sábado, 28 de fevereiro de 2015

Editorial sensacionalista e equivocado da Rádio Santiago causa indignação




Rádio em Santiago extrapola todos os limites ao ler Editorial perverso, sensacionalista, emocional e direcionado, sobre a greve dos Caminhoneiros. Outrora foi mais digna!


"Abaixo o que postei no site da Rádio: 

Quem faz o editorial da Rádio Santiago? Quem é o autor irresponsável e comprometido que está fazendo terrorismo na comunidade e incitando o golpe? Sejam decentes e façam jornalismo de verdade. Dêem a notícia que é a obrigação. Opiniões indutivas desmerecem qualquer trabalho sério, ético e moral. A Rádio Santiago desrespeita o povo Santiaguense diante da sua flagrante parcialidade. Pelo menos continuem disfarçando, assim a derrocada TOTAL pode demorar um pouco mais para chegar."

*Escrito pela advogada Adriana Castiel, Secretária Geral do PT Santiaguense, em seu face.

***
Nota  do Blog 'O Boqueirão Online':  Muito grave essa denúncia sobre esse desastrado 'editorial' veiculado no 'Jornal Falado'. Uma ignomínia que não honra a memória de Jaime Medeiros Pinto (que deve 'ter se virado no caixão'), fundador da rádio, grande figura humana, personalidade culta e democrática que nunca submeteu-se 'aos poderosos' e ao regime ditatorial imposto pelos militares e aliados civis, felizmente derrotados pelo povo brasileiro na década de 80. E, pelas informações que temos, em outras rádios locais e regionais não é muito diferente. 

A Rádio Santiago é, como as demais, uma concessão pública - e está, portanto, instada a atuar como tal. Cabe, aqui, citar o Art.  221  da Constituição Federal de 1988:

"Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:

I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;

II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;

III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;

IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família." 
...
-Atualizado às 9,33 h de 01/03/2014.

O Brasil sabe o que os milicos fizeram, general Pimentel




 'Conforme-se com a democracia, general. É inexorável. Aceite que doerá menos'

Aos 68 anos, a jornalista Rose Nogueira é contemporânea do general Gilberto Pimentel, presidente do Clube Militar, reduto de militares de alta patente da reserva que integraram a ditadura militar que se abateu sobre o Brasil entre 1964 e 1985, ainda que este país só tenha começado a se redemocratizar mesmo a partir de 1989, quando pôde eleger livremente seu primeiro presidente após mais de um quarto de século.

Em dezembro do ano passado, no âmbito da divulgação final dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, Rose, de quem este blogueiro ficou amigo, deu entrevista ao diário espanhol El País na qual relatou os horrores que homens como seu contemporâneo Pimentel ajudaram a infligir a jovens idealistas que, como ela, lutavam contra o arbítrio, a censura, os horrores que aquele regime infame impôs ao país.

Em seu relato ao jornal estrangeiro, Rose revelou que ainda se preocupa se o filho Cacá, de 45 anos, está passando frio. Ainda acorda no meio da noite com pesadelos em que acredita estar sendo perseguida. E, depois de passar nove meses presa, entre os anos de 1969 e 1970, não conseguiu engravidar novamente.

Segundo relatou ao El País, Rose ficou no Dops por 50 dias. A todo momento ouvia dos policiais que buscariam seu filho recém-nascido para torturá-lo. Teve uma infecção que só foi tratada tarde, motivo pelo qual desconfia nunca mais ter podido engravidar. Bonita, foi apelidada pelos guardas de Miss Brasil. “Diziam: acabou de ter um filho e como tem esse corpo? É uma vaca. Uma vaca terrorista”, lembra.

Assim como muitas outras mulheres que passaram pelo Dops, Rose foi violentada. Por diversas vezes foi colocada em uma sala e despida. “O [policial João Carlos] Tralli me colocava debruçada e enfiava o dedo em mim. E como eu estava fedida por causa do leite ele me beliscava, me batia, por eu atrapalhar o prazer dele.” Algum tempo depois, um médico aplicou nela uma injeção que cortou o leite.

As investigações da Comissão Nacional da Verdade (CNV) sobre os métodos de tortura durante o regime militar apontam que, além de usarem pedaços de madeira e choques elétricos, os torturadores chegaram a usar animais vivos para obter informações de militantes de esquerda. Os métodos de tortura mapeados nos últimos meses chocaram os membros da comissão. Pelas informações coletadas, animais como cobras, ratos e jacarés teriam sido utilizados nas casas da morte, entre outros locais de tortura no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.

