontes confiáveis informam que, especialmente nos últimos dias -  graças a  prolongada indefinição da direção do  PMDB local - crescem as apostas de que a formatação da Frente Popular e Democrática (possível nome da chapa de oposição ao governo do PP ) será composta pelo  PT, PPL, PDT, PSD e PTB. 

Incerta ainda e não sabida, portanto  (se  continuar nessa indefinição e não surgirem fatos novos),  a posição que o PMDB e  o PSDB irão tomar no pleito que se avizinha, assim como quem vai  compor como candidato a  vice-prefeito na chapa situacionista que deverá ser encabeçada pelo prefeito Ruivo (PP), que tentará a reeleição. Tal decisão, sabe-se, não será pacífica.

Nesse contexto, no leque de apostas terrunho  crescem os nomes de Miguel Bianchini e de Antônio Bueno para integrarem a chapa oposicionista para Prefeito e Vice-Prefeito. Portanto, a dobradinha BIANCHINI-BUENO (atual e ex-vereador oposicionistas, pelo PPL e PT, respectivamente), que antes não era mais que uma  possibilidade, está,  cada vez mais, ganhando força e tornando-se uma alternativa real  para ser lançada como a grande jogada oposicionista para brecar  a danosa continuidade conservadora municipal. Uma vez exitosa,  Santiago será recolocada no rumo do progresso, da inclusão e justiça social e do desenvolvimento, alinhada política e administrativamente, por óbvio, com os governos estadual e federal liderados pelo Governador  Tarso Genro  e pela Presidenta Dilma Roussef.  (por Júlio Garcia)

(12,44 h)

terça-feira, 17 de abril de 2012

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O 'Comando Marrom', Veja e o PiG amarelaram



A nota do presidente da Câmara, Marco Maia, por mais que a imprensa a esteja escondendo, acaba de reduzir praticamente a zero a possibilidade de abafarem-se as ligações entre Carlinhos Cachoeira e as campanhas de mídia que se desenvolveram (ou se desenvolvem, melhor dizendo) contra os governos Lula e Dilma.

Aliás, não é outra a razão de terem mandado sua nota pública para “a Sibéria do esquecimento”. Não a publicam.

Porque é o primeiro e mais forte gesto de oposição a uma estratégia perversa que, com um roteiro fácil de adivinhar, vinha sendo seguido pelos jornalões.

Tão fácil que foi antecipado aqui, há dias:


Cabe hoje a Ricardo Noblat assumir que a CPI do Cachoeira não é uma imposição da dimensão do escândalo, mas uma conspiração perversa para encobrir o caso do “mensalão” e, pasmem, desestabilizar o Governo Dilma.

Conspiração de Lula e de José Dirceu, claro.

Folha, Estadão e O Globo, no final de semana, tiveram a mesma ideia, claro que casualmente.
Imprensar o novo presidente do STF, Carlos Ayres Brito, contra a parede, para colocar o caso do “Mensalão” sumariamente em julgamento.

Aliás, de preferência, um julgamento também sumário.

Que independa de provas, de contraditório. Afinal, o STM – Supremo Tribunal da Mídia – já condenou aquele que quer condenar: José Dirceu. Os outros 37 acusados nenhuma importância tem.

Porque a estratégia é simples: se Dirceu era o homem de confiança de Lula, condená-lo é condenar seu chefe.

Mas, aos 45 minutos do segundo tempo, apareceu a ligação entre Cachoeira e o centro da campanha de acusações contra o governo Lula. Apareceu a cumplicidade entre o bicheiro e o centro do “Comando Marrom”, a Veja.

Num movimento de manada, foram todos correr atrás de uma improvável proteção: a da presidente Dilma.

Eles, que “adoram” a Presidenta – todos recordam como provaram isso na campanha, não é? – estão preocupadíssimos com os efeitos que a CPI possa causar a seu governo… Chegam a psicografar diálogos privados entre a Presidenta e Lula, onde ela suplicaria para que o “malvado” não deixasse a CPI sair.

