terça-feira, 28 de julho de 2015

CUT protesta em frente ao ministério da Fazenda contra o “Plano Levy”

Igor Carvalho

Milhares de pessoas foram ao local para pedir uma nova política econômica ao País, que não prejudique a classe trabalhadora

Escrito por: Igor Carvalho*, direto de Brasília  - Na manhã desta terça-feira (28), a CUT protestou contra a política econômica do governo em frente ao Ministério da Fazenda, em Brasília. Segundo a organização do ato, mais de mil pessoas estiveram no local lembrando que os ajustes promovidos pelo atual ministro da pasta, Joaquim Levy, estão prejudicando a classe trabalhadora.
O protesto ocorre na mesma data em que o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para definir a nova taxa Selic e a tendência é que ela sofra novo aumento, segundo Quintino Severo, secretario de Administração e Finanças da CUT.
“Esse ato tem uma importância muito grande, mais uma vez virá um aumento da taxa de juros. Estamos aqui para demonstrar que somos contra o aumento da taxa de juros, estamos lutando contra isso, para que a classe trabalhadora não seja ainda mais prejudicada. Entendemos que dessa forma, o governo segue investido na especulação financeira”, afirmou Quintino, que elencou os prejuízos à classe trabalhadora.
“Em primeiro lugar, o desemprego, que vem crescendo. Depois, as medidas de ajuste que retiraram direitos dos trabalhadores, restringindo o Seguro Desemprego, mexendo no abono salarial e outras sanções. Por último, a redução do consumo, que desacelera a produção e faz girar a roda do desemprego”, explicou o secretario de Administração e Finanças da CUT.
Para Rosane Silva, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, o foco da política econômica de Levy está equivocado. “Ele [ministro da Fazenda] coloca o mercado no centro da suas ações, nós entendemos que a classe trabalhadora deva estar no centro. Não vamos tolerar a retirada de nossos direitos.”
Junéia Martins Batista, secretária da Saúde do Trabalhador da CUT, lembrou da MP 656 para explicar o impacto que as medidas econômicas atingem o funcionalismo público. “Essa medida provisória autoriza a entrada do capital estrangeiro na saúde, no SUS (Sistema Único de Saúde). Isso vai contra tudo que temos lutado nos últimos 25 anos para garantir, por exemplo, um plano de carreira aos trabalhadores da Saúde. O que vai ocorrer é mais precarização e terceirização.”
A política econômica adotada pelo atual governo tem afastado a presidenta Dilma Rousseff (PT) das bases populares, afirma Julio Turra, diretor executivo da CUT. “Trocar o rumo da economia no País é uma questão de sobrevivência política. O Ministério da Fazenda quer provocar a recessão para retomar o crescimento, é uma roda sem fim, isso nunca vai acabar”, afirmou o dirigente, que pediu a “urgente baixa da taxa de juros e lembrou que impeachment e tentativas de golpe não serão toleradas pela CUT. “Seremos os primeiros a sair às ruas para defender a democracia e ir contra os golpistas.”
*Via  http://cut.org.br/

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Catta Preta subiu no telhado. Por quê?

reprodução do Jornal I9
'No escritório de advocacia dos Catta Preta militam ativos membros da confraria digital dos apoiadores de Aécio e militantes anti-Dilma'

Da Redação da Carta Maior*

A saída abrupta da advogada Beatriz Catta Preta da Lava Jato, e a sua anunciada intenção de morar em Miami, gerou inúmeras interrogações pouco ou nada contempladas pelo furor investigativo da mídia isenta.

Catta Preta ocupou papel decisivo na trama, tendo sido parceira e braço direito do juiz Moro na condução das delações premiadas --que alguns preferem denominar de delações chantageadas. O rumo do processo responsável por alvejar  a Petrobras, fragilizar o pré-sal e alimentar o cerco golpista ao governo Dilma possivelmente não seria o mesmo sem a sua azeitada parceria com o juiz Moro, que saiu em sua defesa contra a tentativa de integrantes da CPI da Petrobras de convocá-la a depor.

A nebulosa motivação da renúncia, repita-se,pouco investigada pela mídia sempre tão operosa em outras pautas, envolveria uma mudança no depoimento de um de seus clientes no caso, Júlio Camargo. A contragosto da Catta Preta e de suas orientações, Camargo teria mudado a delação ao juiz Moro, para acrescentar a denúncia do achaque de US$ 5 milhões de Eduardo Campos, presidente da Câmara e assumido operador do cerco para a derrubada do governo Dilma.

A decisão da advogada, tudo indica, envolve portanto mais do que a determinação de desfrutar uma vida de fastígio, sombra e água fresca em Miami, flutuando nos R$ 22 milhões que faturou na Lava Jato como responsável por nove das 18 delações consumadas na operação.
Sejam quais forem as suas razões, Beatriz Catta Preta é uma pauta quente da República  e o fato de não ser tratada assim nas redações do dispositivo conservador apenas reforça essa percepção. 

Um pouco do que se sabe dela, para além do semblante contido pelo aro de óculos de secretária-executiva, foi publicado no site do jornal i9 , em novembro do ano passado. A advogada pertence a uma família influente em Minas Gerais, tendo um primo nomeado desembargador pelo governo do PSDB. No escritório de advocacia dos Catta Preta, em Belo Horizonte, militam ativos membros da confraria digital dos apoiadores de Aécio e militantes anti-Dilma e anti-PT. 

É um direito legítimo. Assim também como é legítimo arguir o que isso tem a ver com as induções, manipulações, vazamentos e, sobretudo, com a seletividade das denúncias e delações na Lava Jato.  

