sexta-feira, 29 de setembro de 2023

NOTA DO PT-RS: REPÚDIO A DECLARAÇÕES FALSAS E XENOFÓBICAS EM UNISTALDA

 


O Diretório Estadual do PT-RS expressa forte repúdio às declarações recentes da Vereadora Ruth Melo [PP] de Unistalda na Câmara Municipal. Suas afirmações disseminaram desinformação e xenofobia contra uma pessoa, pelo fato de a mesma ser nordestina. 

É inaceitável que uma representante eleita promova desinformação e preconceito. As declarações da Vereadora sobre banheiros unissex nas escolas são irresponsáveis e falsas, minando a construção de uma sociedade justa e informada. 

Repudiamos veementemente suas declarações xenofóbicas, que não condizem com valores democráticos. A xenofobia é contrária aos direitos humanos e à convivência harmoniosa entre brasileiros de todas as regiões. 

É crucial que agentes públicos atuem com responsabilidade e ética, promovendo o bem-estar sem recorrer a mentiras e discursos de ódio. Rejeitamos as atitudes da Vereadora Ruth Melo e incentivamos a sociedade a valorizar o respeito à diversidade e o debate baseado em fatos. 

Diretório Estadual do PT-RS. 

Porto Alegre, 28 de setembro de 2023.


*Fonte: site do PT-RS

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Vandalizado o túmulo do ex-Deputado Federal Milton Garcia Dutra no cemitério de Santiago/RS*

 


Santiago/RS - 'O túmulo do santiaguense MILTON GARCIA DUTRA foi vandalizado no cemitério público municipal de Santiago. Milton Garcia Dutra foi Advogado, Promotor de Justiça, Delegado de Polícia e Deputado Federal [PTB] cassado pela ditadura militar em 64 e agora seu túmulo sofre essa violência, após ser totalmente restaurado pela família. Recentemente, seu filho, o Dr. Yamil Dutra, que atuou no Senado Federal e na embaixada do Brasil nos ESTADOS UNIDOS,  esteve em Santiago para rever as reformas e pinturas no túmulo do seu pai. (...) 

O cemitério de Santiago é tão atrasado que sequer têm câmeras de segurança e os túmulos são expostos a danificação por rivalidade político ideológica. Pelo visto, nem guardas o cemitério têm.'

O protesto do Dr. Yamil Dutra: 

“Bom dia, Sr. Paulo!

Esta manhã, fui informado e por meio de fotografias, de que a capela de minha família no cemitério municipal, em Santiago, foi vandalizada por meio de pichações. Estou extremamente indignado, especialmente depois de ter feito o esforço com a renovação, pintura e manutenção do local seguindo os regulamentos e no sentido de apoiar o desenvolvimento estético do cemitério. Estou solicitando que a Prefeitura tome as medidas de segurança necessárias, investigue e penalize os vândalos e cubra as despesas de limpeza e nova pintura das estruturas afetadas. Segundo fui informado, outras sepulturas foram afetadas pelos criminosos. Agradeço sua atenção e ação em relação a este assunto.

Atenciosamente,

Yamil e Sousa Dutra
...

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

CPI do MST confirma isolamento da extrema direita; movimento mostra força social

 

Parlamentares progressistas usam boné em apoio ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra durante depoimento do dirigente João Pedro Stedile à CPI do MST no dia 15 de agosto - Igor Carvalho/ Brasil de Fato

Para analistas, 'o bolsonarismo saiu chamuscado' e Câmara dos Deputados teve imagem 'desgastada'.

*Clique Aqui para ler na íntegra (via Brasil de Fato).

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

PT SANTIAGUENSE REALIZARÁ PLENÁRIA MUNICIPAL DIA 30/09

 

 


Santiago/RS - A Comissão Executiva Municipal Provisória do Partido dos Trabalhadores - PT, recentemente reunida, dentre outros assuntos, confirmou a realização da sua Plenária Municipal Extraordinária - Pedex - no próximo dia 30 de setembro. A mesma ocorrerá no salão de festas do Edifício Centenário, Av. Getúlio Vargas, 1971 – Centro de Santiago/RS.

