Brasil pede fim ao
massacre de palestinos por Israel. Dos mais de 22 mil mortos, 70% são mulheres
e crianças. “Filósofo” diz que o partido de Lula é “antissemita”
Pondé parece não poupar
esforços, embora sem argumentos, para justificar o assassinato de crianças
Por Gabriel Valery, da
RBA*
São Paulo – O “filósofo”
Luiz Felipe Pondé enfrenta um grande rechaço nas redes sociais após tecer
críticas sem fundamento sobre a questão da Palestina. Israel vem massacrando
civis de forma inconsequente na Faixa de Gaza, último território independente
árabe na região. Trata-se do golpe final da “Nakba”, como chamam os palestinos
a ocupação sionista na região que, desde 1948, extermina sistematicamente, com
ataques diretos e indiretos, a população e cultura local.
Ignorando todo o contexto
histórico, Pondé aproveitou o caso para atacar um velho “inimigo”: o PT. A
partir de ofensas sem base, de forma gratuita, segundo os internautas, o
“filósofo” acusou o PT de “antissemita” por pedir paz na região. Desde o início
da influência política do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a
posição é clara: a existência pacífica de duas nações, uma palestina e outra
israelense. Contudo, Pondé busca legitimar o massacre de civis a partir de
ofensas rasas.
Mais de 22 mil mortos
desde outubro do ano passado. Entre eles, mais de 80 jornalistas. Sem contar o
grande número de trabalhadores de entidades como da ONU e dos Médicos sem
Fronteiras. Isso porque hospitais e escolas são alvos preferenciais do exército
sionista de Benjamin Netanyahu. Também vale lembrar que Gaza, único território
que ainda não vivia ocupação militar e opressão sionista, tem população
majoritariamente jovem. Por isso, 70% dos mortos são mulheres – mais de 500 mil
grávidas – e crianças.
Contudo, Pondé parece não
poupar esforços, embora sem argumentos, para justificar o assassinato de
crianças.
“Argumento” e má fé
Pondé, o “filósofo”,
disse “Lula acaba de apoiar a acusação de Israel estar cometendo genocídio.
Quem sabe agora, afora os judeus idiotas antissemitas de plantão, que o PT,
Lula e seus asseclas, nunca mais ganhe (sic) votos da comunidade judaica. Nem
no município, nem no estado, nem nas eleições federais”. Isso, porque o governo
brasileiro apoiou ação da África do Sul, junto de boa parte da comunidade
internacional, no Tribunal Penal Internacional em Haia. O pedido é simples: o
cessar-fogo. O fim da morte de inocentes.
Então, a realidade é
muito distinta do que propõe a fala rasa de Pondé em seu domínio no X, antigo
Twitter. Judeus de todo o mundo rechaçam as ações de Israel. Inclusive,
palestinos são semitas. Logo, pensadores árabes não recuam em afirmar, com
argumentos, que o maior ataque antissemita desde o nazismo é praticado hoje.
Por Israel. Mas o “pensador” não desiste da insistência infundada. “Depois dos
arroubos antissemitas da guerra Israel-Hamas, chorando lágrimas de crocodilo
pelos palestinos, cadê a moçadinha pra defender a Guiana? Vão é tirar sarro da
Guiana porque se você é da gangue, você pode tudo”, disse em uma rede social.
Vale lembrar que o embate
entre a Venezuela e a Guiana não tem conflito armado. Não tem um habitante da
Guiana morto. Sequer uma criança. De nenhum dos lados. A retórica bruta e
emburrecida de Pondé busca legitimar o assassinato de crianças. Esse é o fato
que as redes sociais colocaram em evidência.
*Viahttps://www.redebrasilatual.com.br/