A postura do governo revela-se como uma estratégia suicida para os derivados de petróleo, mas que vem sendo mantida a ferro e fogo desde o governo Temer
Créditos da foto: (Reprodução/fup.org.br)
Por Paulo Kliass*
As novas ameaças de uma paralisação geral nos transportes rodoviários por parte das lideranças dos caminhoneiros traz mais um condimento no debate a respeito das alternativas à atual política de preços do setor petrolífero. No caso específico, a elevação sistemática dos preços do óleo diesel tem provocado sérias dificuldades para a sobrevivência dos operadores do sistema.
A postura do governo revela-se como uma estratégia suicida para os derivados de petróleo, mas que vem sendo mantida a ferro e fogo desde o governo Temer. Logo depois do golpeachment contra Dilma Roussef em 2016, quando Henrique Meirelles assumiu o comando da economia, foi introduzida uma suposta “regra de mercado” para a definição de preços de produtos como gasolina, óleo diesel, gás de cozinha e os demais derivados.
A partir daquele momento, abandonou-se o objetivo de assegurar a soberania nacional em termos de produção e de refino na cadeia petrolífera. Na verdade, as elites tupiniquins incorporam como sendo genuinamente sua a estratégia norte-americana de substituir o modelo que colocava um papel de relevo e destaque para a Petrobrás, que culminou na sua quase destruição a partir das denúncias trazidas à tona nas sucessivas etapas da Operação Lava Jato. A empresa foi colocada sob ataque diário na grande imprensa, como se a sua natureza pública estivesse na base dos escândalos de corrupção envolvendo grandes conglomerados do capital privado e esquemas políticos e eleitorais de diferentes partidos.
Abandono do projeto de soberania nacional.
A partir de então,
os volumes de investimento da Petrobrás foram sendo reduzidos de forma
significativa, com consequências diretas e imediatas sobre a capacidade de
crescimento do conjunto de nossa economia. Entre 2014 e 2020, por exemplo, a contribuição
da empresa para a formação bruta de capital fixo do país caiu pela metade,
despencando de 7,6% para 3,8%. Além disso, foi colocada em marcha uma operação
visando a redução da capacidade de refino da mesma. O Brasil, que havia
alcançado a autossuficiência no quesito petróleo em 2006, voltou a depender da
dinâmica no mercado internacional para seu próprio abastecimento. Caso as
reservas descobertas do Pré Sal a partir de 2007 tivessem recebido o tratamento
adequado para sua exploração de forma autônoma pela Petrobrás, provavelmente a
situação energética atual seria bem distinta da crise que atravessamos hoje em
dia. (...)
*CLIQUE AQUI para continuar lendo (via Carta Maior)
Nenhum comentário:
Postar um comentário