Crédito da foto: Lula Marques/AGPT, via Fotos Públicas
Cunha é preso em Brasília; casa do ex-deputado é alvo de busca no Rio
O ex-deputado Eduardo Cunha foi preso em Brasília pela Polícia Federal nesta quarta-feira (19) e sua casa no Rio foi alvo de operação de busca e apreensão.
A prisão e a busca foram autorizadas pelo juiz federal Sergio Moro nesta terça-feira (18), que passou a tratar do caso do ex-parlamentar depois que ele perdeu o foro privilegiado com a cassação de seu mandato.
A casa de Cunha fica na Barra da Tijuca, na zona sul do Rio. O ex-deputado foi preso nos arredores do seu prédio em Brasília. A PF estava procurando o peemedebista desde o período da manhã.
Ele está sendo levado ao hangar da PF em Brasília e deve chegar em Curitiba entre 17h e 18h.
O ex-deputado é investigado sob suspeita de ter recebido propinas para liberar recursos da Caixa Econômica Federal, entre outros crimes.
A Folha não conseguiu ouvir a defesa de Cunha até este momento nem determinar onde ele está.
Cunha é réu da Operação Lava Jato sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O processo estava no STF (Supremo Tribunal Federal), mas, com a cassação do peemedebista, desceu para a primeira instância, na Justiça Federal do Paraná.
O ex-deputado é acusado de receber R$ 5 milhões de propina em contas na Suíça, abastecidas com dinheiro originário de contratos de exploração de petróleo da Petrobras na África.
Ele nega irregularidades e diz que as contas pertencem a trusts (instrumento jurídico usado para administração de bens e recursos no exterior), e não a si próprio.
Sua mulher, a jornalista Claudia Cruz, já é ré pela mesma acusação na Justiça Federal do Paraná.
A queda final de Cunha ocorreu 12 dias depois do afastamento definitivo de Dilma da Presidência. Os dois protagonizaram um dos principais embates recentes da política brasileira.Em setembro, Cunha teve o mandato de deputado federal cassado, colocando um ponto final em um conturbado processo iniciado em novembro de 2015.
Um dos deputados mais poderosos, Cunha foi o responsável por dar curso e liderar na Câmara o processo de impeachment da Dilma, com quem rompeu em 2015.
O peemedebista havia sido eleito para a presidência da Câmara em fevereiro daquele ano derrotando o PT e o governo. Tendo como base de apoio o PMDB e os partidos do chamado centrão (PSD, PR, PP, PTB e PRB, principalmente), Cunha aplicou sucessivas derrotas ao Planalto, mas chegou a tentar um acordo com o governo que envolveria o enterro do impeachment e de seu processo de cassação. As tratativas falharam, porém.
No primeiro trimestre de 2015 haviam surgido as primeiras suspeitas consistentes de participação de Cunha no petrolão, o que levou o STF a incluí-lo na lista dos investigados.
Em abril, a Folha revelou que o nome do peemedebista aparecia nos registros eletrônicos da Câmara como o real autor de dois requerimentos que, segundo a Lava Jato, foram usados para achacar uma fornecedora da Petrobras.
O surgimento de delatores que o implicavam e a revelação da existência de dinheiro vinculado a ele em contas secretas na Suíça complicaram ainda mais a sua situação, levando-o a ser o primeiro congressista réu na Lava Jato.
AFASTAMENTO
Em 5 de maio de 2016, dias após a Câmara aprovar a autorização para a abertura do processo de impeachment de Dilma, começou a derrocada de Cunha.
O STF o afastou do cargo e do mandato sob a acusação de que usava suas funções para atrapalhar as investigações.
Com a cassação, reassume uma vaga na Câmara dos Deputados o suplente José Augusto Nalin (PMDB-RJ), dono de uma cadeia de shoppings populares no interior do Rio. Em 2014 ele declarou ter patrimônio de R$ 9,1 milhões, sendo R$ 1,355 milhão “em espécie”. Ele afirma que esse último valor se referia a saldo bancário.
*Via Viomundo - http://www.viomundo.com.br/
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