terça-feira, 26 de dezembro de 2023

PERIGOS DO ASFALTAMENTO EXCESSIVO EM NOSSAS RUAS E ESTRADAS

 

Coluna Crítica & Autocrítica - nº 223

Por Júlio Garcia**

*SOBRE OS PERIGOS DO ASFALTAMENTO EXCESSIVO EM NOSSAS RUAS E ESTRADAS – PARTE I -  A seguir, a Coluna reproduz importante estudo (oriundo do site e-Cycle) sobre esse tema que, com certeza, preocupa cada vez mais as pessoas minimamente preocupadas não somente com as questões ecológicas/ambientais, mas também com a saúde e segurança da população, sendo que Santiago e Região não se constituem em exceção:

“Asfalto tem impactos ambientais em todas as etapas de sua produção, até mesmo quando já está aplicado e sendo utilizado. É uma substância obtida a partir do petróleo e é utilizada para a pavimentação de ruas e estradas. O asfalto é feito a partir de fontes não renováveis e apresenta diversos impactos ambientais em todo seu processo de produção e aplicação. Para ir na contramão disso, cientistas buscam desenvolver alternativas mais sustentáveis, usando desde resíduos de construção até borra de café.

O asfalto é o resíduo obtido a partir da destilação fracionada do petróleo, em que há separação de misturas. O resíduo gerado é chamado de ligante betuminoso.

O asfalto tem propriedade impermeável à água e baixa reatividade química a muitos agentes, como ácidos, álcalis e sais. Essa é uma característica que evita que o material sofra processo de envelhecimento por oxidação lenta ao entrar em contato com o ar ou com a água.

Ele tem compostos de hidrogênio, carbono e, em proporções menores, nitrogênio, enxofre e oxigênio. Contudo, essa composição pode variar de acordo com a fonte do petróleo e com o tipo de fracionamento utilizado. Além do processo de destilação em unidades industriais, como as usinas de asfalto, ele também pode ser obtido pela evaporação natural de depósitos localizados na superfície terrestre, sendo chamados de asfaltos naturais.

Mas o asfalto obtido a partir da destilação se popularizou por suas características resistentes, tornando-se fonte comum para a pavimentação.

*IMPACTO AMBIENTAL

O asfalto tem impactos ambientais em cada fase de sua produção. Para começar, ele é um produto à base de petróleo que, para ser obtido, envolve a perfuração, mineração e processamento. Durante todas essas etapas, além de ser utilizada uma fonte não renovável, bastante energia é gasta e diversos gases nocivos ao meio ambiente são emitidos.

O asfalto possui componentes aromáticos e saturados, resinas e asfaltenos, sendo que os asfaltenos são constituídos de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos que fazem parte de uma das classes de compostos químicos mais poluentes.

Além disso, certos tipos de asfalto utilizam o querosene como solvente. O querosene é adicionado aos cimentos asfálticos e, quando derramado sobre o solo, pode ocorrer lixiviação e contaminação de lençóis freáticos. Dependendo da quantidade de querosene utilizada, a substância pode causar infertilidade do solo.

Parte do querosene evapora, resultando em emissões de gases nocivos ao meio ambiente e também à saúde das pessoas que trabalham na aplicação do asfalto.

Depois de aplicado, o asfalto continua gerando impactos, contribuindo, por exemplo, para a poluição da água. A percolação da água no pavimento acaba contaminando lagos, rios, riachos e oceanos. Em um estudo, pesquisadores de Yale descobriram que, mesmo depois de aplicado, o asfalto continua a liberar misturas complexas de compostos orgânicos, incluindo poluentes perigosos.

Em dias muito quentes, o asfalto pode amolecer, acelerando os vazamentos de emissões em até 300%, segundo a pesquisa. Trata-se, portanto, de mais uma fonte de emissões que pode liberar uma quantidade significativa de material particulado fino no ar e ainda é ignorada.

Vale lembrar que a poluição causada pelo material particulado é reconhecida como um problema significativo para a saúde pública. Segundo as estimativas da pesquisa, em Los Angeles, a emissão de partículas finas proveniente do asfalto na região é comparável à liderada pelos veículos.”  (Continua na próxima edição).

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**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, ecologista, dirigente político (um dos fundadores do PT e da CUT), 'poeta bissexto', articulista e midioativista. - Coluna originalmente publicada no Jornal A Folha (do qual é Colunista, que circula em Santiago/RS e Região) em 22/12/2023.

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