Nota do Editor: Excepcionalmente, reproduzo
abaixo, de ZH, a brilhante - e corajosa - crônica assinada pelo
jornalista Moisés Mendes (que - apesar de escrever num órgão do PiG**, literalmente, confirma que ... toda a regra tem
exceção...). Confira:
Por Moisés Mendes*
A melhor piada sobre a
Tática Eduardo Cunha — de tentar aprovar no dia seguinte o que foi rejeitado no
dia anterior — está no site da revista Piauí. Conta que o Brasil poderia
recorrer à tática da repetição, para que, em jogos sucessivos, um dia o Brasil
ganhasse da Alemanha por 7 a 1.
Brasil e Alemanha só iriam
parar de jogar quando o placar mais vexatório de uma Copa se repetisse ao
inverso. O problema é combinar com os alemães.
Outra ideia da Tática
Eduardo Cunha que vem circulando pela Aberta dos Morros é sobre o trauma dos
tucanos. Nesta terça-feira, Aécio Neves disse em entrevista ao Potter e ao
David Coimbra, no Timeline da Gaúcha, que foi reeleito presidente da República
no fim de semana.
Seu Mércio estava ouvindo e
caiu do banquinho. Mas entendeu. É o ato falho de quem deseja muito chegar ao
poder. E pode chegar. Pelo método Cunha de obter vitórias a qualquer custo, o
Brasil faria eleições a cada seis meses, sucessivamente, até que alguém do PSDB
vencesse.
Começaria, por antiguidade,
pelo Serra, que já perdeu duas e tem mais experiência. Depois, viria Alckmin,
com o programa Sua Sede sua Água. Por último, Aécio.
Seu Mércio é guarda de rua
na Aberta. Escuta rádio todo o dia. Ouviu falarem da LECRAV pela primeira vez
na semana passada. A LECRAV é a Lei Eduardo Cunha da Repetição Até a Vitória
(que já seria uma lei, aprovada pelo Congresso, depois de 16 votações sucessivas).
Pela LECRAV, se ao final de
12 anos nenhum tucano for eleito, deve ser tentado então o impeachment de quem
estiver no poder. A Câmara deveria realizar votações consecutivas até a
obtenção de dois terços para a cassação do mandato de Lula, Dilma, do Levy
Fidelix, da Luciana ou da Marina Silva.
Os tucanos teriam o direito
adquirido, depois de muita insistência, de pedir o impeachment de quem
estivesse no governo.
Se for Dilma, se repetirá no
Brasil o que aconteceu com o poderoso ministro das Finanças da Grécia. Yanis
Varoufakis, mandado embora pelos europeus, montou na sua moto e saiu acenando
para os jornalistas. Poderemos ver Dilma deixando o Palácio do Planalto de
bicicleta.
Um dia depois, Aécio — que
assumiria em caso de impeachment — desembarcaria no poder de helicóptero,
apesar de alguns defenderem que deva chegar montado num cavalo branco, com o
Eduardo Cunha ou o Renan Calheiros na garupa.
Mas não desembarcaria em
Brasília, e sim no Aterro do Flamengo. O governo tucano restabeleceria o charme
do Palácio do Catete. Seu Mércio acha que a política retrô é muito mais
divertida no Rio.
***
Quando Aécio disse ao Potter
e ao David, na Rádio Gaúcha, que havia sido reeleito presidente da República no
fim de semana, seu Mércio deu um pulo e quase derramou o café preto em cima do
sabiá.
Seu Mércio, que conversa com
o bicho, pediu desculpas e explicou que alguns sabiás mineiros começam a cantar
antes do tempo.
Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/
**Partido da Imprensa Golpista
**Partido da Imprensa Golpista
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