sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O assassinato de Kadafi


 
Assassinato de Kadafi - Os terroristas "do bem"
                         Por Rafael Castilho*
 O “mundo livre” ocidental comemora o assassinato do presidente deposto da Líbia.
Kadafi não foi julgado por nenhum tribunal de seu país, ou mesmo internacional. Foi executado por rebeldes que receberam dinheiro e armas de seus aliados na OTAN.
Embora o mundo esteja farto de ditaduras, o assassinato de Kadafi não ajuda em nada a construção de instituições democráticas na Líbia. Ao contrário.
Sendo assim, o argumento de construção de uma ordem democrática na Líbia pelos países invasores, interessados em pilhar as riquezas daquele país, demonstra-se claramente mentiroso e fraudulento.
Kadafi construiu uma ditadura que se propunha a aparar (pela força) as inúmeras arestas de múltiplas identidades sociais que dificultavam a unificação do Estado líbio.
Portanto, é muito difícil que o país consiga se organizar com um poder central capaz de unificar as diferentes correntes.
É bem provável que a Líbia novamente conviva com uma nova ditadura, mas dessa vez, aliada dos países do Atlântico Norte.
E, convenhamos, não é através da execução do ex-presidente que as instituições democráticas serão sedimentadas.
Para alcançar o objetivo de depor o presidente Kadafi, os países ricos despejaram armas e dinheiro nas mãos de grupos rebeldes, agora tratados como heróis.
Mais adiante, quando estes rebeldes deixarem de ser interessantes para os planos da OTAN, imediatamente serão convertidos em terroristas.
O mesmo erro já foi cometido no período da guerra fria. Ou Bin Laden e Saddam Hussein não se fortaleceram como crias dos interesses norte-americanos?
Se os países ricos estivessem realmente preocupados com a liberdade do povo africano não teriam escravizado este povo durante séculos no maior crime da história da humanidade.
Enquanto a Líbia recebe as “bombas da liberdade”, os países do chamado chifre africano padecem na maior onda de fome dos últimos anos e convivem com sangrentas guerras civis, as quais nenhum país rico se interessa em interromper.
Os rebeldes Líbios são festejados pelo “mundo livre”, mas  os rebeldes detidos na Espanha, Inglaterra, EUA, Grécia e Chile estão na cadeia por se manifestarem contra este modelo econômico perverso, sendo tratados como bandidos.
*Via http://blogdorafaelcastilho.blogspot.com/

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