quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

PT de Santiago/RS reuniu sua Comissão Executiva Municipal

 


*Conjuntura política, campanhas ‘vacina para todos já’, ‘Fora Bolsonaro’  e o Dia 8 de Março estiveram na pauta

A Comissão Executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores de Santiago/RS, adotando os cuidados devidos neste período trágico de pandemia (Covid-19), tem priorizado a realização de reuniões virtuais de sua direção.  Na  noite de terça-feira, 23 de fevereiro, ocorreu nova reunião. Na oportunidade os membros da Executiva discutiram a delicada conjuntura política vivenciada no país e a necessidade da ampliação da luta pelo impedimento do genocida Bolsonaro e seu desgoverno (campanha ‘Fora Bolsonaro’), além da participação nos atos comemorativos ao Dia Internacional da Mulher (8 de março).

Segundo o presidente do PT de Santiago, Rômulo Vargas, foram reafirmadas na reunião do partido as decisões tiradas na última reunião presencial do Diretório Municipal do Partido, realizada em meados de  dezembro passado no Greminho (dentre outras questões, nessa reunião havia sido deliberado que o PT priorizaria contribuir na campanha pelo  esclarecimento da população sobre os cuidados em relação a pandemia, especialmente adotando as consignas ‘vacina para todos já’ e sobre o necessário distanciamento social e o uso de máscara e álcool gel).  

Sobre esse último tema, o violento aumento da pandemia de Covid 19 em todo o país – e o RS e Santiago não se constituem em exceção, pelo contrário – preocupa sobremaneira os dirigentes petistas, que também  manifestaram estranheza pelo fato do Executivo Municipal de Santiago, dentre outros, ter liberado (ainda mais neste momento onde a ocupação dos UTIs e leitos hospitalares destinados aos pacientes de Covid estarem saturados) as aulas presenciais e certas atividades não essenciais, ao contrário do que foi feito na maioria das cidades da região. 

“O ‘fique em casa’ e a aquisição das vacinas necessárias para toda a população tem que ser para valer. É necessário também que decisões equivocadas sejam reavaliadas e revertidas. Não adianta as autoridades municipais virem à público manifestar sua preocupação com a saúde da população e depois, na prática, serem lentas e vacilantes quanto à fiscalização, vacinação, bem como às restrições e demais medidas de contingenciamento que devem ser tomadas para que mais contágios, sofrimentos e mortes possam ser evitadas”, enfatizaram. 

A próxima reunião da Direção Municipal do PT deverá ocorrer no início de março – ou extraordinariamente, caso necessário.

sábado, 20 de fevereiro de 2021

CÂMARA DECIDE MANTER BOLSONARISTA DANIEL SILVEIRA PRESO


DCM - Nesta sexta-feira (19), a Câmara dos Deputados manteve, por 364 votos a favor, 130 contra e 3 abstenções, a prisão do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ).

Ele foi preso em flagrante na última terça-feira após ter publicado um vídeo insultando, de forma violenta, ministros do STF.

Mais cedo, aliados de Silveira já admitiram que a Câmara manteria a prisão, mesmo após o arrependimento do parlamentar.

“Já me arrependi. Peço desculpas a todo Brasil”, disse no discurso.

Nos últimos dias, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também já tinha sinalizado que a Casa manteria a prisão. Lira chegou a tentar convencer o relator do caso no Supremo, o ministro Alexandre de Moraes, a relaxar a prisão para que a Câmara não tivesse que decidir sobre o assunto. A tratativa não teve sucesso.

Confira o resultado abaixo:

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Parceria Globo Lava Jato desconstruiu nossa democracia, demonizou a política e elegeu falsos heróis


Por Eliara Santana*

“A Operação Lava Jato apoiou a eleição de Jair Bolsonaro, tentou interferir no resultado eleitoral e agiu para perturbar o país”.

Quem faz essas afirmações incômodas não é esta que vos escreve, mas o ministro do STF, Gilmar Mendes.

As declarações foram dadas em entrevista à BBC News Brasil no dia 16/02.

