sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

'Em uma sociedade democrática, não é possível admitir que a violência seja utilizada como forma de prestígio a agressores e assediadores'

  


NOTA DE REPÚDIO

O Coletivo Sobre Elas, a União Brasileira de Mulheres – núcleo Santiago (UBM-Santiago), o núcleo do Instituto Pensamentos e Ações para Defesa da Democracia - IPAD da cidade de Santiago, repudiam a omissão institucionalizada do Poder Público municipal e da imprensa local nos atos de violência doméstica e contra a mulher que ocorrem em nossa cidade.

A omissão verificada e a premiação de agressores revelam o crescente desprestígio dos valores humanitários que inspiram nossa Constituição Federal, valores esses que são fiadores da convivência civilizada e principalmente do respeito à vida da mulher.

Em uma sociedade democrática, não é possível admitir que a violência seja utilizada como forma de prestígio a agressores e assediadores.

Os episódios de violência cometidos contra as mulheres, a omissão verificada em determinados casos, o apoio e justificativa para o uso da violência contra a mulher, minimizam os danos graves que causam na vida das vítimas e representam o autoritarismo e a sobrevivência do machismo, que são uma doença em nossa sociedade.

É triste e repulsivo ver agressores e assediadores serem laureados e terem suas atitudes convalidadas por quem deveria educar e combater toda forma de violência contra a mulher.

Frisamos que a imprensa tem o dever de noticiar todo e qualquer agressor de mulheres e o Poder Público tem o dever moral de não admitir homens que praticam esses crimes.

Uma sociedade que mascara hipocritamente fatos como esses,  perdem qualquer moral, passando a ser alvo de toda e qualquer desconfiança.

É com desprezo e com discurso de impaciência e intolerância que deixamos claro o quanto a covardia, a estupidez e os impulsos primitivos tornam doentia a sociedade que vivemos, e revelam como as diferentes formas de violência contra as mulheres são aceitas, vilipendiando os direitos das mulheres, incitando a violência e evocando o machismo que ataca as mulheres de modo cruel e extremamente agressivo.

Naturalizar, omitir e coroar o comportamento agressivo do homem é ser cúmplice da violência, é praticar o crime de incitação à violência contra as mulheres.

Dessa forma, manifestamos nosso total repúdio a qualquer manifestação de violência contra as mulheres, bem como a toda e qualquer incitação que venha a tolerá-las, incentivá-las ou relativizá-las.

Essa violência é diária e sentida por muitas de nós, silenciada e mascarada pelo Estado e “invisível” aos olhos da sociedade.

Para que a violência contra as mulheres tenha fim, é necessário enfrentar os valores e ideias que ainda naturalizam este tipo de violência e que tentam justificá-la e banalizá-la.

Ademais, a perversidade com que o patriarcado atua, faz inclusive com que até outras mulheres culpabilizem a vítima, e trabalhem em prol desse sistema opressivo.

BASTA DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER! Não reproduza o machismo, não ecoe o patriarcado, não dissemine a opressão, e principalmente não enalteça o agressor.

Por fim, fica o nosso questionamento: o que o Poder Público municipal está fazendo com relação e educação ao combate a violência contra a mulher? Quais são as políticas públicas afirmativas para trabalhar a violência contra as mulheres?

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*Via Face

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