Fórum
Palestina Livre – A cobertura do Sul 21
Por Igor Natusch*
Desde
o anúncio de que Porto Alegre sediaria em novembro o Fórum Social Mundial Palestina
Livre, era uma certeza absoluta na redação do Sul21 que teríamos que fazer uma
cobertura tão abrangente quanto possível. Assim, nos organizamos para tentar
fazer um retrato amplo de todo o evento, dentro das possibilidades do nosso
veículo. Desde antes do começo das atividades já estávamos atentos, buscando
informar sobre a programação e oferecer subsídios para que o leitor entendesse
melhor as discussões que estavam em jogo.
Toda
a redação participou da cobertura, com uma média de oito a dez matérias diárias
sobre o Fórum. Chegamos a cobrir três ou quatro eventos simultâneos em mais de
uma oportunidade. Tivemos obstáculos devido a alguns problemas e dificuldades
de organização, em especial na incerteza sobre a presença ou não de alguns
participantes. Mas foram problemas contornáveis e que perdem importância diante
da amplitude da discussão, ainda mais em um momento de grande importância
histórica, no qual a Palestina conquistou status de estado observador
não-membro junto à ONU.
A
coisa mais legal de um evento desse tipo é a quantidade e variedade das
discussões, que acabam permitindo uma visão mais ampla da realidade que envolve
a Palestina e Israel. Um dos painéis que me pareceu mais chamativo foi o da
comunidade LGBTQ palestina, defendendo que o que para nós parece um progresso –
como permitir casamentos entre pessoas do mesmo sexo – é, na verdade, um
mecanismo de auto-legitimação do jugo israelense, que parece progressista neste
aspecto enquanto comete vários atos contra os direitos humanos e as leis
internacionais. É uma visão que, concorde-se com ela ou não, jamais seria
trazida ao debate senão em eventos do tipo.
Há
também o contato direto com pessoas de vários países e, é claro, com vários
palestinos – pessoas que vivenciam na prática crimes e estratégias de opressão
que nós, de tão longe e com tantos filtros midiáticos, mal podemos imaginar.
Isso tudo legitima o Fórum como espaço importantíssimo para pensar e buscar
soluções para o que, atualmente, é um das mais graves questões não resolvidas
de nossa política internacional. Tentamos, nesse sentido, cumprir o papel de
mensageiros, levando recortes dessa discussão ao leitor que não pôde estar
fisicamente presente. É um panorama sempre incompleto, pelo caráter inerente à
cobertura jornalística, mas nos esforçamos para fazer algo o mais amplo e rico
possível.
*Igor Natusch é editor do Sul 21. http://www.sul21.com.br
- Via Jornalismo B - http://jornalismob.com/
- Via Jornalismo B - http://jornalismob.com/
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