sábado, 21 de maio de 2022

O Brasil de tanga chama Musk de “buana”

 


Por Fernando Brito*

Quando eu era garoto e o “politicamente correto” não existia, os nativos, nos filmes passados na África, tratavam os colonizadores como Buana (na Ásia, eram Sahib). 

Livremente traduzido, era Patrão. 

Nas cinco horas que passou no Brasil – chegou às 10h e decolou logo após dar 15h – Elon Musk foi, aqui, Buana e Sahib. 

Acreditem, é o bastante para que haja gente que acredite que ele vai colocar centenas de satélites sobre a Amazônia e conectar todos os caboclos e índios, das terras mais remotas, à Internet e proteger a floresta dos desmatadores e garimpeiros que a destroem. 

Uma plateia de empresários – entre eles o indefectível Luciano Hang – e a nata da República postou-se a sua frente para ouvir ele dizer – o que é que ele disse, mesmo? – coisa alguma e ouvir, do presidente que ele estava ali começando um namoro que ia dar em casamento. 

Nem um programa, nem um contrato, nem mesmo um protocolo de intenções, nada. 

Apenas um troféu para Bolsonaro exibir, pespegando-lhe no pescoço uma comenda de cavaleiro da Ordem de Não-Sei-o-Quê. 

Todos servis e corteses: Buana, Buana, Buana. 

Nada contra fazermos negócios com o homem mais rico do mundo. Seria antes um dever e uma oportunidade, mas qual é o negócio e o que ganhamos com isso? 

Tivemos apenas uma exibição de vassalagem, do viralatismo rodrigueano clássico a um sujeito que sequer foi ver a região da qual se pretende benemérito. 

Nunca senti tanta vergonha de meu país, ao ver a nossa classe dirigente abanando o rabo, como um cão, e oferecendo a área mais rica e preservada do planeta a uma bisbilhotice sem disfarces.

*Jornalista (RJ), Editor do Blog Tijolaço (fonte desta postagem).

quinta-feira, 19 de maio de 2022

Com voto do PT, Câmara aprova MP que permite renegociar dívidas do Fies

Medida Provisória (MP 1090/21) permite renegociação de débitos relativos a contratos formulados até 2017



O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (17) a medida provisória (MP 1090/21), que permite a renegociação de débitos junto ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) relativos a contratos formulados até o segundo semestre de 2017, momento a partir do qual o programa foi reformulado. 

O líder do PT, deputado Reginaldo Lopes (MG), ao encaminhar o voto favorável à renegociação do Fies afirmou que o Brasil, nestes últimos anos, não promoveu uma política adequada de financiamento estudantil. 

“A pandemia aumentou o desemprego e nós estamos vivendo com o menor poder econômico da série histórica do IBGE, em termos de salário dos trabalhadores e das trabalhadoras. Portanto, é importante que o governo tenha sensibilidade nas políticas públicas que possam garantir um Refis para os estudantes”. 

Reginaldo Lopes disse ainda que é lamentável que nesse projeto para promover política de incentivo aos jovens do poder econômico baixo, para que entrem na universidade, é muito menor do que o incentivo que se dá ao super-ricos. “Há sempre muito dinheiro para os super-ricos e pouco para a educação brasileira”, protestou. 

O estoque de contratos até a reformulação do Fies, segundo o governo, é de 2,4 milhões, com um saldo devedor total de R$ 106,9 bilhões perante os agentes financeiros exclusivos de então (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil). A taxa de inadimplência desses contratos em atraso de mais de 90 dias gira em torno de 48,8%, somando R$ 7,3 bilhões em prestações não pagas pelos financiados. (...)

*CLIQUE AQUI para continuar lendo  - via site https://pt.org.br/

quinta-feira, 12 de maio de 2022

Coluna Crítica & Autocrítica - nº 211


Por Júlio Garcia**


*‘UMA ESCOLHA FÁCIL – A Coluna desta semana traz para leitura e reflexão dos(as) prezados(as) leitores(as) – pela profundidade, contundência, coragem e clareza do texto – este artigo da lúcida, sempre bem informada  e respeitada jornalista Martha Medeiros (foto), publicado recentemente no jornal Zero Hora, caderno Donna. Vale a pena conferir. -Boa leitura! 

“Não entendo quando dizem que a próxima eleição será difícil. Mais fácil, impossível. Armas versus livros. Culto à alienação versus incentivo ao conhecimento. Facilitações exclusivas para militares e evangélicos versus uma política social que atenda todas as pessoas, de qualquer credo, cor e gênero, de esquerda ou direita. Isolamento do resto do mundo versus respeito internacional. Discurso vazio versus diálogo. Fascismo versus democracia. Desgoverno versus governo. Qual a dificuldade de escolher?

A dificuldade chama-se Lula, dirão os que ainda usam o líder petista como desculpa por terem votado num oficial que foi expulso do Exército por terrorismo e cujo ídolo é um torturador. Alegam ter sido “obrigados” a colocar o país nas mãos de um homem sem projeto, a fim de se livrarem da corrupção – beleza, agora ninguém investiga mais nada. Tiveram que “tapar o nariz” e votar em alguém que nunca debateu uma ideia, em vez de elegerem, mesmo a contragosto, um professor com experiência em gestão pública. 

Entregaram nosso futuro de mão beijada para um homem que veio do submundo da política, com seu papinho retrô de moralização dos costumes e que usa Deus como cabo eleitoral para manipular a boa-fé de cidadãos mal-informados – e os mantém mal-informados através da indústria das fake news, a única coisa que progrediu nos últimos quatro anos.

Já alguns bem-informados, que sabiam direitinho o que o PT havia feito pelos mais pobres, também vieram com essa conversa mole de “desencanto”, a fim de disfarçarem sua identificação com o capitão machista. Deu nisso. Agora somos o país dos milicianos no poder, dos ministérios conduzidos (em sua maioria) por medíocres, da turma desmiolada que despreza a ciência, dos irresponsáveis que foram contra máscara e vacina em plena pandemia. Sério mesmo que temos uma escolha difícil a fazer em outubro?

Corrigir nosso erro histórico não nos conduzirá direto ao paraíso. Seja quem for o candidato ou candidata que conseguir interromper esse período grosseiro do Brasil, haverá de ser cobrado desde o dia que assumir. Um presidente da República tem obrigações e, quando falha, apanha da opinião pública, como todos já apanharam, é o ônus do ofício. Somos 200 milhões de patrões avaliando a conduta de um funcionário que pleiteia o emprego mais importante do país e que promete um plano eficiente de gerenciamento. Se não cumprir, fora.

A besteira que fizemos em 2018 está custando caro, econômica e moralmente. De que adianta sermos bons cristãos, se hoje estamos alinhados aos tiranos do mundo? A escolha é fácil: voltemos aos governos que nos desiludem, como todos desiludem em algum ponto, mas que não colocam a democracia em risco, nem usam nossa fé contra nós mesmos.”

...

**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, dirigente político (um dos fundadores do PT e da CUT, atualmente é Presidente do PT de Santiago/RS), poeta, colunista  e midioativista.

- Publicado no Jornal A Folha (do qual é Colunista), edição nº 837,  em 06/05/2022.

terça-feira, 10 de maio de 2022

Lula e o ódio das elites do atraso

Os estudantes de Jornalismo não merecem ter como horizonte trabalhar em um ambiente tão tóxico

   Capa da revista Time com o ex-presidente Lula | Foto: Reprodução

Por Luiz Marques (*) 

“Lula é mais aceito pelo establishment internacional do que pelas oligarquias locais”, escreve o diplomata aposentado Milton Rondó, na Carta Capital, a propósito da entrevista de Lula da Silva na revista Times, onde foi capa nesta semana. A reação da mídia nativa mostra o seu completo despreparo e mediocridade ao abordar o assunto. 

Olha o galho, mas não enxerga a árvore, muito menos a floresta. A floresta mostra a importância da liderança do ex-presidente, reconhecido e prestigiado no mundo inteiro. Seria motivo de orgulho para o país, se as “elites do atraso” gostassem do Brasil e do povo brasileiro. A árvore mostra a visão holística do entrevistado acerca do conflito na Eurásia, que não repete feito papagaio os pronunciamentos do porta-voz do governo norte-americano. Ao contrário do que se lê, se ouve e se vê abaixo da linha do Equador. O galho é o que se inventa para justificar a cegueira.  

Não apenas o Congresso Nacional fica pior a cada eleição, os vários veículos de mídia também. Na GloboNews o comentarista mais inteligente da turma buscava explicar a posição de Lula sobre a guerra da Ucrânia, apontando os erros do presidente-comediante ucraniano, quando abruptamente foi tirado do ar. A lucidez não tem sinal de satélite nos meios de comunicação da Terra brasilis. Não passa na Globo. 

Nenhuma opinião discordante conseguiu romper o bloqueio imposto pela insensatez. Saudosa da inexistente “terceira via” e sedenta por uma ponte que justifique voltar para os braços de Bolsonaro, os analistas midiáticos aproveitaram a oportunidade, não para felicitar o destaque da edição do prestigiado periódico de repercussão mundial, e sim para tecer críticas desairosas e desrespeitosas a Lula. Grande novidade. 

Sobraram as comparações de praxe entre o democrata que fez o melhor governo da história da nação com o representante da extrema-direita que tem como programa a destruição neoliberal (em curso, desde o impeachment) das políticas públicas em todas as áreas (saúde, educação, cultura, infraestrutura, desenvolvimento econômico, geração de emprego e renda, meio ambiente, etc). Igualar os desiguais é necessário para depois fazer como o editorial de O Estadão, em 2018, que declarou ser uma escolha difícil optar entre a democracia e o fascismo. Como se o preconceito contra as esquerdas (o PT, em particular), inflado pelos próprios meios de comunicação, fosse desculpa para corromper o bom senso. Não é. 