Como agora todos estão podendo comprovar o que muitos de nós, jornalistas e pesquisadores de mídia e discurso vínhamos tentando mostrar há bastante tempo – ou seja, os desmandos e o autoritarismo da operação Lava Jato – quero retomar uma abordagem que fiz na minha pesquisa e sobre a qual venho falando bastante: a parceria entre a mídia (com foco no JN) e a Operação Lava Jato.

Essa ideia de “parceria” precisa ser sempre esmiuçada, detalhada, esclarecida para que os brasileiros possam compreender de verdade do que se trata (ou se tratou?) e qual o alcance disso para o Brasil.

O primeiro aspecto na compreensão desse conceito é: quando falamos em parceria entre mídia e Lava Jato, estamos falando da ação conjunta de duas instâncias de poder – mídia (imprensa corporativa) e judiciário (na figura da Lava Jato).

Duas instâncias poderosas sem controle externo, que se unem num trabalho conjunto para combater determinado ator ou determinado grupo, eleito como inimigo, a partir de um repertório construído.

Em linhas bem gerais, repertório é um tema que orienta a condução de uma narrativa. A corrupção foi assim estruturada.

O segundo aspecto é que, sem essa parceria, esse trabalho conjunto e afinado, a Operação lava Jato não tomaria a dimensão que tomou, e seus articuladores não seriam alçados à categoria de “heróis” no imaginário nacional.

O terceiro aspecto na compreensão do funcionamento dessa parceria é observar o modus operandi, ou seja, os elementos estruturantes desse arranjo.

Para muito além da divulgação de informações que deveriam ser sigilosas, posto que faziam parte de processos em andamento, essa parceria tinha um timing perfeito na divulgação de investigações, nas ações da Força Tarefa mostradas de modo espetacular na TV e nas delações direcionadas, e se esmerou também na construção de uma linguagem simbólica que estruturou todas essas ações conjuntas e garantiu o enaltecimento de determinadas figuras e a criminalização sem defesa de outras.

Feitas essas colocações, vamos tomar o que Gilmar Mendes aponta e mostrar como a parceria mídia (JN) – Lava Jato se efetivou na prática:

“A Operação Lava Jato tentou interferir no resultado eleitoral e apoiou a eleição de Jair Bolsonaro”

1º de outubro de 2018 – Divulgação de trechos de delação do ex-ministro Antônio Pallocci


Era a edição do JN às vésperas do primeiro turno da eleição presidencial, quando o então candidato do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad, estava em segundo lugar na disputa com Jair Bolsonaro, do PSL, com uma tendência de crescimento, o que poderia ser positivo na de levar a disputa para um segundo turno.

Na edição do JN, a chamada:

“O ex-ministro Antonio Palocci diz em delação que o ex-presidente Lula sabia da corrupção na Petrobras e que o então presidente encomendou a construção de sondas para garantir, com recursos ilícitos, o futuro do do Partido dos Trabalhadores e a eleição de Dilma Rousseff. Palocci também disse que as campanhas de Dilma de 2010 e 2014 custaram quase três vezes o valor declarado. O PT afirma que o ministro Palocci mente”.

Na abertura da reportagem, a construção simbólica para acentuar a corrupção é marcada pela imagem de fundo para ilustrar – a clássica cena vermelha com um tubo de esgoto por onde escorre dinheiro.

A imagem é animada e vai se alterando à medida que William Bonner relata o acontecimento.

Quando ele menciona “recursos ilícitos para o Partido dos Trabalhadores”, há uma explosão de dinheiro, e uma enorme quantidade escorre pelo tubo de esgoto.

Em seguida, a reportagem mostra toda a movimentação em torno do ex-ministro petista.

Ao todo, mais de 9 minutos para expor a corrupção endereçada, a corrupção ligada a um grupo específico. Às vésperas do primeiro turno da eleição presidencial.

Voltando a 2021, vemos pelos trechos vazados das conversas dos procuradores que eles não estavam nem um pouco convencidos da importância da denúncia de Palocci. Mesmo assim, Moro decidiu tirar o sigilo e divulgar trechos a SEIS dias do primeiro turno da eleição presidencial.

