Em 2012, mais uma opção partidária
(Carta Capital) - Uma semana depois da criação oficial do Partido Social Democrático (PSD) do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, surge a 29º sigla na seara política brasileira. É o Partido Pátria Livre (PPL), que já se articula em todo o Brasil na montagem das chapas para as eleições municipais de 2012.
Na segunda-feira 3, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deferiram o pedido de criação PPL, por unanimidade, que utilizará a sigla 54. Com 1,2 milhão de assinaturas, o partido foi criado essencialmente por integrantes do Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR8) e de “ativistas e líderes sindicais e movimentos estudantis e feminino”, diz Irapuan Santos, o presidente do partido no Rio de Janeiro – que também compõe a executiva nacional.
De acordo com Santos, o projeto político do mais novo partido brasileiro é o de resgatar a “trajetória que temos do ponto de vista da afirmação da nossa nação e aprofundar as transformações que conseguimos conquistar com o governo Lula, com características de investimentos na nação e no povo”.
Para ele, a marca de 1, 2 milhão de assinaturas, os nove diretórios em vários estados do País e o cumprimento de todas as exigências do TSE para a criação da sigla, desmitifica duas questões importantes: a primeira de que já existem muitos partidos no Brasil (“isso não é verdade”, garante ele ) e a outra, a de que o brasileiro não quer saber de política. “Todos que nos apoiaram sabiam que estávamos criando um partido para defender os trabalhadores”. (...)
Diferentemente do rebuliço que causou a criação do partido de Kassab, o PPL -foi praticamente ignorado pela mídia enquanto estava em gestação. Isso, agora, deve mudar, acredita Santos. “Pouca gente vai ficar sem falar do Pátria Livre nas eleições, não vai ter como a mídia não falar da gente”.
O novo partido elenca cinco pontos considerados básicos que servirão como guia, inclusive para disputar as eleições do ano que vem. De acordo com Santos, estes pontos que serão vinculados com a situação de cada município em que disputarão eleições são: o fortalecimento do mercado interno, para geração de mais emprego e maiores salários; redução de juros; desenvolvimento de tecnologia de ponta, a conquista da “economia plena”; e saúde e educação igual para todos.
No Rio de Janeiro, o partido já se organiza para as eleições em cidades importantes como Campos, Resende e Barra do Piraí. O presidente estadual da sigla falou ainda na possibilidade de apoio a outros partidos, sem citar nomes. “Não teremos problema em apoiar candidatos e partidos que tenham afinidade com o nosso programa e vice-versa”.
Alguns deles podem ser os mesmo que estiveram presentes na ocasião de lançamento da sigla, em 2009: além de centenas de filiados e lideranças do PMDB, partido que abrigava os militantes do MR8, compareceram ao ato representantes do PT, PCdoB, PSB, PDT, PCB e do Partido Comunista da Bolívia.
Segundo o estatuto do partido, a sigla “se orienta pelos princípios e pela teoria do socialismo científico. Ele forma os seus filiados no espírito da independência, da soberania, do coletivismo e da solidariedade internacional entre os trabalhadores e os povos de todos os países.”
Trajetória
O Movimento Revolucionário 8 de outubro surgiu de uma dissidência do PCB e atua desde o final da década de 1960. De orientação marxista-leninista, o movimento promoveu combate à ditadura e lutava pela instalação de um estado socialista no Brasil. O nome da organização era uma forma de lembrar o dia em que o socialista Ernesto “Che” Guevara havia sido preso pela CIA na Bolívia – 8 de outubro.
Desde o início do processo de redemocratização do país, o movimento participou partidariamente dentro do PMDB e com atuação concreta nos movimentos sociais.
Em 2008, após cogitar a integração ao partido ao PT, chegou-se a conclusão de criar um novo partido.
O presidente da sigla é Sergio Rubens de Araújo Torres, personagem importante dentro do MR8 na luta pela liberdade nos últimos tempos e ex-secretário do movimento.
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