sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O retrato do momento: em 6 dias, duas pesquisas muito diferentes



Seis dias depois de publicar uma pesquisa Ibope apontando um empate técnico na disputa eleitoral no Rio Grande do Sul, o grupo RBS publicou uma nova pesquisa, do Datafolha, com um resultado bem diferente. A diferença entre Tarso Genro e Ana Amélia Lemos, que no Ibope era de apenas um ponto, pulou para nove pontos, seis dias depois, no levantamento da Datafolha.

Como o instituto do Grupo Folha não revelou os critérios da amostragem realizada no Estado, é impossível analisar o significado desta diferença tão grande em tão pouco tempo. Ainda mais quando o único fato político novo neste período foi favorável a Tarso, a saber, o anúncio feito pela presidente Dilma de que o projeto de renegociação da dívida do Estado será votado em novembro deste ano.

Erros grosseiros em pesquisas já obrigaram grupos de comunicação a vir a público dar explicações e pedir desculpas. Os precedentes históricos no Rio Grande do Sul são mais do que suficientes para recomendar cautela com pesquisas. Mais ainda quando dois dos principais institutos de pesquisa do país apontam números tão diferentes em tão pouco tempo.

Considerando os números de Ibope e Datafolha, e levando a sério o chavão “pesquisa é um retrato do momento”, fica difícil entender mudanças drásticas de retrato num curto espaço de tempo. Principalmente quando não se tem acesso à metodologia usada na pesquisa. Essa falta de transparência no momento da divulgação das pesquisas é o principal combustível que alimenta a desconfiança em relação às mesmas.

Seja como for, campanhas eleitorais não devem ser escravas de pesquisas, nem quando elas são boas nem quando são ruins. A campanha nas ruas e os debates estão no início e na próxima semana iniciam os programas de televisão e rádio. A população poderá, assim, conhecer, as ideias e propostas dos candidatos para o Estado. E terá também, finalmente, acesso a informações, sonegadas até aqui, sobre o que foi feito no RS nos últimos três anos e meio. Esse é o melhor caminho para ver o “retrato do momento” no Rio Grande do Sul. (Por Marco Aurélio Weissheimer, via RS Urgente)  http://rsurgente.wordpress.com/

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