De acordo com Dilma, o direito de defesa é um espaço de luta política aberta que faz parte da democracia
JONATHAN HECKLER/JC
Por Melissa Renz, no Jornal do Comércio*
A presidente afastada Dilma Roussef (PT) participou na tarde desta sexta-feira (3) do lançamento do livro A Resistência ao Golpe de 2016, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Foi o primeiro ato público de Dilma na Capital gaúcha desde que o senado aprovou a abertura do processo de impeachment.
O ato foi aberto pelo cantor Nei Lisboa, que dedicou à apresentação a Dilma: "Com muita honra, minha presidenta". Depois, alguns autores do livro falarem, entre eles o ex-governador do RS, Tarso Genro que foi ovacionado pelos militantes com gritos de “Volta Tarso” e “Fora Sartori”, Dilma falou ao auditório lotado.
Dilma repetiu o discurso de golpe: “o golpe foi para legitimar plano de governo sem aprovação, sem votos. Plano que não foi aprovado nem em reunião de condomínio”. De acordo com Dilma, o direito de defesa é um espaço de luta política aberta que faz parte da democracia. "Se eles são incapazes de garantir o direito de defesa, eles não são democratas, são golpistas", falou.
E ela continua “Nós temos a certeza de que eles (a oposição) vão tentar me incriminar. E digo: Vai ser muito difícil. E a cada frase dita por ela se ouvia aplausos e gritos de “Fica Querida”, “Fora Temer”.
Também em resposta ao ex diretor da Petrobras Nestor Cerveró que em delação premiada a acusou de usar dinheiro público para pagar as despesas pessoas "Contratei o cabeleireiro pessoalmente e tenho os comprovantes de tudo, passagem e serviço de cabelo", diz Dilma. Ela garante que jamais usou dinheiro público para pagar qualquer coisa particular e nem possui contas no exterior.
A petista também citou o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). ”Ele continua "bem presente" no exercício de sua atividade, mesmo estando fora da Câmara. "É bom mesmo vocês falarem 'fora Cunha' hoje aqui", disse. "Ele indicou não somente o atual líder do governo de Temer (o deputado André Moura, do PSC-SE) como também a maior parte dos ministros interinos", afirmou.
Com a frase "Jamais vou me calar", ela encerrou. De lá, Dilma se dirigiu à Esquina Democrática, para uma ato público organizado pela Frente Brasil Popular contra o governo do presidente em exercício, Michel Temer.
O livro livro A Resistência ao Golpe de 2016 contém artigos de juristas, intelectuais, jornalistas e ativistas dos movimentos sociais contribuíram para a produção da obra que trata sobre a tentativa de golpe no Brasil.
Veja abaixo um trecho do discurso, em que Dilma fala sobre o processo de construção da democracia e cita o militante Luiz Eurico Tejera Lisbôa, irmão de Nei Lisboa, que foi morto pela Ditadura Militar:
* http://jcrs.uol.com.br/
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