segunda-feira, 11 de julho de 2016

A demagogia de Sartori: quem ganha menos, quem ganha mais? (por Sindjus)


Reprodução/ Site Sindjus
Reprodução/ Site Sindjus
Do Sindicato dos Servidores da Justiça do RS
Mais uma vez o governador José Ivo Sartori (PMDB) se manifestou de forma demagógica ao dizer que lutará pelo veto às reposições salariais dos servidores do Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas, na tarde desta segunda-feira.
Disse o governador no seu Twitter: “Se não há condições de dar aumento para quem ganha menos, não posso sancionar aumento para quem ganha mais.”
Se não há condições de dar aumento para quem ganha menos, não posso sancionar aumento para quem ganha mais.
QUEM GANHA MENOS? QUEM GANHA MAIS?
Como as falas do governador são reproduzidas pela imprensa como se fossem sempre verdadeiras, sem qualquer contestação, o Sindjus vem a público novamente para esclarecer algumas coisas.
1. A maior parte das matrículas do Poder Judiciário corresponde a Oficiais Escreventes (mais de 50%), que ganham cerca de três salários mínimos.Apenas nos últimos dois anos ingressaram nos quadros da justiça gaúcha 800 Oficiais Escreventes, ganhando em média menos de R$ 3.500,00, sem os devidos descontos. Atualmente, no judiciário gaúcho, temos 3.402 Oficiais Escreventes, cujos salários iniciais variam entre R$ 3.417,95 e R$ 4.228,04, brutos.
2. EXISTE DINHEIRO NO PODER JUDICIÁRIO PARA PAGAR A REPOSIÇÃO SALARIAL. Essa informação já foi afirmada pelo Tribunal de Justiça, que devolveu R$ 429 milhões ao Executivo em 2015. SE OS VETOS FOREM MANTIDOS, O DINHEIRO NÃO VAI PARA QUEM GANHA MENOS. VAI PAGAR PRIVILÉGIOS E PENDURICALHOS.
3. A folha de pagamento do Poder Judiciário diz respeito a R$ 2,3 bilhões, incluindo juízes, procuradores, promotores – cargos que NÃO ESTÃO CONTEMPLADOS no reajuste previsto nos PLs cujos vetos serão votados amanhã. A arrecadação total do Estado em 2015 foi de R$ 28 bilhões. O orçamento aprovado do Poder Judiciário para 2015 foi de 2,9 bilhões – DEZ POR CENTO (10%) da receita total do Estado.
4. UM TERÇO da receita do Estado é destinada a ISENÇÕES FISCAIS que não são auditadas pelo Tribunal de Contas, conforme denunciado pelo deputado Luís Augusto Lara (PTB) na última quinta-feira (7). Segundo ele, em 2013, as desonerações fiscais chegaram a R$ 13,4 bilhões e, em 2014, atingiram R$ 15 bilhões.
Vamos voltar, então, aos números descritos acima, para que a sociedade compreenda exatamente qual é o montante do qual estamos falando:
5. O próprio governador sancionou o aumento salarial DELE e os aumentos de secretários e deputados (incluindo a sua esposa) em 2015.
A luta parlamentar dos servidores na Assembleia serve, entre outros motivos, para esclarecer aos parlamentares fatos como os descritos acima.
Desde a greve de 2015 estamos enfrentando uma guerra, muitas vezes injusta, de informação. De um lado, o governo de José Ivo Sartori (PMDB), sistematicamente nos responsabilizando pela crise financeira do Estado. Ao seu lado, entidades empresariais e industriais, que querem continuar desidratando as receitas do Estado, sem pagar impostos, diminuindo cada vez mais a geração de empregos.
Do outro lado está o servidor público, aviltado pela inflação, machucado pela má política, desiludido pelas falsas promessas, tendo que lutar nos dias de sol e de chuva para OBTER O SEU DIREITO CONSTITUCIONAL.
Existe uma hora para mudar isso. Ela é inadiável. Um compromisso inadiável de todos e de todas com o serviço público do Rio Grande do Sul.
*Via Sul21

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