Seu candidato derrotado à presidência da República, senador Aécio Neves
(PSDB-MG), mesmo em sua condição de presidente nacional de seu partido, admite
que ainda não sabe quais são as medidas em estudo pelo PSDB frente à questão.
Mas anuncia que o partido vai entrar na justiça contra alteração da meta de
superávit.
É reforçado nessa linha errática pelo ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, para quem a presidenta Dilma está quebrando o país ao tentar
flexibilizar a meta fiscal. “A situação
do país é difícil, eles não têm como cumprir o superávit fiscal. Eles têm que
reconhecer isso. Dilma disse que eu quebrei o Brasil três vezes. Não sei
quando, mas agora ela está quebrando”, afirmou ontem o ex-presidente.
Como ele mesmo lembrou, de quebrar o país ele entende, já demonstrou
saber fazer como ninguém, tem autoridade no assunto: quebrou o Brasil três
vezes durante seu governo e foi de pires na mão pedir dinheiro, socorro ao FMI.
E vem com estultices jurídicas e políticas…
Os dois contam com o socorro do ministro Augusto Nardes, presidente do
TCU – hoje um reconhecido e notório aparelho da oposição – que vive exigindo
transparência nas contas públicas e agora entra na campanha do contra e vem com
essa história de que é preciso “acabar com a contabilidade criativa no
governo”.
Engrossam o coro, entram todos na campanha do contra justo agora que a
presidenta da República encaminha para o Congresso uma proposta de mudança da
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) assumindo o superavit zero. Ou seja, que
o pais não fará superávit e não terá déficit operacional. Portanto, em outras
palavras, assume que o país não se endividará para pagar os juros da dívida
interna.
O governo simplesmente adota uma medida necessária para não agravar o
baixo crescimento e para evitar uma recessão com desemprego, queda da renda e
da arrecadação, agravamento da dívida e do déficit públicos. E quando o governo
faz isso legalmente, aberto, transparente e dá todas as explicações, a oposição
articulada com o presidente do TCU e a mídia ameaça o governo com obstrução no
Congresso e medidas judiciais com base na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
É demais! Coincidentemente a oposição e o presidente do TCU vem a público
e propõem a mesma estultice jurídica e política! A questão, então, amigos, é
uma só: a oposição perdeu a eleição, no entanto pretende e quer na marra que o
governo aplique o seu programa recessivo. Pode um negócio desses?
*Por José Dirceu - advogado e consultor - via http://www.zedirceu.com.br/
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