 * Via cartamaior.com.br

sábado, 25 de julho de 2015

MARIA RITA




*Maria Rita - Show 'Samba Meu'

Basta de chinelagem!



* O Blog 'O Boqueirão Online' está ultimando o lançamento de sua Rádio Web. Mas, enquanto esse projeto não torna-se realidade, neste final de semana - pelo menos! -  ligue-se nas rádios que tocam a boa música, trazem a boa informação e estão distantes da 'chinelagem', parcialidade e alienação que infesta a programação da  maioria das 'nossas rádios' (AMs, FMs...)... 

-Então, confira a sugestão do Blog (que  está AQUI, AQUI, AQUI e AQUI). E aproveitamos para  desejar um 'bom findi' para os nosso seletos(as) leitores(as)!

sexta-feira, 24 de julho de 2015

'Não vai haver golpe nem impeachment' (Dalmo Dallari) “Realmente estou tranquilo”, diz o jurista, um dos artífices da Constituição


Escrito por: Isaías Dalle, do sítio da CUT Nacional*

Roberto ParizottiDalmo Dallari e o paradoxo: Como não respeitam a Constituição, não têm interesse em revogá-la
“Aqui eu moro na roça”, diz Dalmo Dallari, ao nos receber em sua casa com jeito de morada no campo, encravada num bairro totalmente urbano na capital de São Paulo. Árvores frutíferas, pássaros, gatos e um lago artificial compõem o cenário bucólico, vez ou outra contrastado com o barulho dos jatos que passam a baixa altitude.
Não bastasse seu ar sereno, ele faz questão de afirmar: “Eu estou absolutamente tranquilo quanto à manutenção da ordem brasileira”. O jurista e professor, que entre 1986 e 1988 percorreu o Brasil articulando a participação popular na feitura da Constituição, continua com os pés e os olhos nas ruas e diz que Dilma seguirá em seu mandato até o final.
Sua segurança é tanta que sugere retirar a palavra impeachment da pauta.
Saiba o porquê lendo os principais trechos da entrevista:

Professor, como o senhor tem visto a conjuntura política: sequências como o comportamento do presidente da Câmara e essa mensagem constante na imprensa sobre a tese do impeachment, da derrubada iminente da presidenta? Qual sua avaliação? O sr. vê possibilidade de ruptura, de quebra do Estado de Direito?
Nesse ponto eu estou tranquilo. Não vejo possibilidade de ruptura, de quebra da ordem constitucional, entre outras coisas porque os que hoje atuam mais fortemente na política brasileira não têm o mínimo respeito pela Constituição. Então, para eles, ter ou não a Constituição, mudar as regras, isso não tem a mínima importância. Eles fazem pequenos ajustes, só para dar uma aparência de constitucionalidade, de legalidade, mas, esse é o ponto essencial, os que hoje fazem o jogo político, que dele tiram vantagem, não têm necessidade de suspensão da Constituição.
Esse é um paradoxo, uma contradição, mas ao mesmo tempo, um ponto tranquilizador. Como eles não respeitam a Constituição, eles não têm interesse em revogar a Constituição. Revogá-la daria muito trabalho, é muito arriscado, poderia gerar reações violentas, então não interessa.
A minha conclusão é que não existe risco porque não há interesse. Não há uma só força, uma corrente, interessada na suspensão da ordem constitucional formal. Eles na verdade desrespeitam, e o Eduardo Cunha é um exemplo evidente disso, como dias atrás, repetindo votações, isso é absolutamente inconstitucional.
É como tenho escrito no único espaço que me restou na imprensa, que é a versão eletrônica do JB, nós não temos parlamentares, temos “paralamentares”. E tanto a Câmara quanto o Senado têm dado demonstrações disso: são absolutamente lamentáveis. Não há nenhuma grande liderança, não há nenhum partido coeso, com posições definidas, e com fidelidade à programação partidária. Isso realmente desapareceu.
Mas esse é o grande paradoxo: isso tira o risco de um golpe. Porque ninguém tem interesse no golpe.
O sr. falava de desrespeito sistemático à Constituição. Para o sr. que foi um especialista e um militante que atuou intensamente na elaboração da atual Constituição, como se sente ao ver esse desrespeito ?
Na verdade é profundamente lamentável. De qualquer maneira eu fico feliz de que a Constituição continue em vigor, com conteúdo absolutamente humanista, democrático, e isso é uma conquista do povo brasileiro. Então é muito importante que ela seja preservada. Eu quero lembrar que participei efetivamente da Constituição, discursei em plenário, mas como um constituinte cidadão. Sem mandato. Porque eu fui convidado para participar formalmente, mas para isso eu teria de ter filiação partidária, e eu não queria. Não fui e não sou filiado a partido algum existente no Brasil. Isso para mim é fundamental, pois eu sou um jurista e um professor, então é muito importante a minha independência e autonomia, e quero que meus alunos acreditem nisso. Eu estou falando por convicção, meus valores têm como base a dignidade da pessoa humana. Em termos didáticos, em termos de ação política, os grandes valores são a Justiça e o Direito. É isso que me direciona. Quando faço análise, avaliação do comportamento do político, eu parto desses pressupostos: o quanto eles estão coerentes com a Justiça e o Direito.
Agora o sr. vê uma situação melhor ou pior que em outros momentos do período pós-redemocratização?
Nós já tivemos momentos muito ruins, muito negativos, por causa justamente desses desvios partidários, desses desvios políticos. Pode ser que hoje isso tenha adquirido uma visibilidade maior. Acho que há inclusive uma grande responsabilidade da imprensa. A imprensa valoriza demais os pormenores de corrupção e de desvio. Há uma evidente obsessão anti-Lula, anti-PT, que contribui bastante para esse desvirtuamento.  Quando a imprensa percebe ou suspeita que alguma acusação pode atingir o Lula, isso vira manchete. Isso está inclusive na base da supervalorização, excessiva valorização, da delação premiada. A delação premiada acabou tornando delinquentes, criminosos confessos, em grandes personagens. Porque eles fazem delações que poderão atingir o Lula, o PT, as esquerdas.
A delação, em tese, o sr. vê como um instrumento legítimo, mas supervalorizado neste momento, ou não, a deleção não é um bom instrumento?
A delação, da maneira como foi constituída, é mais negativa que positiva. Ela, de certo modo, é a aplicação de uma criação italiana. Quando a Itália estava num momento difícil, combatendo a Máfia, foi criada a figura do arrependido. Era o mafioso que, sendo preso, aceitava fazer denúncias para ser beneficiado no processo, às vezes até perdoado.  Isso fez surgir a figura do delator premiado, que na verdade não é um arrependido, é alguém que está negociando para sair melhor de uma acusação ou de um processo. Mas é altamente duvidosa a espontaneidade desse indivíduo, pois o delator ou está sofrendo ameaça ou está sofrendo uma oferta muito conveniente para ele. Então, isso também é uma forma de coação. Não há coação física, mas há coação psicológica. Por essa razão, tenho sérias restrições à delação premiada.

A delação premiada acabou tornando delinquentes, criminosos confessos, em grandes personagens. Porque as delações podem atingir o Lula, o PT, as esquerdas
Dalmo Dallari
Delação premiada nos remete de pronto à Operação Lava Jato. Economistas e mesmo dirigentes sindicais relatam que há setores de atividade que estão desacelerando, em virtude das investigações.  O sr. acredita que um processo como esse de investigação possa conviver com o funcionamento normal da economia? Já houve algum processo semelhante, em outro país, que não tenha paralisado a economia?
Lembro que há outros países que passaram por momentos de maior investigação. O que acontece que nós estamos colocando isso na linha de frente, há uma teatralização, estamos explorando o espetáculo. Existe, sim, uma consequência econômica, pois muitos investimentos eram feitos graças ao recebimento de dinheiro público, ou de instituições como a Petrobrás. Esses investimentos deixaram de ser feitos, mas as empresas continuam existindo. Eu tenho amizade e conhecimento com muitos empresários, e não conheço nenhum caso em que um deles tenha ficado pobre. Na verdade há uma choradeira porque houve redução de ganho. Mas isso está longe de significar que essa classe socialmente privilegiada está em dificuldades. Por isso não acredito no risco de graves e gravíssimas consequências econômicas. Há sim, um período de diminuição dos investimentos, inclusive porque eles têm recebido menos dinheiro público. Mas eles têm interesse na manutenção dos negócios. Então, haverá uma diminuição do ritmo, mas depois de um tempo deve se ajustar e passar, não tenho dúvida nenhuma.
No início de nossa conversa, o senhor dizia que não vê risco de uma ruptura institucional. Eu gostaria de perguntar sobre aquela modalidade de golpe conhecida como golpe paraguaio, em referência à derrubada do presidente Fernando Lugo. Derruba-se um mandatário, sem necessariamente ter provas.  O sr. acredita nessa possibilidade aqui no Brasil?
Eu não vejo essa possibilidade pois nenhum partido, seja de direita ou de esquerda, situacionista ou oposicionista, nenhum deles tem unidade. Todos estão bastante divididos. Os partidos estão muito fracos. Então não existe a possibilidade de formação de uma força política coesa, uniforme, que tomasse uma posição desse tipo, a de destituir a presidente. Eu não vejo nenhuma possibilidade de isso ocorrer no Brasil. Realmente, estou tranquilo.
Muitos estão preocupados com a manifestação anti-Dilma convocada para o próximo dia 16 de agosto. O sr. acredita que esse tipo de manifestação possa crescer e frutificar?
Eu acredito que não. O que aconteceu em 2013 acabou nos revelando o verdadeiro alcance dessas mobilizações. Elas são momentâneas, e todas, sem exceção, recebem infiltrações, não têm uma unidade, e por isso elas não têm grande força. Sempre existem o falso protestador e o falso manifestante. Aqueles que apenas querem tirar algum proveito ou aquele que só quer participar do espetáculo. Em 2013, ficou no subterrâneo, ninguém revelou quem financiava os grandes grupos manifestantes. Grupos que se mobilizavam, viajavam de outras cidades para São Paulo, e não vinham a pé, e todos bem vestidos e bem alimentados. É porque eram pagos, em grande parte. Então, elas não têm autenticidade, elas são só uma aparência, um espetáculo. E o que se está anunciando agora é só a repetição do espetáculo. Não passará disso. Por isso, eu estou absolutamente tranquilo quanto à manutenção da ordem brasileira.
Alguma ideia sobre quem seriam os financiadores?
Evidentemente só pode financiar quem tem dinheiro. São empresários, setores econômicos envolvidos nisso. São setores que têm interesse nesse clima de temor para obter maior proveito. Então, redução da tributação. Isso já tem sido referido muito ostensivamente, descaradamente: eles serão a favor do governo se os impostos diminuírem. Então, qual a verdadeira intenção, o verdadeiro interesse? O interesse não é do povo, é dos empresários.
Voltando um pouco. O sr. falava, no início, que vivemos um momento de sistemático desrespeito à Constituição. Como saímos desse estado de esgarçamento e voltamos – se é que já estivemos um dia – a um momento de respeito,  implementação e desenvolvimento da Constituição?
Não há dúvida alguma que a Constituição de 88 foi responsável pela correção de muitas injustiças sociais no Brasil. No caso do Nordeste, por exemplo, a prática do coronelismo perdeu muita força. Ainda existem casos, como o do Collor e do Renan Calheiros, mas com muito menos força que antes. Eu viajo o Brasil inteiro e sei que houve muitas melhorias, e isso em grande parte graças à Constituição de 88. Há um longo caminho ainda a ser percorrido. O que é necessário é reacender, é redespertar a consciência do povo.  Eu falo isso porque fui uma espécie de caixeiro viajante da Constituinte, percorri o País apresentando propostas, debatendo, e recebendo contribuições. Grupos pequenos, de lugares distantes dos grandes centros, elaboravam ideias e encaminhavam para a Constituinte. Houve sim uma grande participação popular. O que temos é que reacordar a consciência do povo.
E como podemos fazer isso?
É falando, escrevendo, pregando. Insistindo nesse ponto: deixar as intrigas, as diferenças, parar de falar que estamos correndo risco de golpe – isso só alimenta o temor, a espetacularização. O que temos é, por meio de todos os instrumentos possíveis, na imprensa, na escola, nas reuniões, onde for possível, dar o grito de alerta: “Acorda povo”. É dizer que esses corruptos, esses que estão nas manchetes fazendo papel de moralistas, e que todos sabem que são corruptos, todos eles foram eleitos pelo povo. E o povo elege e reelege. Há casos mais do que conhecidos. Apenas para ficar num exemplo, eu citaria Paulo Maluf em São Paulo. Paulo Maluf é notoriamente corrupto, confessadamente corrupto, e é um homem que levanta um milhão de votos com facilidade. Então, onde estão esses eleitores? Por isso eu tenho usado a expressão eleitor ficha limpa. Então, o grande tema que deveria estar sendo debatido pela imprensa, pelos movimentos sociais, é a conscientização do povo.
No seio dos movimentos sociais, existe uma preocupação que se houver desmobilização, pode vir o golpe. Mas o sr. diz que falar em golpe é alimentar o temor. O sr. sugere que se tire esse tema da pauta?
Exatamente. Retirar o tema da pauta. Assim, por exemplo, nunca mencionar a palavra impeachment. Porque isso é uma farsa. Não existe nenhuma possibilidade legal, jurídica e constitucional de impeachment da Dilma. De vez em quando volta, alguém fala nisso, o Aécio Neves fala, e o tema volta. E isso é uma farsa. Não há a mínima possibilidade. Então, não se mencione mais isso. Porque isso serve para alimentar o temor dos mal informados. Então, eu penso isso, a pauta tem de ser repensada. Não se deve dar espaço para essa onda de temor. Hoje mesmo pensei nisso, ao ver uma manchete de jornal mencionando o Lula. O jornalista, o editorialista desse veículo deve ser muito ignorante. Porque esqueceu um velho brocado que diz “fale bem mas fale de mim”. Então, sempre que falarem do Lula, ele estará na linha de frente. Do ponto de vista estratégico deles, é uma burrice monumental.
Ao final do ano passado, acreditava-se na possibilidade de uma reforma do sistema político por intermédio de uma assembleia constituinte. O sr. ainda acha isso possível, apesar dos recentes acontecimentos?
Primeiro, eu acho que precisamos sim de uma reforma do sistema político. Precisamos repensar o financiamento dos partidos, rediscutir o sistema representativo. Mas não há nenhuma necessidade, assim como não há possibilidade, de convocar uma constituinte para isso. Tudo deve ser feito a partir da Constituição, pois ela mesma dá os caminhos, apontando possibilidade de mudança na legislação. A Constituição prevê a elaboração de emendas pela população, o povo como legislador. Isso já existe, mas só acontece com mobilização popular. Isso é até um caminho para a ação política.
* http://www.cut.org.br/