Trinta formas de tortura foram inventariadas pela Comissão Nacional da Verdade. A lista inclui violências já conhecidas, como a aplicação de choques elétricos e palmatórias, cadeira do dragão (assento que dava choque), “pau de arara”, afogamento, telefone (tapas nos dois ouvidos ao mesmo tempo), sufocamento e espancamentos. Muitas vezes eram combinados vários deles.

Integrantes de um regime que praticou todos esses crimes contra a humanidade, se tivessem um mínimo de decência seria esperável que ansiassem pelo ostracismo, no mínimo. Mas não é o que se vê. Além de pessoas como o general Pimentel negarem o que a CNV provou com centenas e centenas de depoimentos inclusive de integrantes da ditadura, bem como de suas vítimas, põem-se a vituperar, grandiloquentes, contra o governo de uma das mulheres que eles covardemente seviciaram e contra aquele que talvez mais tenha ajudado a livrar o país daquele regime infame: Luiz Inácio Lula da Silva.


Infame também é a nota que o general Pimentel assinou na última quarta-feira contra o discurso de Lula no ato em defesa da Petrobrás que os paus-mandados do clube de generais de pijama foram fustigar com provocações cuidadosamente planejadas. 


Em tom de ameaça, a nota assinada pelo general (eleitor declarado de Aécio Neves) em nome do Clube Militar não esbofeteia o país apenas por distorcer o fato de que seus correligionários premeditaram “não deixar Lula falar” e causarem confusão no ato público de trabalhadores diante da Associação Brasileira de Imprensa, na última terça-feira (24/2). A nota infame esbofeteia o país por aqueles que o calaram e torturaram durante duas décadas terem a coragem, a coragem suprema de abrirem a boca para acusar o governo Dilma de “incompetência” e Lula, um dos que mais lutaram para reinstalar a democracia brasileira, de “inconsequente”.

Se o general quiser falar de “incompetência” governamental, deveria falar do desastre econômico que os militares legaram ao deixarem o poder, em 1985. Quem viveu aquele período trágico da história nacional lembra da inflação galopante, do desemprego generalizado, dos baixíssimos indicadores sociais, da altíssima mortalidade infantil, da maior concentração de renda do mundo que aquela ditadura aterradora legou. Isso sem falar de uma dívida externa impagável, edificada ao longo dos vinte anos sombrios que se abateram sobre o país.

Em 1985, último ano da ditadura militar, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) foi de 242,23% e a dívida externa, então considerada “impagável”, bateu em 105 bilhões de dólares. A ditadura começou a cair em 1983, quando cerca de 5 mil desempregados marcharam sobre o Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Desesperados com a penúria social, derrubaram a grade que circunda o Palácio.

Naquele ano, nasceu o movimento Diretas Já, quando milhões de brasileiros foram às ruas pedir a volta da democracia.

Essa juventude que o general Pimentel e outros mistificadores como ele ludibriam e arrastam para movimentos que pedem a volta daquela era de horrores não lembra, pois não viveu tudo aquilo. Mas qualquer brasileiro que não tenha nascido ontem sabe muito bem quanto este povo sofria quando os militares, após afundarem o país, largaram o abacaxi para José Sarney, o PMDB e o PFL descascarem.

E o general Pimentel vem acusar o homem que tirou dezenas de milhões da pobreza, distribuiu renda como nunca ocorreu no país e pagou a dívida externa – já que temos mais reservas cambiais do que dívida – que os militares legaram e que era considerada “impagável”? Será que este mundo está de cabeça para baixo?

E ainda fazendo ameaças, pois é disso que se trata quando o general filhote da ditadura lembra que o Brasil “só tem um exército”. Graças a Deus que só tem um, apesar de que os militares da ativa são, quase todos, inocentes dos crimes pretéritos dessa corporação. Afinal, apesar de os militares de hoje não serem culpados, se o Brasil tivesse tido mais de um exército (incluindo Marinha e Aeronáutica) talvez não tivesse sobrado nada de si.

