Esta é uma eleição que tem a alma da mudança. Que pode marcar a reconquista da cidadania nas nossas cidades e prefeituras
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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Por Miguel Rossetto (*)
Para muita gente, a eleição marcante foi a primeira eleição presidencial depois da ditadura. Lula e Collor eletrizaram o país em uma disputa palmo a palmo, uma disputa de dois projetos opostos de país. Collor venceu, sofreu o primeiro impeachment do Brasil e o resto é história.
Inesquecível foi a eleição de Olívio Dutra governador, da qual participei como vice-governador, contra a rica e poderosa candidatura de Britto. Antônio Britto tinha privatizado empresas públicas, duplicado a dívida gaúcha e antecipava a onda neoliberal selvagem que se seguiria.
Também foi uma eleição cabeça a cabeça, só resolvida no segundo turno, com consequências expressivas para o estado. Fizemos um governo vibrante que inauguraria políticas públicas que seriam o embrião de inúmeros programas do governo Lula, como o seguro agrícola, o Bolsa Família, a expansão das universidades e muito mais.
Para uma geração mais jovem, a eleição inesquecível pode ter sido a última eleição presidencial, em que Lula encerra de forma dramática um período de obscurantismo, tristeza e ódio condensado na figura de Jair Bolsonaro.
Várias outras disputas capturaram o coração e a mente dos brasileiros e brasileiras. Todas têm em comum o fato te terem em disputa projetos claros e distintos para o país, estados ou cidades. Mas se pararmos para pensar, todas as eleições são igualmente decisivas. Porque nos definimos em cada uma delas. Em cada voto decidimos o país que queremos ter, os parlamentos que vão nos representar, as cidades que iremos viver.
Neste ano, vamos ter de novo eleições municipais e nelas vão estar presentes as opções que já disputamos nacionalmente: ganância ou solidariedade, egoísmo ou bem comum, negócios ou serviço público.
Nos últimos anos, o espírito negacionista, mesquinho e autoritário invadiu a gestão dos nossos municípios transformando cada espaço da nossa vida em comum em um local para o lucro e os negócios dos amigos de quem governa. É a especulação imobiliária que destrói os planos diretores, o meio ambiente e a organização das cidades abrindo espaço para tragédias como as enchentes deste ano, a venda sem critérios ou limites das empresas públicas, a privatização de serviços essenciais como saúde e educação gerando escândalos de gestão generalizados. Para estes governantes, tudo na cidade são negócios, nada é o bem público.
Esta é uma eleição que tem a alma da mudança. Que pode marcar a reconquista da cidadania nas nossas cidades e prefeituras. E é para isto que queremos te convidar. Quer mudar o mundo? Muda a tua cidade!
Cantemos de novo para nossa cidade o que já cantamos com alegria e entusiasmo; uma cidade parece pequena, se comparada a um país, mas é na minha, na sua cidade que se começa a ser feliz. Vamos transformar esta eleição num momento memorável. Daqueles que vamos olhar para trás e dizer: este foi um momento inesquecível. Aqui começamos a mudança.
(*) Miguel Rossetto foi vice-governador do RS e ministro nos governos Lula e Dilma e é líder da Bancada do PT na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul
-Fonte: Sul21
**Nota:
Este Editor também teve o privilégio - e a honra! - de integrar (primeiramente
na Casa Civil, juntamente com o companheiro Flávio Koutzii e, após, na
Secretaria Especial do Interior - SEI, com o companheiro Dirceu Lopes) o
governo liderado pelo companheiro governador Olívio Dutra, que contou com o
companheiro Miguel Rossetto como vice-governador (de1999-2002). Depois, tive
também a honra de integrar o primeiro e o início do segundo governo liderados
pelo Presidente Lula (2003/2008). Essas foram, literalmente, "eleições
inesquecíveis". (Júlio C. S. Garcia).
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