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Brasil é maior do que qualquer crise e Dilma é correta e lutadora de fibra, afirma Ometto


O controlador de um dos maiores grupos empresariais do País, Rubens Ometto, destacou nesta quarta-feira (22) que o Brasil é maior do que “qualquer crise” e que é preciso reconhecer os méritos da presidenta Dilma Rousseff, que hoje inaugurou, em Piracicaba (SP), a fábrica piloto da Raízen que produzirá o etanol de segunda geração, feito com o bagaço da cana-de-açúcar.
Ometto é presidente do Conselho de Administração da Cosan, empresa que se uniu à Shell para criar a nova planta corporativa da fábrica, que visa atuar no mercado internacional. Ele participou da inauguração ao lado da presidenta. Em seu discurso, afirmou que ela é uma “mulher patriota brasileira, correta, lutadora e de fibra”.
O empresário lembrou que, desde quando a presidenta Dilma era ministra – de Minas e Energia e, depois, da Casa Civil –, a interlocução dela com o grupo e com os empresários do setor sucroalcooleiro sempre foi “no sentido de nos empurrar para frente. Sempre nos incentivou a buscar o que somos hoje”, afirmou.
“Hoje é muito fácil criticar, mas temos que reconhecer os méritos onde estão, não só reclamar do que poderia ter sido melhor”, acrescentou.
BNDES é motivo de orgulho, diz Ometto

Rubens Ometto agradeceu ainda ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financiou o projeto. “O Brasil tem que se orgulhar de poder contar com um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo”, enfatizou.
CLIQUE AQUI para assistir ao vídeo (via Blog do Planalto).

