Jairo Jorge: “Mantenho minhas convicções como um militante de esquerda que acredita na justiça social, na democracia, na liberdade e na igualdade de oportunidades”. (Foto: Guilherme Santos /Sul21) |
Marco Weissheimer, no Sul21*
O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, encaminhou nesta quarta-feira (16), à Justiça Eleitoral, seu pedido de desfiliação do Partido dos Trabalhadores (PT). Além de oficializar a decisão junto à Justiça Eleitoral, Jairo Jorge comunicou sua decisão ao presidente estadual do PT, Ary Vanazzi, a quem entregou uma carta endereçada à Executiva Estadual e à Executiva Municipal do PT em Canoas. Nesta carta, faz uma retrospectiva de sua vida partidária, uma reflexão sobre o momento político do país e aponta os dois motivos centrais de sua saída: “Decidi sair do PT, primeiro, porque considero que minha capacidade de interferência no âmbito partidário está esgotada; segundo, por entender que os encaminhamentos que estão sendo dados não levarão a uma efetiva renovação do partido.”
Jairo Jorge disse ao Sul21 que tomou a decisão na última semana, após uma rodada de conversas com algumas lideranças políticas. “Conversei, por exemplo, com o governador Tarso Genro, com quem comecei minha vida política, e também com um conjunto de parlamentares”. Além das razões elencadas na carta endereçada ao partido, o prefeito de Canoas admitiu que o resultado da eleição municipal também acabou influenciando sua decisão. “Não foi fundamental, mas teve um efeito secundário. Se o resultado da eleição aqui em Canoas e em Santa Maria tivesse sido outro, teríamos a possibilidade de abrir outros caminhos para o partido. Além disso, a decisão mais heterodoxa que tomei para definir uma política de alianças mais ampla sempre teve um considerável nível de tensionamento interno. O resultado da eleição em Canoas aumentou ainda mais esse questionamento”, relatou.
A decisão de sair do PT, assinalou ainda o prefeito de Canoas, se confirmou na última quarta-feira, quando o ex-presidente Lula anunciou um acordo para a realização do congresso do partido em 2017. “Foi um acordo híbrido e uma resposta insuficiente para dar conta dos problemas vividos hoje que exigem, na minha opinião, uma radicalização da democracia. Reconheço os esforços do PT do Rio Grande do Sul para mudar o partido, mas, infelizmente, em nível nacional, é uma minoria que quer essas mudanças”.
Apesar de estar saindo da legenda, Jairo Jorge disse que, para a esquerda brasileira, é importante que o PT se recupere. “O PT representou a maior inovação na política brasileira das últimas décadas e conduziu uma revolução democrática e social no país. Hoje, nós estamos vivendo um quadro de ascensão da direita e de valores que estavam adormecidos. Neste cenário, é necessário que a esquerda se fortaleça. Não vou trocar de lado. Vou continuar na esquerda”, assegurou o prefeito que não confirmou a sua filiação ao PDT nos próximos dias, como chegou a ser noticiado na tarde desta quarta-feira. “Recebi um convite do presidente Carlos Lupi, mas disse a ele que não trataria desse assunto enquanto estivesse filiado ao PT. Agora vou avaliar o futuro. Posso tomar essa decisão até o final deste ano ou deixar para 2018”. (...)
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