Por Fernando Brito*
Há uma curiosidade na reportagem da Folha [de SP], de agora há pouco, onde se diz que Sergio “Moro recebeu R$ 200 mil por parecer contra a Vale antes de consultoria nos EUA” onde se diz que o seu parecer favorável ao picareta israelense Benjamim (Beny) Steinmetz – condenado por corrupção que trava uma disputa judicial de US$ 2 bilhões com a Vale por um contrato de exploração de uma mina de ferro na Guiné – “foi entregue após quarentena do ex-ministro e antes de ingressar na Alvarez & Marsal”, a consultoria norte-americana que controla a recuperação judicial da Odebrecht e da OAS.
Durante a quarentena, Moro ainda recebia o salário de
Ministro e estava impedido de advogar por decisão da Comissão de Ética Pública,
durante seis meses, porque continuaria, até lá, a receber seu salário de
Ministro, então de R$ 31 mil. Como o “parecer de R$ 200 mil” está datado de 4
de novembro, apenas 10 dias depois se completarem os seis meses da exoneração,
ocorrida em 24 de abril, ou Moro estudou um caso complexo, que se movia há anos
na Justiça de vários país e redigiu nestes escassos 10 dias a tese que defendeu
em 54 páginas.
A revelação do caso foi de Rafael Neves, do The Intercept,
no dia 21 de novembro de 2020.
Moro fez o parecer pela Wolff Moro Sociedade de Advogados,
da qual se tornaria administrador em dezembro. Mas já estava em outras
atividades: abriu a Esmej – Escola Sergio Moro de Estudos Jurídicos e a Moro –
Consultoria e Assessoria Em Gestão Empresarial de Riscos.
Apenas 25 dias depois do parecer, Moro foi anunciado como
“managing director” da Alvares e Fernandes.
Dava um belo PowerPoint, não acham?
*Jornalista, Editor do Blog Tijolaço , fonte desta postagem.
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