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Com vazamentos na mídia, Sartori indica retomada de agenda do governo Britto


Arredio à imprensa, o governador José Ivo Sartori não confirma nem desmente notícias veiculadas na mídia sobre as políticas de seu governo. (Foto: Caroline Ferraz/Sul21)
Arredio à imprensa, o governador José Ivo Sartori não confirma nem desmente notícias veiculadas na mídia sobre as políticas de seu governo. (Foto: Caroline Ferraz/Sul21)
Marco Weissheimer, no Sul 21*
O governo do Estado do Rio Grande do Sul não negou nem confirmou as notícias veiculadas nesta segunda-feira (20), pelo jornal Zero Hora, dando conta de um pacote de projetos que seria enviado no início de agosto para a Assembleia Legislativa, incluindo medidas como o aumento de impostos, privatizações e venda de ações de estatais. Segundo a colunista política de ZH, Rosane de Oliveira, o esboço do pacote já teria sido apresentado ao secretariado e discutido com dirigentes de entidades empresariais do Estado. Não é a primeira vez que planos do governo estadual vêm a público não por alguma voz oficial do Palácio Piratini, mas sim por meio da imprensa.
Nos últimos dias, o jornal do Grupo RBS vem construindo, por meio uma série de reportagens, uma narrativa que desemboca no pacote divulgado nesta segunda. No domingo, uma reportagem especial tratou dos obstáculos que o governo do Estado teria que vencer para privatizar empresas públicas. Intitulada “Piratini tem longo caminho a percorrer antes das privatizações”, a matéria identifica as “dificuldades conjunturais e burocráticas” para a implementação desse receituário e aponta possíveis empresas cuja privatização estaria sendo avaliada: Companhia Riograndense de Artes Gráficas (Corag), Companhia Riograndense de Mineração, Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH), Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde, Fundação Zoobotânica, Procergs, Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) e Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás).
Na edição desta segunda, além do anúncio do tarifaço e de possíveis privatizações, o jornal apresenta outra matéria afirmando que as despesas com o funcionalismo estariam chegando ao limite do que é admitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Como vem acontecendo, de modo geral, desde janeiro deste ano, o governador José Ivo Sartori não diz nem que sim nem que não. Arredio à imprensa, um dos poucos momentos em que Sartori rompeu esse silêncio foi em entrevista concedida via Skype, ao jornalista David Coimbra, também da RBS, onde, entre outras coisas, admitiu a possibilidade de vender patrimônio público para enfrentar a crise financeira do Estado. Aos poucos, esses vazamentos e entrevistas seletivas vão indicando a retomada de uma agenda que já foi implementada no Estado no governo de Antonio Britto (1995-1998).
Sindiágua: “privatizar não é mais só uma especulação”
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiágua) divulgou um boletim nesta segunda-feira afirmando que “a intenção do governo Sartori em privatizar as estatais não é só mais uma especulação da mídia, já que a própria trata com seriedade o tema e busca em suas fontes do Piratini informações de como se dará o processo”. O sindicato destaca a reportagem publicada por ZH no domingo, que cita a Corsan como uma das empresas públicas cuja venda estaria sendo cogitada. “De forma clara ou velada, a imprensa dá sua opinião sobre o tema e precisamos estar atentos sobre como ela se posiciona em relação ao objetivo do governador. Até porque, em um possível plebiscito, o que diz a grande mídia pode interferir diretamente no resultado”, diz o Sindiágua.
Como a divulgação das possíveis medidas do governo Sartori ocorreu em meio ao recesso parlamentar, elas não foram tema de debate na Assembleia. Por meio de sua conta no Twitter, o deputado estadual Pedro Ruas (PSol) afirmou: “Plano Secreto do Sartori virando realidade: aumento de impostos, privatizações, congelamento de salário dos servidores…”. Líder da bancada do PT na Assembleia, o deputado Luiz Fernando Mainardi disse que “esta é uma reprise que temos a certeza que o povo gaúcho não acha que vale a pena ver de novo”. Para Mainardi, o governo passou os últimos sete meses paralisado, sem buscar alternativas para aumentar a receita e se, trabalhar o tema da renegociação da dívida com a União. “Temos insistido que, no caso do Rio Grande do Sul, não é preciso esperar a regulamentação, que já há espaço fiscal disponível para novos contratos”, assinalou o parlamentar que criticou a retomada de medidas já propostas pelos governos Britto e Rigotto, como o aumento linear de impostos. “Esta medida penaliza todos os setores produtivos gaúchos e penaliza justamente os bons pagadores de ICMS em detrimento de quem sonega imposto”, disse ainda Mainardi.
Desde o início do governo, José Ivo Sartori não deixou claro o caminho que pretendia seguir para enfrentar o tema da crise financeira do Estado. Em seu discurso de posse na Assembleia, anunciou que tomaria “medidas corajosas” para enfrentar o problema da dívida do Estado: “O Rio Grande do Sul precisa de medidas corajosas no presente. Essa é a minha missão”, afirmou Sartori, garantindo que cortaria “os gastos ruins” para “gastar nas pessoas, especialmente nas que mais precisam”.
Algumas dessas primeiras “medidas corajosas” foram o congelamento de novos concursos e de nomeações de aprovados em concursos já realizados, a suspensão do pagamento de dívidas com fornecedores do Estado por 180 dias e cortes de gastos com diárias e viagens. Por outro lado, no dia 16 de janeiro, o governador sancionou os projetos que reajustaram o próprio salário, do vice-governador, de secretários, deputados estaduais, magistrados e integrantes do Ministério Público. E, na semana passada, o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2016, aprovado na Assembleia Legislativa, determinou, entre outras medidas, o congelamento dos salários dos servidores.
A retomada da agenda Britto
Entre o silêncio calculado do Palácio Piratini e de sua base parlamentar na Assembleia Legislativa e os anúncios de medidas vazados sistematicamente pela imprensa, o governo do Estado vai indicando a retomada de um caminho já adotado no Rio Grande do Sul, especialmente durante o governo Britto. Como deputado estadual, José Ivo Sartori foi líder da bancada do PMDB naquele governo e votou favoravelmente a vários projetos que apostam na diminuição do Estado como caminho para enfrentar a crise:
– Privatização da CRT, através do PL 176/97, que autorizou o Estado a alienar integralmente sua participação acionária na Companhia Riograndense de Telecomunicações.
– Privatização da CEEE, através do PL 332/96, que autorizou o Poder Executivo a reestruturar societariamente a Companhia Estadual de Energia Elétrica e a Companhia Rio Grandense de Mineração.
– Extinção da Caixa Econômica Estadual
– Programa de Demissão Voluntária, através do PLC 560/95, que jogou milhares de servidores públicos para o mercado de trabalho informal.
Além disso, o atual governador foi um dos líderes do projeto de renegociação da dívida do Estado com a União, que elevou o comprometimento da Receita Líquida para o pagamento da dívida de 6% para 13%. Esse acordo, segundo editorial do jornal Zero Hora, de 22 de setembro de 1996, teria “liquidado a dívida do Estado e limpado a ficha dos gaúchos”.
*via http://www.sul21.com.br/

