quarta-feira, 31 de agosto de 2016

“Pensam que nos venceram, mas estão enganados. Haverá contra eles a mais enérgica oposição que um governo golpista pode sofrer”



Pronunciamento da presidenta Dilma após aprovação do golpe parlamentar
Ao cumprimentar o ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva, cumprimento todos os senadoras e senadores, deputadas e deputados, presidentes de partido, as lideranças dos movimentos sociais. Mulheres e homens de meu País.
Hoje, o Senado Federal tomou uma decisão que entra para a história das grandes injustiças. Os senadores que votaram pelo impeachment escolheram rasgar a Constituição Federal. Decidiram pela interrupção do mandato de uma Presidenta que não cometeu crime de responsabilidade. Condenaram uma inocente e consumaram um golpe parlamentar.
Com a aprovação do meu afastamento definitivo, políticos que buscam desesperadamente escapar do braço da Justiça tomarão o poder unidos aos derrotados nas últimas quatro eleições. Não ascendem ao governo pelo voto direto, como eu e Lula fizemos em 2002, 2006, 2010 e 2014. Apropriam-se do poder por meio de um golpe de Estado.
É o segundo golpe de estado que enfrento na vida. O primeiro, o golpe militar, apoiado na truculência das armas, da repressão e da tortura, me atingiu quando era uma jovem militante. O segundo, o golpe parlamentar desfechado hoje por meio de uma farsa jurídica, me derruba do cargo para o qual fui eleita pelo povo.
É uma inequívoca eleição indireta, em que 61 senadores substituem a vontade expressa por 54,5 milhões de votos. É uma fraude, contra a qual ainda vamos recorrer em todas as instâncias possíveis.
Causa espanto que a maior ação contra a corrupção da nossa história, propiciada por ações desenvolvidas e leis criadas a partir de 2003 e aprofundadas em meu governo, leve justamente ao poder um grupo de corruptos investigados.
O projeto nacional progressista, inclusivo e democrático que represento está sendo interrompido por uma poderosa força conservadora e reacionária, com o apoio de uma imprensa facciosa e venal. Vão capturar as instituições do Estado para colocá-las a serviço do mais radical liberalismo econômico e do retrocesso social.
Acabam de derrubar a primeira mulher presidenta do Brasil, sem que haja qualquer justificativa constitucional para este impeachment.
Mas o golpe não foi cometido apenas contra mim e contra o meu partido. Isto foi apenas o começo. O golpe vai atingir indistintamente qualquer organização política progressista e democrática.
O golpe é contra os movimentos sociais e sindicais e contra os que lutam por direitos em todas as suas acepções: direito ao trabalho e à proteção de leis trabalhistas; direito a uma aposentadoria justa; direito à moradia e à terra; direito à educação, à saúde e à cultura; direito aos jovens de protagonizarem sua história; direitos dos negros, dos indígenas, da população LGBT, das mulheres; direito de se manifestar sem ser reprimido.
O golpe é contra o povo e contra a Nação. O golpe é misógino. O golpe é homofóbico. O golpe é racista. É a imposição da cultura da intolerância, do preconceito, da violência.
Peço às brasileiras e aos brasileiros que me ouçam. Falo aos mais de 54 milhões que votaram em mim em 2014. Falo aos 110 milhões que avalizaram a eleição direta como forma de escolha dos presidentes.
Falo principalmente aos brasileiros que, durante meu governo, superaram a miséria, realizaram o sonho da casa própria, começaram a receber atendimento médico, entraram na universidade e deixaram de ser invisíveis aos olhos da Nação, passando a ter direitos que sempre lhes foram negados.
A descrença e a mágoa que nos atingem em momentos como esse são péssimas conselheiras. Não desistam da luta.
Ouçam bem: eles pensam que nos venceram, mas estão enganados. Sei que todos vamos lutar. Haverá contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode sofrer.
Quando o Presidente Lula foi eleito pela primeira vez, em 2003, chegamos ao governo cantando juntos que ninguém devia ter medo de ser feliz. Por mais de 13 anos, realizamos com sucesso um projeto que promoveu a maior inclusão social e redução de desigualdades da história de nosso País.
Esta história não acaba assim. Estou certa que a interrupção deste processo pelo golpe de estado não é definitiva. Nós voltaremos. Voltaremos para continuar nossa jornada rumo a um Brasil em que o povo é soberano.
Espero que saibamos nos unir em defesa de causas comuns a todos os progressistas, independentemente de filiação partidária ou posição política. Proponho que lutemos, todos juntos, contra o retrocesso, contra a agenda conservadora, contra a extinção de direitos, pela soberania nacional e pelo restabelecimento pleno da democracia.
Saio da Presidência como entrei: sem ter incorrido em qualquer ato ilícito; sem ter traído qualquer de meus compromissos; com dignidade e carregando no peito o mesmo amor e admiração pelas brasileiras e brasileiros e a mesma vontade de continuar lutando pelo Brasil.
Eu vivi a minha verdade. Dei o melhor de minha capacidade. Não fugi de minhas responsabilidades. Me emocionei com o sofrimento humano, me comovi na luta contra a miséria e a fome, combati a desigualdade.
Travei bons combates. Perdi alguns, venci muitos e, neste momento, me inspiro em Darcy Ribeiro para dizer: não gostaria de estar no lugar dos que se julgam vencedores. A história será implacável com eles.
Às mulheres brasileiras, que me cobriram de flores e de carinho, peço que acreditem que vocês podem. As futuras gerações de brasileiras saberão que, na primeira vez que uma mulher assumiu a Presidência do Brasil, a machismo e a misoginia mostraram suas feias faces. Abrimos um caminho de mão única em direção à igualdade de gênero. Nada nos fará recuar.
Neste momento, não direi adeus a vocês. Tenho certeza de que posso dizer “até daqui a pouco”.
Encerro compartilhando com vocês um belíssimo alento do poeta russo Maiakovski:
“Não estamos alegres, é certo,
Mas também por que razão haveríamos de ficar tristes?
O mar da história é agitado
As ameaças e as guerras, haveremos de atravessá-las,
Rompê-las ao meio,
Cortando-as como uma quilha corta.”
Um carinhoso abraço a todo povo brasileiro, que compartilha comigo a crença na democracia e o sonho da justiça.
* Com o http://www.viomundo.com.br/ e http://jcsgarcia.blogspot.com.br/
 Veja também:

"É um momento de profunda tristeza para nós. Tristeza que vai se espalhar até nos corações dos indiferentes, quando notarem, a despeito do silêncio da mídia, que o projeto dos golpistas é rasgar a Constituição de 1988" - "Exerceremos resistência diária e aguerrida contra os inimigos da pátria."


Em dia de luto, Senado enterra a democracia e dá golpe



CUT
"Maior atingida será a classe trabalhadora. Mas data marca também o início de uma nova etapa de luta"

Por Vagner Freitas*
A presidenta Dilma foi definitivamente afastada pelo Senado Federal, apesar de não ter sido provado nenhum crime de responsabilidade. O golpe na democracia afetará profundamente a vida dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade e dos brasileiros e brasileiras que mais precisam da manutenção e ampliação dos direitos e das políticas públicas, tanto hoje quanto no futuro. Não se trata de uma simples troca de comando e, sim, da usurpação dos destinos do Brasil por uma parcela da classe política, do judiciário e da imprensa que quer o poder a qualquer preço.
O julgamento, todos viram, foi um desfile da hipocrisia e de covardia dos parlamentares pelos corredores e no plenário do Congresso Nacional. Como “juízes”, lá estavam muitos senadores que são réus e estão sendo processados pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção e outros crimes. Sem o menor constrangimento, se sentiram no direito de julgar uma presidenta inocente, que não cometeu nenhum crime, não têm contas no exterior, nem foi acusada de corrupção e que foi eleita de forma legítima por mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras.
Os mentores da estratégia golpista, Eduardo Cunha, réu no STF e com contas milionárias no exterior, e Michel Temer, citado por delatores da Lava-Jato, saíram dos subterrâneos onde sempre atuaram e se uniram ao perdedor das eleições, Aécio Neves, para viabilizar o golpe. Agora, exibem descaradamente suas facetas conspiratórias e cínicas à luz do dia, protegidos pelos barões da mídia, latifundiários, executivos de empresas multinacionais, banqueiros e tantos outros oportunistas.
Os ataques aos direitos sociais e trabalhistas do governo golpista de Temer é a melhor demonstração de que os empresários, do Brasil e do exterior, financiaram o golpe e, agora, estão cobrando reformas trabalhista e previdenciária.
Isso significa redução ou extinção de direitos conquistados com muita luta, desde a CLT de 1943 até os programas sociais da Constituinte de 1988, que têm feito o Brasil, embora mais lentamente do que desejaríamos, deixar de ser um país de miseráveis, famintos, analfabetos, doentes, sem moradia e água tratada, sem emprego, sem atendimento odontológico e médico. (...)
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CANALHAS! CANALHAS! CANALHAS!


Razão, Alma e Coração
por Roberto Requião*
Não pretendo, nesta histórica sessão, moderar a linguagem ou asfixiar o que penso. Não vou reprimir a indignação que me consome.
Canalha! Canalha! Canalha!
Assim Tancredo Neves apostrofou Moura Andrade que declarou vaga a Presidência, com Jango ainda em território nacional, consumando o golpe de 1964.
Duvido que um só de nós esteja convencido de que a presidente Dilma deva ser impedida por ter cometido crimes.
Não são as pedaladas ou a tal da irresponsabilidade fiscal que a excomungam.
O próprio relator da peça acusatória praticou-as à larga.
