*SOBRE AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS – “Honestidade na análise: Pro balanço ser correto, é preciso honestidade intelectual na análise. Nas eleições 2024, o que aconteceu foi recuperação de terreno e imaginário político para a Esquerda face a desconstrução originada pelo Golpe de 2016. Ora, o Golpe de 1964 levou mais de duas décadas para ser derrotado. Veio o Golpe de 2016 e com ele a profecia das elites: o PT morreu, a Esquerda acabou. Não se passou uma década e voltamos à presidência da República, além de crescer na eleição de 2024. (...)
Vamos aos fatos? Existem 4 forças políticas poderosas no país: a Esquerda, a Direita, o Centrão e a Máquina. Com raríssimas exceções, esta eleição foi a Esquerda concorrendo sozinha contra as outras três forças. Resultado? Além de algumas vitórias importantes, a Esquerda fazendo em torno de 40%, 45%, 49%. O que isso indica? Nítida recuperação de terreno e imaginário político apenas 8 anos depois de um processo de golpe que pretendeu nos varrer do mapa, apagar a Esquerda dos corações e mentes das pessoas. (...)
O PT cresceu mais de 30% no número de prefeituras, volta a governar capital, após duas eleições em branco, e contou com vitórias importantes em cidades com mais de 200 mil eleitores, como Fortaleza, Pelotas, Camaçari, Mauá, Contagem e Juiz de Fora. Tudo num cenário de maior nível de reeleições da história. Além disso, uma nova geração quadros está vindo, especialmente com mandatos vibrantes em capitais e grandes cidades, vereadores jovens e conectados com novas e antigas pautas, além da manutenção de quadros já tradicionais.
Em Porto Alegre o PT voltou a ser o mais votado da cidade e a ter a maior bancada na Câmara de Vereadores. Junto, PSol e PCdoB elegeram bancadas representativas e a Esquerda cresceu em seu conjunto. Já Maria do Rosário [PT], acompanhada de Tamyres [(PSOL], defendeu uma linha que era exatamente o que a militância e as direções dos partidos desejavam, representou nosso programa e deixou um legado de temas e pautas para que a oposição a Melo esteja estruturada em sua luta. Não teve denúncia que não foi feita, proposta que não foi publicizada, pauta que não foi apresentada. Em todos os debates Maria se apresentou com uma postura firme, impecável.
Com as dificuldades mil do enfrentamento às elites e à Extrema-Direita deste país, é preciso perceber que mantivemos e avançamos em terreno e imaginário. Zero a lamentar e pouco a descansar. Todos nossos esforços a não só preparar o enfrentamento de 2026, mas também em fazer a disputa de classe, especialmente no campo econômico e social, com um PT e demais partidos de Esquerda fortalecidos, nítidos em suas causas. Seguimos!” (Resumo do artigo do companheiro cientista político Rodrigo Oliveira no site Sul21. A íntegra também pode ser lida no Blog do Júlio Garcia, que edito).
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*‘A LUTA DE CLASSES É LONGA E TORTUOSA’ - “Desde que surgiram as classes sociais, com o escravismo, existe a luta de classes. Ela é longa e tortuosa. Há momentos de avanços e retrocessos. Vivemos uma conjuntura de avanços do conservadorismo, da direita e do fascismo em todo mundo (as causas não cabem aqui neste curto espaço).
Uma derrota eleitoral dificulta a luta dos que desejam a transformação, mas não altera radicalmente a correlação de forças, desde que tenhamos disposição para nos organizarmos e definir estratégias de resistência e de luta. Serve, também, para entendermos as enormes limitações do sistema eleitoral liberal burguês.
Nosso objetivo, neste momento tem de ser: organização, formação e luta.” (Considerações do companheiro e professor Eliezer Pacheco, sobre os resultados - e suas consequências - das últimas eleições municipais, especialmente no RS).
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**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, ecologista, 'poeta bissexto', articulista e midioativista. Foi um dos fundadores do PT e da CUT (Nacional e Estadual). Integrou a primeira direção da 1ª Zonal do PT de Porto Alegre e o Diretório Estadual do PT/RS. Também foi Secretário Geral do PT de Canoas/RS, assim como fundador e Presidente do PT de Santiago/RS.
-Coluna originalmente publicada no Jornal A Folha (em 01/11/2024), do qual é Colunista (circula em Santiago/RS e Região).
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