domingo, 19 de julho de 2015

SEMEADURA



*Vitor Ramil - Semeadura (de V.Ramil e Fogaça)



Nós vamos prosseguir, companheiro
Medo não há
No rumo certo da estrada
Unidos vamos crescer e andar
Nós vamos repartir, companheiro
O campo e o mar
O pão da vida, meu braço, meu peito
Feito pra amar.

Americana Pátria, morena
Quiero tener
Guitarra y canto libre
En tu amanecer
No pampa, meu pala a voar
Esteira de vento e luar
Vento e luar

Nós vamos semear, companheiro
No coração
Manhãs e frutos e sonhos
Pr'um dia acabar com esta escuridão
Nós vamos preparar, companheiro
Sem ilusão
Um novo tempo, em que a paz e a fartura
Brotem das mãos

Americana Pátria, morena
Quiero tener
Guitarra y canto libre
En tu amanecer
No pampa, meu pala a voar
Esteira de vento e luar
Vento e luar

Minha guitarra, companheiro
Fala o idioma das águas, das pedras
Dos cárceres, do medo, do fogo, do sal
Minha guitarra
Tem os demônios da ternura e da tempestade
É como um cavalo
Que rasga o ventre da noite
Beija o relâmpago
E desafia os senhores da vida e da morte
Minha guitarra é minha terra, companheiro
É meu arado semeando na escuridão
Um tempo de claridade
Minha guitarra é meu povo, companheiro

Americana Pátria, morena
Quiero tener
Guitarra y canto libre
En tu amanecer
No pampa, meu pala a voar
Esteira de vento e luar
Vento e luar.

sábado, 18 de julho de 2015

VEREADORA IARA CASTIEL (PT)



“PARA OS QUE DETÊM O PODER E OS LAMBE BOTAS É muito mais fácil, muito mais cômodo, muito mais barato, controlar a opinião pública por meio dos órgãos de COMUNICAÇÃO. EU RESPONDO MAIS E MELHOR NA MEDIDA QUE TENTAM ME NOCAUTEAR" (IC)

* Sugestão de leitura (principalmente para quem mora e/ou  acompanha a conjuntura política de Santiago e  Região): o blogue da vereadora Iara Castiel (PT/Santiago), provável candidata do PT - e oposições ao PP (ou, pelo menos, de setores dela) - ao Executivo Municipal nas eleições de 2016, e que conta com nosso apoio irrestrito:


Recomendamos!

Os Editores.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Vice-líder do governo estuda pedir o impeachment de Eduardo Cunha


O vice-líder do governo, deputado Sílvio Costa (PSC-PE) afirmou que vai se reunir com juristas para estudar a possibilidade de um pedido de impeachment contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O parlamentar (foto) deu a informação em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (17/7), minutos depois de Cunha anunciar rompimento pessoal com o governo Dilma.

Costa afirmou que não falava em nome do governo, mas como um deputado comum que sempre teve certeza de que Cunha "não tem condições morais para dirigir a Casa". Para o parlamentar pernambucano, quando existe algum tipo de denúncia envolvendo qualquer ministro de Estado, a primeira medida sugerida pelo parlamento é que esse ministro se afaste do cargo. "Isso seria uma demonstração de grandeza de Cunha, para provar que ele não tem apego ao poder". 

De acordo com o deputado, o presidente da Câmara não pode se utilizar do cargo para agredir instituições, como tem feito com o Ministério Público, Polícia Federal e Ordem dos Advogados do Brasil. "Ele sabe que o MP e a PF são autônomos e cumprem seu papel constitucional", declarou o parlamentar. (via Correio Braziliense)
...

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Imprensa burguesa quer jogar Dirceu na lama onde ela sempre chafurdou



Por  Davis Sena Filho*

José Dirceu é a moeda "forte" e a opção política mais viável para que a imprensa de negócios privados dos magnatas bilionários de todas as mídias cruzadas, principalmente os das Organizações(?) Globo, quando eles querem ressuscitar os ataques às lideranças e aos governantes do PT, principalmente quando percebem, por exemplo, que algum desejo ou conspiração engendrados por eles, como o impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, perde o fôlego ou não vai dar em nada, como demonstraram as últimas publicações das revistas direitistas e de oposição, Época e Veja.

