quinta-feira, 15 de setembro de 2016

‘Provem uma corrupção minha que irei a pé ser preso’, diz Lula


Lula faz pronunciamento sobre as investigações da Lava Jato na sede do PT,
em São Paulo | Foto: Roberto Parizotti / Cut

Por Luís Eduardo Gomes*
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento na tarde desta quinta-feira (15) para rebater as acusações apresentadas contra ele na tarde de ontem por procuradores da força tarefa do Ministério Público Federal (MPF) responsável pela operação Lava Jato. Lula voltou a afirmar que não cometeu atos ilícitos, classificou a coletiva do MPF como “show do pirotecnia” e disse que estava a disposição a prestar depoimentos a qualquer momento. “Provem uma corrupção minha que irei a pé ser preso”, disse o ex-presidente.
Lula iniciou seu pronunciamento afirmando que estava falando como um “cidadão indignado” com as coisas que estão acontecendo no país e que “tem pouca gente com a vida mais pública, mais fiscalizada do que a minha”. Isso desde o tempo em que era dirigente sindical, nas greves de 1978 e 1979, segundo ele.
Ele afirmou ainda que seus adversários queriam fazer com ele, em 2005, o que “fizeram agora com Dilma”. “Uma parcela da mídia brasileira e do poder judiciário agiu do mesmo jeito. Quem viveu aquele período sabe que o objetivo deles era tentar tirar o Lula já em 2005”, disse.
Lula ponderou que os ex-presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart também foram alvos de campanhas de desmoralização. “Pensei: eu não tenho a vocação do Getúlio de me dar um tiro, não tenho a vocação do Jango de sair do Brasil. Portanto, se eles quiserem me tirar, vão ter que disputar comigo na rua. Eles achavam que eu estava vencido. Teve um sociólogo que disse: ‘deixa o Lula sangrar’. Eu não sangrei e fui reeleito em 2006, debaixo da maior baixaria vista até aqui”, disse. “Tenho consciência de que o meu fracasso teria agradado os meus adversários, o meu fracasso não teria despertado tanto ódio no Brasil”, complementou, acrescentando que o ódio contra ele é fruto das políticas de inclusão social e educacional.
Resposta à Lava Jato
Lula afirmou que os governos do PT promoveram o fortalecimento das instituições de controle do Estado, como o Ministério Público e a Polícia Federal e que, no governador de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o procurador-geral da República era conhecido como “engavetador-geral”. Ele ainda disse que, quando convidou o ex-governador Tarso Genro para ser ministro da Justiça, solicitou que estas instituições não agissem com “pirotecnia e que ninguém fosse condenado pela imprensa”, lembrando o caso Escola Base. No entanto, ponderou que isso está ocorrendo no país novamente.
“Hoje, nós vivemos um momento no Brasil que a lógica não é mais o processo, a lógica é a manchete. ‘Quem nós vamos criminalizar pela manchete'”, disse, referindo-se aos procuradores do MPF.
Lula afirmou ter recebido com indignação o anúncio feito pelos procuradores e ironizou a falta de evidências apresentadas no evento. “Eu nunca imaginei passar por isso. As pessoas prometeram tanto, achincalharam tanto, divulgaram tanto, que eu achei que tinha um homônimo”, afirmou. “Descobri que, tanto os meus acusadores, quanto uma parte da imprensa brasileira, estão mais enrascados e comprometidos do que eles pensavam que eu estava. Não existe explicação para o espetáculo de pirotecnia que fizeram ontem”, complementou.
Segundo o ex-presidente, os procuradores convocaram a audiência porque, após as cassações de Dilma e Cunha e a chegada de Temer ao poder, era preciso “concluir a novela” e o desfecho seria “acabar com a vida política do Lula”. (...)
*CLIQUE AQUI para continuar lendo (via Sul21)

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