Blog de notícias, política, artigos, cultura, entrevistas, variedades, opiniões... y otras cositas más! (Santiago/RS e Região) - Editor: Júlio Garcia
terça-feira, 30 de novembro de 2021
domingo, 28 de novembro de 2021
sexta-feira, 26 de novembro de 2021
Bolsonarismo expressa um negacionismo maluco que supera 20% da população
"Pode ser inacreditável para quem olha a situação do Brasil com realismo, mas existe uma parcela nada irrelevante da população que crê no capitão e não concorda que tenhamos problemas. Por isso, é tão pequeno o espaço para a tal terceira via"
Por Marcos Coimbra*
Que palavra você usaria
para se referir às pessoas que não acreditam que a economia brasileira vai mal
e a pobreza aumentou? Que acham que não passamos por uma pandemia? Que não
admitem que as mulheres são tratadas desigualmente no Brasil? Que não enxergam
o crescimento do preconceito racial?
Uma hipótese seria dizer
que são lunáticas. Outra que são tão limitadas que não conseguem entender o
óbvio. Ou que vagueiam em uma realidade paralela, longe da gente normal.
Há outra resposta, que a
mais recente pesquisa do instituto Vox Populi nos ajuda a perceber. Essas
pessoas são tudo isso e, quase sempre, mais uma coisa: bolsonaristas. Muitas
fazem parte de seu “núcleo duro”, admiradoras entusiasmadas do capitão,
dispostas a defendê-lo com unhas e dentes. Em reciprocidade, são as principais
interlocutoras do discurso e as que o governo trata com mais carinho.
Bolsonaro sempre cuidou
dessa turma. Calcula que, com ela, consolida uma base suficiente para voltar a
ser o que foi na eleição de 2018: o mais forte candidato da direita, em quem
todas as correntes terminaram por confluir, gostando dele ou o desprezando.
É o inverso do que
fizeram, em seu tempo, os tucanos, que levaram a ultradireita a apoiá-los,
mesmo que sem entusiasmo. Para os que hoje são o “núcleo duro” do bolsonarismo,
deve ter sido difícil votar em Fernando Henrique, por exemplo.
A pesquisa Vox mostra o
que pensa o bolsonarista típico dos problemas nacionais e como suas opiniões se
articulam com seu comportamento politico. O retrato que emerge não é
bonito.
Os entrevistados foram
perguntados a respeito de dez “questões que têm sido discutidas no país e nos
meios de comunicação”: se consideravam que as notícias sobre cada uma eram: a)
“verdadeiras, acreditavam nelas”; b) “verdadeiras, mas exageradas” ou c) se eram
“mentira, não acreditavam nelas”.
A primeira tratava de
“aumento do custo de vida e da inflação dos preços de alimentos, gasolina e
energia” e 73% dos entrevistados respondeu que achava verdadeiras as notícias a
respeito. O extraordinário foi que 18% preferiu a segunda opção, dizendo que
eram “exageradas”, e 5% que eram “mentira”. Ou seja: no Brasil, para 23% da
população, não é verdade que exista inflação nos preços desses produtos ou que
“não é tão elevada quanto se diz”.
Esse padrão de respostas
se repetiu nos demais temas. Entre dois terços e três quartos dos entrevistados
afirmou que achava verdadeiras as notícias a respeito de “o aumento do número
de pessoas em situação de pobreza extrema e da fome”, “os números da pandemia,
de doentes e mortos”, “o aumento da violência em geral”, “o aumento da
violência e da discriminação contra as mulheres”, “a crise ambiental, a
degradação do meio ambiente e da floresta amazônica”, “a crise hídrica e a
falta d’água”, “o aumento do ódio e da intolerância entre as pessoas”, “o
aumento do preconceito racial” e “a corrupção do governo Bolsonaro”.
Um pouco menos de um
terço dos entrevistados, no entanto, vive em outro país: acham exagerado ou
mentiroso o noticiário que trata desses assuntos. Para eles, as coisas vão bem
ou são mostradas como mais negativas do que deveriam sê-lo.
São proporções
significativas, embora não formem maioria, o que é um alento para quem espera
que tenhamos, a partir de 2023, um governo capaz de combater nossos problemas. A
precondição para resolvê-los é reconhecer que existem.