Publicações panfletárias e velhas aliadas do submundo, exemplificadas nas parcerias rocambolescas dos dois pasquins com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, além de utilizarem os "serviços" de ex-funcionários de órgãos de informação dos tempos da ditadura militar, como depois foi descoberto e denunciado. Dirceu, sabendo disso, recorreu por meio de seus advogados, ao habeas corpus preventivo, porque já foi julgado e condenado por intermédio de processos que se basearam em "domínio do fato", criando-se no País, absurdamente, uma nova jurisprudência, sem, no entanto, ter sua culpabilidade, de fato, comprovada, o que denota que o Brasil, após 21 anos de ditadura militar e empresarial, agora está a vivenciar a ditadura das grandes corporações midiáticas, a ter, inequivocadamente, a Justiça e o MP como seus alicerces.

Um verdadeiro absurdo, que chega a ser surreal, até porque, no Brasil, em pleno estado de direito, as pessoas estão a ser presas como forma de pressão para que façam "acordos" de delações premiadas. E esse processo acontece debaixo dos narizes de juízes de tribunais superiores, como o STF, o STJ e o TSE, de entidades de prestígio, a exemplo da OAB, bem como sob o olhar da Procuradoria Geral da República, cujo procurador-geral se omite, não questiona e muito menos denuncia esse desditoso processo digno de um filme de Drácula. (...)

CLIQUE AQUI para continuar lendo (*via Brasil 247)

terça-feira, 14 de julho de 2015

Após o acordo do Governo Grego com a União Europeia


tsipras

Extraído do jornal Informações Operárias (IO), França de 15 de julho:
O jornal Le Monde coloca como manchete nessa quarte feira, 15 de julho: “A Europa impede a implosão mantendo a Grécia na zona do euro”. Com nossas desculpas a venerável instituição da burguesia, e se tivesse tido outro desfecho o que ocorreu  após a maratona de discussão que durou semanas sob a atenção da opinião pública em todo o continente? E se, o contrário, fosse o início de toda a implosão dispositivo UE?
FazendoTsipras capitular com uma arma na têmpora, os credores decidiram, com uma violência e cinismo sem precedentes, executar a Grécia e condenar seu povo à miséria sem fim, comparável às ondas de migrantes desesperados que chegam a sua costa.
Ao exigir que o parlamento grego vote neste 15 de julho uma capitulação incondicional e renuncie de todas as prerrogativas de um Estado soberano,  os Líderes europeus decidiram, literalmente, explodir o governo.
Como entender um ato dessa magnitude, sem precedentes desde a guerra em solo europeu, exceção ao destino que se deparou, há vinte anos, os países da ex-Iugoslávia?
O jornal Le Fígaro de 14 de julho responde a essa pergunta: “Há uma mensagem subliminar para a França e todas as economias “irresponsáveis” na área do euro deverão entender o recado. Quando a Europa tem que “quebrar os pratos” ela cobra caro […] A tutela e a austeridade redobrada que Atenas vai sofrer deve servir como um alerta para nós. Que a Europa é cruel ” E eles que o dizam!
O terror na Europa como um meio para tentar estabilizar uma “ordem mundial” aos cacos!
Todos os correspondentes de imprensa estão surpresos com a violência incomum nas discussões e com a desorientação neste fim de semana, em discussões entre os homens de Estado acostumados a negociar. Os ministros das Finanças, escreve Les Echos em 13 de julho, chamados a abrir suas carteiras, mostraram-se desorientados, assustados com a magnitude das novas necessidades económicas da Grécia …”
Por que? O que está acontecendo?
Quem responde é Olivier Blanchard, economista-chefe do FMI: “Por mais dramática que seja a situação grega, a Grécia representa menos de 2% do produto interno bruto da zona do euro […] num mundo altamente endividados nesse período pós-crise haverá outros episódios desse tipo em que um único choque baste para que se dispare a dinâmica da dívida de um país, mas também das instituições financeiras. “
Embora procurando mostrar tranquilidade, Olivier Blanchard continua: “A crise da dívida grega poderá ser apenas o começo. Temos que nos preparar para outros episódios desse tipo.”
Em suma, por mais que você tente evitá-lo, o espectro da falência do Lehman Brothers continua a pairar sobre o sistema financeiro global. Não se trata da Grécia, que é apenas o primeiro elo de todo um sistema que acaba de escapar da crise que o ameaça através de endividamento com a injeção de centenas de bilhões de euros pelos bancos … é a próxima crise e a até a explosão da “bolha financeira” assim criada.
Nos dizem que neste confronto haviam dois campos. O Merkel-Schäuble e o de Hollande – partidário de apoiar a Grécia e aqueles que queriam mantê-la na zona do euro.
Embora a Alemanha, que tem cerca de 80.000 milhões contaminados pela dívida grega, tenha um bom motivo para ficar longe … as razões para a inflexibilidade de Merkel devem ser procuradas um pouco mais longe. Tanto Merkel como Hollande estão muito preocupados com a situação interna que os espera em 2017.
Em uma Alemanha preocupada com a ameaça que a recessão na economia mundial representa para suas exportações, Merkel tem para tentar acabar com os enfrentamentos que agitam seu próprio partido, a CDU e, para isso, precisa mostrar-se “inflexível”. Está em jogo sua reeleição como chanceler.
Hollande, preocupado acima de tudo, em reunir “a esquerda” nas eleições presidenciais, revestiu-se de defensor da “dignidade” da Grécia e seu povo. Um “defensor” muito peculiar, porque foi ele quem enviou seus “técnicos para ajudar Tsipras a elaborar o seu ato de capitulação na linguagem entendida por Bruxelas.
É difícil dar uma imagem mais marcante de processos de decomposição que golpeiam todas as cúpulas da Europa, literalmente nocauteados e em pânico pelo que sentem que está por vir como registra o diário Les Echos, talvez sem medir a extensão do que decidiram.
Na Europa abre-se um período de conflitos gigantescos. Para zombar eleitores gregos que votaram NÃO em 5 de julho. Le Fígaro escreve: “Enquanto os eleitores acreditavam que para resolver os problemas bastava mandar os credores o horrível mundo financeiro passear, a partir de agora já sabem o que vale esse tipo de promessa.
E se fosse verdade?
E se a intolerável agressão que acabam de perpetrar contra o povo grego; se a forma como tem realizado contribuir para que façam sua própria experiência os milhões e milhões de trabalhadores em toda a Europa que, com sua luta classe, têm que derrotar a ofensiva do capital financeiro e revogar os tratados da União Europeia (EU) que são os seus instrumentos?
O Partido Operário Independente (POI) e os seus militantes dedicam a esse objetivo todas as suas forças, com mais energia do que nunca.
Fonte: Jornal O Trabalho http://otrabalho.org.br/

