"Se a eleição fosse hoje, Dilma ou Lula venceriam" , anuncia a manchete da
"Folha" deste domingo para surpresa dos muitos analistas da grande
imprensa que nos últimos meses chegaram a prever o fim da hegemonia do PT e das
suas principais lideranças, que em janeiro completam dez anos no comando do país.
Após
sofrer o mais violento bombardeio midiático desde a sua fundação, em 1980, o PT
chega ao final de 2012, em meio do seu terceiro mandato consecutivo no Palácio
do Planalto, como franco favorito para a sucessão presidencial, sem adversários
à vista, segundo o Datafolha.
Os
dois petistas estão praticamente empatados: Dilma teria 57% dos votos e Lula,
56%, ambos com mais votos do que todos os adversários juntos.
Na
pesquisa espontânea, Lula, Dilma e o PT chegariam a 39%, enquanto os candidatos
de oposição somariam apenas 7%.
A
grande surpresa da pesquisa é a força demonstrada por Marina Silva (ex-PT e
ex-PV), que ficaria em segundo lugar nos quatro cenários pesquisados.
O
curioso é que Marina, que teve 19,3% dos votos na eleição de 2010, está há dois
anos sem partido, desaparecida do noticiário político, e chega a 18% das
intenções de voto na pesquisa estimulada, bem acima do principal candidato da
oposição, o tucano Aécio Neves, que oscila entre 9% e 14%.
Por
mais que a mídia se empenhe em jogar criador contra criatura, a verdade é que a
atual presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
parecem formar uma entidade só, a "Dilmalula" _ e é exatamente daí
que emana a força da dupla, cada um fazendo a sua parte no intricado jogo do
poder.
Dilma,
que até aqui vem sendo preservada pela imprensa, mais preocupada em destruir a
imagem de Lula e do seu governo, saiu esta semana em defesa do ex-presidente
quando se tornaram mais violentos os ataques _ e foi bastante criticada por
isso.
Mas
é exatamente na leladade entre os dois, tanto pessoal como no projeto político,
que se baseia esta parceria aprovada por 62% da população brasileira, de acordo
com a pesquisa CNI-Ibope divulgada esta semana.
Desde
a posse em janeiro do ano passado, Dilma e Lula combinaram de se encontrar a
cada 15 dias para conversar pessoalmente sobre os rumos do governo, afastando
assim as intrigas que costumam frequentar os salões palacianos.
O
resultado está aí: com julgamento do mensalão, Operação Porto Seguro e novas
denúncias contra o PT e Lula quase todos os dias, as pesquisas mostram que a
grande maioria da população continua satisfeita com o governo e quer que ele
continue.
No
auge do bombardeio dos últimos dias, e certamente ainda sem saber os resultados
das pesquisas, Gilberto Carvalho, ministro da secretaria-geral da Presidência
da República, amigo tanto de Dilma como de Lula, desabafou:
"Os
ataques sem limites que estão fazendo ao nosso querido presidente Lula têm um
único objetivo: destruir nosso projeto, destruir o PT, destruir o nosso
governo".
Pelo
jeito, até agora não conseguiram. Ao contrário, apenas revelaram o tamanho do
abismo que existe hoje entre o mundo real dos brasileiros, que vivem melhor do
que antes, e o noticiário dos principais meios de imprensa, que coloca o país
permanentemente à beira do abismo, envolvido em crises sem fim.
Isso
talvez explique também porque aumentou, no mesmo Datafolha, o índice dos que
não confiam na imprensa, que passou de 18% em agosto para 28% em dezembro.
Por
tudo isso, penso que é hora do PT sair da defensiva e contar ao país e aos seus
militantes o que está em jogo neste momento, dizendo de onde partem e com que
interesses os ataques denunciados por Gilberto Carvalho. (por Ricardo Kotscho)
*Via Balaio do Kotscho - http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/
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