O Brasil sabe muito bem o que os milicos já fizeram neste país, general Pimentel. Os jovens não têm memória, alguns velhos – ou velhacos – fingem amnésia, mas a história está registrada. Todas as atrocidades e todos os erros crassos de governança que vocês cometeram estão eternizados. O senhor pode enganar alguns tolos, pouco instruídos ou muito cínicos, mas o regime que o senhor exalta está condenado à lata de lixo de história.

Os trabalhadores não se deixarão intimidar, general Pimentel. E muito menos Lula. Vocês não vão tomar as ruas sozinhos, sem resistência pacífica e democrática, e nunca mais vão impedir ninguém de falar, como exorta a convocação dos que foram provocar e insultar trabalhadores diante da sede da Associação Brasileira de Imprensa. Conforme-se com a democracia, general. É inexorável. Aceite que doerá menos.

*Por Eduardo Guimarães - Blog da Cidadania

http://www.blogdacidadania.com.br/

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Justiça determina liberação de todas as rodovias federais do RS


Manifestantes intimados deverão pagar multa de R$ 5 mil por hora de ocupação

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) de Porto Alegre estendeu nesta sexta-feira para todo o Rio Grande do Sul a decisão da Justiça Federal da Capital que impede os caminhoneiros de manter o bloqueio nas rodovias gaúchas. A decisão foi tomada pelo juiz federal Loraci Flores de Lima.

O recurso que pediu o aumento da abrangência da medida foi movido pela Advocacia Geral da União (AGU) após a 1ª Vara Federal de Porto Alegre expedir a ordem de desbloqueio da BR 116 no km Km 397,8, no município de Camaquã (RS), na terça-feira.

Segundo a AGU, os manifestantes estão bloqueando as rodovias BR 285, BR 290, BR 116, BR 472, BR 470, BR 158, BR 282 e BR 392, impedindo a livre circulação de caminhões, afetando a entrega de alimentos perecíveis e combustíveis.

O magistrado afirmou que a extensão dos efeitos da decisão de primeiro grau é imprescindível para coibir a ocorrência de novos transtornos e evitar a necessidade de ajuizamento de dezenas de ações idênticas. “A existência de uma decisão com efeitos sobre toda a unidade federativa possibilita às autoridades responsáveis por eventuais medidas a articulação mais racional dos meios necessários a evitar cada um dos bloqueios”, observou o magistrado.

Em caso de descumprimento da ordem judicial, os manifestantes intimados deverão pagar multa de R$ 5 mil por hora de ocupação.

-Fonte: Correio do Povo  http://www.correiodopovo.com.br/

Canoas começa ano letivo com kits escolares e inovação tecnológica



Sul21- O ano letivo começou com economia para os pais em Canoas. A Prefeitura Municipal concluiu nesta sexta-feira (27) a distribuição gratuita de uniformes e kits completos de material escolar. Os alunos das 44 escolas municipais começarão as aulas na próxima segunda-feira (02) com todos os artigos necessários para o processo de aprendizagem. O investimento da prefeitura significa a economia de R$ 650 no orçamento familiar dos canoenses.

Este é o sexto ano que os uniformes completos para verão/inverno são entregues na rede pública. Os alunos recebem camiseta de manga curta e longa, regatas, bermudas e corsários, além de jaquetas de inverno. Os modelos foram escolhidos por votação popular em 2009, envolvendo 26 mil pessoas da comunidade escolar.

Canoas é a única cidade do Rio Grande do Sul a distribuir gratuitamente uniforme completo na rede pública. Para o prefeito Jairo Jorge (PT),  a iniciativa garante igualdade e segurança nas escolas. “A aceitação da comunidade é muito importante e está afirmando nossa política pública de tornar a escola um espaço não segregador e com oportunidades para todos. Temos que trabalhar os valores da cidadania, das virtudes dos alunos sobre o ‘ser’ e não o ‘ter’. Precisamos avaliar quem eles são e não o que eles têm”, explica.

Para o prefeito, outro aspecto importante é a segurança das crianças. “A Guarda Municipal garante a ronda escolar e os alunos fora da escola são identificados pelo uniforme. O uso do uniforme também dá um sentido de disciplina e de deveres para as crianças cumprirem”, afirma Jairo Jorge. (...)

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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

PT de Santiago/RS: CONVITE!



Companheir@s e amig@s:

Nesta sexta-feira, 27/02, o Partido dos Trabalhadores (PT) realizará um Seminário de Formação Política, no Clube da Vila Betânia, às 19h.

