quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Dilma prega lutar "a unha" contra PEC do teto de gastos




Ex-presidenta criticou aprofundamento do neoliberalismo e reformas "de supetão" de Temer
Porto Alegre/RS - Correio do Povo - A ex-presidente Dilma Rousseff  palestrou nesta quinta-feira em Porto Alegre. Do governo Temer, que a sucedeu após o impeachment, criticou a PEC do Teto dos Gastos, a reforma da Previdência e o neoliberalismo combinado à política de privatização durante o Encontro Nacional dos Sindicatos de Arquitetos, na Fundação Gaúcha de Futebol. Quanto à Proposta de Emenda à Constituição 55, que vai ser votada em dois turnos no Senado, Dilma disse que é preciso lutar “à unha” contra a medida, que pretende limitar os gastos públicos, inclusive em áreas essenciais, pelos próximo 20 anos.
A ex-mandatária destacou que a população vai ser prejudicada, mas não os bancos e instituições internacionais que financiaram a dívida pública brasileira. Isso acontece, conforme a petista, porque a PEC 55 atinge somente a despesa corrente líquida.
Conforme Dilma, para se ter uma ideia do prejuízo, basta fazer um cálculo pensando, hipoteticamente, que a PEC tenha sido aprovada em 2006. A projeção sugere investimentos 70% menores que o atual, dez anos depois. A ex-presidente cita que R$ 102 bilhões foram investidos em 2016, contra um cálculo virtual estimado em cerca de R$ 35 bilhões, com dez anos de vigência do teto que corrige os gastos pela inflação do ano anterior.
Dilma disse, ainda, ser hipócrita pensar que a Previdência Social não precise de reforma. Durante a gestão petista, o governo extinguiu o fator previdenciário e implantou um cálculo alternativo, sofrendo, ainda assim, críticas de alas do próprio PT, caso do senador gaúcho Paulo Paim. Dilma fala, porém, que o governo atual erra em tentar implementar regras novas de “sopetão”. Para a ex-presidente, as mais atingidas devem ser as camadas pobres da população, que vivem de aposentadoria no valor de um salário-mínimo.
A ex-mandatária também condenou o que chama de aprofundamento do neoliberalismo no Brasil com a gestão de Michel Temer (PMDB). Com isso, destacou o risco de uma onda de privatizações de estatais, como a Petrobras e a Eletrobras, muito mais profunda que a implementada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Como efeitos nefastos, citou o exemplo da Argentina, onde serviços como água, energia e combustíveis são privados e a crise econômica chegou muito antes, em 2001.
Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário