O
guarda de trânsito que aceita ou pede uma propina é a essência da corrupção
policial?
A
corrupção no Brasil, como num batalhão da PM, não depende do coronel que o
comanda.
Ponha
Jesus Cristo no comando do 15° Batalhão da PM, em Duque de Caxias, na Baixada
Fluminense, e haverá corrupção.
Não
houve nenhuma campanha eleitoral de grande porte neste país (exclua daí os
candidatos que “marcam posição” e nem todos) que não tenha recebido dinheiro de
empresas.
Todos.
As
doações são legais, embora seja imoral que empresas financiem – e com
abatimento no Imposto de Renda! – candidatos.
Embora
isso não seja verdade em todos os casos, o que impede uma empresa de “lavar” o
dinheiro de um sobrepreço em licitações doando legalmente ao candidato?
Ou
o dinheiro que as empreiteiras deram ao PT é “sujo e da corrupção” e o que
deram ao PSDB, ao PMDB, ao DEM e a todos os outros é “limpinho e cheiroso”?
É
claro que a proibição de doações empresariais não vai tornar a política
brasileira um monastério. Mas, somada à criminalização do “caixa 2″ – que hoje
só existe para a esquerda, vai tornar muito menor, mais difícil e arriscada a
corrupção verdadeira.
E,
às campanhas, mais baratas.
Depois
que os Estados Unidos, há alguns anos,
liberalizaram os critérios de doações empresariais, o gasto das
campanhas presidenciais mais que triplicaram!
Mas
quem se interessa, mesmo, em acabar com a corrupção que o dinheiro faz sobre a
política, muito mais que sobre os políticos?
Quem
é que deseja que o poder econômico deixe de ser a diferença entre os candidatos
que buscam votos, que fazem “dobradinhas” com prefeitos, vereadores, deputados
estaduais, sem as quais não se elegeriam (daí como se animam com o voto
distrital)?
Perguntem
ao Ministro Gilmar Mendes, a quem o país deve o engavetamento, já por 11 meses,
da decisão tomada por 6 votos a um proibindo o financiamento privado das
campanhas.
O
problema da hipocrisia é o de que ela não resiste a um raciocínio honesto.
...
...
*Por Fernando Brito no Blog Tijolaço - http://tijolaco.com.br/
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