O companheiro Ruben Bitencourt Finamor (professor e historiador)  fará a explanação sobre a conjuntura e da necessidade da intensificação da luta pela  Reforma Política, e após, será servido um jantar no valor de R$ 10,00 (dez reais), bebidas à parte.

Importante dizer que a opção de jantar fica a cargo de cada um, quem desejar poderá apenas participar do Seminário.

Depois do jantar quem quiser poderá jogar bocha, sinuca, tênis de mesa...

-TODOS ESTÃO CONVIDADOS!

*Os MEMBROS DO DIRETÓRIO do PT/SANTIAGO ESTÃO TAMBÉM CONVOCADOS para a REUNIÃO QUE ACONTECERÁ NO MESMO DIA E LOCAL.  Solicitamos  confirmação pelo face (inbox) ou por telefone 96751012, com a brevidade possível.

OBS.: o cardápio será composto de risoto, salada de maionese e saladas verdes. Haverá copa no local, bebidas à parte.


             Comissão Executiva Municipal do PT/SANTIAGO/RS.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Sobre a liberdade de escrever


Erico Verissimo deve ser muito lembrado num momento como esse, em que os princípios volúveis tomam conta e a coerência se torna mais rara do que já foi.

     Por Tarso Genro*

Quando fixei residência em Porto Alegre, no início do ano de 1973, confessei ao querido amigo já falecido, Laci Osório, que o meu maior desejo como pretenso intelectual e ativo militante da esquerda “radical” (como dizem hoje alguns colunistas para estigmatizar a esquerda), era conhecer Erico Verissimo. Eu achava, sinceramente, que se tratava de um projeto impossível, mas o poeta Laci — ativo militante do velho partidão, admirador sem reservas e amigo de Érico — logo providenciou o encontro.

Quando o dia “D” chegou eu estava bastante tenso. Levava — juntamente com o Laci — um pequeno volume de poesias “sociais” de minha autoria, de valor duvidoso, para presentear ao nosso anfitrião. Erico sempre recebia visitas no fim da tarde. Conversava descontraído, valorizando o interlocutor e semeava, com a sua voz pausada de contador de estórias, a grandeza intelectual e moral com que levava a sua vida de escritor e cidadão.

Repeti a visita algumas vezes e ainda cumpri uma tarefa que a minha mãe, Elly, que me despertou o gosto pela leitura, me havia comissionado: “quero conhecer o Erico!”, ela mandou. Quando lhe contei das minhas já duas visitas na Felipe de Oliveira, certamente ela pensou que isso seria fácil. E foi. Falei com a Mafalda e ela, no ato, marcou a hora para o nosso novo encontro.

Lá fui com a minha mãe, numa bela tarde de 74, visitar Erico Verissimo. Foi um episódio emocionante e Mafalda, quando abriu a porta para nos receber, disse uma frase que aumentou meu prestígio intelectual na família: “Tarso, o Erico já estava sentido falta da tua visita.” Evidentemente que a sensibilidade humana da Mafalda inventou o “sentir falta”, para prestigiar um jovem projeto de escritor, recentemente vindo de Santa Maria, que trazia a mãe para conhecer o seu marido e brilhante escritor. A grandeza humana de Mafalda não ficava um milímetro abaixo do Erico.

Lembrei-me de Erico, neste momento, a propósito de uma magnífica entrevista concedida por ele em 1967, a Adolfo Braga. Nela, discorria sobre seu último livro então lançado, “O Prisioneiro”, e justificava o tema escolhido (guerra do Vietnã), fazendo referência a um dos personagens do romance, o Tenente negro, torturador do vietcong aprisionado e sob inquisição: “Ao escolher para o papel de inquisidor um tenente negro, eu também pude incluir na minha história o problema do homem de cor norte-americano. Existem 30% de soldados negros lutando no Vietnã. Eles defendem uma civilização que os repudia e esse é um dos absurdos de toda essa situação. Estamos em tempo de guerra, injustiças, absurdos, equívocos, mortes e destruição. É natural que tudo isso sensibilize um escritor que não vive numa torre de marfim.”

Erico caracterizava a agressão norte-americana ao Vietnam, na mesma entrevista, como “uma guerra ideológica, mas é sobretudo uma guerra de disputa econômica, de trustes e cartéis.” Hoje os “trustes” e “cartéis” estão um pouco invisíveis, pois quem fala diretamente são as agências de risco e suas estruturas privadas de caráter especulativo, comandando diretamente as ações dos Governos. Mas as mortes, o absurdo e a destruição, permanecem iguais ou piores.

