'Na
cidade educadora, o presidente do poder legislativo decide o que pode ou o que
não pode ser dito'
Do blog do jornalista e advogado Julio Prates, com muita propriedade, um relato - e posicionamento - contundente sobre os absurdos que tem sido praticados pelo atual presidente do Poder Legislativo santiaguense: "Como
santiaguense, senti-me envergonhado com as posições autoritárias do presidente
do poder legislativo santiaguense. O presidente é um colega e está no mesmo
nível dos demais vereadores, ele não é árbitro para cortar a palavra quando lhe
dirigem uma crítica. O que foi feito com a vereadora Iara é um atentado à liberdade
de expressão choca, ela é uma vereadora eleita e tem o sagrado direito de
dizer o que bem entende. Ela e os demais pares da oposição merecem respeito e
precisam ter o direito de dizerem o que bem entendem. Não concordar com a
oposição, é uma coisa. Impedir-lhes de falar, é de um arbítrio sem precedentes,
outra coisa bem diferente. (...) até aqui a política santiaguense
foi tratada num nível de respeito e aceitabilidade social. Agora, o que está se
fazendo, impedindo o direito de expressão das pessoas, não é tolerável. Eu não
aceito isso e concito aos meus leitores a repudiarem esse tipo de prática do
vereador Sandro Palma de impedir a crítica e a divergência cortando a palavra
dos vereadores.
Não
sei se esse pessoal sabe o que é um mandado de segurança. Mas se fosse comigo,
eu impetraria um e exigiria o direito de ocupar o tempo integral na tribuna e
não aceitara cortes e nem interferências na minha construção discursiva. Isso é
o básico de uma democracia. Quem não gostar, que busque os remédios judiciais
disponíveis, mas aceitar o corte de palavra, jamais.
As
modernas democracias são construídas em cima do debate, da afirmação de teses e
do contraditório. A síntese de uma sociedade, é o produto resultante do embate
das forças políticas que se digladiam na arena eleitoral. Agora, podar pura e
simplesmente uma pessoa de exercer sua liberdade de expressão, ainda mais um parlamentar eleito, é um
exemplo que nos arremete às trevas e ao obscurantismo, não se falando que
práticas autoritárias como essas, sepultam nosso epíteto de "cidade
educadora".. Sandro Palma não é dono do poder legislativo e nem pode agir
como vem agindo, escudando-se no PP, em setores da imprensa local e tratando o
poder legislativo de Santiago como se fosse um curral, onde ele decide o que
pode ou o que não pode ser dito. O exercício da democracia em nossa polis exige
que ele seja desafiado a respeitar os demais pares, nem que seja pela via
judicial."
Fonte: http://julioprates.blogspot.com.br/ Edição e grifos deste blog
-Caricatura: Jornal Expresso
Nota: 'Messiânico': adj.
Relativo ao Messias: tradições messiânicas. Diz-se
de quem se considera ou se apresenta como líder providencial, iluminado pela
graça divina para reformar a ordem vigente das coisas.
Carismático;
fanático.
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