3.out.2018

Jerusa Viecili, 10:51:55 - Dúvida: vamos fazer uso da delação do palocci? Isso foi discutido?

• Januário Paludo, 10:52:44 - O que palocci trouxe parece que está no Google.

• Jerusa, 10:52:59 – Fazer uso Significa Aceitar o acordo da PF […]

• Deltan Dallagnol, 11:01:38 – Explica melhor Je? Vc cogitaria não usar? Feito o acordo, creio que temos que tentar extrair o melhor dele e lutar para ele não receber benefícios diante da improbabilidade de que haja resultados úteis. Contudo, não me parece em uma primeira reflexão boa a estratégia de negar valor sem diligências. Essa foi a estratégia da PF na discussão pública sobre o acordo da Odebrecht [fechado em 2016 e criticado pela PF], que me pareceu indevida (ressalvadas as distinções óbvias com o acordo da Ode) […]

• Jerusa, 11:02:41 – perguntei pq foi comentado, antes, que nao usariamos. foi ao menos isso que me falaram com relacao aos termos de belo monte [hidrelétrica de Belo Monte, citada na delação]. ou seja, a ideia nao é minha.

• 11:03:15–sem falar que os relatos dele sao muito ruins […]

À época, em 2018, quando questionado pela liberação a apenas SEIS dias do primeiro turno de uma eleição que vinha já bastante polarizada, Moro disse:

“Não deve o juiz atuar como guardião de segredos sombrios de agentes políticos suspeitos de corrupção. Retardar a publicidade do depoimento para depois das eleições poderia ser considerado tão inapropriado como a sua divulgação”.

Um mês depois da liberação dos trechos da delação de Palocci, Sérgio Moro abandona a magistratura para se tornar ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, que havia ganhado a eleição.

Em outros trechos de conversas dos procuradores, o procurador Paulo Roberto Galvão comentou, a colegas em um grupo de mensagens do aplicativo Telegram divulgada pelo The Intercept em 2019: “Russo comentou que embora seja difícil provar ele é o único que quebrou a omertá petista”.

“Russo” é o apelido de Sergio Moro. Omertá é o código de honra de mafiosos italianos.

“A Operação Lava Jato agiu para perturbar o país”

4 de março de 2016 – o ex-juiz Sergio Moro autoriza a condução coercitiva do ex-presidente Lula para depor para a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

O ex-presidente não havia sido intimado a depor e, portanto, não havia negativa da parte dele – não havia, portanto, qualquer motivação legal para a condução coercitiva.

O assunto dominou a edição do JN naquela noite, e a manchete anunciava que “PF leva Lula para depor a investigadores da Lava Jato em SP”.

Ou seja, nada de dimensionar o significado de uma condução coercitiva em que o réu não havia oferecido resistência.

Foram várias reportagens, com destaque para a ação dos procuradores, muito espaço para o procurador Carlos Fernando dizer que havia muitos motivos “para investigar o senhor Luis Inácio”, e nenhum espaço para o contraponto da defesa.

Nas mensagens apreendidas pela Operação Spoofing e agora divulgadas, há falas sobre a condução coercitiva de Lula, e em uma delas a procuradora Carol afirma:

“Pessoal, fiquei pensando que precisamos definir melhor o escopo pra nós dos acordos que estão em negociação. Depois de ontem, precisamos atingir Lula na cabeça (prioridade número 1), pra nós da PGR”.

No mesmo dia, segundo diálogos agora tornados públicos, os procuradores da força-tarefa combinaram a divulgação de uma nota a favor do então juiz Sergio Moro, que foi questionado por determinar a condução coercitiva do petista.

Um dos procuradores afirma que a nota era necessária para “não deixarmos um amigo apanhar sozinho”.

A procuradora Carol completa: “Coitado de Moro.. Não tá sendo fácil. Vamos torcer pra esta semana as coisas se acalmarem e conseguirmos mais elementos contra o infeliz do Lula”.

