Neste momento, tarde de sexta-feira, todos já sabemos que no acidente em que morreu o ministro do STF Teori Zavascki, ontem à tarde, em Paraty, RJ, morreram outras quatro pessoas. Sabemos também o nome e o sexo delas.
Mas, quem eram as duas mulheres que estavam no avião só foi revelado no início da madrugada. E até o momento a mídia corporativa se refere à mais jovem delas (filha da outra) como massoterapeuta, uma informação que retiraram de uma nota do hotel, que pertence ao empresário dono do avião e que também morreu no acidente. Na página do Facebook da jovem ela não se identifica como tal.
Mas se é massoterapeuta ou não, não é tão importante. O que interessa é o extremo cuidado com que a mídia trata o assunto, certamente para preservar a imagem do ministro. (Faria o mesmo, caso, em vez do ministro, fosse, por exemplo, Lula o passageiro envolvido no acidente?)
Assim como trata como coisa trivial o ministro interromper suas férias na quarta, voltar a Brasília para tocar os 77 processos de delação e logo no dia seguinte, ontem, quinta, desistir de tudo, pegar o avião para São Paulo e de lá outro para ir passar o final de semana no hotel de luxo do amigo (com pendências no Supremo) em Paraty. Ninguém acha estranho?
Mais: Alguém investigou quem mais está ou estaria hospedado no tal hotel, que deve ser exclusivíssimo? Algum político? Alguém da Odebrecht? Advogado famoso?
Como disse uma vez Roberto Marinho, às vezes é mais importante aquilo que a Globo não dá, a notícia que ela acoberta ou desfigura do que aquilo que ele informa.
Ou seja, manipula.
*Por Antônio Mello - in Blog do Mello
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