Por Júlio Garcia**
*“A
neutralidade impossível: ou Lula ou barbárie” – Socializo a
seguir com os prezados (as) leitores (as) mais este importante artigo do companheiro Jeferson Miola, postado no site Brasil 247 e repostado por mim no Blog do Júlio Garcia, um dos blogues que Edito:
“Na eleição de 2018 as oligarquias
dominantes fizeram ordem unida contra o petista Fernando Haddad. Como numa
avalanche indomável, não havia lugar para a razão, para o argumento racional e,
nem mesmo, para um mínimo de sanidade mental. Os estamentos políticos, até
mesmo aqueles segmentos auto definidos como expoentes de uma “burguesia
dinâmica, moderna e metropolitana”, estavam totalmente entorpecidos pela onda
da extrema-direita lavajatista que criminalizou e estigmatizou Lula, o PT e a
esquerda.
Essas elites padeceram
duma sinistra amnésia; fingiram não lembrar que do lado oposto ao da
civilização, ou seja, contraposto ao candidato Haddad, estava ninguém menos que
o capitão expulso do Exército que idolatra torturadores, cultua ditaduras, faz
ode à morte, odeia mulheres e defende o extermínio de adversários convertidos
em “inimigos da pátria”.
Nesta eleição de 2022, no
entanto, é impossível a alguém decente e com ínfimo apego aos ideais de
democracia, humanidade e civilidade, alegar desconhecimento sobre a gravidade
da situação do país e sobre o que está em jogo. É impossível, enfim, a alguém
de sã consciência e de boa-fé ética e democrática, não apoiar e não votar em
Lula. É absolutamente inaceitável, diante de tantas e espantosas ameaças à
democracia, de tamanha devastação nacional e de destruição de direitos sociais
e humanos, que algum democrata de verdade, mesmo de direita, ainda possa apoiar
Bolsonaro.
Depois da tragédia dos
últimos quatro anos; depois do genocídio que ceifou mais de 680 mil vidas;
depois de cruel descompaixão e da avassaladora destruição ambiental; depois da
fome, do desamparo e da miséria, depois do extermínio programado de negros e
povos originários, nem mesmo o maior dos cínicos pode dizer que se sente diante
de “uma escolha muito difícil”, como cinicamente as elites disseram em 2018.
Na busca de apoios para
combater Lula no segundo turno, Bolsonaro reconheceu que seu governo é
sofrível, mas ameaçou que “a mudança – com a volta do Lula – pode ser pior”. O
fantasma anticomunista, resquício embolorado da guerra fria que ainda viceja
nos quartéis e povoa mentes deturpadas, se manifesta hoje na forma dum
antipetismo doentio e odioso.
O fascismo, de igual modo
que o nazismo, precisa eleger um inimigo capital; precisa de um inimigo interno
como destinatário do ódio mortal. Para os fascistas, este inimigo é um mal a
ser extirpado, para que a sociedade seja “purificada e limpa” de “seres impuros
e inferiores”. Na literatura nazista documentada, o campo de concentração de
Auschwitz era considerado o “o ânus da Europa” – quer dizer, fator de expurgo
do mal, de purificação da sociedade para o “renascentismo” com uma nova ordem,
livre das impurezas e dos “excrementos” ideológicos, étnicos, religiosos … É
exatamente disso que se trata. Nesta eleição, estaremos fazendo muito mais que
eleger o governo dos próximos quatro anos. No dia 30 de outubro decidiremos o
destino do Brasil diante da trágica encruzilhada em que o povo brasileiro se
encontra: entre a democracia e o fascismo, entre a vida e a barbárie.
Não existe neutralidade.
É simples assim: quem não está com Lula e com a democracia, está com o fascismo
e a barbárie. Eleger Lula é um imperativo para a sobrevivência da democracia e
da vida humana.”
...
**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, dirigente político (um dos fundadores do PT e da CUT, atualmente é Presidente do PT de Santiago/RS), 'poeta bissexto' e midioativista. - Publicado no Jornal A Folha (do qual é Colunista), edição nº 860, em 14/10/2022.
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