Entre os eleitores de
Lula, 82% estão conscientes da gravidade dessas questões e apenas 4% acham que
são “mentira”. Eleito, não será, portanto, difícil convocar o país para
enfrentá-las. O complicado são os bolsonaristas: quase 60% imagina que esses
problemas ou não existem (24%) ou “não são tão graves” (33%).
Essa gente é suficiente
para inviabilizar outras candidaturas à direita. Se acreditam que o Brasil não
tem problemas ou que, pode até tê-los, mas não são graves, por que razão
arriscariam trocar o capitão por outros nomes, menos conhecidos ou em quem
confiam menos? Ainda mais porque acham que ele “não faz mais por culpa do
sistema que não deixa”, um mantra que qualquer bolsonarista tem na ponta da
língua.
Pode ser inacreditável
para quem olha a situação do Brasil com realismo, mas existe uma parcela nada
irrelevante da população que crê no capitão e não concorda que tenhamos
problemas. Por isso, é tão pequeno o espaço para a tal terceira via.
*Via 247
quarta-feira, 24 de novembro de 2021
EXCLUSIVO: ‘R$ 10 MILHÕES PARA TODO PARLAMENTAR’. DEPUTADO BOLSONARISTA REVELA O PREÇO DA ELEIÇÃO DE LIRA.
Delegado Waldir, deputado federal e ex-líder do PSL, escancara o funcionamento do orçamento secreto do Bolsolão na compra de votos pelo governo.
EM FEVEREIRO PASSADO, o alagoano Arthur Lira foi eleito presidente da Câmara dos Deputados numa vitória esmagadora. Recebeu 302 votos já no primeiro turno – a casa tem 513 deputados. A mudança no comando foi fundamental para o governo de Jair Bolsonaro. Sob a batuta autoritária de Lira, do Progressistas, o bloco governista atropelou ritos e a oposição para garantir a aprovação de projetos como a emenda constitucional dos precatórios, que viabiliza o Auxílio Brasil, a autonomia do Banco Central e projetos para viabilizar as privatizações de Eletrobras e Correios.
Lira foi
eleito com a promessa de valorizar o plenário – um eufemismo para facilitar o
acesso dos deputados do Centrão, o maior bloco da Câmara, a cargos e verbas do
governo. Havia denúncias de que o apoio maciço à eleição de Lira envolveria a
compra de votos através de emendas, mas nunca ninguém havia admitido isso.
Tampouco se falava em valores ou nos detalhes de como Lira conseguiu destronar
o grupo de Rodrigo Maia, opositor de Bolsonaro e também ligado ao Centrão.
Mas, em duas conversas comigo, o deputado federal Waldir Soares de Oliveira, do PSL, revelou o segredo: a promessa de R$ 10 milhões em emendas do orçamento secreto para cada deputado que votasse em Lira. É o Bolsolão, o esquema de compra de votos do governo Bolsonaro.
O delegado Waldir, como ele se apresenta, é um bolsonarista de primeira hora. Deputado federal mais votado em Goiás em 2018, ele expôs os detalhes de como funciona o “orçamento secreto” de Bolsonaro (revelados em uma série de reportagens do Estadão). Isto é, a troca de votos por emendas do relator, um novo tipo de rubrica de gastos que totaliza uma montanha de R$ 18,5 bilhões em 2021, propostos por deputados cujos nomes são mantidos em sigilo pela Câmara. Em decisão liminar, o Supremo Tribunal Federal mandou suspender o sistema por falta de transparência.
Waldir
diz ter recebido a oferta de R$ 10 milhões em emendas em troca do voto em Lira.
Pode ter sido até mais. Waldir, em dado momento da conversa, disse que outros
R$ 10 milhões foram acordados no mesmo período, mas ele não soube precisar se
também em troca do voto em Lira ou da aprovação de algum outro projeto à época. (...)