Segundo o Presidente da Executiva Municipal do PT, advogado Júlio César Schmitt Garcia, a realização da Plenária este ano nos municípios onde existe Comissão Provisória, como é o caso de Santiago, é determinação da Direção Nacional do partido, e visa reorganizar o mesmo, tendo como foco também as eleições municipais do ano vindouro, onde o PT terá um papel importante na luta pela alternância do poder a nível municipal.

Além da discussão sobre temas de relevância como Conjuntura Nacional, Estadual e Municipal, os participantes – filiados ao partido no município -  realizarão análise das principais ações do Governo Federal liderado pelo Presidente Lula e, por fim, deverão eleger a nova direção municipal do partido (Diretório Municipal e Executiva), que terá um mandato de dois anos.

“Temos trabalhado, desde que assumimos a direção municipal do PT em março do ano passado, no sentido de reorganizá-lo, reunificá-lo e prepará-lo para os próximos embates políticos e eleitorais”, disse Júlio Garcia (que também foi um dos fundadores do PT no RS e em Santiago), que informou também que, devido a outros importantes compromissos – profissionais e políticos -  não deverá concorrer à reeleição para a presidência do mesmo. “Agradeço as manifestações de apoio que tenho recebido mas tenho consciência de que já dei minha contribuição ao longo destes anos todos; além disso, a alternância é muito importante e salutar. Espero agora que consigamos resgatar a unidade partidária e fazermos uma chapa minimamente consensual para que nossos objetivos - tanto táticos quanto estratégicos - sejam alcançados o mais rápido possível”, enfatizou. 

A Plenária do PT santiaguense está prevista para iniciar às 9 horas, devendo ser encerrada às 17 horas.

Secretaria de Comunicação do PT de Santiago/RS

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

A Guerra dos Farrapos e seus Lanceiros Negros Traídos

 


Por Hemerson Ferreira*

Um breve resumo de como os Farroupilhas sulistas recrutaram e depois descartaram seus soldados negros 

Durante a chamada Guerra dos Farrapos no Rio Grande do Sul (1835-45), quando um homem livre era chamado a servir tanto nas forças rebeldes quanto nas imperiais, podia enviar em seu lugar (ou no lugar de um filho seu) um de seus trabalhadores escravizados. Em alguns casos, o alforriavam e alistavam. Também foi prática comum buscar atrair ou tomar cativos das tropas inimigas, trazendo-os para seu lado. O primeiro exército a utilizar negros escravizados como soldados foram os imperiais. Precisando também formar uma infantaria e sobretudo preferindo enviá-los como bucha-de-canhão, morrendo na frente em seu lugar, farrapos também os alistaram: eram os famosos Lanceiros Negros. Ambos, farrapos ou imperiais, prometiam também liberdade aqueles que desertassem das tropas rivais, mudando de lado.

A maioria dos cativos que combateu nesta guerra foi obrigada a fazê-lo diante das condições impostas. Por outro lado, apesar da guerra ser horrível e violenta, era até preferível a vida militar, com seus esporádicos combates, do que as agruras diárias da escravidão. A promessa de liberdade após o fim da luta certamente pode ter influenciado em muito o recrutamento daqueles homens. Uma promessa, aliás e como veremos, jamais cumprida.

Não havia igualdade nas tropas farroupilhas, muito menos democracia racial. Negros e brancos marchavam, comiam, dormiam, lutavam e morriam separadamente. Os oficiais dos combatentes negros eram brancos, e jamais um negro chegou a um posto significante, mesmo que intermediário, de comando. Aos Lanceiros Negros era vedado o uso de espadas e armas de fogo de grande porte. Não lutavam a cavalo, como costumam mostrar nos filmes e mini-séries de TV, mas sim a pé, pois havia o risco de se rebelar ou fugir. Sua arma principal era a grande lança de madeira que lhes deu nome e fama, algumas facas, facões, pequenas garruchas, os pés descalços, a bravura e o anseio pela liberdade prometida.