Na mesma entrevista, questionado sobre a situação de ser um escritor “alienado”, o autor do “O Tempo e o Vento”, “Senhor Embaixador”, “O Prisioneiro”, “Caminhos Cruzados” diz, não sem alguma ironia benigna: “Veja você: Engels, que não foi propriamente do PSD, disse que Balzac, com seus romances, prestou mais serviços a causa do socialismo, mesmo sendo um conservador, do que se escrevesse panfletos políticos.” Para quem não lembra, o grande crítico do modo de vida burguês e da superficialidade que caracterizava a vida burguesa do Século 19, Honoré de Balzac, era ideologicamente um reacionário e politicamente um legitimista antirrepublicano.

Luis Fernando Veríssimo abre o livro de entrevistas em que me apoio (“A liberdade de escrever”, Edipucrs e Ed. da Ufrgs) com uma precisa e sintética apresentação, como é do seu feitio, dizendo que o personagem principal das entrevistas, além de dar um testemunho sobre o seu tempo “manteve uma coerência também rara numa época de princípios volúveis”. Erico Verissimo deve ser muito lembrado num momento como esse, em que os princípios volúveis tomam conta e a coerência se torna mais rara do que já foi.

Coerência rara em época de princípios volúveis! Frases como esta, com a capacidade de sintetizar exigências mínimas para todo um período de lutas, recuos, dificuldades, com matizes e relações dissolvidas pela descartabilidade, crescente indiferença pela a morte, a dor, a tortura — na “sociedade líquida” como diz Zigmund Bauman — frases como essa, poderiam ser tuitadas nas redes todos os dias. Elas ajudariam as pessoas a refletirem, a não se ofenderem, a não trocarem o argumento pelo ódio e o ataque político pela difamação.

O tipo de crise que atravessa o capitalismo, com a substituição dos valores do trabalho pela possibilidade do enriquecimento sem trabalho, a substituição de uma sociedade produtora de bens necessários para a reprodução de uma vida digna por uma sociedade de consumo irracional e predatória, só pode ser resolvida com a formação de uma consciência majoritária na sociedade. É a consciência do abismo. De um abismo para todos, de todas as classes, de todos os ritos religiosos, de todos os territórios. A consciência de que tudo poderá terminar para os nossos filhos e netos, como disse T.S. Elliot, não “com um estrondo, mas com um gemido.” Dezenas de Ericos fariam um bem enorme ao nosso Brasil.

*Tarso Genro é Advogado; foi governador do Estado do Rio Grande do Sul, prefeito de Porto Alegre, Ministro da Justiça, Ministro da Educação e Ministro das Relações Institucionais do Brasil. - Fonte: Sul21

domingo, 22 de fevereiro de 2015

DEMOCRACIA E ADVOCACIA



 Por Lúcio Costa*

Os jornais da grande imprensa destes dias estampam notícias de fazerem corar frade de pedra.

Numa delas o juiz Moro, segundo a imprensa, aproveitou-se de despacho judicial para criticar como intolerável a recente audiência que advogados de alguns dos indiciados na chamada Operação Lava-jato mantiveram com o Ministro da Justiça.

Qual a estranheza de um advogado falar com o Ministro da Justiça, com o chefe da Polícia Federal? Ora, até os leigos sabem que faz parte das prerrogativas e deveres de um advogado (a) na defesa de seu cliente falar com servidores públicos, com autoridades seja elas quais forem.

Ademais, causa pasmo que um magistrado, segundo a imprensa e não desmentido, se valha de um despacho para criticar advogados, pois dos juízes (as) espera-se não a polêmica, mas a serena decisão judicial.

Ao pasmo soma-se horror eis que, novamente segundo a imprensa e novamente não desmentido, o juiz Moro no mesmo despacho em que ataca procuradores no exercício de seu ofício e suas prerrogativas profissionais deu por determinar nova prisão preventiva de indiciado já detido.

Desta forma, no caso as decisões judiciais ademais de padecerem do vício de serem feitas na medida de prestarem-se ao espetáculo ademais, transformaram-se de instrumentos de defesa do processo em ferramenta da realização da vingança do magistrado contra os procuradores dos indiciados. Em uma palavra: assustador.

