quinta-feira, 28 de maio de 2015

Mais do que nunca precisamos de uma Constituinte Exclusiva para mudar o nosso sistema político



Por Aristóteles Cardona Junior*

Parece notícia velha. Mas não é. Na noite da última quarta-feira, 27 de maio, o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, liderou mais um golpe à democracia em nosso país.

Somente um dia depois de a própria Câmara rejeitar a inclusão do financiamento empresarial de campanha na Constituição, uma articulação capitaneada pelo Eduardo Cunha organiza uma manobra e coloca o tema em votação novamente. E nesta outra votação, ganha a proposta de emenda que permite que partidos recebam doação de empresas.

Tanta pressa tem um motivo: está em julgamento no STF uma ação proposta pela OAB que poderia proibir a doação de empresas a campanhas por inconstitucionalidade. E a maioria dos ministros do STF já havia se manifestado a favor de tal proibição. O julgamento só não havia sido concluído porque um dos ministros, o Gilmar Mendes, pediu vistas e ainda não tinha retornado com uma resposta.

No fim das contas, a Câmara Federal trouxe à tona uma série de debates, mas quem se beneficia com a velha política conseguiu o que queria e realmente importa pra eles: colocar na Constituição o financiamento empresarial de campanhas.

Que o golpe desta quarta-feira nos traga uma lição. Reforma Política de verdade e condizente com as necessidades do nosso país, somente com uma Constituinte Exclusiva e Soberana para o Sistema Político.

No ano passado, mais de 8 milhões de pessoas se manifestaram em um Plebiscito Popular a favor da Constituinte. Agora a nossa luta é por uma consulta legal. O povo quer participar e mostrará nas ruas que não quer ficar a reboque desta velha política.

*Médico de Família e Comunidade, Professor da Univasf e militante da Consulta Popular.

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