sexta-feira, 3 de junho de 2016

"Jamais vou me calar", diz Dilma Roussef em ato em Porto Alegre

 Dilma Rouseff participa do lançamento do livro "A Resistência ao Golpe", na Assembleia Legislativa
De acordo com Dilma, o direito de defesa é um espaço de luta política aberta que faz parte da democracia

JONATHAN HECKLER/JC
Por Melissa Renz, no Jornal do Comércio*
A presidente afastada Dilma Roussef (PT) participou na tarde desta sexta-feira (3) do lançamento do livro A Resistência ao Golpe de 2016, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Foi o primeiro ato público de Dilma na Capital gaúcha desde que o senado aprovou a abertura do processo de impeachment.
O ato foi aberto pelo cantor Nei Lisboa, que dedicou à apresentação a Dilma: "Com muita honra, minha presidenta". Depois, alguns autores do livro falarem, entre eles o ex-governador do RS, Tarso Genro que foi ovacionado pelos militantes com gritos de “Volta Tarso” e “Fora Sartori”, Dilma falou ao auditório lotado.
Dilma repetiu o discurso de golpe: “o golpe foi para legitimar plano de governo sem aprovação, sem votos. Plano que não foi aprovado nem em reunião de condomínio”. De acordo com Dilma, o direito de defesa é um espaço de luta política aberta que faz parte da democracia. "Se eles são incapazes de garantir o direito de defesa, eles não são democratas, são golpistas", falou.
E ela continua “Nós temos a certeza de que eles (a oposição) vão tentar me incriminar. E digo: Vai ser muito difícil. E a cada frase dita por ela se ouvia aplausos e gritos de “Fica Querida”, “Fora Temer”.
Também em resposta ao ex diretor da Petrobras Nestor Cerveró que em delação premiada a acusou de usar dinheiro público para pagar as despesas pessoas "Contratei o cabeleireiro pessoalmente e tenho os comprovantes de tudo, passagem e serviço de cabelo", diz Dilma. Ela garante que jamais usou dinheiro público para pagar qualquer coisa particular e nem possui contas no exterior.
A petista também citou o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). ”Ele continua "bem presente" no exercício de sua atividade, mesmo estando fora da Câmara. "É bom mesmo vocês falarem 'fora Cunha' hoje aqui", disse. "Ele indicou não somente o atual líder do governo de Temer (o deputado André Moura, do PSC-SE) como também a maior parte dos ministros interinos", afirmou.
Com a frase "Jamais vou me calar", ela encerrou. De lá, Dilma se dirigiu à Esquina Democrática, para uma ato público organizado pela Frente Brasil Popular contra o governo do presidente em exercício, Michel Temer.
O livro livro A Resistência ao Golpe de 2016 contém artigos de juristas, intelectuais, jornalistas e ativistas dos movimentos sociais contribuíram para a produção da obra que trata sobre a tentativa de golpe no Brasil.
Veja abaixo um trecho do discurso, em que Dilma fala sobre o processo de construção da democracia e cita o militante Luiz Eurico Tejera Lisbôa, irmão de Nei Lisboa, que foi morto pela Ditadura Militar:


* http://jcrs.uol.com.br/

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