Só um completo pateta pode acreditar nessa história. Claro que Lula e Dilma podem ter visões diversas sobre o timing político, mas é muito mais evidente que Dilma sabe que tudo que atinge o ex-presidente a atinge e vice-versa, porque ambos são protagonistas e alicerces de um único processo de transformação da vida brasileira.

Mas o “Comando Marrom” julga o caráter das pessoas pelas suas próprias deformidades. Vive num mundo de troca de vantagens e privilégios, onde o heroi de hoje é o lixo de amanhã. 

Não foram a Veja e a Globo que tiraram Fernando Collor do anonimato e fizeram dele presidente da República, para depois lançarem-no à vala, acusado dos mesmos esquemas que o envolviam antes, quando era um simples oligarca local?
Marco Maia furou este balão.

A CPI sai e não esconderá  as ligações entre Cachoeira e a Veja.

Não é uma cortina de fumaça, mas o fim de uma cortina de fumaça com que se encobria objetivos políticos inconfessáveis.
Se houve ou não o “mensalão”, cabe ao Supremo, livremente, julgar. Mas à CPI cabe, agora, revelar o submundo de promiscuidade entre a Veja e um bandido.

O Brasil está na iminência de tornar-se uma República. (por Brizola Neto)

Quanta pureza nessa irmandade!


*Charge do Bessinha

(12,45 h)

sábado, 14 de abril de 2012

'É preciso agir com candura'

 

Os cães ladram e a caravana passa

É preciso humor para não morrer de realidade.
É preciso destemor para prosseguir o caminhar.
É preciso ignorância para ofender a liberdade.
É preciso inteligência para poder incomodar.

É preciso precaver a censura.
É preciso um lampejo de luz.
É preciso agir com candura.
É preciso ler Manuel de Jesus.

É preciso tanger o pássaro negro,
Que teima em dizer: "- Never more!"
É preciso não se apiedar do degredo,
De forasteiro aspirante a capitão-mor.


É preciso não viver de esquivança.
É preciso calar quando o silêncio convém.
É preciso reinventar a esperança.
É preciso saber que o novo sempre vem.

                      Francisco Eliton A Meneses

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Um tapa na cara do Ministério Público

A imprópria presença de membros do Ministério Público na política partidária não passou despercebida pelo constituinte brasileiro. Era fundamental, na nova carta-cidadã, dar à instituição do MP independência e autonomia. Bem como conceder aos seus membros, selecionados em concursos públicos, garantias funcionais iguais às conferidas aos juízes, pois é da tradição brasileira separar em carreiras diferentes a Magistratura judicante da postulatória, ou seja, daquela destinada a representar a sociedade civil e a deter, com exclusividade, a titularidade da ação penal pública. A meta era criar outro necessário poder.

Pelo Congresso, ministérios, tribunais de contas, governos estaduais e secretarias de Estado passaram, até então, inúmeros integrantes do MP que se licenciavam dos seus cargos. E no Poder Judiciário, membros do MP concorriam com advogados, num sistema existente apenas no Brasil, às indicações para um limitado número de cadeiras em tribunais. Em outras palavras, membros do MP estavam por toda a parte.

Pela Constituição de 1988, os membros do MP não podem mais sair da instituição, tendo sido mantido o chamado “quinto constitucional” nos tribunais superiores. Por infeliz interpretação do Supremo Tribunal Federal, essa proibição só alcançou os que ingressaram nos MPs estaduais e federal depois da vigência da nossa nova Constituição. Isso explica, por exemplo, a presença no senado de Demóstenes Torres. Por evidente, em nada fortalece o MP a presença de seus membros fora da instituição e pendurados em cargos ou funções subalternas.

Outra falha fundamental, em 1988, decorreu da falta de uma calibragem, à luz do interesse público e da modernidade, do sistema de freios e contrapesos. Assim, para as chefias dos MPs, entregaram-se, respectivamente, as escolhas ao presidente da República e aos governadores, tirados os nomes de listas tríplices formadas com os mais votados pelos membros das corporações. Muitos governadores, com visão de Estado e compromisso com a democracia e o aperfeiçoamento institucional, escolhem para o cargo de procurador-geral o mais votado pelos seus pares. (por Wálter Maierovitch, da Carta Capital)

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O Tempo não Pára - II



Contrariamente  ao que alguns blogs santiaguenses identificados com o governo do PP têm divulgado, inexiste 'confusão' ou conflitos que possam colocar em risco, pelo menos no presente momento,  a construção da Frente de Oposição que está sendo articulada no município, tendo em vista as eleições deste ano. Em postagem datada do dia 10/04, terça-feira, o vereador Bianchini (PPL)  deixou isso muito claro em seu blog. Na ocasião, informou ele: "Terminou há pouco a reunião dos partidos que não fazem parte da administração municipal. A chama da união continua bem acesa."

Ora,  fora alguns que não tenham entendido direito minhas postagens e os atuais 'movimentos' da oposição, é claro que os blogs locais pepistas e o conjunto da mídia  'chapa branca'  farão de tudo para tentar desconstituir a oposição  e suas principais lideranças (já começaram, por exemplo,  a 'esquecer' que o vereador  Miguel BIANCHINI é chamado e conhecido muito mais pelo sobrenome e referir-se à ele somente como 'Miguel'). Pode parecer até pouca coisa, mas isso é sintomático.   Tentarão também confundir e desviar o foco dos graves problemas - políticos e administrativos -  que assolam  atualmente o governo do PP santiaguense e o próprio partido,  à nível estadual e nacional. A cada semana  surge um fato novo, vem à  tona  mais uma irresponsabilidade, mais um desmando,  surgem mais reclamações da população, uma nova denúncia de perseguição e de retaliação política  e econômica vem à tona ...  e assim vai. O clima não anda nada bom para o PP e para governo Ruivo, é a constatação elementar a que chegamos. Por isso, a tentativa do desvio do foco. 'Quem não é acostumado com isso, estranha', já diz o ditado...

Por outro lado, é público e notório  que a Oposição em Santiago ao governo do PP tem realizado uma série de reuniões visando a articulação de uma chapa representativa e consensual ao Executivo, que possa  representar o conjunto das forças e possibilitar a vitória tão necessária para a alternância no poder nas eleições municipais deste ano. É público e notório também que, até o presente momento,  pela Oposição, pelo menos  três nomes fortes foram colocados como indicativos para comporem a chapa majoritária: o do ex-vereador Antônio Bueno, pelo PT; o do vereador Diniz Cogo, pelo PMDB; o do vereador Miguel Bianchini pelo PPL. É público e notório  também que existem algumas  resistências partidárias (normais, diga-se de passagem)  em relação aos dois primeiros; público e notório também que as resistências em relação ao nome do vereador BIANCHINI são muito menores, se é que existem. 

Também não constitui novidade o fato de que o ex-vereador Antônio Bueno, que também acumula a presidência do PT local,  num ato de grandeza política e pessoal, já inclusive declarou a interlocutores que seu nome não será impecilho para a formatação do consenso necessário e, embora não oficialmente, manifestou  reservadamente que pode retirar seu nome da disputa caso o escolhido seja o vereador BIANCHINI. Claro está que, se a Frente não prosperar - o que duvido - BUENO deverá ser o nome do PT para concorrer à prefeitura  - e contará , então, com todo o meu apoio e empenho militante. Sobre o vereador Cogo, do PMDB, a quem respeito, não tenho informações sobre sua posição atual, mas espero que também esteja alinhada com a do ex-vereador Bueno, ou seja, buscando a melhor alternativa para conquistar a unidade e a vitória. 

Então, apesar da demora - que considero demasiadamente longa - na definição, da chapa e do Programa de Governo,  no essencial o caminho da unidade oposicionista, pelo que vemos, está sendo bem pavimentado.

Gostaria, por fim, de deixar bem claro que assumo (como não poderia deixar de ser) a inteira responsabilidade pelas avaliações e manifestações que faço aqui na blogosfera e na mídia impressa. Apesar de ser santiaguense, de manter  sempre fortes vínculos com Santiago, de ter um enorme orgulho de ter sido um dos fundadores do PT local e estadual,  de estar seguidamente presente 'na terra' e de acompanhar 'pari passu' os acontecimentos  relevantes que aqui ocorrem,  no momento estou filiado ao PT de Canoas/RS,  integro com muita honra e tenho compromissos com nosso Governo Estadual até, pelo menos, 2014 e, portanto,  em que pese desejar contribuir, como sempre procuro fazer,  com Santiago e Região, não pretendo interferir ou falar pelo PT local e, muito menos, tenho procuração de sua direção para fazê-lo. As opiniões que emito, repito, são de minha inteira responsabilidade política e pessoal. 

Então, para deixar bem claro, na postagem  que realizei  (dia 10/04) e que teve como chamada 'O Tempo não Pára', manifestei minha posição  sobre a necessidade da oposição santiaguense corrigir e evitar alguns ruídos dissonantes,  acertar o passo, avançar na elaboração de um  consistente Programa de Governo e definir logo a composição da chapa majoritária que, ao meu ver, deve ser encabeçada pelo companheiro Miguel BIANCHINI, do PPL, tendo como vice um (ou uma) candidato(a) do PT ou do PMDB - que 'agregue ' e que 'amplie'. Mas,  friso, pois julgo isso  muito importante: como eu dizia na postagem 'O Tempo não Pára', a vitória  é possível, desejada e necessária, mas o tempo não pode ser desperdiçado: mãos à obra!

Era isso. O resto ...  bem, o resto  é o resto...  ou é 'intriga da situação'!  (por Júlio Garcia)

quarta-feira, 11 de abril de 2012

'Diálogos CDES' ocorre hoje em Santiago

Hoje, em Santiago, 'Conselhão' debaterá desenvolvimento do Vale do Jaguari

Santiago/RS - O desenvolvimento do Vale do Jaguari será a pauta central de mais um encontro da série “Diálogos CDES”, que ocorrerá no município de Santiago, nesta quarta-feira (11/04). O objetivo do evento é reunir diferentes lideranças locais, trabalhadores, empresários, agricultores, governo e sociedade, em um amplo debate sobre as demandas e potencialidades da região.

Promovida pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio Grande do Sul (CDES-RS), a atividade será realizada no Salão de Atos da Universidade Regional Integrada (URI) – Campus Santiago (Av. Batista Bonotto Sobrinho, s/nº), a partir das 14 horas.

As sugestões colhidas nas comunidades são sistematizadas e encaminhadas aos órgãos do Governo do Estado. As demandas são avaliadas com as diferentes secretarias, definindo medidas que podem ser adotadas para resolver as questões apresentadas.

“É uma oportunidade para aproximar o governo dos municípios, ouvir as prioridades das comunidades e construir soluções consensuadas”, convida o secretário executivo do CDES-RS, Marcelo Danéris (foto), que coordenará o encontro, juntamente com o Gabinete dos Prefeitos e Relações Federativas. (...)

*Com o Blog do Júlio Garcia -  http://jcsgarcia.blogspot.com.br

Mensalão: 'uma criação mental'

Roberto Jefferson (PTB) admite ao STF que mensalão não existiu

Do Blog do Rovai - A jornalista e blogueira Hildelgard Angel divulgou em 15 de setembro passado link para as alegações finais da defesa do ex-deputado Roberto Jefferson (foto) ao STF. São um documento para a história.

Fiz uma leitura do documento e grifei com negritos os trechos mais impactantes. O maior é quando a defesa de Jefferson sustenta que o mensalão foi “uma criação mental” dele.

Ou seja,  o autor do termo diz que o termo mensalão é uma invenção. Que é uma retórica…

Diz também que o dinheiro que recebeu do PT era lícito.

Graças ao Sandro Serpa editei essa nota porque tratei a informação como nova por desatenção. De qualquer forma, a peça que segue é algo que precisa ser lido e relido com atenção. (...)

CLIQUE AQUI para ler na íntegra.  Via http://www.revistaforum.com.br
...

*Nota do blog O Boqueirão: a jornalista e socialite carioca Hildegard Hangel é filha da estilista  Zuzu Angel  (morta pela ditadura em 1976), irmã de Stuart Angel e  cunhada da estudante santiaguense Sônia Maria de Moraes Angel Jones, trucidados  sob tortura pela ditadura militar em 1971, em São Paulo. Atualmente Hildegard é filiada ao PPL.

-Edição final e grifos deste blog