Noutra matéria, o editorial de um dos jornalões dos barões da mídia sai na defesa Sr. Joaquim Barbosa alegando que a conduta deste em pedir a demissão do Ministro da Justiça por receber advogados dos indiciados é própria da “democracia”. Efetivamente, a liberdade de expressão é própria da democracia. No entanto, a limitação do livre exercício da advocacia não o é.

Era ao tempo não do Estado Democrático de Direito, mas do terrorismo de estado da ditadura, a época de sequestros, torturas e assassinatos de cidadãos por agentes do Estado que os advogados tinham impedido o exercício de seu oficio como, por exemplo, terem audiências com servidores públicos.

Nos termos da Constituição a advocacia é essencial a Justiça e, justo porque sem advocacia livremente exercida igualmente não há liberdades democráticas plenas. Daí que, a OAB tenha vindo a público criticar as sandices do justiceiro de pijama.

Conforme bem diz a OAB, “o advogado possui o direito de ser recebido por autoridades de quaisquer dos poderes para tratar de assuntos relativos a defesa do interesse de seus clientes. Essa prerrogativa do advogado é essencial para o exercício do amplo direito de defesa. Não é admissível criminalizar o exercício da profissão”.

Segundo a Diretoria Nacional da Ordem “a autoridade que recebe advogado, antes de cometer ato ilícito, em verdade cumpre com a sua obrigação de respeitar uma das prerrogativas do advogado. A OAB sempre lutou e permanecerá lutando para que o advogado seja recebido em audiência por autoridades e servidores públicos”.

A tentativa de criminalizar o exercício livre da advocacia nada tem a ver com a Democracia e o exercício do Direito, com a rigorosa punição de todo e qualquer malfeito contra a Administração Pública, mas antes é o fermento ao qual o revanchismo lança mão para legitimar o cerceamento das liberdades públicas posto sabedor que, sem advocacia exercida livremente não há plenas liberdade democráticas, inexistem liberdades civis.

*Advogado - via http://portal.ptrs.org.br/

sábado, 21 de fevereiro de 2015

EM SANTIAGO/RS




OS REPASSES FEDERAIS PARA SANTIAGO/RS


(Informações que as autoridades municipais - leia-se Executivo - deixam de informar ao Povo - ou informam de forma envergonhada, camuflada e/ou incompleta, colocando seus interesses político/partidários à frente da transparência e da boa informação)

No ano de 2014, o Governo Federal repassou para o município de Santiago R$ 30.907.035,29 para diversas áreas de investimentos. 

Só de royalties do petróleo e gás natural foram repassados diretamente, ao Gabinete do Prefeito, o montante de R$ 288.223,60. 

Para investimentos em Assistência Social, o município recebeu um total de R$ 495.002,68, sem contar ainda, com os convênios e verbas destinadas a programas específicos, como o Bolsa Família, cujo valor, passa dos 2 milhões para atender às famílias cadastradas no programa. 

Houve ainda repasses para investimentos em esporte, agricultura, comércio e serviços, educação, saúde e retorno dos impostos ao município.

Os dados podem ser acessados a qualquer instante através do Portal da Transparência  para que todo o cidadão possa acompanhar os recursos realizados pelo Governo Federal e ficar atento às aplicações no município.

*Com o Blog da Vereadora Iara Castiel/PT Santiago-RS 

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

EM CANOAS/RS




Participei (com muita satisfação, na qualidade de Assessor Jurídico da Procuradoria Geral do Município - PGM), na tarde de ontem, no auditório principal da ULBRA, em Canoas/RS, da 18ª Reunião Geral de Governo. Comandada pelo prefeito Jairo Jorge (PT), a reunião contou com a participação da vice-prefeita Beth Colombo, secretários, adjuntos, diretores, gestores de projetos, gerentes de equipe e assessores da Prefeitura.

Dentre os pontos apresentados e discutidos, destacamos a proposta do novo componente remuneratório para os servidores, o resultado das metas programadas para o semestre passado e das objetivadas para este (287 metas), além da informação de que em breve será realizado mais um concurso municipal para várias áreas. Foi apresentado também o Programa Municipal para Reduzir Gastos e Melhorar a Resolutividade: "Queremos economizar R$ 100 milhões de reais na atividade meio, ou seja, buscando o custeio, buscando economia, mantendo a excelência dos serviços e mantendo as obras ativas", explicou o prefeito.