Só que lá em Minas não havia um providencial e desfrutável Eduardo Cunha e nem um centrão querendo sangue, salivando por sinecuras e pixulecos.
A inocência do relator é a mesma de Moura Andrade declarando vaga a Presidência.
Ah, as palavras de Tancredo coçam-me a garganta.
Este Senado está prestes a repetir a ignominia de março de 64.
O que se pretende?
Que daqui a alguns anos se declare nula esta sessão, com declaramos nula a sessão que tirou o mandato de Goulart e peçamos desculpas à filha e aos netos de Dilma?
Tudo bem.
Se mesmo sem culpa, esta Casa condenar a presidente, que cada um esteja consciente do que há de vir.
Que ninguém, depois, alegue ignorância ou se diga trapaceado, porque as intenções do vice que quer ser titular são claras, solares.
Vejam só alguns casos exemplares.
1. Desvincular o reajuste das aposentadorias e pensões do aumento do salário mínimo. Será a destruição do maior instrumento de distribuição de renda do país, que é a Previdência Social.
Se pensões e aposentadorias não mais acompanharem o aumento do salário mínimo vai ser um massacre contra mais de 20 milhões de brasileiros.
Para quê?
Para pagar os juros da dívida; os juros que são hoje o maior instrumento de concentração de renda no Brasil.
2. Rever direitos e garantias sociais acumulados ao longo dos últimos 80 anos, especialmente direitos e garantias previstos na CLT. Impor, como pedra de toque dessa revisão, o negociado sobre o legislado.
3. Eliminar tímidas conquistas na área da igualdade de gênero.
4. Congelar por inacreditáveis 20 anos as despesas correntes e de investimento da União, excetuando-se as despesas financeiras com o serviço da dívida pública.
Ou seja: congelar por duas décadas as despesas com saúde, educação, segurança pública, saneamento, infraestrutura, habitação, mas garantir o pagamento de juros.
É como proibir que, por 20 anos, nasçam crianças, que jovens tenham acesso às escolas; que os brasileiros envelheçam ou fiquem doentes. E assim por diante.
É espantoso que algum ser humano tenha um dia concebido tamanha barbaridade. E mais espantoso ainda que algum ser humano possa aprovar isso.
5. Privatização em regra e alienação radical de todo o patrimônio energético, mineral, florestal, agrário, territorial, hídrico, fabril, tecnológico e aéreo do Brasil.
Depois da entrega do pré-sal, da venda de terras para os estrangeiros, querem entregar até mesmo o Aquífero Guarani, a maior reserva de água potável do planeta.
O desmantelamento do país, o esquartejamento de nossa soberania e a submissão aos interesses geopolíticos globais gritam, berram, expõem-se à vista de todos.
Tudo bem.
Se as senhoras e o senhores concordam com a redução do Brasil a um medíocre estado associado, outro Porto Rico, que se sintam servidos. Não será a primeira vez que os abutres e os corvos caem sobre o nosso país, retalhando-o, estraçalhando-o, sugando-o.
Essa combinação explosiva de entreguismo com medidas contra os aposentados, os assalariados, os mais pobres, contra direitos e conquistas populares alimentam as contradições de classe, em consequência, a luta de classes.
As senhoras e os senhores estão preparados para a guerra civil?
Não? Entrincheirem-se, então, porque o conflito é inevitável.
O povo brasileiro, que provou por alguns poucos anos, o gosto da emergência social não retornará submissamente à senzala.
Os dias de hoje, esses infelizes dias, lembram-me outros dias, também dramáticos, decisivos:
os dias de agosto de 1954.