Seria anacronismo se quiséssemos que líderes farroupilhas tivessem um comportamento ou posições políticas avançadas e assim diferentes das existentes em seu tempo, mas defesa da Abolição da escravidão era bem conhecida e nada alienígena na época. Uma Abolição começou a ser decretada em Portugal em 1767, proibindo que fossem enviados para o reino mais cativos vindos da África, e em 1773 foi decretada uma Lei do Ventre Livre naquele país. Na Dinamarca, isso se deu em 1792. Na França, em 1794 (ainda que Napoleão tenha tentado restabelecer a escravidão no Haiti em 1802). No México, uma primeira tentativa de Abolição foi feita em 1810, mas foi finalmente vitoriosa em 1829. Bolívar libertou cativos em 1816-7, durante suas lutas por independência, e finalmente aboliu a escravatura em 1821. A Inglaterra, que havia findado a escravidão pouco antes da Revolta dos Farrapos, pressionava o Brasil pelo fim do tráfico negreiro desde 1808. Willian Wilbeforce, um dos maiores abolicionistas da história, morreu em 1833, ou seja, dois anos antes da guerra no Sul do Brasil. Farrapos, portanto, conheciam, sim, e muito bem o abolicionismo.

Entretanto, os principais chefes farrapos, Bento Gonçalves, Canabarro, Gomes Jardim e até Netto, dentre outros, eram todos ferrenhos escravistas. Quando aprisionado e enviado para a Corte no Rio de Janeiro, Bento Gonçalves teve o direito de levar consigo um de seus cativos para lhe servir. Ao morrer, o mais conhecido líder farroupilha deixou terras, gado e quase cinqüenta trabalhadores escravizados de herança aos seus familiares. Bem diferente do que fizera Artigas no Uruguai anos antes, os farrapos jamais propuseram uma reforma agrária ou mesmo uma distribuição de terras entre seus soldados, mesmo os brancos pobres, que dirá os negros. A defesa da escravidão era tão clara entre os chefes farrapos a ponto deles jamais sequer terem mencionado o fim do tráfico negreiro.

Ao fim da guerra e já quase totalmente derrotados, os farrapos incluíram entre suas exigências para o Império o cumprimento da promessa de liberdade que haviam feitos aos Lanceiros (principalmente porque temiam que eles formassem uma guerrilha negra na província já que a quebra da promessa os faria se rebelar ou fugir para o Uruguai, destino comum de diversos cativos fugitivos na época). Queriam entregar-se ao Império, acabar a guerra, voltar à normalidade, mas tinham os Lanceiros e a promessa que lhes haviam feito, e o Império, escravista até a medula, não queria cumprir essa parte do acordo.

Que fazer então? A questão foi resolvida na madrugada de 14 de novembro de 1844, quando o general farrapo David Canabarro entregou seus Lanceiros desarmados ao inimigo, tudo previamente combinado com Caxias. E no serro de Porongos, hoje região de Pinheiro Machado (interior do Rio Grande do Sul), foi dizimada quase toda a infantaria negra, enterrando de vez a preocupação dos farrapos e acelerando assim a paz com o Império. A instrução de Caxias a um de seus comandados foi clara e objetiva: a batalha teria que ser conduzida de forma tal que poupar apenas e dentro do possível o sangue de brasileiros (e o negro era então tratado como africano, mesmo que já nascido no Brasil).

Alguns historiadores apologistas ou folcloristas de CTGs consideraram aquela traição como Surpresa, já que pela primeira vez que o então vigilante Davi Canabarro teria sido surpreendido pelo inimigo. Conversa fiada! Enquanto dispôs suas tropas negras de tal maneira que ficassem desarmadas e descobertas, algo que até então nunca havia feito, Canabarro se encontrava bem longe e seguro do local, nos braços de Papagaia, alcunha de uma amante sua.

