"Pobre...
Mas livre! Gauchito
no
sol-a-sol, sou o que sou.
Pois
nem dom Pedro Segundo
não
pode – o senhor de um mundo!
dobrar
o meu bisavô. (...)
E
ao tranco do meu Lobuno,
passam
por mim carros finos,
com
espertos e ladinos
que
a escovação empilchou.
Sigo...
Às vez’ sem nenhum cobre,
sem
que a secura me dobre!
–
Se meu Velho está índio pobre,
porque
a ninguém se dobrou.
Conterrianos,
moços lindos,
com
humildades de escola,
curvam
a espinha de mola,
no
culto de um ditador,
seja
qualquer que ele for!
–
Com a fumaça de um bom fumo,
chapéu
torto, corto o rumo,
ao
tranco do meu Lobuno,
sem
dar louvado a um senhor."
Aureliano de Figueiredo Pinto
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