Os estudantes de Jornalismo não merecem ter como horizonte trabalhar em um ambiente tão tóxico. Idem, no que toca os profissionais capazes tolhidos, hoje, em sua atividade por diretrizes verticais e comerciais. Uma pena porque as redes sociais, em grande parte manipuladas pelos robôs bolsonaristas, não representam uma alternativa. A solução está na democratização da democracia, que não se confunde com a liberdade para propagar fake news. A democracia é um processo histórico cumulativo de valores civilizatórios. As opiniões devem manter esse compromisso para receber o selo de validade. Please. 

(*) Docente de Ciência Política na UFRGS, ex-Secretário de Estado da Cultura no Rio Grande do Sul

Fonte: Sul21

'Comer bosta é meu direito!' (por Helô D'Angelo)


*Charge via Brasil de Fato

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Instaladas as Coordenações Regionais da pré-campanha Lula e Edegar Pretto nas Regionais Centro e Vale do Jaguari/RS

 







*Nas fotos acima, registros da instalação das Coordenações da pré-campanha dos companheiros Edegar Pretto (Governador) e Lula (Presidente), realizadas conjuntamente pelas Regionais Centro e Vale do Jaguari (a qual integramos)  no último sábado, no Clube Comercial (que esteve completamente lotado pela militância, assim como também por outras lideranças, deputados e pré-candidatos nas próximas eleições proporcionais!) em Santa Maria/RS

Representado a Direção Municipal do PT, estivemos presentes, juntamente com vários(as) companheiros(as) militantes do PT Santiaguense e da Região. #É pra vencer!!! (por Júlio Garcia)

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Coluna Crítica & Autocrítica - nº 210

 


Por Júlio Garcia**

*CASO DANIEL SILVEIRA – Sobre o questionado indulto de Bolsonaro ao deputado federal Daniel Silveira (PTB/RJ): "Só no Nazismo Hitler se autodeclarou o guardião da Constituição", disse alto e bom som o colega advogado e jurista Pedro Serrano (foto). “Nós estamos em uma democracia e o guardião da Constituição é o Supremo, portanto não cabe a Bolsonaro usar do indulto”, disse o jurista. “Só no nazismo, o Hitler foi considerado o guardião da Constituição. Nós estamos em uma democracia e o guardião da Constituição é o Supremo, portanto não cabe a Bolsonaro usar do indulto para impor a sua interpretação constitucional sobre e contra a do Supremo”, afirmou. Para Serrano, “trata-se de uma vulneração intensa contra a Constituição e o papel da Suprema Corte”, disse o jurista ao site Brasil247, repostado após por este Colunista no Blog do Júlio Garcia.

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*Deputada Federal Maria do Rosário, do PT/RS, esteve em Santiago e Região - Na noite do último dia 22 de abril, sexta-feira, a Deputada Federal petista Maria do Rosário esteve visitando Santiago/RS tendo, na oportunidade, participado de importante e concorrida reunião organizada pela Direção Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT), Coletivo Sobre Elas e pela Associação Brasileira de Mulheres (UBM).

Ao final da reunião com os militantes, apoiadores e simpatizantes de seu mandato (a maioria petistas, sindicalistas e feministas), a deputada Maria do Rosário assim manifestou-se em seu face:

"Que encontro maravilhoso nessa sexta à noite em Santiago. Estive com companheiras e companheiros da luta da esquerda e feminista da cidade para uma conversa boa sobre a militância e as nossas lutas. Deixo meu agradecimento especial ao coletivo Sobre Elas, a UBM Santiago e o PT municipal por promover esse nosso convívio."   

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*A propósito, no último período, principalmente, o PT de Santiago tem recebido uma série de visitas de dirigentes do partido, deputados(as) e de pré-candidatos(as) à  deputados(as) nas eleições deste ano.

Para apresentarem-se e debaterem suas propostas e também para fazerem balanço de seus mandatos - no caso dos já deputados(as) -, além da Deputada Federal Maria do Rosário, aqui estiveram os Deputados Dionilso Marcon, Elvino Bohn Gaas e  Paulo Pimenta (federais), o deputado  Valdeci Oliveira (estadual), além dos pré-candidatos Major Paulo Tito, Frei Sergio Görgen e Renê Ribeiro (estaduais), Alexandre Lindenmeyer  e Maria Eunice, atualmente vereadora em Canoas, (pré-candidatos a Deputado Federal), todos do PT gaúcho.

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**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, dirigente político (um dos fundadores do PT e da CUT, atualmente é Presidente do PT de Santiago/RS), poeta, colunista  e midioativista. 

- Publicado no Jornal A Folha (do qual é Colunista), edição nº 836,  em 29/04/2022.