Após o combate, um relato oficial avisou a Caxias que pelo menos 80% dos corpos caídos no campo de Porongos eram de homens negros. Calcula-se que, nos últimos anos daquele conflito, os farrapos ao todo somavam uns cinco mil homens, sendo que algo em torno de mil eram Lanceiros Negros. Após o Massacre de Porongos, porém, restaram apenas uns 120 deles, feridos, alguns mutilados, e que foram primeiramente enviados para uma prisão no centro do país e depois dispersados para outras províncias, ainda mantidos como cativos.

Feito isso, deu-se a chamada rendição e paz do Poncho Verde, onde senhores escravistas dos dois lados trocaram abraços e promessas de lealdade e, logo depois, marcharam juntos e sob a mesma bandeira imperial contra o Uruguai, Argentina e Paraguai. 

*Hemerson Ferreira é Professor de História - hemersonfer@bol.com.br

-Via Blog Desobediência Vegana "Que todo folclore serve para idolatrar chefetes, ricos e poderosos, já afirmou Ezio Flavio Bazzo em seus livros. Reparem como todo tradicionalismo, folclore, sempre tem a ver com religião, endeusamento de reis, deuses inatingíveis e cruéis, puro puxa-saquismo barato, travestido em vestimentas cada vez mais ornamentadas e caras. CTG, meu amigo, é para quem pode." (Blog D. V.). 

- Acima, capa do livro do historiador Tau Golin. (Nota deste Editor).

Porto Alegre: Guarda Municipal agride deputada e Melo desiste de vender prédio ocupado por movimento social

Deputada Laura Sito (PT) foi atingida com gás de pimenta e balas de borracha em frente a ocupação criada neste sábado (16), no centro da Capital

Prédio na Rua dos Andradas foi ocupado na manhã desta sábado (16). Foto: Divulgação/MNLM

Horas após o início da ocupação ReXistência POA, iniciada na manhã deste sábado (16) no número 1.780 da Rua dos Andradas, no Centro Histórico de Porto Alegre, o governo do prefeito Sebastião Melo (MDB) anunciou a intenção de desistir de vender o imóvel. A decisão ocorre pouco depois de membros da Guarda Municipal agredirem com spray de pimenta e tiro de bala da borracha a deputada estadual Laura Sito (PT) e apoiadores que pretendiam entregar marmitas de almoço para integrantes do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM). 

De acordo com a deputada, o secretário de Habitação e Regularização Fundiária, André Machado, havia permitido a entrega do almoço, mas mesmo assim a Guarda Municipal agiu contra ela e mais cerca de 15 apoiadores do movimento. “Tomei um spray no rosto e um tiro na perna”, afirma Laura, instantes após fazer exame de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML) da capital. 

A parlamentar destaca que os agentes da Guarda Municipal estavam sem identificação, o que é irregular. Ela conta ter conversado, após o incidente, com o secretário Machado e com o prefeito Melo, que lhe garantiram que a agressão será investigada. 

“Se fazem isso comigo, uma deputada, imagino como seria uma ação de reintegração de posso com os ocupantes que não são parlamentares”, ponderou Laura. (...)

*Continue lendo a postagem do jornalista Luciano Velleda clicando AQUI

sábado, 16 de setembro de 2023

O bolsonarismo faz mal aos bolsonaristas

 


Por Régis Barros*

Reparem no título. A partir dele, falarei do “patriota”, mas não de qualquer patriota. 

Falarei rapidamente do patriota bolsonarista. Em tese e em essência, ele é diferente do que conhecemos como um patriota de verdade. 

Esse “patriota” do qual me refiro não tem nada de patriotismo. Ele, na verdade, está preso em suas próprias ideias deliroides que são retroalimentadas por uma horda política. 

Eles, os “patriotas”, são usados, na cara dura, por aqueles que, de fato, têm um projeto político pessoal. 

Esse “patriota” é facilmente influenciável. Ele acredita em tudo que é propagado pelos chefes da súcia reacionária. 

Daí, eles, num transe coletivo e num delírio compartilhado, gritam “eu autorizo” e fecham rodovias e acampam em quartéis e invadem a Praça dos 3 Poderes e destroem os prédios dos poderes constituídos. 

