segunda-feira, 8 de agosto de 2016

A resposta ao racismo na superação de Rafaela





A GUERREIRA VENCEU! 


Rafaela Silva é medalha de ouro. Ela venceu Sumya Deorjsurem, da Mongólia na final do judô, categoria até 57 kg. Um golpe certeiro, pouco depois das 17h, conferiu-lhe a segunda maior pontuação da luta, o wazari. 

Dona Zenilda, mãe de Rafaela, estava na Arena Carioca 2 para ver a filha. Ao chegar, disse: “Em Londres, chamaram minha filha de macaca. Agora, estamos aqui”. 

Ela referia-se à campanha racista movida contra Rafaela nas redes sociais depois de sua derrota na Olimpíada de 2012. Num dos posts criminosos, um homem escreveu que “lugar de macaco é na jaula”. A pequena guerreira não se intimidou e respondeu. Resultado: em vez de apoio, recebeu advertências e ameaças do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

Rafaela nasceu e cresceu na Cidade de Deus, uma das comunidades mais pobres do Rio e que entrou no radar do mundo com o filme dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund em 2002, a partir do livro de Paulo Lins. Agora, voltou ao radar, pela valentia de Rafaela.

Rafaela Silva é uma jovem representante do povo brasileiro: negra, pobre, nascida na Cidade de Deus. Enfrentou a ira dos saudosos da Casa Grande. Venceu.


*Foto Toshifumi Kitamura / AFP -  (Carta Capital, via face)

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