sábado, 20 de janeiro de 2024

Coluna Crítica & Autocrítica - nº 225




Por Júlio Garcia**

*SOBRE OS PERIGOS DO ASFALTAMENTO EXCESSIVO EM NOSSAS RUAS E ESTRADAS – PARTE II - A Coluna reproduz a segunda parte deste importante estudo (oriundo do site e-Cycle) sobre esse tema que, com certeza -  conforme enfatizamos na edição anterior -, “preocupa cada vez mais as pessoas minimamente comprometidas não somente com as questões ecológicas/ambientais, mas também com a saúde e a segurança da população (bem como dos animais urbanos e da nossa fauna silvestre), sendo que Santiago e Região não se constituem em exceção”.

Asfalto em demasia, como é sabido por grande parte da população (talvez ainda não pelas ditas ‘autoridades’ municipais, uma vez que essas insistem muitas vezes em pavimentar – desnecessariamente – ruas bem calçadas com paralelepípedos regulares, jogando não raramente asfalto por cima dos mesmos e, assim, também jogando fora o dinheiro público!), polui, alaga ruas e calçadas, contribui para o aumento da velocidade dos veículos, ajudando a causar acidentes e atropelamentos. Hora de refletir responsavelmente sobre isso.

“Existe asfalto ecológico? Quais são as alternativas? - Tendo em vista os impactos ambientais do asfalto, cientistas seguem investigando materiais alternativos para tornar o processo de produção e aplicação mais sustentável.

Pneus e entulho - Uma equipe de engenheiros na Austrália apresentou uma receita feita com pneus descartados e entulho de construção. É a primeira receita a apresentar uma mistura de borracha e entulho e oferece mais flexibilidade do que os materiais convencionais, sendo provavelmente menos sujeito a rachaduras e, ao mesmo tempo, mais ecológico.

Borra de café - Pesquisadores da Swinburne University usaram borra de café como parte de um material de construção de estradas mais sustentáveis, além de outros materiais reciclados, como tijolos quebrados, vidro e concreto. A equipe do projeto uniu borra de café com um produto residual da fabricação de aço, chamado escória, e uma solução alcalina líquida para unir tudo. O resultado foram blocos cilíndricos robustos o suficiente para serem utilizados abaixo da superfície da estrada.

Máscaras cirúrgicas - Em outra pesquisa, cientistas da Universidade RMIT da Austrália utilizaram itens de lixo, como bitucas de cigarro, pneus descartados, entulho de construção e máscaras cirúrgicas para criarem materiais rodoviários de alto desempenho. A equipe experimentou diferentes receitas para produzir agregado de concreto reciclado. Quando adicionaram um por cento de máscara facial retalhada obtiveram um resultado mais dúctil e flexível. Se esse material fosse usado para uma estrada de duas pistas de um quilômetro poderiam evitar que 93 toneladas de lixo fossem para os aterros sanitários.

Cordas - Uma equipe de pesquisadores na Suíça investigou o uso de cordas cuidadosamente colocadas por braços robóticos para unir asfalto no lugar de betume prejudicial ao meio ambiente. É a primeira vez que utilizam métodos de construção digitalizados. Nesse projeto, em vez de usarem concreto para unir as pedras soltas, o cascalho foi entrelaçado com um fio que mantinha toda a estrutura no lugar. É um experimento inicial, mas os pesquisadores planejam realizar mais testes e obter um pavimento reciclável para o futuro.

Sobras de concreto - Em 2020, a Sabesp anunciou uma usina de reciclagem para produzir asfalto. A matéria-prima são sobras das obras, como pedaços de asfalto, concreto e sarjeta. O asfalto será produzido a partir da técnica que utiliza injeção de ar e de água sob pressão no cimento asfáltico aquecido, resultando em um asfalto espumado que dá mais flexibilidade ao pavimento.”

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**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, ecologista, dirigente político (um dos fundadores do PT e da CUT), 'poeta bissexto', articulista e midioativista. - Coluna originalmente publicada no Jornal A Folha (do qual é Colunista, que circula em Santiago/RS e Região) em 12/01/2024.

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