O “patriota” bolsonarista não percebe, por exemplo, que, numa democracia, isso não se sustenta. Que numa democracia, que é o maior alicerce do patriotismo, isso não é possível. 

Esse “patriota” atua, de fato, como um antipatriota. 

Diante de tudo isso, qual seria a consequência? 

A resposta é simples. Eles são detidos, fichados, submetidos aos inquéritos e alguns presos.

Depois disso, há um dado claro de realidade. Alguns acordam do transe, outros não. 

Os que continuam no sono deliroide vão se perdendo cada vez mais. Eles logicamente são esquecidos pela malta que os motivaram a realizar tais atos. 

Sozinhos e esquecidos, eles vão sentindo na pele que a conspiração contra a democracia é grave. Apesar disso, muitos deles continuam sem querer entender. 

Cito, como exemplo disso, os três primeiros “patriotas” julgados e condenados pelo STF. Eles foram representados por advogados que, possivelmente, também, eram bolsonaristas.

O resultado foi o que vimos ontem — um show de horrores. Não houve defesa. Os patronos não defenderam seus clientes. 

Como convencional no bolsonarismo, o objetivo foi lacrar para jogar a “lacração” nas suas mídias sociais. 

Os réus nem defesa tiveram. O bolsonarismo é isso. É uma terra arrasada. Um fenômeno social e humano que suga dos próprios bolsonaristas. É isso. 

Logo, o bolsonarismo faz mal a todos, inclusive aos bolsonaristas. 

*Régis Barros é médico psiquiatra. Mestre e doutor em Saúde Mental pela Faculdade de Medicina da Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). - Via Viomundo

sábado, 9 de setembro de 2023

O CORONEL CID, OS MILITARES, O GOLPE – E LULA.

  


Por Luis Felipe Miguel*

Cid, que não é tão tolo quanto parece, trocou de advogado faz pouco tempo. O novo é um especialista em delações premiadas. O recado foi dado. O comando do Exército mostrou que entendeu. Enquanto isso, o ministro da Defesa de Lula, o indefectível José Múcio, corre para defender os generais. 

O coronel Mauro Cid optou por ficar calado na CPI. Já era esperado. A surpresa foi ele ir fardado. 

Pior, o comando do Exército fez questão de anunciar que partiu dele a orientação para que Cid comparecesse assim. 

Quando a coisa pegou um pouco mal, o Exército adotou sua manobra militar favorita: mentiu. Disse que era regra que todos os militares da ativa depusessem fardados. 

Mas Jean Lawand, coronel da ativa e conspirador golpista como Cid, o do “sem aloprar”, prestou depoimento vestido de civil, há duas semanas. 

O que o Exército sinaliza é que está do lado de Cid, tanto que se dispõe a intimidar o Congresso. 

Certamente não é uma manifestação de solidariedade ao coronel, nem mesmo deferência a seu pai, também Mauro Cid, que é general de pijama. O Exército teme que ele dê com a língua nos dentes e comprometa gente graúda, de generais do Alto Comando até o próprio Jair. 

Cid, que não é tão tolo quanto parece, trocou de advogado faz pouco tempo. O novo é um especialista em delações premiadas. O recado foi dado. O comando do Exército mostrou que entendeu. 

Enquanto isso, o ministro da Defesa de Lula, o indefectível José Múcio, corre para defender os generais. 

Afirmou que Cid fardado “não foi afronta” ao Congresso. Antecipou julgamento afirmando que o comando do Exército “não participou daquilo” – e falou “aquilo” para não ter que falar “golpe”. Elaborou uma “tese” dizendo que os militares estão divididos entre “legalistas” (onde???) e “indignados”. 

Sim, “indignados”. É quase um elogio ao caráter dos golpistas. 

Lula está mexendo no governo para acomodar o Centrão. Vai ceder ministérios, a Caixa Econômica, o escambau. É o jogo, dirão os pragmáticos. 