CLIQUE AQUI para continuar lendo o post do jornalista Guilherme Mazieiro, no site The Intercept Brasil.
terça-feira, 23 de novembro de 2021
segunda-feira, 22 de novembro de 2021
domingo, 21 de novembro de 2021
quarta-feira, 17 de novembro de 2021
terça-feira, 16 de novembro de 2021
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domingo, 14 de novembro de 2021
Miriam Leitão reconhece favoritismo de Lula e a crescente inviabilização das demais candidaturas, de Bolsonaro a Moro
Mesmo adversária ferrenha da esquerda e hostil ao PT, a jornalista Miriam Leitão reconhece: Lula é largamente favorito e todas as demais candidaturas patinam
Miriam Leitão, Lula, Bolsonaro,
Moro, Doria, Leite e Pacheco (Foto: Reprodução | ABR | Ricardo Stuckert)
quinta-feira, 11 de novembro de 2021
quarta-feira, 10 de novembro de 2021
MONTANO BORGES (PDT) ASSUME COMO VEREADOR EM SANTIAGO/RS
Santiago/RS - Em cerimônia realizada na manhã de ontem, 9/11, o 1º suplente de vereador do PDT, Montano Martim Borges Fonseca (professor e músico), assumiu a vaga de vereador titular no lugar de Nelson Peraça Abreu (PDT), afastado momentaneamente por determinação médica após ter sofrido um novo AVC, mas que já está em fase de recuperação.
Após a
cerimônia de juramento e posse, Montano Borges (como é conhecido) iniciou o trabalho junto à bancada. Ele
também assume automaticamente a vaga do vereador Nelson Abreu (foto acima) como membro da Comissão de
Orçamento, Finanças e Contas Públicas.
*Com informações oriundas do site da Câmara de Vereadores de Santiago - http://camaradesantiago.rs.gov.br/
segunda-feira, 8 de novembro de 2021
UBM/RS realizou Congresso: "Luta mulher! Muda nossa história!".
No dia 31 de outubro de 2021, em Porto Alegre/RS, o Coletivo
Sobre Elas e o núcleo da União Brasileira de Mulheres - UBM/Santiago -
participaram do 11° Congresso Estadual da UBM/RS, com a temática "Luta
mulher! Muda nossa história!".
Na oportunidade, a Comissão Executiva Estadual da União
Brasileira de Mulheres do Rio Grande do Sul foi eleita e tomou posse, como
presidenta estadual Fabiane Dutra Oliveira e contando com a Advogada santiaguense
Josieli Miorin como Coordenadora Jurídica Estadual.
Além da eleição da executiva estadual, o congresso teve o
painel "Mais Democracia, Mais Mulheres na Política" com participação
de Eriane Pacheco, Julieta Palmeira e Vanja Andréa, ambas da UBM Nacional.
O Congresso contou também com falas potentes das vereadoras
do PCdoB Daiana Santos e Bruna Rodrigues de Porto Alegre e Maria Rita Py Dutra
de Santa Maria.
Pela parte da tarde, ocorreu o ato político com a presença de representantes das organizações sociais, sindicais e partidos políticos.
Com falas emocionantes de Danusa Alhanda - vice presidenta
estadual da UBM/RS, Lara Rodrigues - representando o MST, Silvana Conte - vice
presidenta da CTB, Elis Regina - presidenta da UNEGRO, Fabiola Pavani -
representando a UJS, Vitória Cadreira - representando a Juventude Pátria Livre,
Maria do Carmo - representando a Marcha Mundial de Mulheres, Bete Valdez e
Jussara Prá - representando o Fórum de Mulheres do Mercosul, Lucélia Gomes da
Silva - representando o Sempre Mulher, Karine Vicente - representado o Coletivo
Feminista Classista Ana Montenegro, Zadi Zaro - representando o Coletivo Outras
Amélias, Geanine Bolzan - representando o Coletivo Sobre Elas, Carla Zanella -
representando o Coletivo Juntas, o Emancipa Mulher e o PSOL, e Edgar Preto -
deputado do PT, representando o instituto
HeForShe.
O Coletivo Sobre Elas e a UBM/Santiago seguem na luta em
defesa dos Direitos das Mulheres, dos Direitos Humanos e da Democracia.
*Com informações e fotos do Coletivo Sobre Elas e UBM/Santiago-RS
domingo, 7 de novembro de 2021
NÃO SE VÊ BOM SENSO QUE PREVEJA RESULTADOS NÃO ASSUSTADORES PARA O PRÓXIMO ANO
Por Janio de Freitas*
Piores notícias sobre o custo de vida e as condições da
economia fortalecem, a cada dia, o contraste entre a urgência social de
impulsos reais para a retomada e a inabilitação embromatória de Paulo Guedes.
Nos últimos dias, sucederam-se as seguintes constatações,
carentes da divulgação com a visibilidade necessária:
— a produção industrial caiu, em outubro, pelo quarto mês
consecutivo. Isto já em pleno período de atividade para abastecer o comércio
natalino. Queda de produção tem reflexo direto em desemprego, redução de
salários em eventuais contratações e queda de arrecadação federal e local;
— 70% dos trabalhadores recebem, hoje, menos do que recebiam
antes da pandemia, em 2019. E esses dados nem estão com atualização precisa. O
economista Daniel Duque fez o estudo, na Fundação Getulio Vargas, com dados até
junho. Mas nos quatro meses desde então, os componentes da pesquisa só a fariam
mais ácida;
— os preços dos alimentos consumidos pelas camadas mais
pobres aumentaram 20% nos últimos 12 meses e agressivos 40% durante a pandemia.
Sobre esse chão esburacado, e em apenas dois dias da semana
passada, Bolsonaro soltou R$ 909 milhões de verbas para aplicação por
parlamentares. Foi seu modo de aprovar na Câmara o tal projeto dos precatórios
(dívidas oficiais com pagamento programado). Essa autorização de elevados
gastos efetivaria também o remendo social, e sobretudo eleitoral, chamado
Auxílio Brasil, substituto do bem-sucedido Bolsa Família. Nada mais incerto,
porém.
Quase um bilhão deram a Bolsonaro apenas quatro votos acima
do mínimo. Compra descarada, chantagem e corrupção enlaçadas, com deputados do
PDT (de Ciro Gomes), do PSDB (de João Doria e Eduardo Leite) e do PSD (de
Rodrigo Pacheco) invertendo sua oposição ao projeto. O quase bilhão cobre a
segunda votação na Câmara e as duas no Senado.
Mesmo que obtenha as três aprovações, o rumo e o ritmo da
degradação econômica prometem esvaziar o Auxílio em pouco tempo. O governo não
terá meios financeiros nem políticos para mais bilhões de novo e apressado
remendo.
O escândalo da compra-e-venda, por seu lado, eclodiu também
nos partidos e mexeu até com o rascunho de pré-candidaturas à eleição
presidencial, acentuando a dificuldade já da próxima votação. Esvaziado e não
recomposto o Auxílio, a realidade das diferenças socioeconômicas não se
contentará com os tons de cinza tão atuais.
E surge, ainda, um problema benfazejo, na palavra incisiva de
alta decisão judicial. Ao determinar a suspensão do sigilo e de liberações das
chamadas emendas parlamentares –corrupção usual no pós-ditadura–, a ministra
Rosa Weber feriu uma das imoralidades, senão a maior, que condenam o país a
nunca chegar lá, quando se pretende uma solução necessária e correta, seja em
que questão for.
Devida ao PSOL, a ação ainda irá ao plenário do Supremo, mas
a grandiosa liminar de Rosa Weber abre um processo corretivo fundamental para
hoje e o amanhã. Com ou sem apoio do plenário, o Supremo já pôs no cadafalso o
truque ordinário das emendas corruptoras.
Se aprovado, o Auxílio não sustentará nem a situação grave
deste momento. Tal como sua derrota não encontrará na perplexidade fantasiosa
de Paulo Guedes, com a venda da Petrobras e um trilhão em venda de imóveis da
União, alguma inteligência contra a derrocada socioeconômica e seus fins
imprevisíveis. Por isso não se vê bom senso que preveja resultados toleráveis
para este ano e não assustadores para o próximo.
Até o Banco Central reduz as estimulantes previsões que
emite. Não é preciso dizer mais. Exceto sobre a miséria que se alastra, a fome,
a nova onda assassina contra os indígenas.
