O racha na 'oposição ao governo do PP': equívoco, amadorismo ou traição?
Os lamentáveis acontecimentos que se verificaram e que culminaram na desastrada reunião de quinta-feira passada em Santiago, quando foi 'ungido' como pré-candidato do semi-extinto 'frentão' (que estava sendo gestado pelos partidos de oposição ao governo do PP) o nome do vereador Everaldo Gavioli, do PDT (com apoio do PMDB, PSDB e PTB), levantam a indagação se o que ocorreu mesmo foi excesso de amadorismo, enorme equívoco político, golpe premeditado... ou foi 'traição', como denunciou, indignado, o vereador Bianchini. Ou todas as coisas juntas.
Dentre a série de trapalhadas realizadas (para satisfação dos governistas locais) está o fato de que a escolha entre os nomes dos vereadores Bianchini e Gavioli (que acabou ocorrendo) sequer constava na pauta pré-estabelecida da fatídica reunião de cúpula dos partidos.
Uma trapalhada gera outra, e assim, sucessivamente. Como a disputa que se estabeleceu (ensejada pelo PMDB) entre Gavioli e Bianchini não estava na pauta e o PT já tinha anteriormente, em reunião do seu Diretório Municipal (instância maior do partido no município), aprovado o lançamento do ex-vereador Antônio Bueno como seu pré-candidato ao Executivo, o representante do PT (Luiz Rodrigues) acabou abstendo-se de votar.
Aliás, pelo que sabemos, as executivas dos partidos oposicionistas também não tinham definido previamente suas posições em relação à uma possível votação - que acabou ocorrendo de afogadilho - entre Gavioli e Bianchini. O resultado da inoportuna votação, conforme foi divulgado, foi de 4 a 3 para Gavioli, com uma abstenção (do representante do PT que, como colocamos acima, absteve-se por entender não estar mandatado para votar um tema que não tinha sido discutido pelo partido e que sequer constava da pauta da reunião).
Daí que, sem um acúmulo de discussão nas bases partidárias e sem constar - repetimos - da pauta da desastrada reunião, a Ata da reunião anterior - surpreendentemente - foi rasgada e encaminhou-se a votação entre os nomes dos dois vereadores... e o resultado foi esse que sabemos.
Tal decisão equivocada (registre-se: nada contra o nome do vereador Gavioli, mas sim ao fato de colocar-se artificialmente em votação, nesse momento, um ponto que, além de polêmico, estava fora de pauta) só poderia gerar, na 'oposição', a crise que explodiu em seu colo e que aí está escancarada.
Está mais do que claro que essa decisão de cúpula carece de legitimidade e precisa ser urgentemente revisada. Caso contrário, a oposição poderá, ao fim e ao cabo, ir fracionada para o pleito de outubro, 'sonho de consumo' do prefeito Ruivo e de seu partido, o PP, que tudo fará para tentar perpetuar-se à testa do Executivo Municipal.
Revisar já essa decisão, zerar - ou, usando a 'linguagem' da blogosfera, 'deletar' - os equívocos da última quinta-feira e retomar as conversações, de forma desarmada e responsável. Essa é a saída, agora. Porque, se assim não for, senhores(as) da 'oposição', depois não adiantará chorar 'o leite derramado'. (por Júlio Garcia, especial para O Boqueirão)
(12,34 h) - Atualizada às 21,38 h
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