Assim, leio trechos da Carta Testamento de Vargas porque nela se reproduzem o drama de agora.
“Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam; e não me dão o direito de defesa.

Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
(….)
A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho.
(…….)
Contra a Justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios.
Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobras, mal começa esta a funcionar a onda de agitação se avoluma.
(…..)
 Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo e renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado.
Nada mais vos posso dar a não ser o meu sangue.
Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado.
Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência.
(….)
Esse povo, de quem fui escravo, não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.
Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto.
O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.

Senadores,
É hora da Razão, Alma e Coração!
Não ao impeachment!
É hora de buscar um governo de Entendimento e União Nacional.
Hoje só encontraremos isso com Plebiscito e Novas Eleições!
Não permitiremos que mandem no Brasil embaixadores de países poderosos!
Não permitiremos que mandem no Brasil banqueiros e seus lucros fabulosos!
Peço novamente:
Razão, Alma e Coração!
*Senador do PMDB/PR - via Viomundo

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

A aula de democracia da presidenta-professora Dilma Rousseff

final

Apesar das negativas dos golpistas de que estão fazendo o que todos veem, a quantidade de pessoas, instituições e até de nações que enxergam que está ocorrendo um golpe de Estado no Brasil desqualifica as tentativas vis, imorais, inaceitáveis de tratar esses questionamentos com desdém.
As multidões que tomaram as ruas e a internet para protestar contra a derrubada da presidente chegam a dezenas de milhares, as figuras públicas que manifestaram repúdio ao processo farsesco mal chamado de “impeachment” são prêmios Nobel, intelectuais, artistas, chefes de governo, líderes religiosos e tantos e tão importantes cidadãos “comuns”, os órgãos de imprensa que opinam que esse processo é viciado são veículos como o francês Le Monde, o inglês The Guardian, o norte-americano The New York Times, o alemão Deutche Welle…
Não dá, portanto, para tratar a oposição ao impeachment como os golpistas e fascistas tratam, como se fosse uma invenção maluca de um pequeno contingente de ignorantes.
Dito isso, vale atentar para as palavras iniciais de Dilma em seu julgamento no Senado.  Ela disse que entre seus defeitos não está a deslealdade e a covardia. Que não trai os compromissos que assume, os princípios que defende ou os que lutam ao seu lado. E que na luta contra a ditadura recebeu no seu corpo as marcas da tortura, que amargou por anos o sofrimento da prisão e que viu companheiros e companheiras sendo violentados, e até assassinados.
Dilma lembrou que à época da ditadura era muito jovem e que tinha muito a esperar da vida. Por isso, tinha medo da morte, das sequelas da tortura no seu corpo e na sua alma, mas não cedeu. Resistiu. Resistiu à tempestade de terror que começava a engoli-la, na escuridão dos tempos amargos em que o país vivia. Dilma lembra que não mudou de lado apesar de receber o peso da injustiça nos seus ombros, e que continuou lutando pela democracia.
Diante de tanta injustiça, a presidente desabafou:
“Não esperem de mim o silêncio dos covardes. No passado, com as armas, e hoje com a retórica jurídica, pretendem acabar com o estado de direito (…). Não luto pelo meu mandato por vaidade ou por apego ao poder, luto pela democracia, pela verdade e a justiça”.
Apesar de um discurso tão forte e edificante, Dilma não lida com pessoas que se deixarão convencer pela verdade e pela justiça; seus julgadores, em maioria, são movidos pela ambição, por interesses menores e se valem do logro, do cinismo, da fraude, da farsa para alcançar seus objetivos inconfessáveis, de forma que se fingem de tolos para encenarem esse espetáculo farsesco.