Há vários outros trechos de conversas apreendidas na Operação Spoofing que corroboram fortemente as afirmações feitas por Gilmar Mendes e mostram que sem o espetáculo midiático a embasar as ações, elas não teriam obtido todo o sucesso que conquistaram.

Organizações Globo e Lava Jato

Os diálogos recentemente liberados deixam claro também que a parceria se estruturava muito bem com parceiros preferenciais, aqueles privilegiados que recebiam as informações das ações e até davam conselhos aos procuradores sobre como agir. E essa “forte união” foi sendo construída cuidadosamente, em várias etapas.

Em 18 de março de 2015, o então e ainda desconhecido juiz Sergio Moro recebeu o prêmio de “Personalidade do Ano” do jornal “O Globo”, por conta do trabalho na Operação Lava-Jato.

Com todas as honras, o então juiz de primeira instância da 13ª Vara de Curitiba recebeu o prêmio das mãos do vice-presidente do Grupo Globo, João Roberto Marinho, e do diretor de Redação de O Globo, Ascânio Seleme.

A Operação Lava Jato ganhava fôlego e exposição, e as grandes manifestações contra a recém-reeleita presidenta Dilma Rousseff ganhavam corpo na mesma medida.

Em 21 de junho de 2016, o jornalista global Vladimir Netto, que desde sempre fazia as reportagens sobre a Lava Jato, lançou um livro contando os “bastidores” da operação. O primeiro evento de lançamento foi em Curitiba.

Naquele momento, já estava muito forte o processo de impeachment contra Dilma Rousseff.

Segundo reportagem divulgada no jornal O Globo à época, o jornalista “descreve de forma eletrizante cada operação policial” e “não esconde sua admiração pelo juiz Sergio Moro e pelos procuradores e policiais federais que estão na linha de frente da investigação”.

Ainda segundo o jornal, Netto diz que Moro mostra “rigor e coragem” e que conduz o caso “com maestria”.

Resumindo: um jornalista, responsável por cobrir uma operação complexa e que mexeu com vários atores políticos, declara abertamente a admiração por um dos envolvidos – o juiz que julga o outro lado envolvido – e narra as operações policiais de forma “eletrizante”.

Será que toda essa empolgação não comprometeu o relato jornalístico? A notícia construída?

Curiosamente, Vladimir Netto parou de cobrir a Lava Jato quando a casa começou a ruir, a partir das denúncias do The Intercept e sobretudo com a Operação Spoofing. E ele não fez a reportagem anunciando o fim melancólico da operação, em fevereiro deste ano.

Em novos vazamentos divulgados pelo The Intercept, em fevereiro deste ano, há conversas frequentes do coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, com Vladimir Netto, que “aconselhou” o procurador a não emitir nota após a condução coercitiva de Lula, que foi autorizada por Sergio Moro em 4 de março de 2016.

Depois, o procurador Dallagnol acabou enviando ao jornalista a nota a ser divulgada para que ele a validasse.

Há ainda muito material a ser analisado e divulgado, mas esses trechos que já circulam dimensionam, muito, muito bem, o papel que essa parceria entre a mídia (sobretudo a Globo) e a Lava Jato teve na desconstrução da nossa democracia, na demonização da política e na construção de falsos heróis.

*Eliara Santana é jornalista e doutora em linguística pela PUC/MG - Via https://www.viomundo.com.br/

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

NOTA DE PESAR

 



NOTA DE PESAR DA DIREÇÃO MUNICIPAL DO PARTIDO DOS TRABALHADORES - PT 

O Partido dos Trabalhadores – PT - de Santiago, por sua Direção Municipal, manifesta seu enorme pesar pelo falecimento do professor e ex-vereador santiaguense João Batista Bitencourt Borges, o Batistinha, ontem ocorrido, e transmite à todos os familiares, colegas e amigos seus mais sinceros sentimentos. 

Santiago (RS), 15 de fevereiro de 2020.

