Segundo
o que já foi divulgado pela revista Veja – porque será que 11 entre 10
policiais federais e promotores preferem a Veja para vazar informações
sigilosas? – a lista de nomes apresentada pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo
Roberto Costa, atingiria meio mundo, ou pouco mais, da política.
Do
falecido Eduardo Campos a deputados de partidos do governo e de outros, integrantes de coligações anti-Dilma,
passando pelos presidentes da Câmara e do Senado, a lista de Costa tem um
imenso potencial explosivo.
Por
isso mesmo, deve ser encarada com muita cautela.
A
começar pelo fato de que é algo que parte de um homem em situação de desespero,
apanhado em um monte de negócios irregulares aqui e lá fora, que estava
ameaçado de 30 anos de prisão e ao qual se acena com uma, na prática,
absolvição.
É
o que narra o Estadão:
“Calcula-se
que Costa poderia pegar pena superior a 50 anos de cadeia se respondesse a
todos os processos derivados da Lava Jato – já é réu em duas ações penais, uma
sobre lavagem de dinheiro desviado da Petrobras, outra sobre ocultação e
destruição de documentos e é investigado em vários outros inquéritos.
Angustiado
com a possibilidade de não sair tão cedo da prisão, ele decidiu delatar como
operava a rede de malfeitos na Petrobras. O acordo prevê que, em troca de suas
revelações, Costa deverá sofrer uma pena tão reduzida, que se aproxima do
perdão judicial”.
Agora,
antes que esse acordo fosse homologado no Supremo, vaza o sigilo e, claro,
mesmo que haja pouca consistência nas suas declarações, cria-se um clima
político para que elas sejam aceitas como verdade absoluta.
Isso
a um mês das eleições.
Uns
dizem que a lista de Costa contém 39 nomes, outros dizem 42 e a “nominata” da
Veja elenca, segundo divulgado no blog de Ricardo Noblat elenca 12. (Aliás, vejo
que a nota foi retirada, mas pode ser conferida aqui)
Seja
qual for o tamanho e sejam quais forem os integrantes, não basta a delação de
um homem acuado, é preciso que haja elementos e fatos para sustentá-la.
Que
empresas financiam campanhas eleitorais, todos sabem e, infelizmente, é essa a
regra num modelo político de financiamento privado de eleições. Só no
financiamento exclusivamente público, proposto por este governo e repelido, de
forma quase unânime, pelos políticos e pela mídia, candidatos não dependem de
empresários.
O
que se tem de verificar, portanto, são quais destes favores empresariais foram
clandestinos e, pior, quais deles foram destinados a enriquecer pessoalmente
seus beneficiários.
Tudo
isso cheira mal e já vinha cheirando, desde que Luís Nassif nos chamou a
atenção sobre um “abraço de afogado” de Aécio Neves.
E
não é apenas o cheiro dos negócios sujos de Costa, aliás afastado do cargo,
contra a vontade dos políticos, pela
mulher a quem se procura atingir: Dilma Rousseff.
Verdade, no Brasil, é algo que quando aparece, é só pela metade.
Verdade, no Brasil, é algo que quando aparece, é só pela metade.
*Por Fernando Britto, no 'Tijolaço' http://tijolaco.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário