"Todos temos que
apoiar Lula para que ele assuma esse cargo para que possamos ter
tranquilidade", afirmou o líder indígena Raoni. O índio de 91 anos também
criticou Jair Bolsonaro. "Ele quer a extinção de nós, povos indígenas. Ele
também pensa em destruir vocês (homens brancos). Isso que ele quer", disse.
Líder indígena Raoni e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Jean-Paul Pelissier/Reuters | Ricardo Stuckert)
Por Daniel Camargos, de Peixoto de Azevedo (MT), Repórter Brasil* - Raoni está cansado. Mesmo um ano após ter vencido a covid, o líder indígena, de 91 anos, ainda sente dores no corpo e dificuldade para respirar, como contou em entrevista exclusiva à Repórter Brasil, na sede do seu instituto em Peixoto Azevedo (MT). O vírus o infectou semanas após a morte da esposa, Bekywiká Metukitire, em junho de 2020. Desde então, ele vive o luto e segue recluso em sua aldeia na Terra Indígena Capoto Jarina, às margens do rio Xingu, no norte do Mato Grosso.
O luto para os Kayapó é um ritual longo. Impõe solidão e silêncio. Durante o período, Raoni deixou de usar o seu característico cocar amarelo e preto, parou de pintar o corpo e teve os cabelos cortados por um dos anciãos de seu povo. “É preciso ficar anti-social mesmo”, resume o seu neto, Beptuk Metuktire, de 26 anos, que acompanha a entrevista. O confinamento só acaba quando o ancião que cortou o seu cabelo — decretando o início do luto — entende que é o momento de retomar à normalidade. “Quando isso acontecer, a família vai pintar o corpo dele no final da tarde, vai colocar o cocar e ele vai passar a falar alto. A gritar”, detalha o neto.
Durante a entrevista, o
cacique só elevou o tom de voz ao ser perguntado sobre as críticas que o
presidente Jair Bolsonaro fez a ele, quando chegou a chamá-lo de “peça de
manobra de governos estrangeiros” em um discurso na ONU. “Bolsonaro está
fazendo coisa errada e eu não estou gostando. Ele quer a extinção dos povos
indígenas e também pensa em destruir vocês, homens brancos”, afirma, com o dedo
em riste. (...)
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