Informou ainda o prefeito Jairo Jorge que Canoas tem, neste momento, 114 obras em execução e mais de R$ 1 bilhão de investimentos em curso, ou em vias de serem realizados. (por Júlio Garcia, via face)

-Leia mais clicando em http://www.canoas.rs.gov.br/

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Três dos pecados capitais do entreguista FHC




Por Paulo Henrique Amorim*

O ansioso blogueiro tem notícia de que está no forno um livro que contém, entre outras afiadas revelações, como o Príncipe da Privataria ofereceu ao FMI, antes de ser candidato à Presidência da República, o patrimônio da Petrobras.

O ansioso blogueiro soube que, nessa obra despretensiosa, se descreve como então ex-ministro da Fazenda do Presidente do Presidente Itamar (que, depois, lançou o Plano Real), como o então pretendente ao trono vendeu ao diretor-gerente do FMI, o francês Michel Camdessus, a joia mais valiosa da coroa, para que o FMI desse apoio a um Plano Real que ainda não existia.

Camdessus percebeu que ali estava um petisco precioso e deu o aval a uma folha de papel em branco.

(Quem sabe, um dia, se terá notícia de livro que responda à pergunta que se faz frequentemente nesse ansioso blog: de que vive o Cerra ?)

Mas, como diria o Mino Carta, é do conhecimento do mundo mineral que FHC vendeu a Petrobras. (...)

CLIQUE AQUI  para continuar lendo (via Blog Conversa Afiada*)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Luto




-via face

Procurador da República denuncia deputado pepista Luís Carlos Heinze ao STF



O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereceu denúncia contra o deputado federal  gaúcho Luís Carlos Heinze (PP). O parlamentar teria praticado os crimes de difamação e injúria contra o procurador da República no município de Erechim, Região Norte, Ricardo Gralha Massia, durante entrevista concedida à Rádio Sideral (98,1/FM), no município de Getúlio Vargas.

O objetivo do programa era informar a comunidade sobre a situação dos processos judiciais que envolvem a questão da terra indígena de Mato Preto. Na transmissão, o deputado teria dirigido ofensas à reputação, “à honra objetiva e seriedade” do membro do Ministério Público, o que configura difamação.

Segundo a denúncia de Janot, o deputado também praticou crime de injúria e ofendeu a honra subjetiva do procurador ao afirmar, durante o programa, que “… esse procurador é teimoso, é mal-intencionado… a interpretação que ele dá é maldosa, e gostaria que ele entendesse bem essas questões e ajudasse a resolver o problema, não criasse mais tumulto (…)”.

Caso o Supremo Tribunal Federal  (STF) aceite a denúncia, será aberta ação penal contra o parlamentar. Como é deputado, Heinze tem foro privilegiado, por isso o caso é de competência do STF.


*Via Sul21 - Com informações da assessoria de imprensa da Procuradoria-Geral da República 

HUMOR



#IMPITIMANÉMEUZOVO!

-via face

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

PT 35 anos: Debate



 O PT Acabou?

Por Raul Pont*

'Da metrópole onde se encontra o colunista David Coimbra – embasbacado pelas maravilhas do Império – decreta que o PT acabou.'

Se depender da vontade da ZH e de alguns de seus colunistas, sim, o PT deveria acabar. É o desejo da interpretação e/ou versão das “notícias” e da imparcial “opinião” de alguns articulistas.

Na página de Política + de Rosane de Oliveira, uma ação de coleta de assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular para que a Reforma Política eleitoral ocorra através de plebiscito e constituinte exclusiva, foi transformada em “nada a comemorar”.

Ao invés de afirmar que o “PT vive sua maior crise”, poderia salientar que é o PT o único, dos grandes partidos, a estar nas ruas por essa luta que recentemente teve a adesão de mais de 7 milhões de eleitores que assinaram a petição pelo plebiscito.

A colunista poderia esclarecer que enquanto nós lutamos pelo fim do financiamento empresarial (em 2014 foram mais de 5 bilhões e reais transferidos aos candidatos escolhidos), pela proibição de coligações proporcionais (o sistema já é proporcional) e pelo voto em lista partidária (para fortalecer os partidos a serem democráticos e controlados pelos filiados), o PSDB e seus aliados na campanha do Aécio Neves (ver entrevista com o próprio em ZH) defenderam e defendem o voto distrital, o financiamento privado e a cláusula de barreira para chegar ao Congresso. Isso é uma informação objetiva, que expressa o pensamento e a prática dos partidos no Congresso Nacional.