Foi o caso da senadora pelo partido da ditadura militar Ana Amélia, do PP (Arena) do Rio Grande do Sul, que ousou esgrimir com o argumento torpe de que simplesmente por Dilma estar se submetendo ao julgamento do Senado ela estaria convalidando o processo contra si.
Dilma teve que explicar mais de uma vez que a atual composição do Senado Federal só deixará de ser respeitável se consumar o golpe contra si e, como a Casa ainda não o fez, continua merecendo seu respeito e o de todos, pois ainda tem chance de não cometer o crime de lesa-pátria que será cassar o seu mandato.
A situação será outra, segundo Dilma, se o Senado aprovar o golpe.
Desde o seu discurso inicial, passando pelas respostas a cada senador que a inqueriu, Dilma foi didática. Ela teve que desenhar para uma senadora de um partido golpista pela própria natureza como é que pessoas como essa atacam a democracia.
Dilma deu uma aula de democracia àquela horda de bárbaros que não tem noção do que faz – ou têm noção, mas pouco se importa com o futuro do país contanto que receba cargos e proventos oriundos da derrubada de um governo legítimo e amparado por 54 milhões de votos.

*Por Eduardo Guimarães no Blog da Cidadania

domingo, 28 de agosto de 2016

Intelectuais e artistas divulgam manifesto contra o golpe no Brasil - Documento é assinado por personalidades como Ken Loach, Susan Sarandon e Tariq Ali


Imagem: Divulgação
Um manifesto assinado por 22 personalidades, condenando o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff no Brasil, chamou a atenção nesta quarta-feira (24), quando o documento foi divulgado.  
O texto é assinado por personalidades influentes em todo o mundo, como os diretores de cinema Ken Loach e Oliver Stone, o linguista Noam Chomsky, a os escritores Eve Ensler e Tariq Ali, além dos atores Susan Sarandon e Danny Glover.
No documento, o grupo pede que o governo americano se manifeste publicamente contra o “golpe de Estado” contra a presidenta Dilma Rousseff e alertou: "Se este ataque contra suas instituições democráticas for bem sucedido, as ondas de choque negativas irão reverberar em toda a região."
Confira o texto na íntegra:
"Estamos preocupados com o impeachment de motivação política da presidenta, o qual instalou um governo provisório não eleito. A base jurídica para o impeachment em curso é amplamente questionável e existem evidências convincentes mostrando que os principais promotores da campanha do impeachment estão tentando remover a presidenta com o objetivo de parar investigações de corrupção nas quais eles próprios estão implicados.
Lamentamos que o governo interino no Brasil tenha substituído um ministério diversificado, dirigido pela primeira presidente mulher, por um ministério compostos por homens brancos, em um país onde a maioria se identifica como negros ou pardos. Tal governo também eliminou o Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. Visto que o Brasil é o quinto país mais populoso do mundo, estes acontecimentos são de grande importância para todos os que se preocupam com igualdade e direitos civis.
Esperamos que os senadores brasileiros respeitem o processo eleitoral de 2014, quando mais de 100 milhões de pessoas votaram. O Brasil emergiu de uma ditadura há apenas 30 anos, e esses eventos podem atrasar o progresso do país em termos de inclusão social e econômica por décadas. O Brasil é uma grande potência regional e tem a maior economia da América Latina. Se este ataque contra suas instituições democráticas for bem sucedido, as ondas de choque negativas irão reverberar em toda a região."
Confira a lista completa dos signatários do documento:
Tariq Ali - Escritor
Harry Belafonte – Cantor e ator
Noam Chomsky - Linguista
Alan Cumming – Ator
Frances de la Tour – Atriz
Deborah Eisenberg – Escritora e atriz
Brian Eno - Músico, compositor e produtor musical
Eve Ensler - Escritora
Stephen Fry – Ator e diretor
Danny Glover – Ator e diretor
Daniel Hunt – Produtor musical
Naomi Klein – Escritora e diretora de cinema
Ken Loach – Diretor de cinema
Tom Morello - Músico
Viggo Mortensen – Ator
Michael Ondaatje – Poeta
Arundhati Roy – Escritora
Susan Sarandon – Atriz
John Sayles – Roterista
Wallace Shawn – Ator
Oliver Stone – Cineasta
Vivienne Westwood – Estilista
*Via sítio da CUT Nacional