Pois é em nome do realismo político bem compreendido que Lula precisa trocar seu ministro da Defesa, colocando no cargo alguém comprometido com o primado do poder civil. Sem isso, a democracia que queremos construir sempre será frágil e instável.

...

*Luis Felipe Miguel é doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professor titular do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasilia (UnB), onde coordena o Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades (Demodê). Entre os livros de sua autoria estão Mito e discurso político (Editora Unicamp, 2000), Política e mídia no Brasil: episódios da história recente (Plano, 2002), O nascimento da política moderna (Editora UnB, 2007), Caleidoscópio convexo: mulheres, política e mídia (com Flavia Biroli, Editora Unesp, 2011), Feminismo e política: uma introdução (com Flavia Biroli, Boitempo, 2014), Democracia e representação: territórios em disputa (Editora Unesp, 2014) e Consenso e conflito na democracia contemporânea (Editora Unesp, 2017). 

**Via Fórum21

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Governo federal reconhece estado de calamidade de 79 cidades no RS

 

Muçum é um dos municípios mais atingidos pelas chuvas. Foto: Luis Gustavo Bettinelli/Prefeitura de Muçum 

Da Agência Brasil* 

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) reconheceu nesta quinta-feira (7) estado de calamidade pública de 79 cidades do Rio Grande do Sul. Segundo a pasta, a medida visa agilizar o atendimento da Defesa Civil Nacional e dos órgãos competentes à população do Rio Grande do Sul afetada pela passagem de um ciclone extratropical nesta semana. Segundo a Defesa Civil estadual, 79 municípios foram atingidos, com mais de 1,6 mil pessoas desabrigadas, 3 mil desalojadas e mais de 52 mil afetadas de alguma forma. O número de mortos jáchega a 39. 

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Com o estado de calamidade, os municípios poderão solicitar recursos. Eles também poderão apresentar planos de trabalho para reconstrução das áreas atingidas. Os recursos servem para socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestrutura destruída ou danificada, como estradas. 

O ministério informou que a solicitação deve ser feita por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD) Com base nas informações enviadas, a Defesa Civil Nacional avalia as metas e os valores solicitados. Com a aprovação, é publicada portaria no DOU com o valor a ser liberado. 

De acordo com a pasta, equipes da Defesa Civil Nacional estão no Rio Grande do Sul desde segunda-feira (4), dando apoio às prefeituras das cidades atingidas na elaboração dos pedidos de reconhecimento de situação de emergência e de repasse de recursos para assistência humanitária e restabelecimento dos serviços essenciais. 

As cidades que tiveram o estado de calamidade reconhecido são: Água Santa; André da Rocha; Arroio do Meio; Bento Gonçalves; Boa Vista das Missões; Boa Vista do Buricá; Bom Jesus; Bom Retiro do Sul; Cachoeira do Sul; Cachoeirinha; Camargo; Campestre da Serra; Candelária; Carlos Barbosa; Casca; Caxias do Sul; Chapada; Charqueadas; Ciríaco; Colinas; Coqueiros do Sul; Cotiporã; Coxilha; Cruz Alta; Cruzeiro do Sul; David Canabarro; Encantado; Erechim; Espumoso; Estação; Estrela; Eugênio de Castro; Farroupilha; Getúlio Vargas; Ibiraiaras; Imigrantes; Ipê; Itapuca; Jacuizinho; Jaguarí; Lagoão; Lajeado; Lajeado do Bugre; Mato Castelhano; Marau, Montauri; Montenegro; Muçum; Muliterno; Nova Araçá; Nova Bassano; Nova Roma do Sul; Novo Hamburgo; Palmeiras das Missões; Panambi; Paraí; Passo Fundo; Protásio Alves; Roca Sales; Sagrada Família; Santa Maria; Santa Tereza; Santo Ângelo; Santo Antônio do Palma; Santo Cristo; Santo Expedito do Sul; São Domingos do Sul; São Jerônimo; São Jorge; São Nicolau; São Sebastião do Caí; Sapiranga; Sarandi; Sede Nova; Serafina Corrêa; Sertão; Taquari; Vacaria e Vanini.

*Via Sul21