Por Al Reiffer, no Blog 'Arte do Fim'*
Se você votou no Sartori, desculpa:
mas ou você tinha más intenções ou foi enganado. José Ivo Sartori e seu partido, PMDB ( e seus aliados, PP, PSDB,
Dem, PTB, até o PDT, entre outros), venceram as eleições para governador do RS
não por seus projetos, mas por sua campanha de marketing. Projetos, Sartori não
mostrou praticamente nenhum. Tudo era vago, frouxo, contraditório. Já a
propaganda era digna das grandes empresas, das multinacionais, ou seja: imagem,
engodo, enganação, venda de gato por lebre. O povo gaúcho, em geral, mesmo
muita gente que se julga inteligente, foi enganado.
Agora o RS vive seu pior momento. Inúmeras entidades
classificam o governo Sartori já como o pior de todos os tempos. A crise se
originou com Sartori? Claro que não. Mas seu governo não só não soube lidar com
ela e aprofundou-a ainda mais, numa incompetência sem par, como jogou a responsabilidade
de toda crise nos serviços públicos, seus funcionários, e por fim, na população
gaúcha, que é quem pagará o pato, naturalmente.
Sartori não governa para o povo, e isto está claro. Governa
para a classe empresarial, para o agronegócio, para o desenvolvimento
econômico, deixando em quinto plano o desenvolvimento humano e social. Sartori não quer bons e justos serviços para
a população. Quer fazer caixa. Tem a visão do empresário, ou da maior parte dos
empresários: acumular lucros. A maioria absoluta das empresas, digam o
quiserem, está se lixando para seus recursos humanos, para sua clientela, para
o meio-ambiente, enfim. O que ela quer é dinheiro, é lucro. É claro que,
algumas vezes, as empresas se dão conta que lucrarão muito mais se conquistarem
o cliente, se realizarem projetos ditos "sócio-ambientais" e se derem
uma pequenina participação nos lucros, ou premiaçõesinhas, presentinhos, aos
seus funcionários. Mas não fazem nem por bondade nem por ética. Fazem com a
intenção de ter uma ótima imagem perante a sociedade. E assim, lucrar mais.
Por que as pessoas votam em grandes empresários para
governar? No Congresso Nacional, por exemplo, dos 513 deputados, 169 são
empresários. E outros tantos, do agronegócio. Na Assembleia gaúcha, o índice é
ainda maior. No entanto, apenas 3% da população brasileira é da classe
empresarial. Por que esse fato? Talvez porque, segundo estatísticas, é
necessário em torno de 6 milhões de reais para se eleger um deputado. Só os
grandes empresários têm esse dinheiro. Quem não tem, acaba por pedir doações de
campanha às grandes empresas. E aí se fica com o rabo preso. Então, o poder
legislativo no Brasil não representa o povo. Representa os capitalistas. E
ponto final.
Sartori representa claramente esses mesmos interesses. E
conta com a classe empresarial na Assembleia para ter seus projetos
aprovados. E seus projetos são todos de
penalização dos serviços públicos, do funcionalismo, de retrocesso dos avanços
sociais. Mas quase nada fazem contra a pior das corrupções, que rouba bilhões
todos os anos dos cofres públicos no Brasil: a sonegação. Ou seja: Sartori não
toca em seus parceiros. Aqueles que futuramente irão comprar as empresas do
governo a serem privatizadas e que irão investir na terceirização dos serviços.
Mesmo que o estado viva um déficit de pessoal em áreas
vitais como Educação, Saúde e Segurança, Sartori não só não quer investir
nessas áreas, mas, pelo contrário, quer desinvestir. A aprovação do PLC/206 é a
prova: Sartori quer o sucateamento dos serviços públicos. Ora, o estado não
existe para fazer caixa. Existe para
oferecer serviços dignos aos cidadãos, que pagam seus impostos para isso. As
nações mais socialmente justas investem tudo o que têm em serviços públicos de
qualidade e sabem que o resultado virá com o tempo. Todos sabem disso por aqui
também. Mas na hora de votar, são facilmente ludibriados pelo poder econômico,
pela imagem. Brasileiro, em geral, tem dificuldade em ir além da imagem.
Enquanto tivermos Sartori e sua turma no governo, poderemos
colocar na entrada do RS os dizeres do portal do Inferno de Dante: "Deixai
toda esperança, vós que entrais."
*Al Reiffer é professor (Santiago/RS) e editor do Blog 'Arte do Fim', fonte desta postagem.
http://artedofim.blogspot.com.br/
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*Nota do Editor do Blog 'O Boqueirão Online': Al Reiffer foi preciso, correto e certeiro em sua avaliação do des-governo Sartori. Acertou, como se diz, 'na mosca'.
Eu só acrescentaria o papel nocivo realizado pela 'grande mídia' - ou PiG - Partido da Imprensa Golpista (aqui no RS a RBS, principalmente) e seus satélites retransmissores ideológicos reacionários regionais/municipais (Santiago tem vários, escritos, falados, blogs, 'portais' etc...) que, não só ajudaram a elegê-lo (como antes já fizeram com Britto, Rigotto e Yeda), como agora tentam, em vão, 'blindá-lo', com a desculpa 'da crise'... Sem sucesso, é claro, eis que - finalmente! - 'o rei está nú'. (por Júlio Garcia)
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*Nota do Editor do Blog 'O Boqueirão Online': Al Reiffer foi preciso, correto e certeiro em sua avaliação do des-governo Sartori. Acertou, como se diz, 'na mosca'.
Eu só acrescentaria o papel nocivo realizado pela 'grande mídia' - ou PiG - Partido da Imprensa Golpista (aqui no RS a RBS, principalmente) e seus satélites retransmissores ideológicos reacionários regionais/municipais (Santiago tem vários, escritos, falados, blogs, 'portais' etc...) que, não só ajudaram a elegê-lo (como antes já fizeram com Britto, Rigotto e Yeda), como agora tentam, em vão, 'blindá-lo', com a desculpa 'da crise'... Sem sucesso, é claro, eis que - finalmente! - 'o rei está nú'. (por Júlio Garcia)
Grato pela publicação. Abraço.
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