domingo, 12 de julho de 2015

'Bandido Político'



‘Eduardo Cunha é um bandido político’, diz Leonardo Boff


Por Marco Weissheimer*

A ofensiva conservadora atualmente em curso no Brasil faz parte de um processo mundial de rearticulação da direita e representa um perigo real para a democracia e os direitos. No caso brasileiro, essa rearticulação conservadora também é uma reação das classes dominantes que não se conformam com a centralidade que a agenda social adquiriu nos últimos anos e com a ascensão social de cerca de 40 milhões de pessoas. Um dos principais expoentes dessa ofensiva, o deputado Eduardo Cunha (Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB – Rio de Janeiro) é um bandido político que não respeita a Constituição e tem como objetivo, no final de seu mandato, propor a instauração do parlamentarismo e virar primeiro-ministro. A avaliação é do teólogo e escritor Leonardo Boff, que esteve em Porto Alegre neste sábado, para ministrar uma aula pública sobre direitos humanos. (...)

CLIQUE AQUI para ler na íntegra (via Adital*).

sexta-feira, 10 de julho de 2015

LECRAV - Lei Eduardo Cunha da Repetição Até a Vitória




Nota do Editor: Excepcionalmente, reproduzo abaixo, de ZH, a brilhante - e corajosa - crônica assinada pelo jornalista Moisés Mendes (que - apesar de escrever num órgão do PiG**, literalmente, confirma que ... toda a regra tem exceção...). Confira:

Por Moisés Mendes*

A melhor piada sobre a Tática Eduardo Cunha — de tentar aprovar no dia seguinte o que foi rejeitado no dia anterior — está no site da revista Piauí. Conta que o Brasil poderia recorrer à tática da repetição, para que, em jogos sucessivos, um dia o Brasil ganhasse da Alemanha por 7 a 1.

Brasil e Alemanha só iriam parar de jogar quando o placar mais vexatório de uma Copa se repetisse ao inverso. O problema é combinar com os alemães.

Outra ideia da Tática Eduardo Cunha que vem circulando pela Aberta dos Morros é sobre o trauma dos tucanos. Nesta terça-feira, Aécio Neves disse em entrevista ao Potter e ao David Coimbra, no Timeline da Gaúcha, que foi reeleito presidente da República no fim de semana.

Seu Mércio estava ouvindo e caiu do banquinho. Mas entendeu. É o ato falho de quem deseja muito chegar ao poder. E pode chegar. Pelo método Cunha de obter vitórias a qualquer custo, o Brasil faria eleições a cada seis meses, sucessivamente, até que alguém do PSDB vencesse.

Começaria, por antiguidade, pelo Serra, que já perdeu duas e tem mais experiência. Depois, viria Alckmin, com o programa Sua Sede sua Água. Por último, Aécio.

Seu Mércio é guarda de rua na Aberta. Escuta rádio todo o dia. Ouviu falarem da LECRAV pela primeira vez na semana passada. A LECRAV é a Lei Eduardo Cunha da Repetição Até a Vitória (que já seria uma lei, aprovada pelo Congresso, depois de 16 votações sucessivas).

Pela LECRAV, se ao final de 12 anos nenhum tucano for eleito, deve ser tentado então o impeachment de quem estiver no poder. A Câmara deveria realizar votações consecutivas até a obtenção de dois terços para a cassação do mandato de Lula, Dilma, do Levy Fidelix, da Luciana ou da Marina Silva.

Os tucanos teriam o direito adquirido, depois de muita insistência, de pedir o impeachment de quem estivesse no governo.

Se for Dilma, se repetirá no Brasil o que aconteceu com o poderoso ministro das Finanças da Grécia. Yanis Varoufakis, mandado embora pelos europeus, montou na sua moto e saiu acenando para os jornalistas. Poderemos ver Dilma deixando o Palácio do Planalto de bicicleta.

Um dia depois, Aécio — que assumiria em caso de impeachment — desembarcaria no poder de helicóptero, apesar de alguns defenderem que deva chegar montado num cavalo branco, com o Eduardo Cunha ou o Renan Calheiros na garupa.

Mas não desembarcaria em Brasília, e sim no Aterro do Flamengo. O governo tucano restabeleceria o charme do Palácio do Catete. Seu Mércio acha que a política retrô é muito mais divertida no Rio.

*** 
Quando Aécio disse ao Potter e ao David, na Rádio Gaúcha, que havia sido reeleito presidente da República no fim de semana, seu Mércio deu um pulo e quase derramou o café preto em cima do sabiá.


Seu Mércio, que conversa com o bicho, pediu desculpas e explicou que alguns sabiás mineiros começam a cantar antes do tempo.

Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/
**Partido da Imprensa Golpista