'Desinformação é mais do que má prática do jornalismo. É estratégia', diz Nicolelis


Para Nicolelis, existem grupos que estão aprofundando a revolução digital também para dominação

*Sobre o golpe contra a Presidenta Dilma: O neurocientista diz que país vive "anestesia geral". Para ele um golpe dessa magnitude exige um movimento de resistência unitário, nacional e apartidário, inclusive para falar ao mundo o que ocorre aqui.

CLIQUE AQUI para ler na íntegra.

sábado, 27 de agosto de 2016

What A Wonderful World (Que Mundo Maravilhoso)




*Louis Armstrong - What A Wonderful World



Que Mundo Maravilhoso

Eu vejo as árvores verdes, rosas vermelhas também
Eu as vejo florescer para mim e você
E eu penso, que mundo maravilhoso
Eu vejo os céus tão azuis e as nuvens tão brancas
O brilho abençoado do dia, e a escuridão sagrada da noite
E eu penso comigo, que mundo maravilhoso
As cores do arco-íris, tão bonitas no céu
Estão também nos rostos das pessoas
Vejo amigos apertando as mãos, dizendo: "como você vai?"
Eles realmente dizem: "eu te amo!"
Eu ouço bebês chorando, eu os vejo crescer
Eles vão aprender muito mais que eu jamais vou saber
E eu penso comigo, que mundo maravilhoso
Sim, eu penso comigo, que mundo maravilhoso

New York Times: Ratos golpeiam Dilma



*Charge no New York Times dá a exata dimensão da desmoralização internacional do golpe (via Viomundo)

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Indiciamento político de Lula é preparação para o pós-impeachment



O delegado Marcio Anselmo – que ficou conhecido nacionalmente depois que a repórter Júlia Dualilibi mostrou no Estadão, já em 2014, fazia propaganda pró-Aécio – indiciou o ex-presidente Lula e sua mulher, Marisa, de forma absolutamente original.
Lula é indiciado por ter recebido da OAS obras num apartamento que não é seu nem de qualquer pessoa que, em seu nome, o tenha recebido e ocultando patrimônio para ele.
Pertence à OAS e assim está registrado em cartório.
Ainda que fosse verdade que a OAS pretendesse entregá-lo a Lula, ou que o tenha oferecido pela cota que, até alguns anos atrás, Marisa Letícia tinha no estabelecimento, mesmo assim, não haveria crime: primeiro era preciso que a doação se consumasse, a ele ou a terceiro e que, em troca, houvesse algum ato de favorecimento por parte de Lula ou por sua ordem.
Os resto das acusações – o pagamento da guarda de objetos do acervo presidencial em um depósito, depois da saída da presidência – é tão ridículo que sequer merece comentários.
Os aspectos jurídicos, porém, importam muito pouco. (...)
CLIQUE AQUI para continuar lendo a postagem do jornalista Fernando Brito postada originalmente no  - excelente! - 'Tijolaço'.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Uma governanta inocente condenada por um bando de corruptos (A cegueira e os interesses corporativos prevalecem sobre os interesses de todo um povo)