E sobre o sugestivo prestígio das milícias do Sudeste que se
implantam na exploração clandestina da Amazônia. Como Bolsonaro e a cúpula da
Polícia Federal sabem.
*Jornalista. Artigo originalmente publicado no jornal Folha de S.Paulo, em 6/11. - Edição final deste Blog.
sábado, 6 de novembro de 2021
Amigo é Pra Essas Coisas
quinta-feira, 4 de novembro de 2021
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quarta-feira, 3 de novembro de 2021
segunda-feira, 1 de novembro de 2021
30 anos de luta ambiental. E nós com isso?
Por Fernando Brito*
No segundo governo de Brizola no Rio de Janeiro, realizou-se a Rio-92, certamente o início da escalada da preocupação do mundo com o meio-ambiente, iniciada 20 anos antes com a primeira convenção mundial sobre a preservação ambiental, em Estocolmo.
Tenha uma ideia: só três anos depois teríamos a COP-1, mãe desta COP-26 que começa hoje em Glasgow e onde nosso presidente não estará.
Naquela época, ainda a chamávamos de “ecologia” e começava a deixar de ser a preocupação romântica de “bichos-grilo”, amantes da natureza, às vezes de "ecochatos”, os seus mais fanáticos.
Mas trabalhávamos – entre eles eu, um guri mal passado dos 30 anos – para defender, aqui no pequeno território do Rio de Janeiro, o que nos restava de natureza.
E não era pouco, porque sobrevivia – e sobrevive – o Parque Nacional da Tijuca, tida como a maior floresta urbana do mundo, o que não é verdade, e púnhamos a andar outra, o Parque Estadual da Pedra Branca, que a triplica em tamanho e a rivaliza em riqueza de flora e fauna.
Darcy Ribeiro à frente, transformando em realidade uma área de preservação jamais demarcada, pusemos a andar a sua recuperação que, com o fim do governo, desandou, como registrou na Folha meu bom amigo, o repórter Wilson Tosta.
Quinze mil mudas cobertas por mato, seis fiscais para cuidar de 125 milhões de metros quadrados de área, 50% de área desmatada. Assim agoniza o Parque Estadual da Pedra Branca, objeto, em 1991, de um dos sonhos do senador Darcy Ribeiro (PDT-RJ), que queria combinar ali reflorestamento e educação ambiental.
30 anos depois, o que se coloca já não é apenas termos a delícia de olhar as montanhas florestadas, a mata e os bichos vivos.
Não é mais a questão do Rio, que espuma sobre as encostas, devorando-as.
É mundial, é nossa sobrevivência como espécie e como civilização.
É um tema em que podemos ser líderes, mas parece que desejamos ser párias.
Somos, ainda e apesar de tudo, os detentores dos maiores ativos ambientais, muito mais preciosos do que toda a madeira e minérios que deles se pode tirar. E os estamos malbaratando com dirigentes que acham que, no século 21, podem-se fazer “corridas do ouro” (e da madeira) com o se fizeram na Califórnia ou no Klondike no século 19, ou em novas Serra Pelada.
O papelão do atual governo nesta questão não é só uma estupidez contra a vida e a Terra, é o desperdício de imensas oportunidades que estão diante do Brasil, em especial a de tornar-se a maior potência ambiental do mundo.
A natureza brasileira vale, no globo, mais que o minério de ferro e mais que o petróleo do pré-sal porque tem a óbvia vantagem de, ao contrário do ferro e do óleo, ser inesgotável.
O papelão de Jair Bolsonaro é pior do que o ridículo em que lança o nosso país, é um prejuízo econômico agora e um risco à nossa própria soberania, porque dentro de 20 anos o mundo rico e poderoso não se contentará mais com apelos à preservação e passará a desejar, mais do que deseja hoje, a posse do que é vital para sua sobrevida.
Deter o desmatamento e desenvolver a sustentabilidade da ocupação humana da Amazônia – e do Pantanal, da Mata Atlântica ainda existente, do Cerrado, da Caatinga, pode ser tão importante para nós quanto é o Pré-Sal e são as exportações de soja e minério de ferro.
Ambiente tem valor econômico, não é um arcadismo romântico.
*Via Blog Tijolaço