Delenda
est Dirceu
O
único e verdadeiro drama do julgamento do “mensalão” diz respeito a uma coisa
que todo mundo já sabe: não há uma única prova contra o ex-ministro José Dirceu
na denúncia apresentada ao STF pelo procurador-geral da República Roberto
Gurgel. Nada. Nem uma única linha. Nem um boletim de ocorrência de música alta
depois das 22 horas. Nadica de nada.
Mas,
sob pressão da mídia, o STF tem que condenar José Dirceu.
Pode
até condenar os outros 36 acusados. Pode até mandar enforcá-los na Praça dos
Três Poderes. Mas se não condenar José Dirceu, de nada terá valido o
julgamento. A absolvição de José Dirceu, único caminho possível a ser tomado
pelos ministros do STF com base na denúncia de Gurgel, irá condenar seus
acusadores de forma brutal e humilhante. Quilômetros de reportagens, matérias,
notas e colunas irão, de imediato, descer pelo ralo por onde também irá escoar
um sem número de teses do jornalismo de esgoto.
A
absolvição de José Dirceu irá jogar a mídia sobre o STF como abutres sobre
carne podre com uma violência ainda difícil de ser dimensionada. Algo que,
tenho certeza, ainda não se viu nesse país. Vai fazer a campanha contra José
Dirceu parecer brincadeira de ciranda.
Por
isso, eu não duvido nem um pouco que José Dirceu seja condenado sem provas, com
base apenas nesse conceito cafajeste do “julgamento político” – coisa a que nem
o ex-presidente Fernando Collor de Mello foi submetido.
Para
quem não se lembra, ou prefere não se lembrar, apesar de afastado da
Presidência da República por um processo de impeachment, Collor foi absolvido
pelo STF, em 1992. O foi, justamente, porque a denúncia do então
procurador-geral da República, Aristides Junqueira, era uma peça pífia e
carente de provas. Como a de Roberto Gurgel. (por Leandro Fortes, da Carta
Capital)
*Pescado
do Blog do Júlio Garcia
**Nota do Blog: 'Dalenda est...' (do Latim). Livre tradução: 'Dirceu deve ser destruído!'
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