Não é esse o jornalismo praticado a sim a opinião, o desejo do colunista que não é nada mais que “a voz do dono”.

Semana passada, essa mesma parcialidade transformou uma delação de um corrupto em verdade, estampada nas primeiras páginas dos jornais e TVs de todos o país. O PT teria recebido ao longo de uma década e meia 200 milhões reais de empresas prestadoras de serviços à Petrobras. Sem nenhuma prova, sem nenhum dos indiciados e/ou presos entre funcionários da Petrobras e empresários e diretores das empresas corruptoras estar alguém com filiação, cargo ou mandato partidário do PT.

Se a operação Lava Jato assim como a “teoria do domínio do fato” prevaleceu na Ação Penal nº470, criar uma nova pirueta jurídica transformando qualquer doação de campanha eleitoral em “propina”, certamente o Judiciário deverá se especializar em malabarismos interpretativos pois em 2015 foram 5 bilhões, em 2010, foram 4,2 bilhões, em 2006 foram 2,8 bilhões de reais em doações empresariais para campanhas eleitorais pra TODOS os partidos, conforme as regras votadas na regulamentação das doações no governo do sacrossanto FHC. (...)

CLIQUE AQUI para ler na íntegra.

PRENDA MINHA




*Prenda Minha - Telmo de Lima Freitas

Hoje é treze sexta-feira prenda minha 
é dia de louvação
Me fugiram os amigos mais antigos 
me deste consolação
Já passaram muitas luas, prenda minha 
muitas luas já passei

Fiz promessas pro negrinho coitadinho 
por isso que te encontrei
Acho cedo muito cedo prenda minha 
pra dizer que escureceu
Foi a noite dos teus olhos prenda minha 
que acordou os olhos meus
Foi teu riso disfarçado prenda minha 
que laçou meu bem-querer
Se eu fugir do sul do mundo num segundo 
voltarei prá te rever

Abre o poncho desta alma prenda minha 
que eu preciso me abrigar
Se o inverno for intenso como penso 
muito frio eu vou passar
Hoje é treze sexta-feira prenda minha 
é dia de louvação

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

PT celebra 35 anos com mobilização pela Reforma Política



O Partido dos Trabalhadores (PT) comemora, nesta terça-feira (10), 35 anos de luta. A data é marcada pela agremiação como Dia Nacional de Mobilização e Coleta de Assinaturas pela Reforma Política. A campanha idealizada pelo partido tem como intuito colher 1,5 milhões de assinaturas para que o projeto possa tramitar no Congresso Nacional.

O aniversário do partido foi oficialmente comemorado em ato público em Belo Horizonte (MG) na sexta-feira (6). A noite teve um discurso quase unânime: o partido se unir contra a campanha de ódio, rebater boatos e compartilhar informação.

O evento contou com a presença de integrantes do diretório nacional do PT, parlamentares, governadores, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da presidenta Dilma Rousseff, dirigentes de partidos aliados e do convidado especial, o presidente do Uruguai, José Mujica.

Na rede social Facebook, a Secretaria Nacional de Organização do PT criou um evento para divulgar a proposta, que já conta com mais de 5,6 mil adesões. Militantes e filiados do partido estão convidados a criar pontos para coleta de assinaturas em suas cidades. Os interessados em aderir à proposta também podem procurar os diretórios municipais do PT.

O projeto de reforma política defendido pelo PT tem como intuito fortalecer a democracia, fomentar a participação social e tornar mais transparente o Processo Eleitoral do país. A coleta de assinaturas será realizada até junho. Após esta fase, a iniciativa será encaminhada ao Congresso Nacional como Projeto de Iniciativa Popular pela convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva e soberana dedicada a realizar mudanças no sistema político brasileiro.

“Essa é uma tarefa de todos nós, militantes e filiados do Partido dos Trabalhadores”, destaca a vice-presidenta do partido e coordenadora da campanha, Gleide Andrade, em vídeo dedicado à mobilização.

“Assine com o PT. Para mudar, tem que assinar”, completa.

Da Redação da Agência PT de Notícias - http://www.pt.org.br/