Por Leonardo Boff*

Era uma vez uma nação grande por sua extensão e por seu povo alegre embora injustiçado. Em sua maioria sofria na miséria, nas grandes periferias das cidades e no interior profundo. Por séculos era governado por uma pequena elite do dinheiro que nunca se interessou pelo destino do povo pobre. No dizer de um historiador mulato, ele foi socialmente “capado e recapado, sangrado e ressangrado”.

Mas lentamente esses pobres foram se organizando em movimentos de todo tipo, acumulando poder social e alimentando um sonho de outro Brasil. Conseguiram transformar o poder social num poder político. Ajudaram a fundar o Partido dos Trabalhadores. Um de seus membros, sobrevivente da grande tribulação e torneiro mecânico, chegou a ser presidente. Apesar das pressões e concessões que sofreu dos endinheirados nacionais e transnacionais, conseguiu abrir uma significativa brecha no sistema de dominação permitindo-lhe fazer políticas socias humanizadoras. Uma Argentina inteira saíu da miséria e da fome. Milhares conseguiram sua casinha, com luz e energia. Negros e pobres tiveram  acesso, antes impossível, ao ensino técnico e superior. Mais que tudo, porém, sentiram resgatada sua dignidade sempre negada. Viram-se parte da sociedade. Até podiam, em prestações, comprar um carrinho e tomar até o avião para visitar parentes distantes. Isso irritou a classe media, pois via seus espaços ocupados. Daí nasceu a discriminação e o ódio contra eles.

Ocorreu que nos 13 anos de governo Lula-Dilma o Brasil ganhou respeitabilidade mundial. Mas a crise da economia e das finanças, por ser sistêmica, nos atingiu, provocando dificuldades econômicas e desemprego que obrigou o governo a tomar medidas severas. A corrupção endêmica no país densificou-se na Petrobrás, envolvendo altos estratos do PT mas também dos principais partidos. Um juiz parcial, com traços de justiceiro, focou, praticamente, apenas o PT. Especialmente a mídia empressarial conservadora conseguiu criar o esteriótipo do PT como sinônimo de  corrupção. O que não é verdade, pois confunde a pequena parcela com o todo correto. Mas a corrupção condenável serviu de pretexto às elites endinheiras e seus aliados históricos, para tramar  um golpe parlamentar, pois mediante as eleições jamais trinfariam. Temendo que esse curso voltado aos mais pobres se consolidasse, decidiram liquidá-lo. O método usado antes, com Vargas e Jango, foi agora retomado com o mesmo pretexto “de combater a corrupção”, na verdade, para ocultar a própria corrupção. Os golpistas usaram o Parlamento no qual 60% estão sob acusações criminais e desrespeitaram os 54 milhões de votos que elegeram Dilma Rousseff.

Importa deixar claro que atrás desse golpe parlamentar se aninham os interesses mesquinhos e anti-sociais dos donos do poder, mancomunados com a imprensa que distorce os fatos e sempre se fez sócia de todos os golpes, juntamente com os partidos conservadores, com parte do Ministério Público e  da Polícia Militar (que substitui os tanques) e  uma parcela da Corte Suprema que, indignamente, não guarda imparcialidade. O golpe não é só contra a governanta, mas contra a democracia com viés participativo e social. Intenta-se voltar ao neoliberalismo mais descarado, atribuindo quase tudo ao mercado que é sempre competitivo e nada cooperativo (por isso conflitivo e anti-social). Para isso decidiu-se demolir as políticas sociais, privatizar a saúde e  educação e o petróleo e atacar as conquistas sociais dos trabalhadores. (...)