 

Comissão Executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Minutos após ser empossado, Lira dá o primeiro golpe: Anula eleição para demais cargos da Mesa; oposição vai ao STF

 


Arthur Lira se elege presidente da Câmara em meio a denúncias de compra de votos e dá o primeiro golpe

PT na Câmara*

Em meio a contundentes críticas dos partidos de oposição, que denunciaram o governo Jair Bolsonaro pela compra de votos com o uso de recursos públicos, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) foi eleito nesta segunda-feira (1º) presidente da Câmara para os próximos dois anos, em substituição a Rodrigo Maia (DEM-RJ), que ocupou o cargo durante quatro anos e sete meses.

O primeiro ato de Lira ao assumir o cargo já gerou fortes reações da Oposição.

Minutos após ser empossado, o novo presidente da Câmara , de modo autoritário, indeferiu bloco formado pelo PT, MDB, PSDB, PSB, PDT, Solidariedade, PCdoB, Cidadania, PV e Rede, criado em apoio à candidatura de Baleia Rossi (PMDB-SP).

A Oposição vai recorrer contra a decisão arbitrária ao Supremo Tribunal Federal (veja nota abaixo).

A decisão de Lira altera toda a formação da Mesa Diretora previamente acordada entre os líderes e desconsidera todas as candidaturas eleitas. Ele convocou eleição para os cargos restantes da Mesa para a tarde desta terça-feira.

Ditador na Câmara

Para Alencar Santana Braga (PT-SP), a atitude de Lira foi simplesmente um golpe. “Arthur Lira já mostra que será um fiel capacho de Bolsonaro e anula eleição dos demais cargos da Mesa só para impedir que PT assuma a Primeira Secretaria e para que possa controlar a Câmara apenas com partidos alinhados. Ditadura no Parlamento!”

Leo de Brito (PT-AC) observou que o presidente eleito da Câmara assumiu o cargo “lembrando seu mentor Eduardo Cunha, tentando esmagar os derrotados na eleição. O discurso de uma Câmara para todos os deputados não durou um minuto sequer. O autoritarismo está se espraiando pelos poderes da República.”

Marcon (PT-RS) acrescentou: “Como golpista de costume sua primeira medida é um golpe contra o bloco opositor, anulando a composição da Mesa! As ratazanas são as mesmas. A luta continua!”

Privilégio para bolsonaristas

Para o líder da Oposição no Congresso, Carlos Zarattini (PT-SP), o cancelamento da eleição para os demais cargos da Mesa e a desconstituição do bloco da oposição visa tão somente “ampliar os cargos para os bolsonaristas!”

Na votação, o candidato apoiado por Bolsonaro e um bloco de partidos conservadores e de direita – o chamado Centrão – recebeu 302 votos, 45 a mais que o necessário para se eleger no primeiro turno. Baleia Rossi, o segundo mais votado, teve 146 votos.

Impeachment

O programa do bloco pró-Baleia Rossi tinha, entre outros pontos, a defesa da democracia, aprovação de auxílio emergencial e vacinação contra a Covid para toda a população brasileira .

A Bancada do PT vai insistir nessa agenda, segundo o líder Enio Verri (PT-PR).

“E, para o PT, o impeachment de Bolsonaro é a questão central, pois o Brasil não suporta mais um governo genocida que despreza a vida das pessoas e atual apenas em função dos interesses do grande capital financeiro nacional e internacional”, disse o líder.

Esses pontos considerados cruciais pela oposição sequer foram tocados por Arthur Lira no discurso feito no plenário na noite desta segunda-feira, no qual falou sobre suas propostas.

Candidato indicado por Jair Bolsonaro à presidência da Câmara, Lira não se aprofundou em temas como o auxílio emergencial ou o aumento da extrema pobreza no Brasil. Quando foi empossado no cargo, pediu um minuto de silêncio em homenagem aos mortos pela Covid-19, mas segundos depois ele mesmo quebrou a homenagem sem completar o tempo.

Segundo o líder da Minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o desafio que se inicia agora é colocar a Parlamento como peça central no enfrentamento à pandemia, como ocorreu no ano passado, diante da inoperância e incompetência do governo Bolsonaro.

“ Vacina para todos, retorno do auxílio emergencial e impeachment de Bolsonaro; vamos continuar firmes, pressionando pelas mudanças que o povo precisa”, afirmou Guimarães.

