sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Plateia vaia Roberto Freire no Prêmio Camões - Aos gritos de "Fora, Temer", convidados rejeitam as críticas do ministro da Cultura ao escritor Raduan Nassar, vencedor da premiação




Roberto Freire, ministro da Cultura {do governo golpista de Temer e cia}, tentou, insistiu, retrucou, bateu boca, mas não conseguiu concluir seu discurso na entrega do Prêmio Camões, cerimônia realizada na manhã desta sexta-feira 17 em São Paulo. Aos gritos de “Fora, Temer” e “governo golpista”, a plateia reunida para homenagear o escritor Raduan Nassar, vencedor da premiação, reagiu ao pronunciamento do ministro e várias vezes o interrompeu com vaias.
O Camões, mais importante prêmio da literatura em língua portuguesa, é uma distinção oferecida pelos governos do Brasil e Portugal. O vencedor é nomeado por um júri independente formado por representantes dos dois países.
Em seus agradecimentos, Nassar, autor de “Lavoura Arcaica” e “Um Copo de Cólera", fez um discurso contundente a respeito da situação política no Brasil (leia a íntegra). O escritor se referiu a Freire como ministro da Cultura do governo em exercício, criticou Alexandre de Moraes, indicado por Michel Temer para o Supremo Tribunal Federal, denunciou a repressão aos protestos da “oposição democrática” e não deixou de mencionar a conivência dos ministros do STF com o processo de impeachment de Dilma Rousseff, uma presidenta “íntegra, eleita pelo voto popular”. “Não há como ficar calado”, concluiu. Os efusivos aplausos da maioria da plateia ao fim do pronunciamento se misturaram a gritos de “Fora, Temer”.
Freire havia sido escalado para responder a Nassar. Ocorreu inclusive uma mudança no protocolo da cerimônia. O  ministro discursou depois do premiado, não antes, justamente para proferir a réplica. Outra alteração no script: a cerimônia aconteceu ao ar livre, no pátio do museu Lasar Segall, mais apropriado para o dia ensolarado, por causa da falta de espaço no auditório reservado (200 presentes para apenas 90 cadeiras).
Em vez de relevar as palavras de Nassar, o que seria um gesto de deferência ao homenageado, o ministro aproximou-se do microfone disposto a rebatê-las. Declarou-se perplexo, classificou de histriônico o protesto do escritor, insinuou de forma deselegante que ele poderia ter recusado o reconhecimento (em especial a premiação em dinheiro) e afirmou que o fato de a láurea ter sido entregue a um “opositor” mostra não existir “nenhuma dúvida sobre o momento democrático” vivido no País.
A cada frase, a plateia aumentava o tom dos protestos, como se pode constatar no vídeo a seguir. (...)
CLIQUE AQUI para ler - e ver - na íntegra (via Carta Capital).

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