Por Aristóteles Cardona Junior*
Parece notícia velha. Mas não é. Na noite da última
quarta-feira, 27 de maio, o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha,
liderou mais um golpe à democracia em nosso país.
Somente um dia depois de a própria Câmara rejeitar a
inclusão do financiamento empresarial de campanha na Constituição, uma
articulação capitaneada pelo Eduardo Cunha organiza uma manobra e coloca o tema
em votação novamente. E nesta outra votação, ganha a proposta de emenda que
permite que partidos recebam doação de empresas.
Tanta pressa tem um motivo: está em julgamento no STF uma
ação proposta pela OAB que poderia proibir a doação de empresas a campanhas por
inconstitucionalidade. E a maioria dos ministros do STF já havia se manifestado
a favor de tal proibição. O julgamento só não havia sido concluído porque um
dos ministros, o Gilmar Mendes, pediu vistas e ainda não tinha retornado com
uma resposta.
No fim das contas, a Câmara Federal trouxe à tona uma série
de debates, mas quem se beneficia com a velha política conseguiu o que queria e
realmente importa pra eles: colocar na Constituição o financiamento empresarial
de campanhas.
Que o golpe desta quarta-feira nos traga uma lição. Reforma
Política de verdade e condizente com as necessidades do nosso país, somente com
uma Constituinte Exclusiva e Soberana para o Sistema Político.
No ano passado, mais de 8 milhões de pessoas se manifestaram
em um Plebiscito Popular a favor da Constituinte. Agora a nossa luta é por uma
consulta legal. O povo quer participar e mostrará nas ruas que não quer ficar a
reboque desta velha política.
*Médico de Família e Comunidade, Professor da Univasf e
militante da Consulta Popular.
Fonte: http://www.viomundo.com.br/
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