Balcão de negócios

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) denunciou que nunca viu “algo tão vergonhoso” para a eleição na Câmara.

“Nunca vi nada como hoje promovido pelo Bolsonaro, são centenas de milhões de reais, dinheiro público para controlar a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, além de ministérios e cargos.”

Segundo o parlamentar, a Câmara virou uma “verdadeira feira livre , com Bolsonaro comprando votos para evitar o impeachment e a investigação de seus filhos”.

“É a manipulação do Parlamento para colocá-lo de joelhos perante Bolsonaro com a utilização de recursos públicos num momento em que faltam vacinas, seringas e auxílio emergencial. Milhões de reais para Bolsonaro e seus filhos não serem investigados”

Como disse o deputado Bohn Gass (PT-RS), Lira falou em independência do Legislativo, mas “ todo mundo sabe que os votos” foram “comprados ao custo de bilhões, pelo governo. E todo mundo sabe, também, que quem paga a banda é quem define o repertório.”

Zé Ricardo (PT-AM) disse que Lira deverá “priorizar, assim como apoiou, até agora, as pautas de retirada de direitos e de empregos do governo federal.”

Eis o placar final da votação:

Arthur Lira (PP-AL): 302 votos

Baleia Rossi (MDB-SP): 145 votos

Fábio Ramalho (MDB-MG): 21 votos

Luiza Erundina (PSOL-SP): 16 votos

Marcel Van Hattem (Novo-RS): 13 votos

André Janones (Avante-MG): 3 votos

Kim Kataguiri (DEM-SP): 2 votos

General Peternelli (PSL-SP): 1 voto

Partidos que apoiaram Baleia Rossi repudiam ato autoritário de Arthur Lira e recorrem ao STF

O Bloco partidário que deu apoio à candidatura do deputado Baleia Rossi (PMDB-SP) à presidência da Câmara repudiou hoje (2), em nota, o “ato autoritário, antirregimental e ilegal” praticado pelo novo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL): numa canetada só, resolveu indeferir o  bloco formado pelo PT, MDB, PSDB, PSB, PDT, Solidariedade, PCdoB, Cidadania, PV e Rede, alterando toda a formação da Mesa Diretora previamente acordada entre os líderes e desconsiderando todas as candidaturas eleitas.

Os dez partidos anunciam que vão recorrer ao Supremo Tribunal Federal da decisão arbitrária do novo presidente da Câmara, eleito por interferência do presidente Jair Bolsonaro, que é acusado por oposicionistas de ter usados bilhões de reais em recursos públicos para a compra de votos para seu candidato.

Leia a íntegra da nota:

“NOTA DO BLOCO PARTIDÁRIO QUE DEU APOIO À CANDIDATURA DE BALEIA ROSSI

Os partidos que se uniram em torno da defesa de uma Câmara livre e independente repudiam, com a mais intensa veemência, o ato autoritário, antirregimental e ilegal praticado pelo deputado Arthur Lira.

A eleição é una: não se pode aceitar só a parte que interessa. Ao assim agir, afrontando as regras mais básicas de uma eleição – não mudar suas regras após a sua realização -, o referido deputado coloca em sério risco a governabilidade da Casa.

A insistir nesse caminho, perderá qualquer condição de presidi-la, já que seu primeiro ato desacredita o que acabara de dizer: que decidiria com imparcialidade.

Foi a desmoralização mais rápida de um discurso que já se viu. A única voz que o mesmo aceita que se ouça na Mesa Diretora da Câmara é a voz daqueles que com ele concordam.

Os que ousam defender uma Câmara altiva ele quer calar, já em seu primeiro movimento, tentando esmagar a representatividade de nossos partidos e de nosso bloco.

Não aceitaremos. Vamos ao Supremo Tribunal Federal em defesa da democracia e do Parlamento brasileiro.

Brasília, 2 de fevereiro de 2021

Líderes e parlamentares do PT, MDB, PSB, PSDB, PDT, PCdoB, CIDADANIA, PV e REDE”

*Via https://www.viomundo.com.br/