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terça-feira, 23 de agosto de 2016

Pesquisa Ibope em Porto Alegre mostra Luciana Genro (Psol) e Raul Pont (PT) na frente


O levantamento ouviu 602 pessoas entre os dias 18 e 21 de agosto
 | Fotos: Guilherme Santos/Sul21

Porto Alegre - Sul21 - O Grupo RBS divulgou no início da noite desta segunda-feira (22) pesquisa Ibope para a prefeitura de Porto Alegre. O levantamento, que ouviu 602 pessoas entre os dias 18 e 21 de agosto, mostra Luciana Genro (PSOL) e Raul Pont (PT) em situação de empate técnico. A candidata do PSOL aparece com 23% e o candidato do PT com 18%. A diferença está dentro da margem de erro da pesquisa, que é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa não realizou simulação de segundo turno.
Em terceiro lugar, aparece Nelson Marchezan, do PSDB, com 12% e, em quarto, Sebastião Melo, do PMDB, com 10%. Depois vêm Maurício Dziedricki (PTB), Júlio Flores (PSTU) e Carlos Rodrigues (PMN) com 3%, Marcello Chiodo, do PV, com 2%, e Fábio Ostermann (PSL), com 1%. Na pesquisa, 15% dos eleitores declararam intenção de votar branco ou nulo e 10% não souberam ou não quiseram responder.
Na pesquisa espontânea, 60% dos entrevistados não indicaram um nome. Entre os que indicaram, Luciana Genro teve 7%, Raul Pont e Sebastião Melo 5% e Marchezan 3%. Outros 5% mencionaram outros candidatos e 15% responderam que votarão branco ou nulo. (...)

Governo Sartori é ruim ou péssimo para 55%. Governo Fortunati tem 63% de desaprovação. Interino Temer também está pessimamente avaliado

O governo de José Ivo Sartori (PMDB) foi considerado ruim ou péssimo por 55% dos entrevistados pela pesquisa Ibope/RBS, divulgada na noite desta segunda-feira (22). O ruim teve 14% dos votos e o péssimo 41%. Outros 31% consideraram o governo Sartori regular, 14% bom e 3% ótimo. {O interino Temer também foi muito mal avaliado na pesquisa, considerado ruim ou péssimo pela maioria dos entrevistados}.   A pesquisa ouviu 602 pessoas entre os dias 18 e 21 de agosto.
O levantamento também pediu aos entrevistados uma avaliação do governo de José Fortunati em Porto Alegre. Do total de entrevistados, 3% responderam ótimo, 14% bom, 41% regular, 18% ruim e 22% péssimo. Outros 2% não souberam responder. Segundo a mesma pesquisa, 63% dos entrevistados desaprovam o governo Fortunati, contra apenas 29% de aprovação. Outros 7% não souberam responder.
*Com http://www.sul21.com.br/

domingo, 21 de agosto de 2016

EM SANTIAGO, PARA QUE OCORRA A 'MUDANÇA DE VERDADE', VOTE 13! VOTE PT!




O Partido dos Trabalhadores - PT de Santiago concorre com Antôno Bueno e Cláudio Freitas - 13 para o Executivo Municipal com o lema "Mudança de Verdade". (A chapa de oposição foi definida durante Encontro Municipal realizado em 18 de junho, vide matéria clicando AQUI). 

Encontro Municipal do PT

Antônio Bueno e Cláudio Freitas - 13

Para a Câmara de Vereadores concorrem os seguintes candidatos  petistas (relacionados por ordem alfabética):

Chico Matos nº 13220

Clair Pereira nº 13603

Iara Castiel* nº 13130

José Airton Clerice nº 13444

José Luiz  'Toti' Bueno nº 13007

Luciano Garcia nº 13111

Marina Bastos nº 13610

Sérgio Marion* nº 13607

Sérgio Tusi nº 13013

*Atuais vereadores que concorrem à reeleição.

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**Em Santiago, dia 02 de Outubro,  vote 13 - Vote PT - "Para Mudar de Verdade'!